Vestibular 2013
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Comentário da Prova de Redação ESPM
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O tema 01 versava sobre os desejos de consumo
das pessoas a partir da perspectiva de que esses
não estão mais fechados em códigos ligados a
determinadas classes sociais. O texto-proposta,
parte de uma entrevista feita pela Revista IstoÉ
com o filósofo francês Gilles Lipovetsky, fazia
referência ao consumo de luxo e sua relação
com a influência da classe C.
Assim, o consumo de luxo, por exemplo, era restrito às camadas mais abastadas da
sociedade que
tinham acesso a produtos sofisticados e a marcas exclusivas. À classe média, eram
acessíveis produtos de valor intermediário
que visavam imitar o padrão de consumo das classes altas. E, por fim, aos mais pobres,
cabia consumir produtos de necessidade
básica, dado o seu menor poder aquisitivo.
Nos últimos anos, contudo, houve uma revolução nesse padrão pré-estabelecido de
consumo. No Brasil, graças às políticas de
transferência de renda e de geração de empregos, cerca de 40 milhões de pessoas que
compõem a classe C deixaram a condição
de pobreza e transformaram-se em público consumidor. Essa condição, associada às
políticas econômicas de liberação de crédito,
permitiu que o acesso ao mercado de luxo fosse democratizado.
Essa condição, associada às políticas econômicas de liberação de crédito,
permitiu que o acesso ao mercado de luxo fosse democratizado. Como consequência,
esse é um dos mercados que mais crescem
no país, estimulando muitas grifes estrangeiras a abrir lojas próprias no país e a
repensar suas estratégias de Marketing e seus
planos de pagamento a fim de atingir essa nova parcela de consumidores.
Esse processo deu à classe C mais visibilidade, e ela passou a ser debatida e retratada
pela mídia, inclusive em novelas, o que, por
sua vez, permitiu uma troca cultural entre as diferentes classes sociais, levando as
classes mais ricas da sociedade a se interessar
por referências, inclusive de consumo, que antes desprezavam.
O tema 02 questionava a razão de a repercussão das derrotas ser maior que a
das vitórias. O texto-proposta, também publicado na
Revista IstoÉ, relatava episódios de fracassos nas últimas Olimpíadas que foram
bastante explorados nas mídias e nas redes sociais.
O candidato poderia considerar que o mundo contemporâneo se caracteriza
pela exigência: todos devem sempre se esforçar para
obter o melhor desempenho.
Trata-se de uma realidade que reifica o homem, exigindo que ele funcione com
uma máquina eficiente.
Assim, quando alguém, no exercício da sua humanidade, não corresponde às
expectativas, acaba por se tornar alvo de debates e
especulações. Além disso, vive-se a realidade do espetáculo. Nela, a imagem da
desgraça, do imprevisto certamente sensibiliza
e “vende” mais que a imagem da vitória, que é tomada como obrigação de
todos.
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