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O DIÁLOGO HERMENÊUTICO COMO CONDIÇÃO DE POSSIBILIDADE DO
FILOSOFAR
Marcos Alexandre Alves1
Patrícia Duarte Nasralla2
Introdução
Com Gadamer a hermenêutica chegou ao patamar de ontologia. Isso porque o autor
insere o próprio sujeito como parte integrante do processo dialético que é tomado como
dialógico. Em outras palavras, o conhecimento hermenêutico se constitui a partir da relação
dialógica entre sujeitos, onde cada um tem um comunicado a fazer. Aqui, o ponto de partida
para a elaboração de uma hermenêutica filosófica é a experiência. Os sujeitos na relação
hermenêutica se apresentam como linguagem, assim fazer uma experiência hermenêutica do
outro é suspender os preconceitos e estar aberto àquilo que o outro comunica. Na experiência,
via hermenêutica, não há sedimentação ou desfragmentação do objeto. O que há é a
disposição de estabelecer o diálogo.
Por conseguinte, neste texto, queremos situar a centralidade do diálogo como o lugar
apropriado para a hermenêutica filosófica acontecer, enquanto experiência da linguagem.
Vivemos em uma linguagem como em um elemento que nos constitui. No contato em forma
de linguagem e em tudo que chamamos de diálogo, nós procuramos as palavras. Elas nos
ocorrem, e chegam até o outro ou não o atingem. Aquilo que se quer dizer torna-se presente e
familiar aos participantes do diálogo na troca das palavras. Esta é, por assim dizer, a
metodologia, o modo mais apropriado de a hermenêutica filosófica efetivar-se. Ou seja, pelo
diálogo é possível ressaltar, mais especificamente, a força do processo relacional do saber
filosófico. No diálogo, o sujeito deve ser visto e assumido em sua real proporção com relação
à alteridade, com a liberdade que conquistou na modernidade, em meio aos condicionamentos
existenciais e históricos. Portanto, o modo próprio de ser da linguagem, da hermenêutica
filosófica, pode ser representado pelo jogo, mas possui seu modo mais apropriado de realizarse no diálogo. O diálogo mostra melhor a dimensão do processo relacional do saber, enquanto
o jogo ressalta a subjetividade afetada daquele que joga.
A linguagem não se realiza em enunciados, mas como diálogo, como a unidade de
sentido, que se constrói a partir da “palavra e da resposta” (GADAMER, 2004, p.243). Com o
1
Doutorando em Educação pelo PPGE/UFPEL. Mestre em Filosofia pelo PPGF/UFSM. Licenciado em
Filosofia pela FAFIMC. Professor na UNIFRA e FAPAS. E-mail: [email protected]
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Acadêmica do 8º Semestre do Curso do Filosofia da Faculdade Palotina – FAPAS. E-mail:
[email protected]
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aprofundamento do diálogo estamos no núcleo da explicitação da hermenêutica filosófica. Se
o jogo é uma estrutura com caráter epistemológico, embora possua traços ontológicos, o
diálogo é ontológico porque nele se constitui e aparece de forma mais patente o modo de ser
da hermenêutica, em que esta, enquanto filosofia, implica e exige a experiência existencial de
quem filosofa. Além do mais, “a dimensão da relação com a alteridade aparece implicada e
justificada filosoficamente” (ROHDEN, 2002, p.182).
Os homens são e se realizam mais plenamente no e pelo diálogo e a experiência
hermenêutica básica e autêntica é a experiência dialógica. Esta não trata apenas do diálogo
que se mantém com alguém, mas do diálogo que somos e no qual, ao final, nos sentimos mais
realizados, mais felizes. Não afirmamos apenas a natureza dialógica da linguagem, mas
também uma constituição dialógica da existência. Ora, é isso que sustenta o fato de que o
diálogo é um modo de ser e, enquanto postura é ontológico. Também por isso o diálogo é o
modelo estrutural mais apropriado para a hermenêutica filosófica realizar-se. Pressupomos
que o diálogo não é algo separado, que acopla ao ser humano, mas uma dimensão constituinte
e constituidora dele. Numa palavra, filosofar só é possível “junto com e em referência ao
outro” (ROHDEN, 2002, p.183).
Neste sentido, intencionamos, de modo geral, apresentar o modelo estrutural do
diálogo, a luz da hermenêutica, como fundamento do filosofar segundo Gadamer. Já,
especificamente, pretendemos identificar os diferentes níveis e empecilhos do diálogo;
contextualizar o seu surgimento e contraposição; mostrar as contribuições das especulações
filosóficas de Gadamer para a hermenêutica como compreensão; apresentar o papel do
diálogo no processo de constituição da subjetividade pensante; defender que no jogo
hermenêutico a experiência dialógica é conservada e ampliada, constituindo-se como abertura
sempre a novas possibilidades de pensar, conhecer, agir.
Situação, níveis e empecilhos do diálogo como unidade de sentido
De modo progressivo, Gadamer acentuou a função histórico-imanente da linguagem.
Isto significa que é preciso pensar-nos mediados pela distintividade dialógica do outro. Este
argumento pode ser chamado de antropológico, uma vez que somos também o que pensamos
e fazemos mediados pela alteridade, o que constitui um pressuposto do diálogo. Até que ponto
na vida, já experienciamos a inesgotabilidade das nossas expressões lingüísticas, que o falar
se desdobra no diálogo e que o fenômeno da linguagem não se contempla a partir do
enunciado isolado, mas a partir da totalidade de nossa conduta no mundo, que é por sua vez
um viver em diálogo. O diálogo remete à totalidade da nossa conduta no mundo, não apenas
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ao ato específico de conhecer; por isso afirmamos que ele não tem um fim predeterminado,
como é o caso da experiência científica3.
O diálogo pedagógico entre mestre e discípulo é sem dúvida uma das formas
“originárias de experiência dialógica” (GADAMER, 2004, p. 248). Quem ensina enfrenta
uma grande dificuldade para manter a capacidade para o diálogo, dificuldade esta à que
muitos sucumbem, pois quem ensina acredita que deve ensinar e pode falar supondo que,
quanto mais consistente e sólido for seu discurso, tanto melhor comunicará sua doutrina bem
como persuadirá seus alunos da veracidade do que transmite.
Ora, essa incapacidade para o diálogo está aqui no professor, e sendo este o autêntico
transmissor da ciência, essa incapacidade radica na estrutura monologal da ciência e da teoria
moderna. Neste sentido, é muito difícil passar da atitude receptiva de ouvinte à iniciativa da
pergunta e oposição, o que pode levar ao fracasso do diálogo pedagógico. Outra dificuldade
que impede a realização do diálogo decorre do número de pessoas envolvidas nele. Por esta
razão, Platão afirmou que o diálogo ocorre entre poucos ao mesmo tempo num mesmo lugar.
Na negociação (diálogo comercial), pressupõe-se uma ênfase à troca, que leva os
“interlocutores a se aproximarem uns dos outros” (GADAMER, 2002, p. 249). Neste caso, o
diálogo obtém êxito se produz um acordo, mas as pessoas que em seu intercâmbio mútuo
chegam a um equilíbrio não ficam afetadas nem se relacionam como pessoas, mas como
administradores dos interesses partidários que representam.
Outro modo de diálogo que nos é familiar é o diálogo terapêutico, representado na
“prática da psicologia” (GADAMER, 2002, p.249). Aqui, a incapacidade para o diálogo é o
ponto de partida a desde o qual a recuperação do diálogo se apresenta como o próprio
processo de cura. O patológico é a situação inicial em que a comunicação natural de alguém
com as pessoas que estão à sua volta, está interrompida por idéias delirantes; o enfermo se
encontra tão preso que não sabe ouvir a linguagem dos outros enquanto alimenta suas idéias
patológicas. Porém, a insuportabilidade desta cisão da comunidade dialogal dos seres
humanos leva-o ao conhecimento da enfermidade e o conduz ao médico, sendo que o
específico no diálogo terapêutico da psicanálise é que se procura curar a incapacidade para o
diálogo, que constitui aqui a verdadeira enfermidade, mediante o diálogo.
Deste modo, o próprio diálogo é então um trabalho em comum de esclarecimento
específico relacionado com o que limita a aplicação do diálogo psicanalítico à vida dialogal
3
Platão escreveu sua filosofia em forma de diálogo e reconheceu que filosofar é possível somente um-com-ooutro; o diálogo aberto é para Platão o único modo como a verdade pode realizar-se.
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da práxis: o primeiro pressuposto deve ser neste caso, o conhecimento da enfermidade por
parte do paciente, que confessa estar incapaz de entrar em diálogo ou, em termos socráticos,
tomar consciência de um saber que não sabe.
No diálogo confidencial, a incapacidade para o diálogo ocorre quando alguém, por
exemplo, afirma categoricamente: “contigo não se pode falar”, “não preciso ouvir”. Ora, uma
afirmação peremptória como esta inibe e impede o outro de se expor e entrar com liberdade
no jogo dialógico. Neste caso, um não se põe em diálogo e o outro fica impedido de “entrar
no jogo dialógico” (GADAMER, 2004, p. 250).
Acrescentem-se aos obstáculos assinalados acima, presentes nos diferentes níveis de
diálogo, duas formas típicas, gerais, de incapacidade para o diálogo: a incapacidade subjetiva,
que é a incapacidade de ouvir; a incapacidade objetiva, que se opõe quando não existe uma
“linguagem comum entre aqueles que planejam dialogar” (GADAMER, 2004, p. 250). A
incapacidade subjetiva, que é a incapacidade de ouvir, refere-se à situação em que não sequer
ouvir ou se ouve mal. Faz parte das nossas experiências humanas fundamentais não saber
perceber a tempo o que sucede no outro, não ter o ouvido atento o bastante para ouvir seu
silêncio e seu enrijecimento. E também ouvi-lo mal. O não ouvir e o ouvir mal se produzem
por um motivo que reside no próprio indivíduo. Só não ouve, ou em seu caso ouve mal, quem
permanentemente se escuta a si mesmo, aquele cujo ouvido está, por assim dizer, tão cheio do
alento que constantemente infunde a si mesmo ao seguir seus impulsos e interesses, que não é
capaz de ouvir o outro.
De forma geral, para Gadamer não pode ser considerado um autêntico filósofo quem
diz: “não quero te escutar” ou “não me interessa o que tu queres dizer”. O entrave dialógico
da incapacidade objetiva reside no fato de que a linguagem comum entre as pessoas vai se
degradando mais e mais à medida que nos habituamos à situação “monologal da civilização
científica de nossos dias e à técnica informativa de tipo anônimo que esta utiliza”
(GADAMER, 2004, p. 251). Não podemos ignorar o fato de que há circunstâncias sociais
objetivas que podem conduzir a um atrofiamento da linguagem dialógica, produzido, por
exemplo, pelos meios de comunicação social.
O abuso da linguagem é um obstáculo dialógico contra o qual Gadamer investiu. O
abuso ocorre por não darmos a devida atenção ao sentido próprio de cada palavra empregada
em diferentes contextos ou quando não prestamos atenção às diferentes nuanças das palavras
ou suas expressões metafóricas. Trata-se de uma repetição impensada da linguagem. Outro
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empecilho do diálogo é a alienação social e política4. O dogmatismo e o ceticismo também
entravam o desenvolvimento do diálogo. O dogmático, satisfeito com seu conhecimento, não
quer saber mais. Trata-se da posição oposta à docta ignorantia, segundo a qual só deseja saber
quem não sabe que não sabe. A atitude dogmática não se preocupa com a justificação do
saber. O ceticismo sufoca o desejo e a capacidade de saber ao afirmar que é impossível
conhecer.
O movimento do diálogo fica paralisado quando não se entra no jogo, ou quando
alguém é convidados a dialogar, mas não se dispõe a isto5. Neste caso, não acompanhamos
efetivamente as questões, os problemas levantados pelo outro, que constituem a “coisa” do
filosofar. Na atitude não dialógica não leva a sério, por temor ou petulância, o embalo do
diálogo que nos convida a sair de nós mesmos, que nos leva a pôr às claras nossas posições
pessoais acerca dos conceitos e pré-conceitos filosóficos, bem como, na nossa própria vida.
Esta postura epistêmica dicotomiza a vida do pensar própria de quem se limita a olhar o jogo
da existência como um espectador. Já o diálogo autêntico exige “participação efetiva dos
parceiros do diálogo” (ROHDEN, 2002, p. 189).
As dimensões do diálogo hermenêutico
Compreender um texto não significa chegar a um acordo histórico, seguro, que
reconstruiria a gênese do texto. Na tentativa de constituir o sentido do texto sempre estão
implicados os juízos e pré-juízos do intérprete. O horizonte do intérprete é, deste modo,
determinante, mas ele também, não como um ponto de vista próprio que se mantém ou se
impõe, mas, antes, como uma opinião e possibilidade que se aciona e coloca em jogo e que
ajuda a apropriar-se de verdade do que diz o texto. Nisto reconhecemos a forma de realização
do diálogo, em que um tema chega à sua expressão, não como coisa minha ou do autor, mas
como coisa comum a ambos. O que é o diálogo?
O diálogo hermenêutico extrapola a relação exclusiva para com o texto da tradição e
se apresenta como um espaço e lugar para o debate que argumenta e para uma disputa de
concepções que se realiza sem amargura e com vistas a um consenso possível. O diálogo
4
Pensemos sobre o significado da expressão “sempre foi assim...”, empregada nas mais diversas situações. Nesta
expressão pode estar impressa uma alienação que emperra o diálogo o diálogo hermenêutico. A alienação
consiste em empregar e repetir palavras e expressões que não constituem nem representam a realidade como tal.
5
Assim, quem não se dispõe a mudar seu ponto de vista – e inclusive sua ação – não pode dialogar. No máximo,
como no caso das ditaduras, só fala, só comanda, só diz ou só obedece e executa as ordens um diálogo sempre
nos deixa marcas em nós. O diálogo possui uma força transformadora. Quando acontece um diálogo, algo fica
entre nós, é algo que nos transforma.
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hermenêutico não é uma forma de discussão sem compromisso. Ele se apresenta ao contrário,
como médium no qual a razão se realiza, e se constitui no modo de ser próprio da
hermenêutica filosófica. Deste modo, um diálogo sempre deixa pegadas em nós. O que faz
com que algo seja diálogo não é o fato de havermos ensinado algo de novo a alguém, senão
que tenhamos encontrado no outro algo que não havíamos encontrado ainda em nossa
experiência do mundo. Enquanto metodologia hermenêutica, o diálogo não trata apenas do
conhecimento “em si”, mas envolve necessariamente nosso “modo de ser e por isso é
ontológico” (GADAMER, 2004, p. 247).
O diálogo hermenêutico possui uma força transformadora. Quando ocorre um diálogo,
permanece algo em nós que nos transforma. Por isto o diálogo possui uma afinidade peculiar
com a amizade. Só no diálogo e no riso em comum, que é comum consenso desbordante sem
palavras, os amigos podem se encontrar e criar este gênero de comunidade em que cada qual é
“o mesmo para o outro” (GADAMER, 2004, p. 247). O modelo de diálogo que paira e ao
mesmo tempo sustenta o diálogo hermenêutico é o socrático, que se pauta pela universalidade
moral contra qualquer espécie de banalização da linguagem, onde o sentido está somente
presente pelo jogo do diálogo, onde, longe de se reduzir uma significação neutra, ele se impõe
como verdade.
Podemos afirmar que o diálogo não tem um objeto do qual se fala, mas primariamente
um tema sobre o qual se fala. Em um diálogo tratamos sempre de uma coisa e é dela que
sempre se fala, mas sempre na forma do discurso sobre algo. Ele tem sempre dois momentos:
a coisa da qual trata o discurso e aquilo que em um tal discurso verdadeiramente ganha
expressão. O diálogo não visa apenas à troca de informações universais, descomprometidas
com a realidade de cada um, nem intenciona apenas conciliar opostos, mas salvaguardar
aquilo que emerge nele mesmo.
Uma decisão se constitui em conteúdo e forma de um diálogo. Enquanto tema, só há
diálogo se os parceiros do diálogo entram no movimento auto-implicativo, históricoexistencial e o assumem para, ao filosofar, discernir e decidir. Por ser sempre autoimplicativo, denominamos o diálogo de ontológico. Ao diálogo pertence à essência de uma
decisão não-objetificável, mas dialogal, pois da decisão sempre faz parte o ser perguntado por
algo, o ser exigido algo de mim, o eu tenho que me responsabilizar por. A decisão sempre se
apresenta, primeiro como questão de decisão. Enquanto exemplo de objeto hermenêutico,
uma decisão não comporta ser tratada como objeto científico. Ao decidir, os parceiros se autoimplicam no jogo dialógico. O diálogo definha caso apenas um dos parceiros do diálogo só
fale, só escute, ou decida pelo outro.
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A linguagem que vem à fala, no diálogo, não é totalmente objetificável nem
totalmente disponível aos parceiros do diálogo. O acordo sobre determinado assunto, que
pode surgir no diálogo, não significa necessariamente conciliação nem um processo externo
que ajuste argumentos instrumentalmente6. Enquanto processo, o diálogo procura chegar a um
acordo que não precisa ser definitivo, nem absoluto, pois faz parte do verdadeiro diálogo o
atender realmente ao outro, deixar valer os seus pontos de vista e pôr-se em seu lugar, e talvez
não no sentido de que se queira entendê-lo como esta individualidade, mas sim de que se
procura compreender o que ele diz. O que importa que se acolha é o direito de sua opinião.
Acordo não significa necessariamente adesão ou submissão ao outro, mas aquilo que surge no
diálogo. Acordo sobre a compreensão que se tem acerca do que o outro diz ou quer dizer,
pensa ou quer expressar, faz ou quer fazer, “mesmo que um parceiro discorde do outro”
(ROHDEN, 2002, p. 196).
O objeto mais importante no diálogo não é sobre o que se trata, mas o parceiro nele
envolvido, pois quem pergunta é perguntado e quem responde, responde sobre si mesmo. Na
pergunta como na resposta dialógica, o objeto mais importante não é a coisa sobre a qual se
trata, mas os parceiros do diálogo. A pergunta dialógica difere da pergunta destinada ao obter
uma informação. A pergunta por uma informação não atinge necessariamente o outro nem
afeta quem pergunta ou ouve uma resposta. No diálogo autêntico, o interrogado é sempre
solicitado a dar uma resposta prático-argumentativa. O diálogo hermenêutico não possui um
objeto único e delimitável, seja porque o real é mais que método em sentido estrito, seja
porque nele está implicado o jogo da liberdade entre os parceiros, porque ele é finito histórico.
Um traço fundamental do diálogo é sua impossibilidade de determinação final prévia,
pois o diálogo é aquilo pelo qual a linguagem como linguagem realmente vive e no qual ela
percorre toda sua história de formação. Somente pelo fato de que seres humanos falam unscom-os-outros há linguagem, mas não como material objetificável ou determinável
previamente. Portanto, o diálogo autêntico não pode ser conduzido voluntariamente segundo
interesses particulares dos parceiros, assim como se conduzem cavalos com rédeas. Embora
haja uma direcionalidade na condução do diálogo, aqueles que dialogam são mais dirigidos
que condutores do espírito dialógico. Não podemos antecipar teleologicamente o que
acontecerá e produzirá um diálogo. Dizer que um diálogo foi bom significa afirmar que ele
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De igual maneira não é correto dizer que os parceiros do diálogo se adaptam uns aos outros; antes ambos vão
entrando, à medida que acontece o diálogo sob a verdade da própria coisa e é esta que reúne uma nova
comunidade. O acordo no diálogo não é somente uma mera representação e um impor do próprio ponto de vista,
mas uma transformação rumo ao comum, a partir de onde já não se continua sendo o que era.
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tem seu próprio espírito e que a linguagem que nele discorre leva consigo sua própria
verdade. Deveríamos defendê-lo em sua “possibilidade de verdade própria contra submissão
às regras de uma lógica apodíctica” (GADAMER, 2004, p. 252).
O diálogo possui sua liberdade e causalidade própria; compreende, por um lado, a
criatividade, e, por outro, a historicidade. Ele pode se desenvolver a partir de si mesmo;
defender-se contra uma condução demasiado rígida precisa de sua liberdade própria. Inclusive
a casualidade. Um diálogo não pode ser reforçado. Em sua independência pode até colocar
exigências aos participantes. Não estamos afirmando que ele é ilógico; antes possui uma
lógica própria, em que as regras do diálogo conjugam-se com a liberdade e a criatividade
humanas7.
Com o diálogo, recupera-se a força do pensamento dialético que não pode ser dirigido
pela razão anônima. O princípio do diálogo é o princípio fundacional da hermenêutica, que
permite desmascarar as ilusões de uma ilustração auto-possessiva que não reconhece os
limites da consciência de si. Com o diálogo hermenêutico superamos o ponto de partida da
individualidade metódica, que instrumentaliza o acontecer comunicativo de sentido,
revelando-se auto-implicativo. A racionalidade que percorre os meandros do diálogo possui
os traços da experiência do jogo totalmente diferente da pretensa atitude da razão anônima. O
diálogo só existe enquanto vivência, não enquanto abstração. Por isto é irredutível à
epistemologia ou à lógica apofântica. O diálogo, na perspectiva ontológica, consiste em uma
forma de realização antes da própria linguagem que da subjetividade isolada; o diálogo com o
outro, suas objeções ou sua aprovação, sua compreensão e também seus mal-entendidos são
uma espécie de ampliação de nossa individualidade e uma pedra de toque do possível acordo
a que a razão nos convida. Trata-se de um saber “ontológico, porque é auto-implicativo, cujo
plano de fundo é a bondade” (ROHDEN, 2002, p.199).
No diálogo hermenêutico não se impõe a opinião própria sobre a do outro, nem se
monologiza, tampouco se agrega a opinião de um à do outro ao modo de soma, mas o dialogar
transforma ambos. Assim, a coincidência que não é já minha opinião nem a tua, mas uma
interpretação comum do mundo, possibilita a solidariedade moral e social. O que é justo e se
considera tal reclama por si mesmo a coincidência que se alcança na compreensão recíproca
das pessoas. Nesta perspectiva, o parceiro não dá resposta ele é resposta, uma vez que, ao
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O diálogo bem-sucedido possui o caráter de acontecimento e é considerado produtivo justamente à medida que
não depende da consciência controlada e da antecipação prognosticada dos participantes. Justamente no
inesperado, na abertura de possibilidades insuspeitadas de compreensão, a lógica do diálogo revela sua potência
criativa. Nele, na verdade, vem à linguagem algo que não é esperado, e, neste sentido, o dialogar constitui um
risco para os parceiros, uma vez que escapa ao controle da consciência.
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dialogar, ele não se exclui como é o caso do conhecimento objetivista ou subjetivista do
processo dialógico.
Diferentemente do monólogo, no diálogo precisamos nos confrontar com o diferente
quanto ao modo de ser e de pensar, o que constitui outra lógica. O que nos conduz é o
conhecer pré-conceitualmente condicionado pelo outro (pessoa, texto, tradição). Deste modo,
a verdade que emerge no diálogo hermenêutico apresenta-se como uma moral (um modo
universal de pensar e de agir). Isto implica que é na relação com o outro e na instituição do
nós que vivenciamos nossa própria particularidade em uma contínua transformação (pessoal e
social), que não é auto-anulação.
Constituímos, o diálogo, no intercâmbio entre pergunta e resposta, palavras e
sentenças. Fazem parte dele a irrepetibilidade das perguntas que se colocam e suas respostas.
Um diálogo perde sua vida (espírito) no momento em que alguém não acompanha as palavras
do outro, não responde ou anula o que o outro afirma. Então, já se foi o espírito, específico,
leve no qual um diálogo move-se por si mesmo, quando lhe sopra um vento bom. Para onde
ele sopra? Nós o sabemos: rumo ao consenso, para o que, ao que parece, somos feitos como
seres que pensam. Entendimento com o outro e entendimento conosco mesmos, assim como
seres vivos que não pensam desde sempre estão de acordo consigo mesmos. O transcurso de
um diálogo é, antes, um acontecimento que, por sua própria natureza, não se presta a ser
registrado em um protocolo.
Portanto, podemos caracterizar o diálogo hermenêutico a partir do jogo, que não pode
ser concebido exclusivamente a partir da consciência do jogador e que é na realidade um
processo dinâmico que engloba o sujeito ou sujeitos que jogam. A fascinação do jogo para a
consciência lúdica reside, justamente, neste sair para fora de si para entrar em um contexto de
movimento que desenvolve sua própria dinâmica. Aqueles que se fecham à possibilidade de
jogar ou que querem determinar o rumo do jogo não jogam, o que se aplica igualmente ao
diálogo, não filosofam. A natureza do jogo pede que fiquemos impregnados de seu espírito de
ligeireza, de liberdade obtida, ou, que é estruturalmente a fim à natureza do diálogo. O modo
de entrar em diálogo é de deixar-se levar por ele não depende substancialmente da vontade
reservada ou aberta do indivíduo, mas da lei da coisa mesma que rege o diálogo, provoca a
fala e a replica e no fundo conjuga ambas. Por isto, por meio do diálogo, nós seres humanos
nos realizamos.
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Exigências e condições intrínsecas do diálogo hermenêutico
Na hermenêutica filosófica, a relação com o outro precede em ordem de importância a
experimentação realizada pelo eu, porque este se encontra desde sempre situado no seio de
uma comunidade. O que move o diálogo é um saber referido ao outro, e o encontro com o
outro, na linguagem, é uma das “condições fundamentais do próprio filosofar” (GADAMER,
2007, p. 422). Uma palavra que não alcança o outro está morta. O diálogo é com o outro, e
cada palavra necessita no momento concreto do tom correto e irrepetível. Isto não significa
uma prisão do eu ao outro, afinal a possibilidade de o outro ter razão é alma da hermenêutica,
o que atesta a dimensão da alteridade constituidora dela. A prioridade da relação com o outro
significa muito mais que falar com o outro; trata-se, antes, da centralidade do outro no
processo de conhecer e de pensar.
O autêntico diálogo exige que para ser capaz de dialogar, há que saber ouvir. O
encontro com o outro se produz sobre a base do saber se auto-limitar. Só quem ouve pode
dialogar. Só dialoga quem não monopoliza a palavra. Não é uma razão anônima ou dialéticosintética que move e condiciona a hermenêutica filosófica, mas o projeto de uma dialética
dialógica. Neste sentido, a hermenêutica dialógica não é uma forma de conhecimento para
dominar. O diálogo “não tem como finalidade primeira e última a redução do real a um
conceito definitivo e absoluto, nem instrumentaliza o processo filosófico” (GADAMER,
2007, p. 429).
A metafísica da pura subjetividade do idealismo metodológico só poderá ser superada
pela hermenêutica dialógica, que não esgota a possibilidade do perguntar e do responder. O
diálogo hermenêutico, muito mais que uma categoria formal é um princípio ontológico,
constituinte e constituidor da filosofia. Assim, o encontro com o outro, os acontecimentos
históricos, os textos nos remetem a uma verdade que não pode ser abstraída de nossa natureza
contingente nem pode ser identificada com a certeza cartesiana. O princípio do diálogo
permite, por um lado, a crítica ao formal-subjetivismo e, por outro, a inserção do ideal de
objetividade da investigação científica no espaço de uma estrutura ontologicamente mais
fundamental, como o da experiência histórica. O desenvolvimento do diálogo como espaço,
lugar, modo de ser da hermenêutica filosófica
É uma radicalização da inquietude originária por atender à experiência filosófica como
esforço continuado cujas raízes não estão em uma preocupação social por instituir-se como
ciência. A hermenêutica se oferece como paradigma de filosofia que nasce discutida,
humanizada e preocupada mais pelo homem como ser que faz perguntas que como ser que
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institui respostas. Não se rechaça o ideal da ciência, mas, antes, valoriza-se e procura-se
alargar o estreitamento que a filosofia padece com ele. A hermenêutica preocupa-se mais com
a atitude do perguntar que com suas respostas acabadas, revitalizando assim o filosofar. A
partir da transformação da dialética em diálogo, compreendemos o grande debate filosófico,
não como a abordagem e uma razão pré-constituída, mas como uma arbitragem entre posições
sempre mais compreensivas e englobantes, que exprimiriam cada vez uma visão de homem,
de sociedade e de mundo, que refletiriam “as convicções e as aspirações do filósofo e de seu
meio cultural” (GADAMER, 2007, p. 432).
O diálogo hermenêutico acontece na relação entre parceiros, não com espectadores
passivos, interlocutores indiferentes ou ditadores. Numa conversa, falamos de uma relação
entre interlocutores; no diálogo, falamos de uma relação entre parceiros. Na conversa, há uma
troca de informações, de conceitos; a relação que os participantes estabelecem entre si não
visa chegar à raiz das coisas. Não há uma preocupação específica em aprofundar o tema que
os leva a conversar. A conversa não versa necessariamente sobre questões e soluções
antropológicas, éticas ou políticas. Já no diálogo, os parceiros, movidos pela paixão de saber
mais, melhor e de outra forma, comprometem-se com suas afirmações enquanto suas
perguntas e respostas estão imbricadas com seu modo de viver. Estabelecem uma relação de
compromisso com a procura de um saber mais universal, portanto, “mais ético” (GADAMER,
2004, p. 244).
Diferente da pergunta-resposta informativa, para que aconteça um diálogo
hermenêutico os parceiros devem “entregar-se a ele”. Contudo, isto ainda não é suficiente,
pois o diálogo vai sempre além de si mesmo, exigindo também que os parceiros se desdobrem
nele. Ora, desdobra-se no diálogo não pode ser exigido ou pré-determinado por ninguém.
Deste modo, no espaço da comunicação também um pedido de informações pode colocar
exigências; por exemplo, exigências quanto à exatidão e precisão da resposta, à
escrupulosidade e assim por diante. Um diálogo, no entanto, não se pode cumprir, além disso,
ele nunca é uma execução. O agir no diálogo tem um outro caráter de realização, como é o
caso da atividade poética, por exemplo, porque nele é necessário assumir o movimento autoimplicativo próprio e imprevisível.
A necessidade de desdobrar-se no diálogo mostra-se também no fato de que não
podemos nos encontrar constrangidos ou podados para atuar. Ao diálogo é inerente uma
espécie de transcendentalidade; isto é, ele não se esgota no que foi dito em seu transcurso. A
soma do que foi dito ainda não constitui um diálogo. Também o objeto de que se fala ainda
não decide se o vaivém das palavras já é um diálogo ou não. Do mesmo modo, a extensão e a
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duração do falar um com o outro ainda não constitui o diálogo: “pode ser uma simples
conferência, uma conversa, uma discussão ou um acerto” (GADAMER, 2007, p. 179).
A condição e a exigência fundamental do diálogo, hermenêutico, consiste em acolher a
palavra do outro. Receber e acolher não significa consentir ou ratificar a palavra do outro.
Acolher é ouvir, receber, procurar captar compreender o que o outro diz ou quis dizer num
determinado momento. Claro que todo ponto de vista tem algo de aleatório em si; afinal,
pertence ao ser humano à individualidade com impulsos e interesses próprios.
As exigências de abrir-se ao outro, de acompanhá-lo sem se auto-anular o entregar
arbitrariamente à opinião de outrem, de dispor-se a receber a palavra do outro, caracterizam e
estruturam o diálogo. O parceiro autêntico procura conviver com o mundo do outro quando
este argumenta. Sabemos que o entendimento entre as pessoas exige e cria uma linguagem
comum. Enquanto pode ocorrer um distanciamento entre pessoas que não falam uma
linguagem comum, duas pessoas de diferentes línguas maternas que não conhecem bem a
língua do outro, podem se compreender mediante a paciência, o tacto, a simpatia, a tolerância
e mediante a confiança incondicional na razão que todos compartilhamos. O diálogo pode
acontecer entre pessoas que possuem opiniões totalmente diferentes, isso mostra que onde
parece faltar a familiaridade da linguagem, mediante “a paciência e a tolerância, pode haver
compreensão, filosofia” (GADAMER, 2007, p. 182).
O tempo apropriado da pergunta e da resposta não está dado de antemão, e só saberá
colocá-las quem jogar o jogo dialógico, tecendo uma relação entre dizer e ouvir. Com a
afirmação que segue espelhamos o que vimos e apontamos, concomitantemente, ao próximo
tema, o diálogo não é um falar depois do outro, mas um falar com o outro, e esta
simultaneidade não exclui um depois do outro, mas até constitui o pressuposto necessário para
um verdadeiro depois do outro. Este real um depois do outro se manifesta no deter-se em dar
espaço para o outro e no ouvi-lo. Mas seria ver muito limitadamente se quisesse compreender
o deter-se só externamente no sentido de parar. Antes, é preciso no próprio falar ouvir o outro.
O falar é, pois, em si um ouvir. Isto se manifesta, por exemplo, no fato de que se pode passar
por cima de um participante no diálogo sem lhe tomar a possibilidade de falar ou intervir na
conversa. Como se diz, ele é ignorado. Aqui ouvir e falar é a mesma coisa, expressa-se no fato
de que ele não é ouvido silenciosamente: “o não-ouvir é ao mesmo tempo um calar”
(GADAMER, 2007, p. 180).
Não ouvir equivale a não querer saber o que o outro tem a dizer, significa deixar de
colocar perguntas. A relação em forma de rede entre o ouvir e o dizer dialógicos diferem da
construção linear que se dá entre a pergunta e a resposta informativas. A simultaneidade do
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falar um com o outro no diálogo fundamenta-se na simultaneidade e na unidade interna do
ouvir e do dizer. A relação entre dizer e ouvir já está presente na origem mítico-etimológica
da hermenêutica, onde para compreender a cumprir a vontade dos deuses, o consulente
necessita ouvir o oráculo.
A linguagem não se constitui apenas pelo olhar, mas pelo ouvir. Dizemos que não
olhamos para o logos, mas devemos ouvi-lo para compreendê-lo. Vale dizer, o ouvir é mais
universal que o olhar, pois “quem ouve” é capaz de ouvir a lenda, o mito, a palavra nãoescrita. Este é um dos motivos que nos levou a relatar o mito de Hermes como princípio
originário-etimológico da hermenêutica, afinal ouvir naturalmente faz parte de tudo que deve
ser linguagem, seja falada, escrita ou secreta.
No ouvir está presente um componente da solidariedade. Ouvir é por assim dizer um
solidarizar-se como o outro, ou seja, quem ouve o outro, ouve sempre a alguém que tem seu
horizonte próprio. Isto é a mesma coisa entre eu e tu como entre os povos ou entre os círculos
culturais e as comunidades religiosas. Em todos os lugares estamos ante o mesmo problema:
nós precisamos aprender que no ouvir ao outro, se abre o verdadeiro caminho no qual se
forma a solidariedade. Ouvir não significa se auto-anular, mas assumir uma espécie de
compromisso com aquele que está a falar. Quem ouve realmente sente a necessidade de
responder às palavras de outrem, isto é, de comprometer-se com a palavra do outro para que
ocorra o diálogo hermenêutico.
Portanto, para Gadamer, do ponto de vista hermenêutico, não há nenhum diálogo que
chegue ao fim antes que tenha conduzido a um acordo real. Talvez se precise acrescentar que
por isto, no fundo, não há diálogo que realmente chegue ao fim, porque um verdadeiro
acordo, um acordo inteiramente completo entre duas pessoas contradiz a essência da
individualidade. Neste sentido, para Gadamer: “o fato de nós na verdade não conduzirmos
nenhum diálogo até o fim e freqüentemente não chegarmos ao acordo são limitações de nossa
temporalidade e finitude e parcialidade” (GADAMER, 2007, p. 221).
A autenticidade do diálogo hermenêutico acontece entre parceiros de diálogo e não
entre meros espectadores. No termo parceiro estão incluídos atributos como: aquele que ouve
o outro, aquele que se compadece com o que o outro diz, aquele que não entrava o diálogo,
aquele que não pretende possuir a última palavra, aquele que é capaz de conceder razão ao
outro. Os parceiros entram no jogo, no espírito do diálogo, independentemente do tema sobre
o qual dialogam, e, no final, ambos, de alguma forma, “são afetados e transformados”
(GADAMER, 2007, p. 235).
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Diferentemente da pergunta por uma informação ou acerca da natureza de determinado
objeto, a pergunta dialógica tem seu tempo oportuno, sua maturidade, no desenvolvimento do
diálogo, e somente no interior desde as perguntas e respostas fazem e tecem o sentido. Na
pergunta dialógica, quem pergunta, necessariamente, revela-se ao perguntar. Mais que pela
paciência conceitual, o diálogo rege-se pelo princípio da caridade, onde o mais importante não
consiste em saber mais sobre algo, mas em rever seus pré-conceitos, seus conceitos, sua
postura e ser melhor, ser bom.
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1 O DIÁLOGO HERMENÊUTICO COMO CONDIÇÃO - pibid