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Orizicultores iniciam tratativas para comercialização da safra
Farsul, Federarroz e Irga
criaram um grupo de trabalho para determinar o custo
de produção da lavoura orizícola no Rio Grande do Sul
e fazer um cálculo dos prejuízos do Mercosul para os
produtores de arroz. A intenção é demonstrar ao Ministério da Agricultura
(Mapa) que os agricultores
precisam de uma bonificação,
já que a margem de lucro é
pequena. O problema de mercado é que os preços são regulados pela concorrência
com o produto argentino e
uruguaio, onde o custo de
produção é inferior ao do
Brasil. O levantamento deve
ser entregue ao Mapa no início de dezembro.
O presidente da Comissão de Arroz da Farsul e da
Câmara Setorial Nacional
do Arroz, Francisco Lineu
Schardong, explicou que o
início das tratativas com o
Mapa tem por objetivo ga-
rantir que os mecanismos de
comercialização da safra sejam anunciados antes da
abertura da colheita, em março. “Queremos reunir as forças para ter alguma coisa
para a abertura da safra,
como foi no ano passado”,
comentou. Com isso, haverá
tempo para avaliar a ferramenta que mais beneficie o
produtor. Além disso, o estudo deve demonstrar a necessidade de trabalhar com o
custo de produção, e não com
o preço mínimo, de R$ 25,00.
Representantes do governo federal, segundo Schardong, teriam ventilado a disponibilidade de R$ 500 milhões que seriam aplicados
em mecanismos para a comercialização da safra. Um
dos mecanismos que deve ser
solicitado é o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). No início de novembro,
os orizicultores encaminharam ao governo federal uma
Schardong acredita que medidas serão anunciadas antes da colheita
solicitação para cancelamento do leilão de Valor de Escoamento de Produto (VEP).
Conforme Schardong, os prazos impostos pelo governo na
operação inviabilizaram a exportação do grão, que era o
objetivo da cadeia.
Mercado
O preço do arroz no Rio
Grande do Sul voltou a cair
e, pela primeira vez em três
meses, a cotação do produto
está abaixo de R$ 22. Conforme o indicador do Centro
de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (Cepea),
o valor foi cotado a R$ 21,89
na penúltima semana de novembro. A queda chegou a
3% no mês e o preço praticado está 10% abaixo do
valor no mesmo período do
ano passado. Para os analistas de mercado do Instituto
Rio Grandense do Arroz
(Irga), a indústria tem com
pouco interesse de compra,
alegando dificuldades de negociação com o varejo. Os
negócios, segundo os analistas, são realizados em
pequenas quantidades, evidenciando um comportamento cauteloso por parte
dos operadores diante das
incertezas do mercado.
Além disso, os produtores
precisam cumprir os compromissos assumidos e, assim, comercializam o produto para saldar dívidas.
Lavoura
Os arrozeiros gaúchos
encerraram o plantio nos últimos dias de novembro. De
acordo com o Instituto Rio
Grandense do Arroz (Irga),
o plantio foi prejudicado pelas chuvas de outubro em algumas regiões. Houve recuperação no final de novembro, revertendo o atraso. A
intenção de plantio foi revisada neste levantamento,
com um acréscimo de 6 mil
hectares. A área plantada
deve chegar a 1.044.763,00
hectares.
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