PODER &
AUTORIDADE
A única sociedade em que a
autoridade se origina sem
formalidades é a família
natural; a autoridade
pertence ao casal que a
constitui. O primeiro pacto
social é a família.
Toda sociedade, com exceção
da família, conta com um
conjunto de normas para
escolha da autoridade que a
governa. Toda autoridade lida
com questões complexas e
necessita de cooperação e do
poder coercitivo.
Poder do povo
Poder aquisitivo
Poder da elite
Poder da natureza
Poder do dinheiro
Pessoas poderosas
Empresa poderosa
Governo poderoso
A fonte originária do poder
encontra-se na capacidade
de coagir ou de estabelecer
uma relação de domínio
sobre os outros, na
produção de efeitos
desejados ou no controle
das ações dos outros. (Srour,
1998)
O indivíduo ou o grupo
dotado de poder pode
influenciar o comportamento
e os resultados de outras
pessoas. Pode conseguir o
que quer de acordo com seus
interesses. (MORGAN, 1996)
O Poder Coercitivo é utilizado
para se conseguir o que quer
com base em ameaças e
punições. Por exemplo, se um
indivíduo não desempenhar
seu trabalho adequadamente
ou se não acatar as ordens de
seu superior, ele pode ser
ameaçado de demissão.
As pessoas reagem a este poder
por medo dos resultados
negativos que possam ocorrer
caso não concorde: aplicação ou
ameaça de aplicação de sanções
físicas, como infligir dor, gerar
frustração por restrições de
movimento ou de controle à
força. (ROBBINS, 1999)
Tipos Puros de Dominação
Legítima,
segundo Max Weber
Dominação racional-legal ou
burocrática
obedece-se não à pessoa em
virtude de seu direito próprio,
mas à regra estatuída, que
estabelece ao mesmo tempo a
quem e em que medida deve
obedecer. Seu tipo mais puro é
a burocracia.
PODERES DO ESTADO - dominação legal
Legislativo:
estabelece normas
gerais e abstratas que regem a vida
em
sociedade,
por
meio
de
manifestação de vontade a ser
obedecida toda vez que ocorre o fato
descrito na norma. Exemplo: quem
importa mercadoria paga o imposto
sobre importação. Esta é uma lei.
PODERES DO ESTADO - dominação legal
Executivo: traduz num ato de
vontade individualizado a
exteriorização abstrata da norma.
Exemplo: cobrar do importador o
tributo na quantidade prevista na lei é
ato executivo.
PODERES DO ESTADO - dominação legal
Judiciário: dirime controvérsias que
podem surgir na aplicação da lei.
Exemplo: se o importador considera
indevido o tributo cobrado surge uma
lide a ser resolvida pelo Judiciário.
Dominação Tradicional
Se estabelece em virtude da
crença da santidade das
ordenações e dos poderes
senhoriais existentes há
séculos. Seu tipo mais puro é o
da dominação patriarcal.
Dominação Carismática
Se dá em virtude de devoção
afetiva à pessoa do senhor e a
seu carisma e, particularmente, a
faculdades mágicas, revelações
ou heroísmo, poder intelectual ou
de oratória. Seu tipo mais puro é
a dominação do profeta, do herói
guerreiro e do grande demagogo.
Quando há uma inversão da ordem e
da autoridade, ocorre o fenômeno
que Durkheim denomina Anomia: é
a ausência, desintegração ou
inversão das normas vigentes em
uma sociedade.
Neste caso, a consciência
“perde” os parâmetros de
julgamento da realidade. Ela
vai acontecer em momentos
extremos, tais como: guerras,
desastres ecológicos,
econômicos, etc..
AUTORIDADE
Aquele que age e que
acrescenta. A autoridade de uma
pessoa é um dom, uma
qualidade ou capacidade natural,
que leva as outras pessoas a
respeitá-la e segui-la.
Max Weber, um dos fundadores
dessa área de estudo, diz que poder
é a capacidade de obrigar, por causa
de sua posição ou força, os outros a
obedecerem à sua vontade, mesmo
que eles preferissem não fazê-lo.
Autoridade é a habilidade de levar
os outros, de boa vontade, a
fazerem sua vontade.
Outras maneiras de se observar
estas diferenças, são:
• poder é comprado e vendido, dado
e tirado.
• por outro lado, a autoridade é a
essência da pessoa, está ligada ao
seu caráter.
Exemplo
O PODER é a capacidade
formal de governar.
AUTORIDADE é o poder
moral para governar.
BOM DESEMPENHO DA PESSOA QUE
TEM PODER E/OU AUTORIDADE
RESPEITO À VERDADE
RESPEITO À LIBERDADE
INDIVIDUAL
DEFESA DO BEM COMUM
A ordem dada por uma pessoa
que tenha poder e/ou autoridade
é, cedo ou tarde, submetida a uma
verificação do seu conteúdo de
VERDADE. Se ordens não forem
corretamente fundamentadas, se
não forem éticas, perderão seu
fundamento e crédito.
A verdadeira autoridade convive
com a LIBERDADE dos grupos
sociais. Precisamente porque as
pessoas percebem como um bem
o espaço aberto pela autoridade
ao seu desenvolvimento pessoal,
é que elas seguem a autoridade,
o chefe, o líder.
O BEM COMUM é o conjunto de
condições sociais que permite e
favorece aos membros da
sociedade o seu desenvolvimento
pessoal e integral.
Exemplos do bem comum
de uma Nação
• recursos materiais e o território
• receita global e o salário justo
• propriedade privada
• previdência social
• segurança
• saúde
• preservação do meio ambiente
Exemplos dos componentes de bem comum de
uma Nação
• idioma, cultura, artes, letras e
ciências
• moralidade pública
• estradas, transporte, água,
eletricidade
• poderes executivo, legislativo e
judiciário
• defesa da liberdade e dos
direitos individuais
Por quê o exercício do
poder é necessário?
Visão otimista do homem de acordo com
Aristóteles, Política, IV séc. a.C. * Estagira, colônia da Trácia –
Grécia, em 384 e + 322 a.C.
“A singularidade do homem, em
comparação com o resto do mundo
animal, está em que apenas ele possui a
percepção de bem e mal, de justo e
injusto, e de outras qualidades similares;
e é a associação na percepção comum
dessas coisas que constitui uma família
e uma cidade [...]
Visão otimista do homem
“O homem isolado – aquele que
é incapaz de partilhar benefícios
da associação política ou que
não precisa partilhar porque já é
auto-suficiente – não pertence à
cidade, sendo, portanto, ou uma
besta selvagem ou um deus.”
Visão otimista do homem
“O estado é superior ao indivíduo,
porquanto a coletividade é superior ao
indivíduo; o bem comum superior ao bem
particular. Unicamente no estado efetua-se
a satisfação de todas as necessidades,
pois o homem, sendo naturalmente animal
social, político, não pode realizar a sua
perfeição sem a sociedade do estado.”
Visão pessimista do homem
segundo Thomas Hobbes. Criou uma teoria que fundamenta a
necessidade de um Estado Soberano como forma de manter a paz civil. *
Westport, Inglaterra, 5 /4/1588 + 4/12/1679
“Os desejos dos homens são
diferentes, visto que eles diferem
entre si em temperamento, costume
e opinião; nós vemos isso em
percepções sensoriais tais como o
paladar, tato ou olfato, mas ainda
mais nos negócios comuns da vida,
Visão pessimista
onde aquilo que uma pessoa
aprova – ou seja, chama de bem
– outra vai condenar e chamar
de mal. De fato, com freqüência
o mesmo homem, em momentos
diferentes, irá aprovar e censurar
a mesma coisa; quando for o
caso, surgirá necessariamente a
discórdia e o conflito.”
Visão pessimista
“Sem um poder comum para
mantê-los em assombro, os
homens estão naquela condição
que é chamada guerra; e uma
guerra tal que é de cada homem
contra cada homem. [...]
Visão pessimista
Em tal condição, não há lugar
para o trabalho, pois seus frutos
são incertos. Conseqüentemente,
não há cultivo da terra, não há
navegação, nem o uso de
mercadorias que podem ser
importadas por mar, não há artes,
literatura, sociedade”.
Visão pessimista
“A única maneira de construir tal
poder comum, capaz de
defender os homens das
invasões de estrangeiros e das
agressões mútuas [...] é outorgar
todo seu poder e força a um
homem, ou a uma assembléia de
homens, que possa submeter
todas as vontades a uma única
Visão pessimista
Isto é mais do que consentimento ou
concórdia; é uma união real através
de um pacto [...] como se cada
homem dissesse para cada homem,
‘eu autorizo e cedo meu direito de me
auto-governar a este homem, ou a
esta assembléia, sob a condição de
que você ceda o seu direito a ele e
autorize todas as suas ações de uma
maneira análoga’.
Visão rousseauniana
“Para Rousseau, o estado humano inicial
é de inocência feliz – o homem é
naturalmente bom – mas a partir da
técnica e da propriedade privada cai num
estado semelhante ao que é descrito por
Hobbes, e para sair dele é instituído o
‘pacto social’, a ‘anexação total de cada
associado sob a suprema direção da
vontade geral’;
Visão rousseauniana
‘este ato de associação produz
um corpo moral e coletivo que
recebe, por esse mesmo ato, a
sua unidade, o seu eu comum, a
sua vida e a sua vontade’.”
[Jean Jacques Rousseau nasceu em Genebra, Suíça,
em 28 de junho de 1712 e faleceu em 2 de julho de
1778]
O Brasil e o poder do Estado
Mais dependentes de iniciativas
governamentais, os brasileiros
pobres acreditam que cabe ao
Estado intervir mais na
economia e na vida dos
indivíduos. O que não é difícil
de entender:
baixos níveis de escolaridade
resultam em renda mais baixa; e
renda mais baixa leva a um
sentimento de incapacidade e
impotência. Esta situação os
leva a considerar o Estado um
grande pai protetor.
cabeça do brasileiro, p. 179.
Alberto Carlos Almeida, A
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