ANATOMIA PATOLÓGICA
Conceito:
Consiste no estudo macroscópico e microscópico de amostras de tecidos,
como fragmentos de tecidos colhidos numa autópsia, peças cirúrgicas e
biópsias.
Em organismos vivos, são os exames anátomo-patológicos que permitem
identificar, por exemplo, uma cirrose hepática – através da biópsia de um
fígado – ou um câncer de mama – através da biópsia da mama.
Para isso, segue-se uma metodologia muito específica.
Em primeiro lugar, começa por fixar, desidratar e diafanizar (tornar
transparente) o tecido a analisar, incluindo-o, em seguida, em parafina (um
tipo de cera).
Em seguida, cortam em secções ultrafinas o bloco formado (com a ajuda de
um aparelho designado por micrótomo), as quais são colocadas em lâminas
e coradas com substâncias corantes que permitem evidenciar a estrutura
dos tecidos, conjunto de células, pigmentos e microorganismos.
Como última etapa, é realizada a análise das lâminas pelo médico
patologista, ao microscópio e avaliando-se os resultados obtidos.
Cortes para serem processados
Histotécnico – processamento dos materiais
Histotécnico – processamento dos materiais
Histotécnico – processamento dos materiais
Formas para inclusão em Parafina
Processo de inclusão dos materiais
Processo
materiais
de
inclusão
dos
Materiais incluídos
Micrótomo
Corte do bloco de parafina
Corte do bloco de parafina
Corte do bloco de parafina
Corte do bloco de parafina
Montagem do carrinho de lâminas para corar
Bateria de coloração HE
Lâminas coradas e montadas
Recepção e tratamento prévio do material:
O material coletado por médico deve ser rapidamente acondicionado em
frasco de boca larga ou em outro recipiente adequado contendo solução
de FORMOL a 10%, de preferência tamponado.
O frasco deve ser correta e imediatamente identificado com o nome do
paciente.
É obrigatório o preenchimento da ficha de solicitação do exame ou o
pedido do médico, constando todos os dados pertinentes ao material
(natureza e localização) e ao paciente, que contribuam para a correlação
anátomo-clínica e conclusão diagnóstica final, tais como o problema
clínico, informações laboratoriais e de imagens, hipóteses diagnósticas e
todas as dúvidas que o exame deve tentar responder.
Também devem constar claramente a identificação do médico solicitante e
seu telefone e/ou ramal de contacto fácil, caso haja necessidade de
informações complementares ou discutir diagnósticos diferenciais, entre
outras eventualidades.
O fragmento deve ser retirado de maneira a evitar-se que a pinça deixe
marcas permanentes no tecido. O instrumento usado (bisturi, punch,etc...)
deve estar afiado para não esmagar o fragmento, produzindo artefatos de
difícil correção durante o processamento.
O fragmento deve ser colocado imediatamente no fixador, nele podendo
permanecer por longo tempo.
Fixação:
O melhor fixador é o formol a 10% tamponado, isto é, diluído em tampão
fosfato, com pH de aproximadamente 7,2 porque este é o tampão mais
encontrado nos fluidos orgânicos.
O uso do formol tamponado é desejável porque preserva os tecidos,
mantendo suas características bioquímicas, permitindo a realização de
colorações de melhor qualidade e a obtenção de melhor resultado nas
reações imuno-histoquímicas.
O formol a 10%, não tamponado, torna-se mais ácido com o passar dos
dias, comprometendo a qualidade de qualquer coloração ou estudo imunohistoquímico que se torne necessário.
O volume a ser utillizado deve ser 10 a 20 vezes o volume do espécime. O
tempo de fixação é de 1 a 2 horas para cada milímetro de espessura de
tecido.
No entanto, na impossibilidade da obtenção de formol a 10% tamponado,
deve-se continuar utilizando o formol a 10%, que pode ser facilmente
preparado:
Diluir uma parte de formol bruto (formaldeído a 40%) em nove partes de
água corrente
Exemplo:
TIPOS DE FIXADORES
FÍSICOS: Calor - Fixação de bactérias e leveduras
QUÍMICOS: Substâncias químicas que preservam a estrutura e composição
química dos tecidos.
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Álcoois
Fixadores com mercúrio
Fixadores com ácido pícrico
Formaldeído
Glutaraldeído
Tetróxido de ósmio
Acetato de uranilo
Ferricianeto de potássio
OBSERVAÇÕES:
A fixação com álcool etílico deve ser feita apenas em casos especiais, pois
torna o tecido muito duro, dificultando a realização dos cortes histológicos.
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É necessária a utilização do álcool etílico como fixador nas biopsias de
pacientes com suspeita de gota, pois preserva os cristais de urato que
poderão ser vistos ao microscópio de luz polarizada. A fixação em formol a
10%, que é uma solução aquosa, dissolve esses cristais.
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Fixação de fragmentos da placa ungueal - Fixar o fragmento durante 12h
numa solução de glicerina a 10% com formol tambem a 10%.
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Importância da Fixação dos materiais
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Preservação das estruturas o mais semelhante à sua situação in vivo
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Consistência “endurecer os tecidos e as células”
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Impedir a autólise
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Impedir a actividade e a proliferação de bactérias
Aumentar a afinidade das estruturas celulares para os corantes
citológicos
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Fatores que influenciam a fixação dos materiais
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Tampão
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PH
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Osmolaridade
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Tamanho da peça
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Volume e concentração do fixador
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Velocidade de penetração do fixador
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Temperatura
↑TºC
↓TºC
-
↑velocidade de fixação
↓alterações autolíticas
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Fixação