
A imagem da mulher sempre esteve ligada
a fragilidade e submissão, principalmente
na Antiguidade, Idade Média e Moderna.
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Cabia às mulheres atividades ditas
“próprias ao seu sexo”: lavar, costurar,
cuidar da casa e das crianças, entre
outras.

Após a independência a situação das
mulheres começava a mudar.
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Foi a partir da revolução industrial que
as mulheres começaram a assumir
tarefas antes reservadas somente aos
homens;

Esse processo se acentuou por ocasião
das guerras mundiais, quando
precisavam prover necessidades da
família na ausência dos homens.
Pela lei de 15 de outubro de 1827, a mulher adquiriu direito a
educação

https://www.youtube.com/watch?v=Eo
dz2PiDSOE

Nós aprendemos a ser homens e mulheres
desde o momento em que nascemos até o
dia em que morremos e essa aprendizagem se
processa em diversas instituições sociais, a
começar pela família, passando pela escola,
pela mídia, pelo grupo de amigos, pelo
trabalho, etc. Mas significa mais ainda: como
nós nascemos e vivemos em tempos e lugares
específicos, gênero reforça a necessidade de
se pensar que há muitas formas de sermos
mulheres e homens, ao longo do tempo, ou no
mesmo tempo histórico, nos diferentes grupos
e segmentos sociais.

Em 1870, antes do aumento da
educação elementar de massa, os
homens no magistério eram um pouco
mais numerosos que as mulheres.
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Em 1880 o número de mulheres superou
o de homens no magistério e ao longo
dos anos essa diferença foi crescendo
cada vez mais.
“Algumas correntes de pensamento que
discutiam a existência de diferenças naturais
entre
os
sexo,
tais
como
caráter,
temperamento
e
tipo
de
raciocínio,
acabaram influenciando todas as medidas
adotadas na área educacional, acentuando
ainda mais os preconceitos e a ordem
estabelecida. Segundo essas correntes, a
mulher, e apenas ela, era biologicamente
dotada da capacidade de socializar crianças,
como parte de suas funções maternas. E,
sendo o ensino na escola elementar visto
como extensão dessas atividades, o magistério
primário passou a ser encarado como
profissão exclusivamente feminina.”
Bruschini, Amado 1988
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O salário foi uma das prováveis causas do
pouco estímulo dos homens no magistério;

O aumento da urbanização e o movimento
econômico da cultura do café contribuiu para
a ampliação do mercado de trabalho
masculino;

A ampliação do curso de 3 para 4 anos fez
com os homens fossem perdendo o interesse
por ter que investir mais tempo de preparo em
uma carreira que não lhes era promissora

Transformação dos valores da sociedade fez com que
as mulheres conquistassem mais espaço;
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Por ser uma atividade mal remunerada, atraia, na
maioria dos casos, os que podiam exercer como
atividade paralela;

Algumas mulheres eram submetidas a trabalhar em
usinas e fabricas (muitas vezes levavam as crianças
junto) ganhando salários muito baixos. Em virtude
dessa exploração e do trabalho cansativo em casa,
muitas vezes não-pagos, o magistério acabou sendo
a melhor ocupação para muitas mulheres.

O salário dos professores homens era melhor e
segundo o Prof. Oscar Thompson “é sabido que o
professor tem maiores responsabilidades civis que a
professora. O professor é sempre o chefe da família.
Pesam exclusivamente sobre seus ombros as
obrigações do lar. A professora é em regra casada
com o esposo e divide o peso dos encargos de
família. Raras vezes a professora é, entre nós, a
responsável pelas despesas domésticas. Não é justo,
pois, que ambos, em posição diversas, percebam os
mesmos vencimentos. Não pretendemos com isto a
discriminação dos honorários das professoras, mas
desejamos que se algum aumento for possível que
ele seja em beneficio dos professores”
“Se um país quiser crescer, deverá prestar
mais atenção às suas mulheres, e elas
precisam se situar e conquistar de fato e
de direito o seu papel na sociedade.”
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Ao longo do século XX, a docência foi
assumindo um caráter eminentemente
feminino,
hoje,
em
especial
na
Educação Básica, é grande a presença
de mulheres no exercício do magistério.

Com a mudança dos valores da
sociedade a visão em relação a mulher
também mudou, permitindo à elas mais
direitos, inclusão e autonomia.
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A trajetória da mulher brasileira nos
últimos séculos é, para dizer pouco,
extraordinária: De uma educação no lar
e para o lar, no período colonial, para
uma participação tímida nas escolas
públicas mistas do século XIX; depois,
uma presença significativa na docência
do ensino primário, seguida de uma
presença hoje majoritária em todos os
níveis de escolaridade, bem como de
uma
expressiva
participação
na
docência da educação superior.

APPLE, Michael. Ensino e trabalho feminino: uma analise
comparativa da historia e ideologia. Cadernos de pesquisa,
São Paulo, n.64, fev. 1988.

Demartini, Zeila de Brito Fabri; Antunes, Fátima Ferreira.
Magistério
primário:
profissão
feminina,
carreira
masculina. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.86, p.5-14,
ago. 1993

VIANNA, Cláudia Pereira; O sexo e o gênero da docência;
cadernos pagu (17/18) 2001/02: pp.81-103.

Video: https://www.youtube.com/watch?v=YpcVJT4rMJo
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As mulheres e a educação: a complexa problemática do gênero