Gerenciamento de riscos e a
contribuição da Prevenção de
Perdas
Alexandre
Mandaji
Introdução
Gerenciamento de Riscos não é operação de seguro.
Seguro é uma das diversas formas de Financiamento do
Risco, isto é, um mecanismo através do qual
organizações definem quando e por quem os custos de
uma perda serão suportados, neste caso especifico, por
uma seguradora.
Nosso objetivo é colocar Seguro numa perspectiva mais
ampla chamada Gerenciamento de Riscos e discutir
como as Organizações em geral lidam com o fator Risco.
Organizações
Ao mencionarmos Organizações, propomos assumirmos
Organizações como uma combinação de esforços
individuais, com a finalidade de realizar propósitos
coletivos.
Esse conceito é ampliado para o âmbito das Famílias e
dos Indivíduos, numa visão de que todos estas Famílias
e Indivíduos são o elemento fundamental para a
realização dos objetivos coletivos.
Gerenciamento de risco
Essencialmente, Gerenciamento de Riscos é um processo que
envolve três etapas:
I.
Identificar exposições e quantificar as potenciais perdas.
II. Escolher a combinação mais eficiente de métodos de
controle e de financiamento das perdas, desenvolver e
executar sua implementação
III. Revisar este plano continuamente depois de colocá-lo
em operação (organizações mudam com freqüência).
Gerenciamento de risco
O equilíbrio e a eficiência na condução de todas as etapas
citadas anteriormente é fundamental para um plano de
Gerenciamento de Risco sem bem sucedido.
Em nossa contribuição à discussão, concentraremos foco nos
aspectos relacionados à segunda etapa, isto é, ao controle e
financiamento das perdas, com especial dedicação à
Prevenção de Perdas.
II. Controle e Financiamento de Perdas (Loss Control)
Fato: Toda organização está sujeita a custos relacionados
aos riscos.
Ao pagar por seguros, ao assumir as perdas financeiras não
seguradas, ao incorrer em custos de programas de
treinamento, ao investir na instalação sensores de fumaça,,
cada um desses desembolsos representam um custo
associado aos riscos, isto é, custos de Loss Control.
Quanto mais organizados e eficientes forem o planejamento
e os controles, menores os custos.
Controle de Perdas (Loss Control)
Uma das maneiras sistematizar essa organização e aprimorar
a eficiência dos controles, seria analisar os assuntos
distinguindo-os, em categorias:
1. Instrumentos para Evitar Riscos (Avoiding Risks).
2. Prevenção de Perdas (Loss Prevention).
3. Redução de Perdas (Loss Reduction).
4. Financiamento das perdas remanescentes.
1. Evitando Riscos (Avoiding Risks)
Em determinadas situações, a melhor maneira de lidar com uma
exposição, seria evitar todas as possibilidades dessa perda ocorrer,
eliminando a chance de uma perda.
Na prática, isto significa abster-se de uma exposição.
Exemplificando, governos evitam investimentos em determinados
países, empresas preferem evitar riscos relacionados ao confisco de
propriedade, mesmo que abrindo mão de lucros.
Indivíduos escolhem suas carreiras, por vezes evitando ocupações
que envolvem uma chance elevada de doenças, incapacidade ou
morte. Outros evitam profissões cuja possibilidade de sucesso
profissional são remotas.
1. Evitando Riscos (Avoiding Risks)
Esse raciocínio esbarra entretanto num fato: alguns riscos são
inevitáveis... Na realidade a maioria deles!
Em outras palavras, a maioria dos riscos pode ser reduzida, mas
não eliminada.
A propósito, se a humanidade lidasse com o risco sempre
abstendo-se da exposição, talvez ainda estivéssemos no estágio
de desenvolvimento da Idade Média.
2. Prevenção de Perdas (Loss Prevention).
Um plano bem sucedido de Prevenção de Perdas contribui
para a redução da freqüência de perdas.
Na medida em que os benefícios superem os custos (e isto é
facilmente percebido quando os custos e benefícios são
calculados), as organizações deveriam usar a Prevenção de
Perdas para tratar todas suas exposições, sejam assumidas ou
transferidas para seguradoras.
2. Prevenção de Perdas (Loss Prevention).
O principal propósito da Prevenção de Perdas é preservar vidas
humanas, isto é, reduzir ou eliminar a possibilidade de mortes ou
acidentes pessoais.
Prejuízos materiais podem ser reembolsados com recursos
próprios ou de uma seguradora, mas os traumas e transtornos
que na maioria das vezes acompanham esses eventos, não
encontram compensação financeira.
Igualmente, uma demanda judicial decorrente de danos causados
a terceiros, pode ser devidamente reembolsada por uma
seguradora, contudo, a imagem de uma organização pode ser
afetada para sempre.
2. Prevenção de Perdas (Loss Prevention).
Algumas perdas atribuem-se aos perigos (hazards) do ambiente
físico, tais como layout inadequado, iluminação ou ventilação
inadequadas, práticas de manutenção etc.
Outras perdas são mais diretamente relacionadas a falhas
humanas, tais como mal julgamento, treinamento ou supervisão
inadequados ou falta de atenção às exigências de segurança.
Bons programas de prevenção de perdas são desenvolvidos para
lidar com ambas as situações, mas isto requer comprometimento
da gestão, motivação dos envolvidos e constante atenção do
responsável pelo gerenciamento dos riscos, de modo a alcançar os
objetivos desejados.
2. Prevenção de Perdas (Loss Prevention).
...” falta de atenção às exigências de segurança”,
excesso de confiança ou negligência?
2. Prevenção de Perdas (Loss Prevention).
Existe uma conexão próxima entre as atividades de prevenção
e o montante pago às seguradoras a título de prêmios de
seguro. Mais efetiva a prevenção, menores os preços de
seguros.
Em grandes riscos essa análise feita é caso a caso, e em riscos
pequenos e médios, pela experiência obtida ao longo do
tempo e ao considerar um portfólio.
São muitos os exemplos e recomendações relacionadas a
atividades de prevenção de perdas, algumas das quais são
descritas nos próximos slides:
Exemplos e recomendações relacionadas a atividades
de Prevenção de Perdas



Promoção de treinamento de direção defensiva quando a
organização opera com transportes e circulação de veículos.
Fixação de quadros de avisos e alerta sobre perigos.
Avaliação permanente das
profissionais qualificados:
elétricas
por
Adequadas
das instalações à utilização
equipamentos,
iluminação, sistemas
aquecimento ou refrigeração etc.
dos
de


instalações
Número suficiente de tomadas para evitar utilização de
adaptadores e extensões.
Bom exemplo.
Mau exemplo.
Mau exemplo.
Mau exemplo.
Exemplos e recomendações relacionadas a atividades
de Prevenção de Perdas




Manter as calhas e sistemas de escoamento de águas
pluviais limpas e desobstruídas.
Evitar estocar materiais inflamáveis, tais como tintas. Se
determinados suprimentos são essenciais para a operação,
tanto quanto possível redução de estoques e ainda se
possível, guarda em edificação separada da principal.
Proibição de fumo.
Quando utilizados cilindros de GLP, mantê-los se em local
isolado e arejado.
Bom exemplo.
Mau exemplo.
Exemplos e recomendações relacionadas a atividades
de Prevenção de Perdas



Análise prévia à escolha de um imóvel, quanto a
exposições características, tais inundações decorrentes da
insuficiência dos sistemas de escoamento de águas de
chuvas, segurança em geral.
Quando utilizados trabalhos de solda, monitorar a
execução e o trabalho executado por 24 horas.
Manter áreas externas limpas e organizadas.
Exemplos e recomendações relacionadas a atividades
de Prevenção de Perdas



Adequação das saídas de emergência à população fixa e
flutuante do edifício.
Observar a existência de degraus desgastados, estado de
conservação de corrimãos, passeios ou passagens
quebrados com pedras soltas, iluminação dos espaços
destinados à circulação de pessoas.
Equipamentos de proteção Individual dos trabalhadores,
como protetores auriculares em ambientes com ruídos,
contos de segurança, capacetes, óculos de segurança,
luvas, roupas etc.
2. Prevenção de Perdas (Loss Prevention).
Regra Básica, Havendo possibilidade de ocorrência de uma perda,
os gestores responsáveis devem considerar atividades de
Prevenção de Perdas com uma alternativa para lidar com o
problema.
3. Redução de Perdas (Loss Reduction)
Planos bem sucedidas de Redução de Perdas contribuem reduzir a
severidade das perdas.
Apesar dos melhores esforços de prevenção, alguns acidentes
acontecem.
Exemplo: Chuveiros automáticos ou “sprinklres” não atuam na
prevenção, mas na redução da severidade e no impacto financeiro
das perdas. Normalmente se pagam através do tempo com
reduções no custo de seguros. Outros exemplos, são portas a
prova de fogo, instruções claras e disponíveis sobre como
proceder em caso de ingestão de substâncias venenosas,
operações de salvamento, treinamento de evacuação de pessoas,
brigadas de incêndio.
Exemplos e recomendações relacionadas a atividades
de Redução de Perdas





Adequação de sistemas de proteção como extintores,
hidrantes, sprinklers, sensores de fumaça e fogo, alarmes.
Realização de testes periódicos dos referidos sistemas.
Formalização de equipe de emergência e/ou brigadas de
incêndio, prevendo treinamento e simulações de emergência.
Portas corta-fogo e sinalização de rotas de fuga ou saídas de
emergência.
Instruções aos colaboradores e mesmo visitantes, quanto aos
procedimentos a serem adotados em caso de emergência.
3. Redução de Perdas (Loss Reduction)
Regra básica, quando a severidade potencial é considerável, e quando
a perda não pode ser evitada, atividades de Redução de Perdas são
indicadas.
Dentre outras medidas de redução de perdas, a separação física merece
um comentário:
Embora do ponto de vista da engenharia, uma fábrica que produza
100.000 unidades produtivas seja melhor do que duas fábricas de 50.000
unidades, duas plantas distantes o suficientemente reduziriam o
potencial de uma perda. Essa decisão não é simples, mas um raciocínio
similar pode ser considerado em questões mais elementares ou básicas,
como a escolha do transporte de pessoas ou o montante que será sacado
em dinheiro de uma conta bancária ou Cash Dispenser, ou mesmo
mantido em dinheiro mantido num único estabelecimento.
4. Financiamento do Risco
Mesmo quando bons programas de prevenção de perdas são
executados, infelizmente acidentes podem o ocorrer.
Políticas de Financiamento do Risco determinam em que
circunstâncias e por quem os custos das perdas serão suportados.
Os modelos predominantes de gerenciamento e controle de riscos
costumam classificar as formas de financiamento em categorias:
Assunção (assumption), isto é, assumir o prejuízo, na medida em
que ocorram, sem constituir fundos de reserva.
 Auto-seguro ou retenção financiada.
 Seguro.

4. Financiamento do Risco
Tais decisões relacionadas a quando e quem suportará
determinadas perdas dependem das políticas da
organização, as quais podem levar em consideração
parâmetros como:
Freqüência & severidade
 Dano Máximo Provável.
 Acúmulo de riscos.
 Massa ou quantidade de riscos em exposição.
 Capacidade financeira,
 Objetivos organizacionais tais como longevidade etc.

4. Financiamento do Risco & Severidade
Vendaval
danificando
galpão em
Caçador,
Oeste de
Santa
Catarina, em
08.09.2009.
Fonte: clickrbs
4. Financiamento do Risco & Severidade
Vendaval
danificando
Ginásio
escolar em
Jaraguá do
Sul, Santa
Catarina, em
08.09.2009.
Fonte: clickrbs
4. Financiamento do Risco & Severidade
Transformador
queimado
4. Financiamento do Risco & Severidade
4. Financiamento do Risco & Severidade
Incêndio em
Indústria
Relembrando as Etapas do Gerenciamento de risco
I.
Identificar exposições e quantificar as potenciais perdas.
II. Combinar métodos de controle e de financiamento das
perdas.
1.
2.
3.
4.
Instrumentos para Evitar Riscos (Avoiding Risks).
Prevenção de Perdas (Loss Prevention).
Redução de Perdas (Loss Reduction).
Financiamento das perdas remanescentes.
III. Revisar o plano continuamente.
III – Revisão do Plano
Depois que todas as fontes potenciais de perdas são
identificadas e planos para lidar com elas estão
implementados,
o
programa
deve
ser
revisto
regularmente, visando mantê-lo alinhado com as
necessidades.
Afinal de contas, mudanças ocorrem em todas as
organizações.
Além de mudanças, uma revisão é útil para comparar se
os resultados em curso conferem com os objetivos
planejados.
Alguns benefícios da Gerência de Riscos








Antes de tudo, vidas preservadas.
Bens preservados.
Seguros contratados de forma adequada.
Redução de riscos e redução de custos de Loss Controll.
Retenções conscientes de riscos.
Perenidade da Organização e seus objetivos.
Colaboradores motivados.
Bem estar da comunidade.
Agradecimento final
A HDI Seguros agradece a oportunidade de contribuir com a
discussão de tema tão relevante, ao mesmo tempo que
parabeniza a Adventist Risk Management Sul-Americana
pela valiosa iniciativa e organização do I Congresso SulAmericano de Gestão de Riscos.
Muito obrigado!
Bibliografia utilizada
DORFMAN, Mark S. Introduction to risk management and
insurance. 9th ed. USA: Pearson Prentice Hall, 2008.
HOPE, Warren T. Introdução ao gerenciamento de riscos.
Tradução de Gustavo Adolfo Araujo Caldas. Rio de
Janeiro: Funenseg, 2002.
VAUGHAN, Emmett J.; VAUGHAN, Therese M. Fundamentals
of risk and insurance. 9th ed. USA: John Wiley & Sons,
2003.
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