Unidade de Cuidados Intensivos
Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio
Director: Dr. Carlos Glória
Ricardo Louro
10 de Março de 2011
ÍNDICE:
1. Introdução
2. Fisiopatologia da Febre
3. Causas de Febre na Unidade de Cuidados Intensivos
4. Abordagem e Tratamento da Febre no Doente Crítico
1. INTRODUÇÃO
“A Febre ou pirexia, é a elevação da temperatura do corpo. É uma reacção orgânica de
múltiplas aplicações contra um mal comum, interpretada pelo meio médico como um
simples sintoma. A reacção descrita como um aumento na temperatura corporal nos seres
humanos para níveis até 37,5 °C Célsius chama-se estado febril; ao passar dessa
temperatura, já pode ser caracterizado como febre e é um mecanismo adaptativo próprio
dos seres vivos. A febre é uma reacção do corpo contra patógenos; a sensação ruim que
sente a pessoa febril faz com que ela poupe energia e descanse, funcionando também
através do maior trabalho realizado pelos linfócitos e macrófagos. Apesar da maior parte
das febres ser causada por infecções, nem sempre febre é indicador de infecção. Mede-se
tradicionalmente a temperatura corporal através da testa e pescoço (com a mão), da boca,
da axila e do ânus (utilizando um termómetro, que pode ser eletrônico ou não.)…”
Wikipédia
1. INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Febre:
• 1/3 dos doentes durante a sua estadia hospitalar.
• 90% em doentes críticos com Sépsis
35.6ºC
36.8ºC
38.2ºC
Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009
1. INTRODUÇÃO
MEIOS PARA MEDIÇÃO DE TEMPERATURA:
1. INTRODUÇÃO
• É frequente no mesmo episódio febril haver vários factores
contributivos e antes da causa ser confirmada ser administrada
terapêutica anti-pirética e antibiótica.
• Má interpretação dos efeitos deletéricos da febre que resulta em
aumento dos custos e da disfunção de órgãos.
Approach to Febrile Patient in the Intensive Care Unit – GT Dimopoulos - 2009
1. INTRODUÇÃO
2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE
2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE
2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE
2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE
• Surgical Infections: Schulman CI, Namias N et al “ The Effect of
Antipyretic Therapy upon Outcomes in Critically Ill Patients: A
Randomized, Prospective Study” Dec 2005, Vol. 6, No. 4: 369-375
Conclusão:
O tratamento agressivo da febre em doentes críticos
pode levar a uma maior mortalidade.
2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE
“… apesar do seu uso disseminado, existem dados que sugerem
que a febre é benéfica em animais com infecção, e não existe
evidência de que tratar a febre altere a mortalidade…”
2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE
2. FISIOPATOLOGIA DA FEBRE
EFEITOS DELETÉRICOS:
• Aumento da Actividade do Musc. Cardíaco
• Aumento do consumo
de O2
PATOLOGIA
• Aumento da Produção de CO2
CARDIORESPIRATÓRIA
• Aumento da energia dispendida
PATOLOGIA
• Em alguns doentes com pouca reserva pulmonar/cardiaca estes
NEUROCIRÚRGICA
efeitos podem ter consequências graves.
3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
¼ dos doentes ventilados
3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
5%
3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
Sistema
SNS
CardioVascular
Pulmonar
Gastrointestinal
Causa Infecciosa
Meningite, Encefalite
Causa não infecciosa
Síndrome da Fossa Posterior, Febre Central,
Cefaleias, Enfarte Cerebral, Hemorragia, AIT
Linha Central, Pacemaker infectado, endocardite, EAM,
Abcesso
miocárdico/perivascular,
osteomielite esternal, pericardite viral
síndrome pos-pericardiotomia
PAV, Mediastinite, Traqueobronquite, Empiema
TEP, ARDS, Atelectasia (sem pneumonia),
Carcinoma Broncogénico, LES (pneumonite)
Abcesso Intra-Abdominal, Colangite, Colecistite, Pancreatite, Colescistite Alitiásica, 1,5%
Isquémia
Hepatite Viral, Peritonite, Diarreia (C.Difficile)
Mesentérica, Hemorragia GI, Colite Isquémica,
Cirrose, Síndrome Colon Irritável
Trato Urinário
Bacteriémia associada a Algália, Uro-Sépsis,
Pielonefrite, Cistite
Pele/Tecidos
Úlceras de decúbito, Celulite, Infecção Ferida
Moles
Operatória
Osso/Articulação Osteomielite Crónica, Artrite Séptica
Gota
Outros
Bacteriémias transitórias, Sinusite
Insuficiência Adrenal, Flebite/Tromboflebite,
Síndrome Abstinência Álcool/Drogas, Delirium
3,7% Gorda, Febre pósTremens, Iatrogenia, Embolia
Op. Febre pós-transfusional
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3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
• Reacção de Hipersensibilidade [3-7%]
• Temp: 38.8ºC – 40.0ºC
• Diagnóstico de Exclusão
• Subida do perfil térmico após inicio de Ab e boa evolução
• Retirado do fármaco “suspeito”
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3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
• Sem sinais ou sintomas específicos
• Rash Maculo-Papular Cutâneo 5-10%
• Leucocitose com desvio esquerdo, eosinofilia, VS»100, alterações da
transaminases
• Bradicárdia
• Fim da FEBRE após 72h da retirada do fármaco
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3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
• Aumento de IL-1 e TNF-ά
• Pulmão atelectasiado
• 0.5% -» 30 min. a 120 min.
• Especialmente transfusão de Conc.Plaquetas
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3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
• Especialmente na fase tardia
• Fibroproliferação Pulmonar + Febre + Leucocitose
• Maioria é não infecciosa (72%)
• Pirogéneos endógenos
• Infeccioso vs Não Infeccioso
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3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
• Após Anestesia Geral
• Canais de Cálcio e Reticulo Sarcoplasmático
• Bloqueio receptores da Dopamina
• Inibição do Hipotálamo
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3. CAUSAS DE FEBRE NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
• Procalcitonina
 Elevação dos níveis séricos de Procalcitonina:
 SIRS [0,6;2,0[ng/mL
 Sepsis [2;10[ng/mL
 Choque séptico »10 ng/mL
• Infecções Virais, Cirurgia recente e estado inflamatórios crónicos não estão associados a
aumento da Procalcitoninna
• Procalcitonina pode ser usada como adjuvante dos testes microbiológicos para
identificar doenças infecciosas
The Cleveland
Clinic
Foundation