Apresentação
BRASIL: o fim de um modelo ou um
ajuste cíclico?
Agosto 2014
Para entender minha profissão
“Um analista de economia precisa ter uma combinação pouco comum de dons. Ele
precisa ter conhecimento profundo de vários domínios e combinar talentos que
não se encontram em um mesmo homem com frequência. Ele precisa entender de
matemática, história, pensar como homem de Estado e ser filósofo em certa
medida. Ele precisa compreender os símbolos e se exprimir por palavras. Ele
precisa pensar no particular mas nos termos do geral e abordar o abstrato e o
concreto dentro do mesmo processo de pensar. Ele deve estudar o presente à luz do
passado e com vista do futuro. Nada na natureza do homem ou de suas
instituições pode escapar de sua atenção. Ele precisa ser ao mesmo tempo resoluto
e desinteressado; ele deve ser distante e incorruptivel como um artista e, ao mesmo
tempo, algumas vezes tão terra a terra como um politico.”
John Maynard Keynes 1930
Rendimento Real
Estimativa do Rendimento Médio Real Nacional*
(A preços de 2012)
1200
2013
Saldo em CC: -3,6% do PIB
Tx de Desemprego: 5,4% da PEA
Termos de Troca: 91% do nível máx.
Consumo de Energia: 60,1GW médios
1100
1000
900
800
700
2004
Saldo em CC: +1,8% do PIB
Tx de Desemprego: 12%da PEA
Termos de Troca: 73% do nível máx.
Consumo de Energia: 43,7 GW médios
600
1993
Saldo em CC: +0,6% do PIB
Tx de Desemprego: 9%da PEA
Termos de Troca: 62% do nível máx.
Consumo de Energia: 29,6 GW médios
500
400
300
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
(*) Pessoas de 10 anos ou mais. A partir de 2010, projeções Quest Investimentos.
Fonte: Quest Investimentos a partir de números do IBGE, Seade, BCB, FUNCEX e ONS.
2007
2009
2011
2013
Evolução da Renda Real per capita
Período
1979 a 1993
1993 a 2010
1994 a 2002
1993 a 2002
2003 a 2010
Fonte: IBGE e Quest Investimentos
Crescimento ao ano
-2,2%
4,7%
3,5%
6,3%
4,0%
Consumo de Energia Elétrica
63
61
59
57
55
53
51
Tendência: +3,7% ao ano
49
47
45
43
Fonte: ONS e Quest Investimentos.
41
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Novo Padrão de Consumo
População por Faixa de Renda
ABC x DE (% dos domicílios)
80
70
ABC
DE
60
50
40
30
Divisão: ABC - Até R$ 7500/domicílio-mês (preços de 2011).
Fonte: FGV-CPS, IBGE e Quest Investimentos. Projeção até 2016: Banco Itaú
set-16
set-15
set-14
set-13
set-12
set-11
set-10
set-09
set-08
set-07
set-06
set-05
set-04
set-03
set-02
set-01
set-00
set-99
set-98
set-97
set-96
set-95
set-94
set-93
20
Vendas no Varejo
120
110
120
Vendas ao Varejo Restrito - Faturamento Real
Ajustes Sazonais Próprios - Base 2011=100
110
100
100
90
90
80
80
70
70
60
60
50
1996
Fonte: IBGE e Quest Investimentos.
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
50
Consumo das Famílias e PIB
Consumo e Investimento
0,20
Consumo e Investimento - % do PIB
0,18
0,16
0,88
Consumo
Investimento (direita)
0,14
0,84
0,80
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
0,76
Fonte: IBGE e Quest Investimentos.
Termos de Troca
140
140
Termos de Troca e Média 1992/2012
Base 2006=100 - Ajustado Sazonalmente
130
130
120
120
110
110
Média 1992-2012
Fonte: Funcex e Quest Investimentos.
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
90
2007
90
2006
100
2005
100
Termos de Troca
160
150
Índice de Commodities do BC (IC-BR)
Base dez/05=100 (em R$)
160
150
140
140
130
130
120
120
110
110
100
100
90
90
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: BCB e Quest Investimentos.
Taxa de Desemprego
14%
Taxa de Desemprego Metropolitano
Ajustes Quest Investimentos
12%
10%
12%
10%
Dessazonalizado
Tendência
8%
8%
6%
4%
14%
6%
Fonte: IBGE e Quest Investimentos.
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
4%
Vendas ao Varejo - %
16
Vendas no Varejo (Restrito)
16
% yoy (t-6)
% acum. 12m yoy
12
12
8
8
4
4
0
0
Jan 2014
Jan 2013
Jan 2012
Jan 2011
Jan 2010
Jan 2009
Jan 2008
Jan 2007
Jan 2006
-4
Jan 2005
Fonte: IBGE e Quest Investimentos.
-4
Vendas de autoveículos
400
400
Vendas de Autoveículos
Em milhares mensais
300
300
200
200
100
100
14
n
Ja
12
n
Ja
10
n
Ja
08
n
Ja
n
Ja
04
n
Ja
02
n
Ja
00
n
Ja
98
n
Ja
96
n
Ja
06
Fonte: Fenabrave e Quest Investimentos.
0
0
Saldo de Crédito
3,0
70
Crédito SFN* / PIB (%)
2,5
60
Saldos Reais (R$ trilhões IPCA, LS)
% PIB (RS)
2,0
50
1,5
40
1,0
30
Jan 14
Jan 13
Jan 12
Jan 11
Jan 10
Jan 09
Jan 08
Jan 07
Jan 06
Jan 05
Jan 04
Jan 03
Jan 02
0,5
(*) Apenas Sistema Financeiro Nacional.
Fonte: BCB, IBGE e Quest Investimentos.
20
Saldo de Crédito
Saldo de Crédito no SFN - % YoY
50
50
Instituições Privadas
Instituições Públicas
Total
40
40
30
30
20
20
10
10
14
13
12
11
10
09
08
07
06
05
Fonte: BCB e Quest Investimentos.
04
0
0
Endividamento das Famílias
50
50
Endividamento das Famílias (% da renda anual)
Exclusive Crédito Imobiliário
Crédito Imobiliário
40
40
30
30
20
20
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
10
2005
Fonte: BCB e Quest Investimentos.
10
Inadimplência das Famílias
108
Indicador Serasa de Inadimplência PF x Inadimplência BC PF 90 dias
9
104
8
100
7
96
6
92
14
n
Ja
2
Ju
l1
11
n
Ja
9
Ju
l0
08
n
Ja
Ju
l0
Ja
n
05
88
6
Inadimplência PF Serasa Filtrado (Quest) - t+6
Inadimplência PF BC 90 dias (direita)
Fonte: Serasa, BCB e Quest Investimentos.
5
Receitas e Despesas do Governo Central
Receitas Líquidas e Despesas do Governo Central
(R$ bilhões, deflacionado pelo IPCA, acum. em doze meses)
1,000
800
600
Receitas Líquidas
Despesas
* excluídas receitas e despesas
com a capitalizaçãod a Petrobras
em set/2010
400
Fonte: STN e Quest Investimentos.
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
Desaceleração do crescimento no Brasil e nos Emergentes
China – Novo perfil do crescimento leva a desaceleração
16
China - PIB real
14
% YoY
Média móvel de 4 trim.
12
10
8
6
Fonte: Datastream e Quest Investmentos.
00
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
Brasil: Limites ao Crescimento
 Alavancas do crescimento perderam força e reduziram o crescimento econômico:
1.
Crédito bancário para o consumo chegou a limites saudáveis. Agora, endividamento crescente apenas para
aquisição de imóveis;
2.
Os membros da nova classe media, criada nos últimos anos, atingiram limites a seu endividamento e
começaram a ter dificuldades para honrar seus compromissos. Últimos trimestres têm sido de ajustes do
balanço das famílias.
3.
Maiores taxas de desemprego até 2007 criavam alguma folga no mercado de trabalho permitindo a expansão
do emprego sem forçar os salários. Essa capacidade ociosa não está mais presente.
4.
Pequeno déficit em Transações Correntes abriu espaço para o crescimento das importações.
5.
Fortalecimento do real acima da sua taxa natural de equilíbrio, associado ao aumento de custos internos de
produção, reduziu fortemente a competitividade de nossa indústria;
6.
Existência de alguma folga na infraestrutura do país (portos, estradas e geração de energia) também chegou
ao fim, agora pressionado os custos internos;
Brasil: Piora da Política Econômica
Mudanças na condução do Sistema de Metas de Inflação;
Menor independência do Banco Central;
Riscos com a política cambial;
Maiores gastos com seguridade social e salários dos servidores públicos ( itens de difícil alteração
por conta das restrições legais) resultam em aumento contínuo das despesas do governo;
Presidente Dilma mais inclinada ideologicamente com a participação direta do governo na economia
quando comparada com seu antecessor (Pré-sal, Petrobrás, BNDES, Telebrás).
Brasil: Necessidade de Reformas
O desafio maior nos próximos anos será retomar o crescimento em um ambiente local e global distintos do último ciclo
de crescimento. Para que este objetivo seja alcançado será preciso retomar as reformas:
1.
A mudança do perfil de crescimento da economia chinesa (mais voltada para o mercado interno de consumo
do que para o investimento) levará a um ritmo menor de expansão do PIB. Também provavelmente menos
concentrado nos itens que impulsionam os termos de troca do Brasil e emergentes;
2.
Espaços ociosos da economia brasileira (mercado de trabalho e infraestrutura) foram ocupados ao longo dos
últimos anos, atingindo limites de oferta para a expansão mais acelerada da economia;
3.
O governo deve acelerar a exploração de serviços públicos pelo setor privado, principalmente no setor de
infraestrutura; Políticas que aumentem a produtividade do trabalho também são necessárias;
4.
Será preciso retomar o controle dos gastos públicos e ancorar novamente o superávit primário, mesmo que em
nível inferior ao que vigorou nos anos 2000;Adicionalmente, o governo deve adotar uma política menos
agressiva de aumento real do salário mínimo para os próximos anos;
Perspectivas de Médio Prazo ( 2015- 2020)
 Mudança de consumo para Investimento:
1.
Dilma – se reeleita – terá que seguir a abordagem de economia de mercado (como Lula fez);
2.
Dilma terá que abandonar seus princípios ideológicos e será tutelada por Lula, aceitando um novo time
econômico;
3.
Dilma terá que aceitar uma agenda de reformas, principalmente voltada à indústria;
4.
A redução da carga tributária é central para isso;
5.
Não há possibilidade de ocorrer, no Brasil, políticas como as vistas na Argentina e naVenezuela; o fator
PMDB;
6.
PT se dividirá em ao menos dois partidos nos próximos 10 anos;
7.
Essa divisão será antecipada caso Dilma perca a eleição;
8.
O próximo movimento político no Brasil tenderá para a direita; o principal fator para isso será a chamada
Nova Classe Média
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Mendonça Barros