A intercompreensão para o
trabalho comum a
distância
www.galanet.eu, www.lingalog.net, o etandem, a formação à distância pelo
diálogo em intercompreensão
Jean-Pierre Chavagne - UFPB/UFCG
Paraiba - août 2006
1
O que é a intercompreensão
Pequeníssima história da intercompreensão
A Romanofonia
Um contexto em evolução
Uma prática natural
O ensino das línguas
Galatea e Galanet
Passeio na plateforma Galanet
Efeitos esperados, aprendizagens
A inserção curricular, A formação dos docentes
A questão da avaliação
O trabalho comum a distância
Uma nova dialéctica, um novo humanismo
Bibliografia
2
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Mudar ou ser mudado




O mundo muda, e a educação e a
universidade ?
Contra um mundo fraccionado, a recusa da
separação
Os contactos entre civilizações nas mãos de
especialistas
Aprender línguas para quê ? Aprender
línguas como ?
3
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Intercompreensão, compreensão cruzada, compreensão
recíproca




A intercompreensão é o facto, num diálogo, de cada interlocutor
continuar a falar a sua língua, compreendendo a língua dos outros,
em vez de escolher uma língua comum e comunicar às vezes
dificilmente numa língua que não é de ninguém com o risco de
expressar-se e fazer-se compreender de maneira rudimentar.
Eu, a minha língua (ou as minhas línguas) e as línguas dos outros.
É evidentemente mais fácil e mais rápido aprender a compreender
uma língua do que aprender a falar a mesma.
O diálogo fica mais equilibrado e eficaz :
 as pessoas e as línguas encontram-se numa posição de
igualdade, de reciprocidade ;
 cada interlocutor está à vontade e pode exprimir-se com a
subtileza que deseja, o que chegamos a fazer muito dificilmente
ou muito tarde numa língua que não é nossa ;
 a situação é mais harmoniosa, convivial, porque cada um
aprecia o esforço que o outro faz.
4
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Uma prática natural



Caso das famílias de imigrantes onde os pais continuam a falar a
língua de origem e os filhos a língua do pais de residência,
paralelamente.
Há testemunhos de que, na época medieval, desde as primeiras
feiras de Troyes na Champagne, clientes e comerciantes vindos de
toda Europa falavam cada um na sua língua e entendiam-se.
A intercompreensão existiu muito cedo entre locutores de línguas
aparentadas : um marinheiro espanhol falava em espanhol a um
italiano que lhe respondia em italiano. Os documentos que ficam de
Cristóvão Colombo misturam as línguas.
5
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Um arranque relativamente recente


Projectos de elaboração de métodos de
compreensão do escrito em línguas
românicas nascem ao fim dos anos 1980, princípio
dos anos 1990, depois da entrada de Espanha e
Portugal na comunidade económica europeia (86),
enquanto a CEE se tornava a União europeia (92)
Um período de mudanças e de tomada de
consciência para o mundo (muro de Berlim)
3 projectos concluídos antes do ano 2000 :



EuRom4, Claire Blanche-Benveniste, Aix-en-Provence
EuroComRom, Horst G. Klein, Frankfort
Galatea, Louise Dabène, Grenoble
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Duas correntes precursoras

Os escandinavos


A experiência dinamarquesa (com o sueco e o
norueguês), é um modelo para as línguas
românicas : « Voilà près d’un siècle qu’on
inculque aux élèves de nos écoles les bases de la
grammaire des deux autres langues. » Jørgen
Schmitt Jensen
A tradição universitária alemã :

No século 19, a gramática comparada das línguas
românicas é essencialmente alemã e instala-se
dificilmente em França.
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Projectos no domínio da
intercompreensão

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




Galatea http://w3.u-grenoble3.fr/galatea/
EuroComRom, EuroComGer, EuroComSla http://www.eurocomcenter.com
EuRom4 (de 89 à 97) ( CD-Rom)
Intercommunicabilité Romane [J. Schmitt-Jensen, Aarhus] (première réunion en
1992) -> Un livre : Comprendre les langues romanes, Paul Teyssier, 2004
IGLO project http://www.hum.uit.no/a/svenonius/lingua/index.html (7 langues
germaniques)
CULTURA http://web.mit.edu/french/culturaNEH/ FR-EN
ILTE http://www.lett.unipmn.it/ilte/ (formation de professeurs)
LaLiTa http://www.ciid.it/lalita/index.html (3 langues : ES, IT, PO)
SIGURD (DE, NE, SE et NO) http://www.statvoks.no/sigurd
Euromania, Minerva (8 à 11 ans)
JALING http://jaling.ecml.at/
Itinéraires romans http://dpel.unilat.org/DPEL/Creation/IR
ICE http://logatome.org/ice.htm
Paz apesar de Babel (São Paulo)
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Projectos ligados à intercompreensão
o e-tandem

Dois alunos de línguas diferentes,
aprendendo cada um a língua do outro,
ajudam-se na aprendizagem.
Bochum www.slf.ruhr-uni-bochum.de

Teletandem Brasil www.teletandembrasil.org

Lingalog www.lingalog.net
Etc.


9
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A Romanofonia


Importância numérica: cerca de um bilião de
romanófonos (inglês, 1 bilião ; chinês, 1,5
bilião)
Considerar a romanofonia como um
continuum : é possível, c’est possible, è
possibile, es possible, este posibil !
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Um contexto em evolução







A Europa : de plurilingue à multilingue, o alargamento politico da
Europa e o “processo de Bolonha” -> limites da tradução.
A hegemonia do inglês já não é uma ameaça.
Possivelmente vamos para uma exigência de plurilinguismo
generalizado (como é o caso para certos países africanos).
Procura acrescida de intercompreensão no ciberespaço.
As TIC aproximam hoje os interlocutores potenciais.
A integração das TIC e as abordagens plurilingues nas formações
ganharam boa imagem.
Os limites das capacidades de aprendizagem : só se pode aprender
número limitado de línguas de maneira clássica.
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Mas…




A intercompreensão não é uma língua -> como
fazê-la entrar no sistema ?
As práticas e as condições de trabalho dos
docentes de línguas, particularmente do secundário,
são constrangedoras.
As representações do público em relação à
aprendizagem de línguas (linear, as bases).
O plurilinguismo ainda não é uma prática habitual :
os espaços ou os documentos plurilingues são
raríssimos hoje (fóruns, DDP Galanet, revistas
bilingues, trilingues).
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Ensino-aprendizagem de línguas








O mito do locutor nativo.
O sentimento de ridículo ao falar a interlíngua da aprendizagem.
O perfeccionismo.
O culto exacerbado das diferenças : desconfiança dos poucos
falsos-amigos quando há milhares de verdadeiros.
A procura de « bases » e de aprendizagem linear.
Tentar adquirir todas as competências simultaneamente.
Segurança, artificialidade
Uma passagem tardia ao acto comunicativo em situação
autêntica.
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Outra perspectiva pedagógica





Não é necessariamente uma perspectiva alternativa.
A complexidade : pode-se aprender desde o primeiro
dia alguma coisa complexa. Não há rua para os
principiantes.
O conteúdo, o projecto : utilizar a língua, mais do que
fazer dela uma meta longínqua.
Aceitar o stress, a tomada de riscos, a insegurança,
como fazendo parte de toda aprendizagem.
Privilegiar a vida, a autenticidade, e a criação.
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A intercompreensão como primeira fase
duma aprendizagem




Começa-se pela competência onde
objectivos são rapidamente alcançáveis : a
compreensão da escrita.
Separam-se e hierarquizam-se os objectivos.
Associam-se línguas sem receio de mistura.
Passagem ao acto possível desde o início.
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Galatea (homem/máquina)
e Galanet (homem/homem)



CD Galatea Italien para francófonos.
« Suite à ce projet, nous cherchions un scénario pour permettre à
nos « comprenants » respectifs d’entrer en contact pour pratiquer
une véritable intercompréhension. » Christian Degache, p.7 LIDIL
28
Galanet : realizar juntos uma publicação quadrilingue em linha
durante um semestre num espaço estruturado e seguindo um
roteiro pedagógico.
 Uma sessão = 4 fases, 12 semanas, n equipas
 finalização : uma produção colectiva, um dossier de imprensa
quadrilingue ;
 trabalho numa equipa local (presencial e a distância) e
trabalho a distância entre as equipas ;
 a plataforma : fóruns, chats, espaços de trabalho individual e
colectivo, perfis, arquivação, recursos para autoformação.
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Rendez-vous sur la plate-forme Galanet
www.galanet.eu
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O perfil
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Quatro fases
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Os fóruns quadrilingues
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O espaço para parceiros



Um gerador de sessões
Uma memoria
Um espaço de trabalho em comum :
organização de sessões, reflexão sobre o
projecto seguinte, sobre as modificações da
actual plataforma, etc.
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Efeitos procurados






Equilíbrio quantitativo das 4 línguas.
A actividade do aluno quando aprende e a acção
colectiva.
A prática da interacção e da negociação
(interacção : fazer perguntas, reformular, solicitar,
etc. E responder às solicitações !).
A repartição das tarefas e a ajuda (“l’entraide”).
A responsabilização.
A valorização pela tomada em conta das ideias.
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Aprendizagem





O aluno faz uma reflexão sobre a sua própria
aprendizagem, e pode fazer um “jornal de
aprendizagem”.
Mobiliza dos seus próprios recursos :
conhecimentos e estratégias.
Aprende a usar ferramentas eficazes.
Aprende comportamentos eficazes (a
interacção).
Encontra-se numa situação de educação
intercultural.
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A inserção curricular

http://webksup3.grenet.fr/OP-IntLan/0/fiche_02__ueup/

http://www.univ-lyon2.fr/1129041270913/0/fiche___article/

Equipas podem ter objectivos diferentes nas mesmas
sessões :





objectivos funcionais, comunicativos ;
a aprendizagem «repercutida» ;
aprendizagem reflexivo com finalidade formativa em
didáctica das línguas ;
objectivos filológicos, linguísticos : um complemento
prático de aulas sobre as línguas românicas ;
Etc.
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A formação do enquadramento


Vários misteres : responsável de sessão,
responsável local, animador.
São actualmente formados :




os colaboradores do projecto ;
estudantes que participaram ;
outras pessoas que entraram com a estatuto de estudante
par formar-se.
Houve uma formação na plataforma Esprit em 20052006 : http://ute2.umh.ac.be/esprit/login-index.php
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A avaliação




Cada universidade tem as suas modalidades.
O tracing : número de conexões, de
mensagens nos fóruns.
A qualidade da participação.
Testes de compreensão (textos e sons da
sessão).
27
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Onde é o rigor do academismo ?


Tem os defeitos do vivo : a aproximação, os erros, a
arte de desenrascar-se.
É inseparável do risco :





que se passe nada, que os participantes não participem;
que haja deslizes ideológicos,
que os pontos de vista se radicalizem ;
que se crie uma hostilidade.
O rigor, é assumir a vida e o risco.
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Uma dialéctica, uma cultura


Uma arte de conversar rigorosa e finalizada.
Uma formação geral acompanhando a formação
linguística.


O respeito, a escuta, a “remise en question”, as virtudes
do debate democrático;
Encontros, sociabilização.
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Um humanismo

Aprender uma língua, torna-se :





encontrar pessoas que a falam ;
ter coisas a dizer a estas pessoas ;
levar as nossas ideias ao conhecimento dos
outros e respeitar as ideias dos outros ;
cultivar um pensamento humanista ;
participar à mudança do mundo.
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O trabalho em comum : um trabalho em
simbiose


A totalidade simbiótica é superior à soma dos
componentes (princípio da sinergia).
Pode-se aplicar o princípio a outras
formações em comum, à distância ou não.
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Bibliografia






Ver a bibliografia da página principal de www.galanet.eu
MEISSNER, Franz-Joseph, MEISSNER, Claude, KLEIN, Horst,
STEGMANN, Tilbert.- Introduction à la didactique de
l’eurocompréhension, EuroComRom. Les sept tamis. Lire les
langues romanes dès le début.- Aachen : Shaker-Verlag, 2004 ;
achat en ligne sur www.eurocomcenter.com (3 euros a versão
digital)
BLANCHE-BENVENISTE, C. et al., Eurom4 : méthode
d’enseignement simultané des langues romanes, La Nuova Italia
Editrice, Firenze, 1997.
TEYSSIER, Paul, Comprendre les Langues Romanes, du français à
l'espagnol, au portugais, à l'italien et au roumain : méthode
d'intercompréhension, Chandeigne, Paris, 2004
LEVY, Pierre, Cyberdémocratie, Odile Jacob, Paris,2002
DE ROSNAY, Joël, L’homme symbiotique, Seuil, Paris,1995
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

Obrigado pela atenção
Não hesitem em escrever-me :

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