CORES E BORBOLETAS: ARTE - EDUCAÇÃO
Vera Marta Wehebrink1
Aurora Terezinha Doering Brustolin2
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó
Resumo: As cores se fazem presente nos mais diversos espaços e elementos acompanhando a
evolução humana, recebendo enfoques e valorização diferenciada através dos tempos.
Desenvolvendo o tema: ¨Cores e borboletas: arte-educação¨, com o estudo das cores a partir da
observação de algumas espécies de borboletas, deve-se a uma paixão alimentada desde a infância
por estes extraordinários insetos. Surgiu então a problemática: de que maneira é possível
desenvolver uma proposta artística através dos estudos das cores em algumas espécies de
borboletas? O interesse nesse estudo também se deve ao trabalho de Fritz Plaumann, visto com
freqüência na observação e captura desses insetos e objetivando sua valorização no meio ambiente.
Para fundamentar o trabalho foi feita uma pesquisa teórica e para um aprofundamento maior o
trabalho contempla um estudo a respeito da vida e da obra do entomólogo Fritz Plaumann,
idealizador e protagonista do maior museu localizado na América Latina, situado em Nova TeutôniaSC. Embasada teoricamente esta pesquisa foi aplicada na docência do ensino de artes em sala de
aula no município de Seara-SC, na Escola Raimundo Corrêa com o Ensino Fundamental e no CEI
Dona Ilse com a Educação Infantil. Foram realizadas varias atividades com os alunos,
experimentação de materiais e criação de estudos artísticos, até que estes atingiram a materialização
eficaz da essência da temática. Finalizando as atividades envolvendo o tema foi realizada uma
produção final, onde cada aluno criou a sua borboleta com formas diferenciadas como, detalhes,
repetição de formas, a borboleta inteira, entre outros. Os resultados mostraram a importância do tema
nas atividades realizadas e a conscientização dos alunos em relação às espécies de borboletas. O
trabalho revela a conscientização ambiental a respeito da importância das espécies e também sua
relação com a arte através do estudo das cores.
Palavras-chave: Cores. Borboletas. Arte-educação.
1. Introdução
A cor presente nos mais diversos espaços, objetos e seres manifesta-se em
especial nas asas das borboletas. Inúmeras são as cores presentes no corpo destes
extraordinários insetos e esta é exatamente a problemática da pesquisa: De que
maneira é possível desenvolver uma proposta artística através dos estudos das
cores em algumas espécies de borboletas?
Sabe-se que ao longo dos tempos, o homem vem buscando encontrar
respostas que envolvem a reprodução, o nascimento, a alimentação, os hábitos e
outras características destes insetos que encantam em especial pela coloração, que
não passa despercebida aos olhos humanos.
1
Vera M. Wehebrink – Acadêmica do curso de Artes Visuais Licenciatura.
[email protected]
2
Aurora T.D Brustolin- Orientadora - Mestre em Educação: Docência no Ensino Superior, Professora
da Unochapecó. [email protected]
A relação do homem com a borboleta nem sempre foi harmoniosa, a falta de
conhecimentos a seu respeito foi determinante para a diminuição de exemplares das
diferentes espécies, bem como a extinção de algumas delas. O vôo elegante
contribui em muito para se tornar um alvo fácil nas mãos humanas.
Por intermédio deste trabalho, buscou-se contribuir na conscientização
ambiental quanto à importância da preservação destes insetos, retratando em
especial alguns exemplares de borboletas que fazem parte do acervo do Museu
Entomológico Fritz Plaumann localizado no interior do município de Seara-SC, mais
precisamente no distrito de Nova Teutônia, pretendendo desenvolver um estudo
mais aprofundado sobre suas formas e cores.
A pesquisa foi aplicada na docência do ensino de artes em sala de aula no
município de Seara-SC, na Escola Raimundo Corrêa com o Ensino Fundamental e
no CEI Dona Ilse com a Educação Infantil. Foram realizadas varias atividades com
os alunos, experimentação de materiais e criação de estudos artísticos. Finalizando
as atividades envolvendo o tema foi realizada uma produção final, onde cada aluno
criou a sua borboleta com formas diferenciadas como, detalhes, repetição de
formas, a borboleta inteira, entre outros.
O trabalho traz consigo além de uma conscientização a respeito das espécies
através do museu Fritz Plaumann, o estudo das cores nos mais diversos aspectos e
a relação com a educação ambiental.
Assim, o presente estudo, demonstra que, há a necessidade de ampliar o
conhecimento das cores bem como a contribuição que a natureza vem dando em
relação à estética, apresentado num âmbito educacional.
2. Cores e borboletas
O mundo habitado pelo ser humano é constituído de cores. Cores que
interferem nos hábitos, nas relações pessoais, nas formas de expressão e nas
manifestações pessoais ou coletivas de uma sociedade.
A cor se faz presente nos mais diversos espaços e surge como um alimento
para a vida, sua infinita tonalidade marca o potencial humano que não cessa quando
o objetivo é inovação.
Na pré-história, o homem já fazia uso da pintura para representação de sua
realidade. Graças a esta forma de registros hoje é possível conhecer fragmentos
dessa época. Os homens primitivos descobriam as cores pela experiência. As
pinturas rupestres eram feitas com os mais variados tipos de pigmentos naturais:
plantas, terra, carvão, e até o sangue dos animais que caçavam.
Pedrosa (1999) destaca que, é possível identificar nos dias atuais,
simbologias da cores presentes entre os povos primitivos, ou seja, que de certa
maneira estas simbologias persistem até os dias atuais. O vermelho lembrando fogo,
sangue, representava também força, terror, morte e luto. O amarelo lembrando o sol,
o ouro, frutos maduros, relacionado também com riquezas e poder. O branco por
sua vez a luz e a paz. Já o preto, a escuridão, o perigo a maldade.
No círculo cromático é possível diferenciar claramente as denominadas cores
primárias, cores secundárias, valores e complementares. Independentemente dos
atributos físicos das tintas, é necessário conhecer as propriedades das cores para
combiná-las com harmonia. A elaboração de cores através de pigmentos naturais
retirados de flores, plantas, terra, dão conta de esclarecer o quanto a cores são
importantes.
As diferentes culturas fazem uso da cor de acordo com os conhecimentos
obtidos através dos tempos. Os significados elaborados e aplicados no cotidiano são
decorrentes de uma soma de elementos que se processam contínua e
processualmente.
De acordo com Pedrosa (1999), quando o homem se conscientiza da
existência de diferentes colorações entre os elementos da natureza já tem um longo
caminho percorrido na luta pela preservação das espécies.
O querer produzir a coloração que consegue distinguir nos seres e nas
coisas, assinala o começo de uma história que se prolonga até aos nossos
dias. Numa ação de caráter predatório, tal como a da caça ou da coleta de
frutos, ele utiliza os elementos minerais, da flora e da fauna, para colorir e
ornamentar o próprio corpo, seus utensílios, armas e as paredes das
cavernas (1999, p.37).
Para o autor, nas diferentes épocas, as sociedades organizadas sempre
estabeleceram códigos completos e complexos, ou certos elementos da simbologia
das cores, atribuindo-lhes “caráter mágico”. A variedade de significados de cada cor,
ao longo dos tempos, está intimamente ligada ao nível de desenvolvimento social e
cultural das sociedades.
Para Oliveira (1997), a cor-pigmento é a substância empregada para obter os
mesmos resultados do fenômeno cor-luz. Cores estas que são elaboradas a partir
de matérias primas encontradas na natureza, através de materiais de origem
vegetal, animal e mineral que passam por processos industriais.
Em nenhuma outra época a cor teve tanta importância como nos dias atuais.
As grandes indústrias de corantes e de iluminação tornam cada vez mais
abrangentes as possibilidades de escolha de cores. Independentemente dos
atributos físicos das tintas, é necessário conhecer as propriedades das cores para
combiná-las com harmonia.
A cor presente nos mais diversos espaços, objetos e seres manifesta em
especial nas asas das borboletas. Inúmeras são as cores presentes no corpo destes
extraordinários insetos.
Sabe-se que ao longo dos tempos, o homem vem buscando encontrar
respostas que envolvem a reprodução, o nascimento, a alimentação, os hábitos e
outras características destes insetos que encantam em especial pela coloração, que
não passa despercebida aos olhos humanos.
A relação do homem com a borboleta nem sempre foi harmoniosa, a falta de
conhecimentos a seu respeito foi determinante para a diminuição de exemplares das
diferentes espécies, bem como a extinção de algumas delas. O vôo elegante
contribui em muito para se tornar um alvo fácil nas mãos humanas, como descobriu
Fritz Plaumann em suas pesquisas.
Em Spessatto (2001), encontramos um pouco da história do inusitado
pesquisador de insetos, Fritz Plaumann, que nasceu na Alemanha na cidade de
PreussischEylau, no dia 02 de maio de1902. Filho de Friedrick Willh em Plaumann e
Hulda Plaumann, desde criança demonstrou um interesse muito aguçado por
insetos. Seu pai era um grande incentivador e parceiro de sua curiosidade.
Por motivo da Segunda Guerra Mundial, a família Plaumann abandonou a
Europa, pois lá a situação não estava nada fácil. Preocupado com os
acontecimentos e a crise batendo às portas, o governo da Alemanha sem muitas
alternativas tratou de incentivar a migração de seu povo para outros países.
O autor registra, que a viagem dos Plaumann para o novo continente iniciou
em 01/10/1924. Muitas foram as surpresas, medos, tristezas, enjôos, dúvidas
vivenciadas a bordo do navio cargueiro. Os dias intermináveis a bordo do navio
deixou a família ansiosa pela nova vida que buscavam longe dos amigos, familiares,
na comunidade escolhida para refazer a vida.
A nova realidade na qual estava envolvida a família Plaumann, era totalmente
diferente da que desfrutavam na Europa. Mas não podiam desanimar diante dos
obstáculos. Graças a esta realidade, Fritz, o único filho dos Plaumann pode dar
sequência a suas anotações meteorológicas.
Em Nova Teutônia, Seara-SC, sua casa foi seu laboratório e seu museu.
Próximo a residência construiu uma área para seu trabalho com bancadas, estufas e
estantes. Ergueu um galpão para criação de formas jovem de insetos como ninfas,
larvas e pupas. Para obtenção do material de trabalho como alfinetes e livros vendia
parte de sua coleção para pesquisadores de país e do exterior.
Spessatto (2001) conta que Fritz manteve contato com estudiosos de outros
países durante anos, que em muito contribuíram para o êxito de seu trabalho.
Apenas quem visita e olha com olhos de curiosidade o ambiente é capaz de
entender a grandiosidade de um trabalho de toda uma vida do entomólogo, em prol
da natureza.
Figura 1: Museu Entomológico Fritz Plaumann
Acervo: Vera Marta Wehebrink
Conforme consta registrado no livro: O diário de Fritz Plaumann, (2001)
muitas foram as propostas indecorosas enviadas ao colecionador por parte de
comerciantes que buscavam o comércio clandestino desses insetos. Ele conta que o
processo de encontrar, capturar e depois armazenar as borboletas é considerado
complexo, mas, Fritz Plaumann, de posse de avançados conhecimentos e com a
prática da coleta, capturava as borboletas segurando-as pelo tórax, o que as
paralisava em pouco tempo.
A construção de um orquidário demonstra a paixão e o respeito do ilustre
pesquisador que em depoimento faz as seguintes colocações: “Dediquei tanto que
possível da minha vida ao estudo da fauna regional e em especial pela Entomologia.
Dependo de outros países para classificar o material coletado. E tudo o que aqui fiz
foi para o proveito do nosso Brasil, que tornou-se a minha segunda pátria.
Reconheço que é preciso fiscalização a fim de evitar abusos. Sempre rejeitei
encomendas de material para fins industriais. Muito tempo não vai me restar para
continuar com os estudos, e um dia a morte vai por tudo a fim, porém nada vou levar
junto comigo para o outro mundo. A coleção e o levantamento da fauna regional
servirão de base para estudos futuros.” (SPESSATTO, 2001)
Com sua humildade entrelaçada a sua sabedoria o entomólogo construiu uma
vida repleta de verdades, amor, e acima de tudo muito profissionalismo, onde
buscou de suporte da natureza apenas o necessário para desenvolver o que hoje é
o cartão postal do município de Seara. Por intermédio de suas sensatas atitudes
deixou um legado de informações e imagens que servem de fonte de pesquisa para
o mundo inteiro.
A borboleta fêmea cientificamente conhecida como MorphoAnaxibia que faz
parte do acervo do museu Fritz Plaumann, é um dos símbolos do município de
Seara, SC e sua escolha se deve ao reconhecimento dado pelo trabalho
desenvolvido pelo entomólogo.
Como forma de valorização e embelezamento desta terra, adotada pelo
pesquisador como sua pátria-mãe, o município arquitetou um abrigo para
passageiros, o qual foi construído no perímetro rural e urbano em formato de uma
borboleta como mostra foto abaixo.
Figura 2: Abrigo para passageiros
Acervo:Vera Marta Wehebrink
Figura 3: Placas - nome das ruas
Acervo:Vera Marta Wehebrink
A borboleta símbolo, já faz parte da cultura do município de Seara SC. Está
estampada também nas apostilas do Programa Positivo, adotado pela Secretaria
Municipal de Educação como material didático pedagógico que contribui na
aprendizagem dos alunos; nas placas que identificam as ruas da cidade; no cartão
utilizado para organizar o estacionamento rotativo nas principais ruas da cidade.
Além disso, este símbolo ainda pode ser encontrado em envelopes, arquivos, pastas
e outros materiais utilizados pela administração municipal.
Embora exista toda essa valorização pelos órgãos públicos, a degradação do
meio ambiente, o desmatamento indiscriminado, o avanço de urbanização de áreas
onde antes havia parques e vegetação apropriada com plantas integrantes da dieta
das borboletas nas diferentes fases do seu ciclo de vida, está sendo drasticamente
alterada, colocando em risco a perpetuação e sobrevivência das mesmas.
De acordo com o rumo dos acontecimentos, tudo indica que muitas espécies
de borboletas ainda não foram e quem sabe jamais serão descobertas. A todo o
momento a imprensa divulga que muitas delas são caçadas à exaustão, devido a
sua beleza. O homem em nome de sua soberania as mata para a composição de
peças artesanais ou para fazerem parte de coleções particulares sem a
preocupação de qualquer interesse ou conteúdo científico.
A postura adotada por Fritz Plaumann, o fez reconhecedor de sua sabedoria,
uma vez que retirou da natureza elementos e os tornou acervo para que estes
pudessem ser conhecidos pelas gerações futuras. Por certo, ele já previa o
desmatamento, as queimadas, o uso de agrotóxicos, o descaso pela natureza. E
assim criou o espaço para pesquisas que muito contribuirão para avaliar o homem e
sua performance.
O acervo composto por Fritz Plaumann, é uma obra de arte, e assim como
esta, existem muitas outras. Diversas teorias tentam retratar as obras edificadas pelo
ser humano e são conhecidas como teorias da arte. Assim cada uma, com sua
concepção defendem os interesses que a ela importam.
Não existe, pois, teoria da arte que advenha da crítica (que durante muito
tempo foi apenas uma questão de gosto), nem crítica da arte que se
justifique pela teoria. Por outras palavras: a teoria da arte não se
fundamenta na arte; não é autônoma e precisa se fundir numa teoria
exterior ao campo artístico, neste caso numa filosofia. (CHALUMEAU, 1997,
p. 11)
Para os estudiosos da área, toda obra de arte resulta da combinação de
elementos como: formas, cores e linhas. O corpo das borboletas é na verdade um
grande e tangível espaço de pesquisas, através deste trabalho foi possível definir
alguns pontos de referência do que elas podem representar.
Como se percebe, a cor se faz presente nos mais diversos espaços e surge
como um alimento para a vida, sua infinita tonalidade marca o potencial humano que
não cessa quando o objetivo é inovação. “A arte deve corresponder a uma
necessidade interior, buscando, por certo, suas fontes em sua época, mas,
sobretudo, gerando o futuro” (KANDISKY, 1996, p. 12).
De acordo com Pedrosa (1999), quando o homem se conscientiza da
existência de diferentes colorações entre os elementos da natureza já tem um longo
caminho percorrido na luta pela preservação das espécies.
O querer produzir a coloração que consegue distinguir nos seres e nas
coisas, assinala o começo de uma história que se prolonga até aos nossos
dias. Numa ação de caráter predatório, tal como a da caça ou da coleta de
frutos, ele utiliza os elementos minerais, da flora e da fauna, para colorir e
ornamentar o próprio corpo, seus utensílios, armas e as paredes das
cavernas. (p.37).
A variedade de significados de cada cor, ao longo dos tempos, está
intimamente ligada ao nível de desenvolvimento social e cultural das sociedades.
O mundo habitado pelo ser humano é constituído de cores. Cores que
interferem nos hábitos, nas relações pessoais, nas formas de expressão e nas
manifestações pessoais ou coletivas de uma sociedade.
Entende-se então que é o pigmento que dá cor a tudo o que é material.
As asas das borboletas exibem uma enorme diversidade de padrões de
cores, entre espécies e dentro da mesma espécie, sendo que estas formam um
modelo ideal para estudos de diferentes tipos de variação morfológica, numa
perspectiva altamente integrada, englobando vários níveis de análise: desde os
genes responsáveis pela produção de variação aos processos ecológicos que esta
variação influencia.
As asas são coloridas e sobrepostas, revestidas de pequenas escamas,
semelhantes a um pó colorido formando desenhos de rara beleza. As cores podem
ser fortes, suaves, metálicas, que podem ser visualizadas por diferentes refrações
da luz.
As borboletas são insetos da ordem dos lepidópteros, que voam durante o
dia, ou pelo menos na claridade do amanhecer ou do crepúsculo, ao
contrário da grande maioria das mariposas, que voam à noite. As escamas
que revestem o corpo, as pernas e, total ou parcialmente, as asas das
borboletas tem cores brilhantes, principalmente nos exemplares masculinos
(ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL, 1986, p. 1476).
É possível afirmar que as borboletas chamam atenção pela beleza que
exibem através das cores que trazem em seu corpo, além disso, são imprescindíveis
como bioindicadores, ou seja, locais que abrigam diferentes espécies destes insetos
revelam a diversidade de vegetais ali existentes.
Fritz Plaumann descobriu 1.500 novas espécies de insetos sendo que 150
levam o seu nome, o acervo do museu possui 80.000 exemplares de insetos, e
17.000 espécies diferentes. Em 22 de setembro de 1994, Fritz Plaumann faleceu,
aos 92 anos de idade.
3. Atividade docente
Na docência apliquei o tema Cores e Borboletas: arte educação, na escola
Básica Raimundo Corrêa localizada em Seara – SC. Para apresentação uma
dinâmica com a simbologia das cores: Vermelho - sou a Paixão, me admire. Branco
– sou a Paz, me siga. Preto – sou a Morte, me afaste. Lilás – sou a Espiritualidade,
me abrace, e assim por diante. Após fiz uma um brincadeira com uma imagem de
ilusão óptica das cores, onde eles tinham que falar a palavra e não a cor. Para fazer
um trabalho sobre as cores primárias e secundárias expliquei que iríamos trabalhar
com as cores, então eles teriam que fazer duas pinturas uma com as cores primárias
e outra secundárias.
Já na creche municipal Dona Ilse, situada na Rua Grápia, no Bairro Industrial,
em Seara – SC, a turma onde apliquei foi o Pré II.
Entreguei para cada aluno um crachá em forma de círculo com as cores azul,
amarelo e vermelho. Onde fizeram um desenho atrás do crachá, e em seguida eles
trocaram os crachás com os colegas e fizeram a apresentação.
Na 5ª série do Ensino Fundamental, expliquei um pouco sobre as cores, onde
surgiu, o que são os pigmentos naturais, cores primárias, secundárias, cores
quentes, frias, simbologia e assim por diante, em seguida fizeram um trabalho
prático com as cores primárias e secundárias.
Figuras 4 e 5: Alunos da 5ª série produzindo seu trabalho com cores primárias.
Acervo: Vera Marta Wehebrink
No pré II, para trabalhar com as cores, expliquei a técnica da folha dobrada
com pingo de tinta. Coloquei um pouco de tinta como verde, laranja, vermelho entre
outras em uma folha. Então dobrei a folha ao meio, para que a tinta se espalhasse e
formasse uma figura, exemplo uma borboleta, coração, enfim uma forma diferente.
Então eles pediram as cores que queriam, e após ter colocado as cores, eles
dobravam a folha ao meio e apertavam para a pinta se espalhar. Então abriam a
folha e saia uma forma: “é uma borboleta, que linda”, “a minha é uma flor bem
bonita”, “o meu é um coração”. E assim por diante, eles adoraram fazer isso.
Figuras 6 e 7: Pré II - Trabalhos feitos com as tintas primárias e secundárias.
Acervo: Vera Marta Wehebrink
Na turma da 5ª após ter terminado o trabalho das cores comecei a contar para
eles um pouco da vida do entomólogo Fritz Plaumann, de onde veio, o que
costumava fazer, sobre os insetos, e do museu.
Então, ensinei para eles uma dobradura de borboleta.
Figuras 8 e 9: Dobradura feitas pelos alunos do Ensino Fundamental.
Acervo: Vera Marta Wehebrink
Trabalhando com esse tema ainda entreguei para eles uma cruzadinha sobre
insetos onde eles tinham que procurar o nome de alguns insetos que se encontram
no museu Fritz Plaumann. Em seguida ouvimos a música “Proteção as borboletas”
do grupo Etnia; depois de ouvir escreveram o que a música quis passar.
Na educação Infantil ainda para trabalhar com as cores eles brincaram com
peças coloridas, montando um inseto como borboleta, besouro enfim o que eles
conseguiriam.
Figuras 10 e 11: Peças coloridas de montar, individual e em grupo com os da Educação Infantil.
Acervo: Vera Marta Wehebrink
Alguns alunos montavam os objetos bem colorido, outros só com uma cor.
Após eles terem feito o inseto, o grupo tinha que montar um objeto com o objetivo de
integração no grupo. Perguntei-lhes se conheciam o símbolo de Seara-SC, eles
falaram que “sim, uma borboleta”. Então mostrei imagens de algumas espécies de
borboletas e expliquei um pouco da vida do entomólogo Fritz Plaumann.
Em seguida fiz um diagnóstico das borboletas mortas, mostrei como elas são,
a parte do corpo, as asas que são frágeis, que cada espécie tem cores e formas
diferentes, e comentei que achei-as mortas. Então mostrei para cada aluno as três
espécies.
No Ensino Fundamental, para a produção final mostrei exemplos de alguns
estudos e protótipos feitos no decorrer do Curso de Artes Visuais – Bacharel.
Na aula eles trouxeram imagens de borboletas e cada um começou a fazer a
sua borboleta, onde eles tinham que juntar cor e borboleta no trabalho final. Eles
começaram a fazer o seu protótipo e depois passaram em uma folha A3, o trabalho
final ficou muito bom. Cada aluno fez a sua borboleta, uns usaram a repetição de
uma parte dela, outros só um detalhe, ampliando, fazendo formas diferenciadas,
enfim cada um fez a sua borboleta. No final cada aluno apresentou o que fez, as
cores que utilizou, e a importância delas e da conscientização que devemos ter em
relação às borboletas.
Figuras 12 e 13: Trabalho Final – Ensino Fundamental - 5ª série.
Acervo: Vera Marta Wehebrink
No pré II para trabalhar um pouco mais das borboletas contei uma
história de borboletas “Eram dez lagartas”. A história conta que eram 10
lagartas e uma ia se perdendo das outras, só sobrou uma, no final todas as 10
lagartas se transformaram em borboletas.
A produção final foi feita com massinha de modelar. Eles tinham que
fazer a borboleta deles, cada um a sua. Criaram vários tipos de borboletas
diferentes: coloridas, pequenas, grandes, outras só de duas cores enfim,
formas diferentes, como mostram as imagens abaixo.
Figuras 14 e 15: Trabalho Final – Educação Infantil - Pré II.
Acervo: Vera Marta Wehebrink
Os trabalhos realizados na docência a partir do embasamento teórico da
pesquisa saíram bem criativos, coloridos, cada um diferente do outro.
Mostrou que as atividades propostas foram bem resolvidas tanto na
educação infantil como no ensino fundamental. Os resultados na construção do
conhecimento em arte assim como a produção artística foram positivos, bem
como também a conscientização dos alunos em relação à conservação das
espécies de borboletas no meio ambiente.
Finalmente o trabalho traz consigo além de uma conscientização e
sensibilização a despeito das espécies a preservação entre as mesmas,
também tem como intenção a importância das cores nos mais diversos
aspectos.
4. Considerações finais
Compreender como se desencadeia o relacionamento entre os
indivíduos e como estes entendem o meio onde vivem, é um desafio que
atravessa o tempo e as gerações. As pinturas rupestres feitas nas cavernas a
partir de elementos naturais permitem ao homem do século XXI, compreender
fragmentos de como os homens primitivos viviam, como se protegiam, que
recursos empregavam para obter seus alimentos; enfim como sobreviviam.
Lenta e constantemente o homem aprimora seus instrumentos de defesa
de coleta e os utiliza para produzir seus alimentos. Através da interferência do
homem, o meio ambiente sofre mutações. Como os demais elementos a cor
também recebe nova conotação. A partir do avanço da ciência, a cor se torna
elemento indispensável principalmente no que tange a industrialização.
A cultura passa a valorizar expressões artísticas e reconhece os artistas
como disseminadores do conhecimento.
Através da elaboração de obras,
estes intelectuais contribuem na divulgação da arte em suas diferentes
dimensões.
O trabalho traz consigo além de uma conscientização ambiental e
sensibilização a respeito das espécies, a preservação entre as mesmas,
relacionando à importância das cores nos mais diversos aspectos da arte.
REFERÊNCIAS
CHALUMEAU, Jean Luc. Trad. TAIPAS, Paula. As teorias da arte: filosofia
crítica e história da arte de Platão aos nossos dias. Lisboa: Instituto Piaget,
1997.
ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. São Paulo: Companhia
Melhoramentos Ltda, 1986.
KANDINSKI, Wassily. Do espiritual na arte e na pintura em particular. 2 ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1996.
PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. 7 ed. Rio de Janeiro: Léo
Christiano Editorial Ltda. 1999.
SPESSATTO, Mary Bortolanza (org). O diário de Fritz Plaumann. Chapecó:
Argos, 2001.
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