ANAIS DA 11ª JORNADA ACADÊMICA DE ODONTOLOGIA UFPI
ISSN 2318-616X
FÓRUM CINETÍFICO – PATOLOGIA ORAL - Pós-gradunado/Profissional – Projeto de
Pesquisa
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AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE BUCAL DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES EM TRATAMENTO ANTINEOPLÁSICO
Moema Modesto Fonseca Rocha*; Ana Luisa Rios Barbosa de Almeida; Sérgio Lobão Veras
Barros; Simone Souza Lobão Veras Barros
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos as neoplasias em crianças e adolescentes tem alcançado uma importância
crescente. Este crescimento tem sido acompanhado por avanços significativos no tratamento
com elevadas taxas de sobrevivência. Com esses avanços é imprescindível diminuir e até
mesmo evitar as complicações decorrentes das neoplasias e do seu tratamento. Tanto a
quimioterapia como a radioterapia, apesar de eficazes na erradicação do tumor, impactam
negativamente nas estruturas normais do organismo provocando efeitos colaterais agudos e
tardios, vários deles na cavidade bucal. As complicações orais durante o tratamento do câncer
infantil provocam riscos de comprometimento nutricional, septicemia, dor significativa e longo
prazo da morbidade. Variáveis relacionadas com a terapia e com o paciente, como a idade e o
nível de higiene bucal antes e depois do tratamento, afetam a frequência com que estes
pacientes apresentam problemas bucais. avaliar as alterações nas condições de saúde bucal de
crianças e adolescentes, entre 1 e 17 anos de idade, durante tratamento antineoplásico,
verificando se há ou não correlação com seu estado de saúde bucal inicial.
OBJETIVO
Avaliar as alterações nas condições de saúde bucal de crianças e adolescentes, entre 1 e 17
anos de idade, durante tratamento antineoplásico, verificando se há ou não correlação com seu
estado de saúde bucal inicial.
METODOLOGIA
O estudo é do tipo longitudinal observacional prospectivo. Será analisada a relação entre a
condição prévia de saúde bucal e as complicações bucais durante tratamento antineoplásico
(quimioterapia e/ou radioterapia), em crianças e adolescentes na faixa etária de 1-17 anos
internados no Hospital São Marcos, em Teresina-PI. Será aplicado um questionário contendo
perguntas abertas e fechadas relativas a dados sociais, econômicos e demográficos, além de
contemplar aspectos como a história dental, informações sobre hábitos alimentares e de higiene
realizados antes e durante o período da hospitalização. Dados referentes à história médica, tipo
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de câncer, tratamento e tipo de medicação administrada serão obtidos a partir do respectivo
prontuário médico preenchido pelos profissionais do hospital. Os exames da cavidade bucal
serão realizados no momento da internação, e semanalmente a partir do início do tratamento
quimioterápico e ou radioterápico. O índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPO-D)
para dentes permanentes e ceo-d para dentes decíduos proposto por Klein e Palmer (1937)
serão utilizados para mensuração da condição de saúde dentária do indivíduo. O exame das
condições periodontais será realizado em todos os dentes presentes, para avaliar o grau de
inflamação dos tecidos gengivais e a quantidade de placa visível (biofilme). Serão utilizados os
seguintes índices: Índice Gengival Modificado (IGM) e Índice de Higiene Bucal Simplificado
(IHO-S). Os dados coletados serão processados com o auxílio do Software SPSS (Statistical
Package for Social Sciences) for Windows, versão 16.0, buscando as possíveis associações
entre o objeto de estudo e as variáveis levantadas. A pesquisa será realizada de acordo com as
normas da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que regulamentam as
pesquisas em seres humanos (Brasil, 1996) os responsáveis assinarão o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido ao concordarem com a inclusão da criança ou adolescente
neste estudo.
RESULTADOS PARCIAIS
A equipe desenvolveu o formulário de coleta de dados, conheceu o Serviço de Oncologia
Pediátrica onde será desenvolvida a pesquisa, estudou com a equipe do Hospital a melhor
sistemática de ação. O projeto foi submetido, avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital São Marcos. Atualmente, espera liberação do Comitê de Ética em
Pesquisa da UFPI, para dar início à coleta de dados.
CONSIDERAÇÕES
A saúde oral deficiente tem sido associada a uma incidência aumentada de complicações
durante a terapia antineoplásica, sendo assim, a justificativa para avaliação odontológica antes
de iniciar o tratamento do câncer. No entanto, nenhum protocolo odontológico pré-tratamento
antineoplásico tem alcançado aceitação universal, sendo necessário, portanto que mais estudos
sejam realizados sobre este tema.
REFERÊNCIAS
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Albuquerque RA, Morais VLLL, Sobral APV. Protocolo de atendimento odontológico a
pacientes oncológicos pediátricos – revisão da literatura. Rev Odontol UNESP 2007; 3(36):275280.
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Barbosa AM,Ribeiro DM, Caldo-TeixeiraAS. Conhecimentos e práticas em saúde bucal
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Wogelius, P., Dahllof, G., Gorst-Rasmussen, A., Sorensen, H.T., Rosthoj, S., & Poulsen,
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6.
Brennan MT, von Bultzingslowen I, Schubert MM,et al. Alimentary mucositis: putting the
guidelines into practice. Support Care Cancer 2006;14(6):573–9.
Descritores: Saúde Bucal; Criança; Neoplasia
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