COLÉGIO ADVENTISTA DE SANTA MARIA
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CULTURA
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Cultura significa cultivar, e vem do latim colere.
Genericamente a cultura é todo aquele complexo que
inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a
moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões
adquiridos pelo homem não somente em família,
como também por fazer parte de uma sociedade
como membro dela que é.
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É comum dizermos que uma pessoa não possui
cultura quando ela não tem contato com a leitura,
artes, história, música, etc. Se compararmos um
professor universitário com um indivíduo que não
sabe ler nem escrever, a maior parte das pessoas
chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de
cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que
é cultura?
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Para o senso comum, cultura possui um sentido de
erudição, uma instrução vasta e variada adquirida por
meio de diversos mecanismos, principalmente o
estudo. Quantas vezes já ouvimos os jargões “O povo
não tem cultura”, “O povo não sabe o que é boa
música”, “O povo não tem educação”, etc.? De fato,
esta é uma concepção arbitrária e equivocada a
respeito do que realmente significa o termo “cultura”.
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Não podemos dizer que um índio que não tem contato
com livros, nem com música clássica, por exemplo,
não possui cultura. Onde ficam seus costumes,
tradições, sua língua?
O conceito de cultura é bastante complexo.
Diversos sentidos da palavra variam consoante a
aplicação em determinado ramo do conhecimento
humano:
Agricultura; Ciências Sociais; Biologia; Antropologia e,
Filosofia.
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Em uma visão antropológica, podemos o definir como
a rede de significados que dão sentido ao mundo que
cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede
engloba um conjunto de diversos aspectos, como
crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.
Já em biologia a cultura é uma criação especial de
organismos para fins determinados.
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Cultura também é definida em ciências sociais como
um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e
práticas sociais, aprendidos de geração em geração
através da vida em sociedade. Seria a herança social
da humanidade ou ainda de forma específica, uma
determinada variante da herança social.
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De acordo com a Filosofia a cultura é o conjunto de
manifestações humanas que contrastam com a
natureza ou o comportamento natural. É uma atitude
de interpretação pessoal e coerente da realidade,
destinada a posições suscetíveis de valor íntimo,
argumentação e aperfeiçoamento. Além dessa
condição pessoal, cultura envolve sempre uma
exigência global e uma justificação satisfatória,
sobretudo para o próprio.
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Podemos dizer que há cultura quando essa
interpretação pessoal e global se liga a um esforço de
informação no sentido de aprofundar a posição
adotada de modo a poder intervir em debates. Essa
dimensão pessoal da cultura, como síntese ou atitude
interior, é indispensável.
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Por que estudar a cultura sob a ótica da Filosofia? As
indagações filosóficas sobre a cultura abrem um
leque de questões que contribuem para uma
compreensão mais aprofundada dessa realidade,
dentre as quais podemos citar: a delimitação do
conceito de cultura; a relação cultura e trabalho,
enquanto ação humana sobre a natureza; a
capacidade simbólica do ser humano que reveste de
significação a natureza e tudo aquilo que ele cria
através de sua ação, ou seja, a sua capacidade de
atribuir significação às coisas que o tira do mundo
natural e o lança no mundo humano;
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e, por fim, as implicações advindas dessa capacidade
de criar e recriar o seu próprio mundo, na medida em
que ele mesmo se vê mergulhado num universo de
significações que o modelam e dizem como ele dever
ser, agir e viver. Noutras palavras, a questão de saber
até onde o ser humano é livre frente ao próprio
universo cultural por ele criado e no qual está
inserido.
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Dada a infinita possibilidade humana de simbolizar,
as culturas são múltiplas e variadas: são inúmeras as
maneiras de pensar, de agir, de expressar anseios,
temores e sentimentos em geral. Por isso mudam as
formas de trabalhar, de se ocupar com o tempo livre,
mudam as expressões artísticas e as maneiras de
interpretar o mundo, tais como o mito, a filosofia ou a
ciência.
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Nesse processo de transformação, vale lembrar que a
ação humana é coletiva, por ser exercida como tarefa
social, pela qual a palavra toma sentido pelo diálogo.
Ninguém pode ser considerado verdadeiramente
solitário, nem mesmo o ermitão, porque sua escolha
de se afastar faz permanecer a cada momento, em
cada ato seu, a negação e, portanto, a consciência e
a lembrança da sociedade rejeitada. Seus valores,
erigidos contra os da sociedade, se situam também a
partir dela. A recusa de se comunicar é ainda um
modo de comunicação.
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O mundo cultural é um sistema de significados já
estabelecidos por outros, de modo que, as nascer, a
criança encontra um mundo de valores já dados, onde
ela vai se situar. A língua que aprende, a maneira de
se alimentar, o jeito de se sentar, andar, correr,
brincar, o tom da voz nas conversas, as relações
familiares; tudo, enfim, se acha codificado. Até na
emoção, ficamos à mercê de regras que educam
desde a infância nossa expressão.
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Todas as diferenças existentes no comportamento
modelado em sociedade resultam da maneira pela
qual são organizadas as relações entre os indivíduos.
É por meio delas que se estabelecem os valores e as
regras de conduta que nortearão a construção da vida
social, econômica e política.
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Como fica, então, a individualidade diante do peso da
herança social? Haveria sempre o risco de o indivíduo
perder sua liberdade e a autenticidade? Martin
Heidegger, filósofo alemão alerta para o que chama
de “mundo do man”: man seria o equivalente no
português ao pronome reflexivo se ou o impessoal a
gente. Veste-se, come-se, pensa-se, não como cada
um gostaria de se vestir, comer ou pensar, mas como
a maioria faz. Os sistemas de controle da sociedade
aprisionam o indivíduo numa rede aparentemente
sem saída.
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Assim como a massificação pode ser decorrente da
aceitação sem crítica de valores impostos pelo grupo
social, também é verdade que a vida autêntica só
pode ocorrer na sociedade e a partir dela. Justamente
aí encontramos o paradoxo da nossa existência social.
Se o processo da humanização se faz por meio das
relações pessoais, será dos impasses e confrontos
surgidos nessas relações que a consciência de si
poderá emergir lentamente.
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Ao mesmo tempo que nos reconhecemos como seres
sociais, também somos pessoas, temos uma
individualidade que nos distingue dos demais.
Portanto, a sociedade é condição da alienação e da
liberdade;nela o ser humano pode se perder, mas
pode também se encontrar.
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Sendo assim, a noção de cultura evoca um aspecto
imaterial: modo de ser e de viver de um povo,
expresso num corpo complexo de significações
linguísticas criado, aceito e transmitido pelo grupo, a
cultura imaterial; e também um aspecto material:
produção de objetos e utensílios para a sobrevivência,
conforto e organização do grupo social, a cultura
material.
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A cultura é, portanto, um processo que caracteriza o
ser humano como ser de mutação, de projeto, que se
faz à medida que transcende, que ultrapassa a
própria experiência
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Referências:
O conceito de cultura numa perspectiva filosófica. In: Filosofia: Bolg do Epitácio. Disponível em:
http://filosofiaprofrodrigues.blogspot.com.br/2011/04/o-conceito-de-cultura-numaperspectiva.html. Acessado em 13/10/2014.
MARIA LUCIA DE ARRUDA ARANHA. FILOSOFANDO, INTRODUÇÃO À FILOSOFIA , 2003.
O que é cultura? Disponível em: http://www.alunosonline.com.br/filosofia/o-que-ecultura.html
Cultura. Disponível em: http://www.significados.com.br/cultura/
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