REUNIÃO CLÍNICO-CIRÚRGICA
Divisão de Urologia
Caso: Feocromocitoma
10-08-2007
CASO CLÍNICO
 VCSD, 26 anos, branca, natural de ItavaréSP, procedente de Boa Esperança do Sul,
do lar, casada, 2 filhos.
 Cefaléia
holocraniana,
mal-estar,
palpitações e sudorese há 9 meses. Tais
sintomas ocorriam principalmente no
período matutino mas permaneciam por
todo o dia. Referia também alterações
visuais (déficit visual) e início recente de
hipertensão.
 AP: 2 gestações sem intercorrências,
ex-tabagista (1 maço/dia há 10 anos),
ex-etilismo interrompido há 3 anos.
 Encaminhada
para
OftalmologiaHCFMRPUSP devido piora do quadro
visual sendo identificada retinopatia
hipertensiva.
 Encaminhada
então à Cardiologia e
posteriormente, à Endocrinologia para
investigação clinica.
EXAME FÍSICO
 Sudorese nas mãos, discreto rubor
facial.
 RCR 2 tempos com sopro sistólico ++/6+
foco aórtico com irradiação para o
pescoço a direita, PA 250/150mmH, FC
120 bpm (em uso de anti-hipertensivos).
SCREENING PARA FEOCROMOCITOMA
VMA 68 ( VN 1,8 a 7,2 mg/24hs)
ADRENALINA <20 (VN <50 PG/ml)
DOPAMINA <10 (VN <10 PG/ml)
NORADRENALINA >8000 (VN 112 a 658 PG/ml)
TRATAMENTO
 Cirurgia: Adrenalectomia
 Morbidade 40%
Mortalidade 2%
 Abordagem: lombotomia, laparotomia ou
video-cirurgia
(laparoscopia
ou
retroperitoneoscopia)
 Mínima
manipulação
tumoral
(evitar
tempestades
adrenérgicas),
ligadura
precoce da veia adrenal e exploração de
todo o local provido de tecido cromafin.
 1/3 dos pacientes com feocromocitoma
familiar unilateral desenvolvem tumor na
adrenal contralateral.
PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO
 Uso prévio de bloqueadores alfa-
adrenérgicos iniciados 2 a 3 semanas
antes da cirurgia – PRAZOSIN ou
FENOXIBENZAMINA.
 Bloqueadores do canal de cálcio – bom
controle pressórico pré e intraoperatório.
CONTROLE INTRA-OPERATÓRIO
 Controle pressórico rigoroso
 Controle da taquicardia
 Deve-se evitar: succinilcolina, atropina,
escopolamina, curarre, morfina, trimetofano.
CONTROLE PÓS-OPERATÓRIO
 Reposição volêmica 3 a 4 vezes o normal, para
evitar hipotensão.
 Controle glicêmico rigoroso (elevação súbita dos
níveis de insulina).
 Seguimento: dosagem mensal de metanefrinas
urinarias e catecolaminas, e anualmente por 5
anos, monitorização da PA mensal no primeiro
ano, semestral após.
 Paciente recebeu alta no 8º PO, com
níveis pressóricos normais e sem uso de
anti-hipertensivos.
 97% de cura dos casos de hipertensão
paroxística.
 25-35% persiste a PA elevada.
 Recorrência tumoral benigno ou maligno:
ate os 40 anos pós-operatório.
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