PINTURA/PEINTURE
Nova Orientação na Pintura de
om uma exposição realizada
em Outubro na Companhia
de seguros Império (Paris)
o pintor Bertino apresentou ao
público os primeiros quadros da
nova orientação que escolheu inspirada na literatura, daí o título :
“Littérature portugaise, peintures”.
Nela apresentou composições a
acrílico que prestavam homenagem
às maiores figuras da literatura e do
pensamento português : P.e António
Vieira, D. Francisco Manuel de
Melo, Uriel da Costa, Raúl Brandão,
Aquilino Ribeiro, Fernando Namora,
etc. Até aqui e durante muitos
anos, Bertino ligara o seu trabalho
ao universo da música clássica, em
todos os seus aspectos.
C
Natural do Porto, o pintor vive
em França desde 1959. Depois de
ter sido bolseiro da Fundação
Gulbenkian, aqui tem participado
em inúmeras exposições individuais
e colectivas, em particular com o
grupo letrista em que podemos
incluir o seu trabalho artístico. Além
da pintura, pratica a escultura (de
madeira e argila), montagens (objectos) e o que hoje se designa por instalações.
O pintor prepara actualmente
uma nova e mais completa exposição centrada sobre a literatura mundial, sob o título “De Sócrates a
Tolstoi” que está marcada para 14 a
24 de Maio na Maison du Portugal
(Résidence André de Gouveia) Cité
Universitaire, Paris.
Livro de Orlando Pompeu :
“Horizonte de Liberdade”
Acompanhando uma importante exposição retrospectiva efectuada na Fundação Eng. António de
Almeida no Porto, o pintor
Orlando Pompeu publicou um
importante álbum que regista as
diversas fases da sua trajectória de
artista. O livro abre com um texto
de Maria João Fernandes (“Nos
Jardins de Pompeu”), seguido de
outros de José Augusto França,
Manuel Cargaleiro, Egídio Álvaro,
A. Ramalho Eanes, César Príncipe
e José Augusto Seabra, antologiando os prefácios de catálogos.
Acompanha-os “Notas Biográficas”
do pintor, e tudo vertido do português para francês e inglês.
O álbum reproduz a cores mui-
n° 2 - février 98
tos quadros e alguns desenhos a
preto e branco, repartidos pelas
secções : Pintura hiper-realista e
evocativa; pintugarfadas; pinturas
“gestuais” ; desenhos ; e estilo pompeuano.
Natural e residente em Cepães,
no Norte de Portugal, Orlando
Pompeu tem exposto regularmente
em Paris desde 1986. Artista aberto
ao mundo em vários sentidos e não
menos pela preocupação humanista
da sua pintura, cedo percorreu com
exposições outras terras como o
Porto, Madrid, Lisboa e, mais recentemente, Nova Iorque, Tóquio e
Barcelona. Esta bem cuidada publicação foi editada pela Fundação
Eng. António de Almeida,.Porto, 1997.
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RODRIGO FERREIRA
na “Maison du Portugal”
pintura de Rodrigo Ferreira
foi apresentada ao público
de Paris na Résidence
André de Gouveia* de 13 a 27 de
novembro com um vernissage
muito frequentado. Esta exposição
A
fazia parte das diversas manifestações culturais que assinalaram o
30° aniversário da Maison du
Portugal, organismo que tem prestado os melhores serviços à comunidade portuguesa de França, dirigida pelo Dr. Rogado Dias.
O trajecto artístico de Rodrigo
Ferreira tem-se processado ultimamente mais em Portugal através
das galerias Gilde (Guimarães) e
Ara (Lisboa) e em Espanha, com
presença na feira de arte Arco de
Madrid, dos últimos anos. Em
Portugal participou igualmente
nas últimas Feiras de Arte
Contemporânea de Lisboa e Porto.
Como se vê pela ilustração,
Rodrigo Ferreira mantém-se fiel às
suas grandes fontes de inspiração
quer na predominância dos tons
ocres e azuis, quer nos motivos
onde predominam as ruínas, as formas da arquitectura clássica (arcos,
colunas) e árvores robustas. Raros
e frágeis personagens se inserem
numa paisagem intensa que apela
para reminescências do imaginário
de cada um.
D.L.
Costa Camelo
na Galeria
Leonardo
pintor Costa Camelo, de
que falámos no n° 1 de
“Latitudes”, fará de 10 de
Fevereiro a 10 de Março uma nova
exposição de pintura na Galeria
Leonardo, 62 rue d’Hautpoul Paris
19. As obras que o pintor aí apresenta serão óleos de formato médio
e de natureza abstracta. A galeria
está aberta de segunda-feira a sábado, de 14 às 19 horas.
O
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Óleos de João Moniz
no Centro Gulbenkian
Le peintre João Moniz, qui vit et
travaille à Paris depuis longtemps, a
présenté au Centre Culturel C.
Gulbenkian* de Paris une série de
toiles de petit format sous le thème :
Matières et spiritualité, du 21nov.
au 23 déc. De la plaquette éditée à
l’occasion, reproduisant trois de ces
compositions, nous retenons cet
extrait du texte de José Augusto
Seabra, intitulé “João Moniz ou la
Spiritualité de la Matière”:
“Telle est, dans ces variations
subtiles, la poiesis picturale de João
Moniz, imbue d’une spiritualité
sereine, faite d’une méditation permanente, où viennent confluer des
signes ancestraux des civilisations
immémoriales, dont le sillage retentit musicalement dans chaque
inflexion intime de la lumière, que
ce soit l’empreinte d’une touche ou
l’incision linéaire à peine esquissé
d’un dessin, coulant à travers les
traits sinueux d’un hiéroglyphe éso-
térique.
Seul le mystère transparent qui
voile d’un halo d’ombre le rien de
l’être, indécis, laisse percer le sens
d’un travail mental sans fin, où
l’œuvre s’étale dans sa textualité
multiple, attendant les regards qui
se croiseront avec ses yeux
mobiles, dans la quête de l’instant
extatique d’une fusion ineffable”.
Paula Ruella na Império
pintora Paula Ruella veio de
Portugal apresentar uma
série de quadros a acrílico,
A
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sob o tema Veneração, no espaço
da Companhia de Seguros Império*
a 13/01 (exposição até 20/02).
Natural de Maceira-Lis, a jovem
artista possui diplomas das melhores
escolas portuguesas: SNBA, ESBAL,
etc. e desde 1985 que expõe colectiva e individualmente em galerias e
salões, incluindo, no estrangeiro,
Obernburg (Alemanha), Budapeste,
e Nova Iorque.
O crítico de arte Egídio Álvaro,
que seleccionou a sua pintura para
vir a Paris, descreve-a assim :
“Mythes et fées, anges, contes de
l’enfance, jungles imaginaires (non
urbaines), adorations et étreintes
pièces d’un puzzle en construction.
Cette peinture apparaît comme un
microcosme emblématique dans
lequel les situations indiquent
nécessairement un autre côté, suggèrent de manière subtile une autre
vie, une réalité presque transparen-
te qui nous enveloppe et nous attire”. E mais à frente :
“Une certaine peinture portugaise construit ainsi les images d’un
pays de rêveurs, de découvreurs de
nouveaux rivages. Le temps est
révolu d’une peinture de racine
politique ou surréelle ou, plus
récemment, d’une peinture atypique, ancrée dans les modes internationales. Nous avons désormais
une peinture véritablement originale mais d’une certaine manière,
inqualifiable. Nous rentrons, sans
presque nous apercevoir, dans
l’univers des bâtisseurs de
légendes”. (Extraits du texte de
l’Invitation).
* 19 rue de la Pépinière Paris 8
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LATITUDES N°2 XP6 - Association des Revues Plurielles