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A revolta da Maria da Fonte
O desenrolar dos acontecimentos e as
consequências do movimento (continuação 2)
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Uma revolução diferente …
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in Suplemento
Burlesco de
“O Patriota”
(jornal
setembrista)
Agosto de
1847
Morram os
Cabrais;
Viva a
Rainha
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A Revolta da Maria da Fonte - in A Brasileira de
Prazins / Camilo Castelo Branco
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
Em Março daquele ano, 1846, os Setembristas de Braga
fomentaram os motins populares no concelho de Lanhoso. O Zeferino
das Lamelas, às primeiras comoções do vulcão popular, nos
arredores de Guimarães, preparou-se; e assim que ouviu repicar a
rebate em Ronfe, agarrou-se à corda do sino, reuniu no adro os
jornaleiros e vadios de três freguesias, e pegou a dar morras aos
Cabrais com aplauso universal.
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A Revolta da Maria da Fonte - in A Brasileira de
Prazins / Camilo Castelo Branco
(continuação)
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Depois, explicou o que era o cadastro: – que os Cabrais e os seus
empregados andavam a tomar as terras a rol para empenharem
Portugal à Inglaterra; que esses róis estavam nos cartórios das
administrações e em casa dos regedores; que era preciso queimar
as papeletas e matar os cabralistas.

Em seguida, invadiram a administração de Santo Tirso, quebraram
as vidraças dos cartistas fugitivos e queimaram os impressos e
quantos papéis acharam, no Campo da Feira. Depois, abalaram
para Famalicão.
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A Revolta da Maria da Fonte - in A Brasileira de
Prazins / Camilo Castelo Branco
(continuação)
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
Vilalva ficava-lhes a jeito, no caminho de Famalicão , (…) O
regedor, com a sua consciência ilibada, esperou os revoltosos com o
Zeferino à frente, brandindo a espada do pai.

– Está você preso por cabralista! – intimou o pedreiro, deitando-lhe
a mão à lapela da véstia; e voltado para a turba: – Rapazes,
cercai a casa; tudo que estiver, preso!.
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A Revolta da Maria da Fonte - in A Brasileira de
Prazins / Camilo Castelo Branco
(continuação)
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
– Você não pode prender-me, mestre Zeferino – contrariou a
autoridade dentro da lei. – Vá buscar primeiro uma ordem do meu
administrador ou do governador civil.

– Já não há governador civil! – explicou o caudilho. – Agora são
outros governos, seu asno! Quem reina é o Sr. D. Miguel I. E você
não me esteja aí a fanfar, que eu já não o enxergo. Ande lá para a
cadeia, com dez milhões de diabos!
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Br
Juntas provisórias
revolucionárias
V.C
B
P
A
Região dos motins
populares
- Vila Real
- Lamego
- Porto
- Viseu
- Aveiro
- Coimbra
Junta provisória
- Leiria
revolucionária
- Batalha
- Nazaré
- Porto de Mós
- Alcobaça
- Caldas da Rainha
- Santarém
- Évora
V.R
A
V
G
C
C.
B
L
St
P
Lx
S
E
B
F
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Maria
da Fonte
(Março
Maio de
1846)
Raiz rural e popular
sobretudo em regiões
de pequena
propriedade
Reacção
contra a
política
fiscal
Maria
da
Fonte
Reacção
contra as
Leis da
Saúde
Reacção
contra a
perda de
direitos
comunitários
Movimento
potencializado pela
crise agrícola dos
anos 40.
Com aproveitamento
político
- Juntas governativas
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Fim do primeiro período cabralista –
Governo Palmela
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20 de
Maio
21 de
Maio
Meses
seguintes
• Demissão do governo, do qual Costa Cabral era
ministro do reino.
• Costa Cabral refugia-se em Espanha.
• Empossado o novo governo, presidido pelo Duque de
Palmela.
• Representadas várias correntes políticas.
- Revogação de
legislação;
• Política de conciliação e transigência.
- Libertação de
• Objectivo – desmobilização das juntas revolucionárias
presos políticos;
- Demissões;
- Eleições.
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Debilidade/d
esunião dos
sectores de
apoio
O cabralismo
caiu devido a
uma conjugação
de factores
Inadequação
entre os
processos
reformistas e
as estruturas
Conjuntura
social e
económica
desfavorável
• O capital financeiro.
• O mundo da indústria e
do comércio.
• O exército
• Demasiada rigidez
de aplicação.
• Inoperância efectiva
do aparelho estatal.
• Sobrevivência de forte
• enraizamento regional dos
grupos tradicionalmente
dominantes.
• Crise económica dos anos 40.
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20112-02-08 – A Maria da Fonte