IX Salão de
Iniciação Científica
PUCRS
Cálculo de capacidade para armazenamento de CO2 em formações
salinas para redução das emissões de gases de efeito-estufa:
Formação Açu, Bacia Potiguar – RN.
Carolina Lacerda Macalos 1,2 ([email protected]); Gabriela Camboim Rockett 1,2
([email protected]); Giancarlo Caporale 1,2 ([email protected]);
João Marcelo Ketzer 1,2 ([email protected]) – orientador.
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Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas – Departamento de Geografia, PUCRS,
Instituto do Meio Ambiente/CEPAC (Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono)
Introdução
Em virtude do aumento do uso de combustíveis fósseis e a emissão exacerbada de
gases-estufa pelo homem, vive-se atualmente o aquecimento global. Estima-se que até o final
deste século, a temperatura média da Terra sofrerá um aumento de cerca de 4ºC (Houghton et
al, 1997). Uma opção atualmente estudada para mitigação do aquecimento global é o
seqüestro geológico de carbono, onde o CO2 é injetado e armazenado em unidades geológicas
adequadas para o mesmo. Os aqüíferos sedimentares confinados consistem em unidades
geológicas adequadas para o armazenamento de CO2 por serem porosos e permeáveis, além de
apresentarem um selante natural (rocha selo) que condiciona um armazenamento duradouro
de CO2.
O presente trabalho tem por objetivo calcular a capacidade de armazenamento de CO2
em formações salinas e o período de tempo que o mesmo poderá ser utilizado para o
armazenamento (vida útil), utilizando inicialmente a Formação Salina Açu, localizada na
Bacia Sedimentar Potiguar no estado do Rio Grande do Norte.
Metodologia
Utilizando por referência os dados obtidos sobre aqüíferos salinos profundos de
Macalos et al (2007), o mapa das fontes emissoras de CO2 do Brasil, realizado por Rocha et al
(2006), e o mapeamento de fontes emissoras associadas às bacias sedimentares brasileiras de
Rocha et al (2007), foi selecionado para realização do cálculo de capacidade de
armazenamento, a Formação Açu, localizada na Bacia Sedimentar Potiguar (Fig1). Os fatores
determinantes para a escolha do mesmo foram: possuir localidades de salinidade de 2.247
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mg/L (Diniz Filho et al., 2000 apud ANA, 2005), profundidade maior que 800 m, e a relação
da proximidade com fontes emissoras de dióxido de carbono.
Figura 1: Localização da Bacia Potiguar.
Foi feito o mapeamento da Formação Açu e posteriormente plotado no mapa de fontes
emissoras associadas às bacias sedimentares brasileiras (Fig2) (Rocha et al, 2007).
Figura 2: Mapa com associação da Formação Açu e as fontes emissoras da Região Nordeste.
Para a realização do cálculo de volume total da formação deve-se considerar a
espessura dos sedimentos e a área da mesma. Estes dados foram coletados através de pesquisa
bibliográfica (Melo et al, 2006). Este cálculo considera o volume total da formação rochosa,
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porém a informação necessária é o volume poroso que pode conter fluído (porosidade) que
corresponde a uma porcentagem do volume total. Sendo assim, o resultado deve ser refinado
para uma maior precisão.
A partir deste dado o cálculo do volume teórico (capacidade teórica de
armazenamento de CO2) e efetivo (capacidade efetiva para armazenamento de CO2) será
realizado segundo metodologia do Bachu et al., 2007.
Após calculada a capacidade efetiva da Formação Açu deve-se associar com as fontes
emissoras estacionárias de CO2 próximas à região. Com esta associação poderemos saber
quanto de CO2 é emitido anualmente, a quantidade que poderá ser armazenado neste
sumidouro e qual a “vida útil” da Formação Açu para esta atividade.
Resultados Esperados
Com esta pesquisa espera-se obter o dado de volume efetivo para o armazenamento
geológico de CO2 da Formação Açu, Bacia Potiguar. Juntamente com este dado, espera-se
obter a capacidade associada (volume efetivo da formação/total de emissões anuais das fontes
de CO2) que dará o tempo - em anos - que a formação poderá ser aproveitada para o
armazenamento.
Referências
ANA – Agência Nacional de Águas. 2005. Panorama da qualidade das águas subterrâneas no Brasil.
BACHU, S,; BONIJOLY, D.; BADSHAW, J.; BURRUSS, R.; HOLLOWAY, S.; CHRISTENSEN, N. P.;
MATHIASSEN, O. M. CO2 storage capacity estimation: Methodology and gaps. International Journal of
Greenhouse Gas Control I. (2007), p. 430-443.
HOUGHTON, J.T.; MEIRA FILHO, L.G.; GRIGGS, D.J.; MASKELL, K. Stabilizations of atmospheric
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Change Technical Paper III. (1997), 61 pp.
MACALOS, C. L.; ROCKETT, G. C.; CAPORALE, G.; ROCHA, L. H. S. Seleção de Aqüíferos Sedimentares
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de Iniciação Científica da PUCRS, Anais do Salão de Iniciação Científica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. v. 8.
MELO, J.G.; STEIN, P.;VASCONCELOS, M.B.; SILVA, F.H.R. Recarga do Aqüífero Açu na borda sudoeste
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ROCHA, L. H. S.; CAPORALE, G.; ROCKETT, G. C.; MACALOS, C. L.; BRAUN, H. Mapeamento das
Fontes Estacionárias Emissoras de CO2 no Brasil e sua Associação com Possíveis Sumidouros Geológicos.
In: VIII Salão de Iniciação Científica da PUCRS, Anais do Salão de Iniciação Científica. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2007. v. 8.
ROCHA, L. H. S.; CAPORALE, G.; ROCKETT, G. C.; MERG, C. V. Mapeamento das Fontes Emissoras
Estacionárias de CO2 no Brasil. In: VII Salão de Iniciação Científica da PUCRS, Anais do Salão de Iniciação
Científica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. v. 7.
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61987 - Carolina Lacerda Macalos