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P - Bom, senhor Saburo, eu queria que o senhor... de iniciar a entrevista com o senhor dizendo o nome
completo, o local e a data de nascimento.
R - Meu nome Saburo Shirasaca, moro na Rua Cantareira, 672, apartamento 5.
P - Onde o senhor nasceu e a data de nascimento do senhor?
R - Nasci cidade de Piratininga, paulista, n, 16 de setembro de 1930.
P - Como se chamam os pais do senhor e onde que eles nasceram?
R - Meu pai nasceu em Japo, n, japons...
P - Que local do Japo?
R - Local do Fukushima, provncia, no, quer dizer, cidade Fukushima, n, que eu no conheo mas ouvi
falando...
P - Como que eles se chamam?
R - Meu pai?
P - E a sua me?
R - , meu pai Gentaro Shirasaca, minha me Kane Shirasaca.
P - E a me do senhor nasceu onde?
R - Tambm nasceu no Fukushima, ela no... acho que ... mesma cidade, n, mesma cidade.
P - Qual que era a atividade do pai do senhor, o que ele fazia?
R - No Japo?
P - Isso.
R - No Japo que me disseram era.... parece... tambm acho que ... agricultura, n, l plantar arroz,
antigamente, a maioria no Japo, n, s plantava algodo, algodo no, quer dizer, arroz, n.
P - E quando que ele veio pro Brasil, em que ano que ele veio?
R - Acho que, acho que.... mil novecentos... 1927, de junho, ... julho.
P - De 27?
R - , com... veio, com o navio, n, a... La Plata Mar parece, La Plata Mar, isso eu me lembro porque meu
pai sempre contava, n.
P - E por que que ele veio? O pai do senhor contava como que foi a viagem...
R - a inteno de, aquela poca, n, como fosse agora a... est indo no Japo pra buscar dinheiro porque l est
melhor, n, agora, naquela poca Japo no estava bom e Brasil estava bom, n, ento todo mundo queria juntar
dinheiro, ganhar dinheiro aqui, a veio, mas uns tinham sorte, mas meu pai no teve sorte, n.
P - O que que ele foi fazer?
R - Ele, meu pai era muito aventureiro, n, primeiro foi na fazenda a... Fazenda Veado, n, aqui a Mogiana
que, os imigrante, n, maioria foram l numa fazenda, depois... no agentaram, n, o servio era muito duro,
no como imaginavam, n, e o meu pai sempre falava assim: "Diz que Brasil, trabalhar um ano d pra ficar
rico, n", todo mundo tinha essa idia, a no era nada disso, n, porque a fazenda foi muito duro, n, trabalhar,
como fosse escravo, n, s que no foi acorrentado, n? (riso) Trabalho era muito duro, a precisava fugir de l,
no ?
P - E a?
R - A arrendaram uma fazenda, n, fazenda So Geraldo falei, ali ficou acho que trs anos, que o lugar que
eu nasci, n, ali trabalhou, tambm era cafezal acho que estava na fazenda, depois a ajudar a plantar algodo
tambm, n, e foi arrendar terreno e meu pai era muito aventureiro, sabe, queria fazer uma coisa grande,
sabe, arrendava 30 alqueires, sabe, e derrubava aquele mato, mato virgem, n, hoje que proibido, n,
naquela poca no, n, ento derrubou tudo aquele mato, tocou fogo e... no queimou aquele tudo, sabe n,
ficou aquele, todo aquele tronco e pra tirar isso a precisava muita mo-de-obra, precisava ter muito assim,
empregados, n, pra limpar. A limpou, n, plantou algodo, algodo leva uns, um ano mais ou menos pra, n,
mas a deu p de algodo quase dois metro de altura, n, mas como terra foi muito forte e algodo carrega
mao, n, depois abre e no abriu, n, ento perdeu esse ano. Durante trs anos perdeu... a ele (baiacou?), n.
(Ficou cercado de gente?) ali ficou devendo l, muita divida, n, mas ele... meu pai, depois meu pai
faleceu, meu irmo trabalhou tambm, todos ns trabalhamos, n, a deu pra recuperar.
P - Quantos irmos, quantos irmos eram?
R - Bom, eu era, 11, somos 11 aqui no Brasil, n. Na verdade era 13, n, mas quando era pequeno morreu,
n, dois l no Japo, aqui no Brasil somos, era, ramos 11. Depois, hoje j morreu no mais, j foi trs, que
morreu trs, n? E sete, sete mulher e quatro homens, n.
P - E os irmos ajudavam tambm na lavoura?
R - Ah, todo mundo, precisava ajudar.
P - E qual era o trabalho que vocs faziam?
R - Trabalho era mais ... cortar capim, n, limpar, passar arado tambm, com burro, n, puxar enxada. A
trabalhava, quer ver? Eu, meu irmo, minha irm, todos quase todos trabalhava s quem era menor que no
trabalhava, n , pequeno, mas eu comecei a trabalhar com sete ano, sete ano comecei a trabalhar, era
obrigado, n.
P - E, naquela idade, alm do trabalho quais eram as brincadeiras?
R - Olha, brincadeira mesmo naquela poca, brinquedo mesmo no tinha como agora, n, mas tambm
mesmo que tivesse era, o pai no tinha dinheiro pra comprar. Ento brincava, pegava o cabo de vassoura,
fazia cabea de cavalo, montava, sabe. Pegava aquele, lcool, n, e fazia um negcio assim, brincava assim,
n, depois , brincadeira, no assim de brinquedo mesmo, brincadeira de pega-pega essas que no, no gasta
dinheiro, n, (riso) no precisava de dinheiro, que era duro, e a gente vivemos assim, quando eu era
pequeno eu no tinha nem sapato, duro, porque famlia grande, no conseguia comprar pra todo mundo. Na
escola mesmo a... naquela poca ia s at no segundo ano, grupo, n, mais do que isso a era... quando eu era
pequeno eu falava mais japons do que portugus, n, porque l no interior no convivia com assim, no saa, n,
ficava dentro da casa, ento a... dentro da casa, meus pais s falava japons, n. , porque inteno do meu pai no
era pra ficar aqui, n, ia voltar, pra voltar no Japo depois de juntar dinheiro, n, mas a veio a Guerra
Mundial, n. Quando comeou Guerra Mundial tudo japons falava: "O Japo vai ganhar, tal, assim, n." E
nem trabalhava, diz que ia voltar pro Japo, o Japo diz que vinha buscar, n, a todo mundo largava a
enxada sabe, isso me lembro, at meu irmo no trabalhava... o meu irmo mais velho, n, ele nasceu l, n,
agora eu j brasileiro mas nem entendia o que era... porque em casa era japons mesmo, n.
P - E quando que o senhor aprendeu portugus? Com quem?
R - Ah, isso a , n, porque, a comecei sair, n, comecei a jogar bola, n, depois a... pegar amizade com
brasileiros, n, peguei muita amizade, a fui aprendendo, n, por isso que a... o mesmo brasileiro da minha
idade, maioria, n, no fala bem portugus, no fala no, e nem, nem japons no escreve bem, n, idade mais
difcil porque que nem, que nem meu irmo, tambm nasceu aqui, n, pra ele tambm difcil assim.
P - Seu Saburo, a escola como que era, onde era a escola, era na fazenda?
R - , todas fazenda tinha uma escola assim era escola pequeninha, n, e a professora vinha da cidade, n,
todo dia. Ia de cavalo, n, todo dia, a at... acho que segundo, segundo ano primrio s, grupo, n, toda fazenda
tinha, mais, mais que isso a no tinha, precisava ir na cidade mesmo, n, ginsio assim s, n, porque pra fazer
ginsio precisava ir na cidade, mas pra gente no tinha condies de ir l.
P - E como era ento? A...
R - Acho que, mesmo assim que precisa andar uns sete, oito at nove, dez quilmetro pra chegar na escola,
n, ia andando, n, ia andando. E eu estudei no sei quantas vezes o grupo, at o segundo, (riso) tudo a
mesma coisa e sempre andando, de casa at l acho que tinha uns nove quilmetros, n, ir pra voltar, 18
quilmetro andava.
P - Seu Saburo, o senhor lembra da casa que o senhor morava, como que era a casa nessas fazendas, as
casas, n?
R - Ih, casa era casa de sap, era parede era de barro, feita de barro, tudo a... antigamente era, interior de,
era feita de sap, n, e parede era de barro e... feito com bambu, n, ento era assim, a casa era muito assim,
no tinha cama por exemplo feita assim, no tinha cama de agora, tinha que fazer a cama, cortava aquela
madeira e cama, no comeo, n, porque eu sei, porque eu, eu lembro, n, quando era pequeno.
P - E o senhor falou que ajudava o pai do senhor na lavoura, que tipo de trabalho que o senhor fazia?
R - Eu ajudava muito o meu pai, carregava veneno pra matar, matar formiga, n, formiga chama sava que
, n, devorava p de algodo, ento precisava matar com veneno, chama veneno, arsnico chama, n, ento
precisava descobrir onde, n, o ninho da formiga a tinha aquele aparelho, mquina e fazia assim pra,
quando a fumaa, ia a fumaa, fumaa de veneno, n, ento formiga fazia, cheia de buraco assim, sabe, ento
no podia sair aquela fumaa, fumaa precisava ficar l dentro, a morria tudo, n, ento precisava tampar aquele
buraquinho pra no sair, ento eu tampava aquele buraquinho assim (riso), ajudava assim o meu pai. , mas
no s isso a, ajudava num monte de coisa, n, carregar gua, pegar gua pra verdura, n, porque antigamente
era, precisava regar muita gua pra verdura, precisava carregar do rio, n, era duro, n, no interior duro, mas
agora, comparando aquela poca, muito fcil, n.
P - Seu Saburo, alm do algodo que que o pai do senhor plantava?
R - Olha, meu pai plantava algodo, batata, batata mais pra consumir e arroz, feijo, mandioca e... monte
desses legume, n, repolho, alface, tudo pra consumir em casa.
P - O senhor falou que depois... ele comeou a trabalhar com bicho da seda, comeou a criar o bicho da
seda.
R-.
P - Conta um pouquinho sobre isso, quando que ele comeou?
R - , ele, ... quando ele comeou, eu falei aquela fazenda a... Fazenda So Lus, n, ali ele achou que, meu pai
achou que era, o preo era bom, n, melhor do que era algodo, plantar algodo, bicho de seda, os tempo
tinha, tinha poca que era bom, n, preo, a resolveu criar bicho de seda, n. Mas bicho de seda , tambm
sacrifcio, n, pra criar aquele bicho, porque aquele bicho come o dia inteiro, n, precisa dar toda hora
aquele, a folha de amora, n, uma noite acabava, devorava, aquele bicho e levava at a... quer ver, acho que
uns trs meses, n, a ter casulo, n, a vendia por quilo l, precisava limpar com aquela mquina, precisava tirar
aquele sujeira, que chama... que d o... aquilo o... algodo tambm, n, d em cima, aqueles, e precisava tirar
aquilo l, e vendia por quilo.
P - Pra quem vendia?
R - , tinha fbrica de seda acho que, se no me engano, l na Piratininga, n, vendia l, a depois a... achou que
algodo bom, ento plantava algodo e voltava pra bicho de seda, poca de guerra, n. Na poca de guerra
subiu muito aquilo, o...algodo, n, daquele bicho de seda, n, ento minha me comeou a criar de novo l, l no
Buraco, mas, a mais assim... a principal era algodo. Mas ali... trs ano no estava bom, n, depois at ficou
um pouco fraco a foi bom pra algodo, a carregou bastante ma, n, abriu bem, com naquele foto, n, ento
deu pra recuperar.... deu pra pagar aquela dvida que tinha, meu pai. Meu pai morreu, quando morreu
tinha cheio de dvidas, n, ento meu irmo que cobriu tudo, n, depois e depois... acho que no dava mais
certo l no interior o negcio sair pra perto de So Paulo, n.
P - Quem veio pra So Paulo?
R - Ah, a nossa famlia toda. Porque at a minha irm j foi se casando, n, duas foi pra So Paulo, foi
diminuindo a famlia, n, a ficou... minha me que estava viva ainda, meu cunhado, meu irmo, eu e mais
outro irmo, mais a outra irm, n, que era pequena ainda, l na casa de...aquele Stio Ishikawa, trabalhava de
empregado, n.
P - Onde ficava o stio?
R - Itaquaquecetuba. Ali ficamos quatro ano, tratando galinha, n, mas a pensei j: "Puxa vida, eu no quero
trabalhar, n, criando galinha, tem que estudar tambm." Porque ali no dava mesmo, e eu pensei, n, eu falei
pro meu irmo: "Olha, eu no vou trabalhar mais como empregado l, n, criando galinha, mexendo galinha
aqui, n, eu vou pra So Paulo..."
P - O stio produzia galinha?
R - , l na Ishikawa, a meu irmo saiu antes, um ano antes n, veio pra So Paulo, mas eu tambm eu no vou
ficar no, eu vou pra So Paulo (riso), eu vou estudar l e o meu irmo no quis n: "Ah, voc nasceu como
lavrador bom ficar." "Ah, no tem nada disso." ... atraso n, a que fui, fui l no mercado n, at hoje.
P - Conta um pouquinho essa histria de quando que o senhor saiu do stio e por que que o senhor foi pro
mercado?
P - Ento, a inteno era, meu sonho era assim, eu j no queria trabalhar como... na lavoura n, queria mais pra
So Paulo n, era mais jovem assim, eu ouvia muito de coisas falaram que So Paulo muito bom, n, lugar
bonito, n, divertido, ento eu sa de l. A minha inteno era trabalhar, no trabalhar em emprio, n, porque
emprio j era do meu tio, n. Eu era, eu acho que vou trabalhar como farmacutico, n, profisso eu acho que
mais limpo, bonito, n. (riso) Mas a foi porque eu no tinha ningum, n, no tinha onde ir aqui em So Paulo,
n, fui direto pra casa do meu tio, n. A meu tio fez muita fora pra mim ir, preocupou tambm, n, vou te
ajudar, n. A ele falou: "Vou ver onde era bom", a farmcia, n, pra trabalhar na farmcia, a ele falou: "Fica
ajudando uns tempo at, n, procurar."A fiquei uma semana, duas semana, n, da eu era muito caipira, no
sabia nada, n, nada mesmo, s conhecia feijo e arroz mesmo, batata, outra coisa eu no sabia nada. Mas ali
fui aprendendo, chegou um ms assim j aprendi bastante, pegar, j comecei a pegar amizade, n, comeou a
aparecer a... fregus, n, comeou a pegar amizade. A meu tio falou: ", fica mais, mais um pouco, n", a
fiquei mais... trs, quatro, cinco meses, n, cada dia mais fiquei pegando amizade, n, e peguei mais amizade
com o fregus, n, ento comeou a.... juntar um monte de, meu patrcio, n, perguntar se tem isso, aquilo,
produto japons, n, a... a foi modificando o emprio, no comeo tinha s cereais, depois foi mudando, molho
japons, arroz japons, at arroz japons, tempero tudo, tudo, n.
P - Arroz japons?
R-.
P - Como que o arroz japons?
R - Arroz japons ... chama arroz catete, n, e... no fica solto que nem, que nem agulha, n, ento por isso que
a arroz japons faz bolinho, n, japons costuma comer arroz... comer com palito, que arroz que fica solto
no d pra pegar, e tem o sabor tambm. Hoje eu tenho fregus brasileiro mesmo, acho que mais 50% do que
est levando arroz japons, eles acham que tem mais sabor, n, e fala, estou vendendo muito, mas caro, n,
quase... quase acho que dobro do preo, mas vende muito.
P - Seu Saburo, como que se chamava o emprio do tio do senhor e quando que ele foi fundado?
R - Eu acho que se no me engano foi 1947, 1947.
P - E como que se chamava?
R - Naquela poca era, no era permitido, se era estrangeiro, n, no sei porque, mas no podia, n, tem que,
precisava ser brasileiro mesmo, ento como meu cunhado era brasileiro, n, pediu pra ele emprestar nome,
n, nome de Shimada. Ento era Emprio Shimada foi uns tempo, n, Emprio Shimada, isso foi... durou acho
que uns cinco ano mais ou menos, cinco, seis ano, por a.
P - E qual era principal linha de produtos que o tio do senhor vendia?
R - No incio foi mai... o produto mais brasileiro, n, porque no tinha muito patrcio, sabe, japons. Ento
vendia mais feijo, arroz, leo, n, essas coisa, farinha, macarro, a pouco a pouco comeou a aparecer, n,
porque ali tinha um monte de patrcio, n.
P - No mercado?
R - , naquela poca ainda japons comia s o produto japons mesmo, no que nem hoje, hoje a, o nissei,
sansei come tudo, n, mais feijoada, macarronada, n, agora brasileiro come japons, tudo, tudo igual ficou,
n. Naquela poca no, naquela poca japons tinha que comer comida de japons, ento japons aparecia l
perguntava, n, produto japons, n, a s vezes no tinha, n, mas a gente guardava na cabea, n, depois a gente
comprava l, comprava, comeou juntar mercadoria, shoyu, shoyu molho japons, n, feito de soja, massa,
massa, soja ... usa muito assim na sopa, sopa japonesa, n, aquilo comida tradicional do Japo, hoje , acho
que 80% produto japons...
P - Na barraca do senhor?
R - , mas no estamos dependendo mais de japons, por uns tempo, quando comeou ir japons l no Japo, n,
pensei que ia perder muito fregus, n, porque realmente foi diminuindo mesmo. A, mas agora brasileiro
que compra mais, ento eu no preocupo mais sabe, melhor at que quando aquele produto bom, caro, que o
Brasil tem mais dinheiro, tem muito rico, n, japons comea a regular j, ento compra aquele produto... por
exemplo pasta pra, come muito peixe cru, n, no sei se vocs gosta de peixe cru, mas...
P - Gosto.
R - , ento, sbado 90% brasileiro...
P - Que compra.
R - Compra peixe a... e come cru, n, e a precisa daquela pasta, pasta que arde, n, ento eu vendo aquela,
vende muito.
P - Seu Saburo, eu queria voltar um pouquinho sobre o emprio, ainda com o tio do senhor, quer dizer, o
senhor trabalhou um tempo com o tio e depois? Eu queria que o senhor contasse quando o senhor
comeou no emprio.
R - Ah... sim, ento eu ajudei ali, fiquei n, acabou ficando l, a, depois sete anos, n, mas eu achei que, no,
porque o meu tio tinha prometido, n, que depois de sete ano, n, me ajudar a comprar outro
estabelecimento pra mim, n. Mas depois de sete ano, acho que no vai sair nada, pensei, n, da eu tenho
que tambm pensar na minha vida, n, no posso trabalhar como empregado. (tosse) A eu encontrei uma
quitanda que o brasileiro tinha, n, e no ia pra frente, sabe, estava pra fechar, mas comprei barato l, n, a
levantei l, comprei l na Rua Albion, na Lapa, n, a tambm peguei muita freguesia l, mas a durante quatro
anos, n, a meu tio veio... veio me chamar: " Saburo eu estava precisando de voc porque, n, tem fregus
que est reclamando, n, e ampliou mais o emprio, n. " Agora: "Bom, depende de condies, n." A ele falou:
"Agora eu dou outra condies, n, j pra ficar de scio, n." A est bom, porque emprio j eu conheo, n, eu sei
que lugar bom, ento eu voltei l, e at hoje estou l.
P - L na quitanda da Lapa, o que o senhor mais vendia e quem que eram os fregueses do senhor?
R - Ali era, aquele bairro tinha muito japons, n, mas mais brasileiro, n, ali mais residencial, n, comprava
dona de casa, comprava, e tinha tambm restaurante, eu pegava muito restaurante, n, eu vendia muito
alface l e vendia mais era... laranja sabe, naquela poca tinha ponc deste tamanho e eu deixava at na rua
com caixa e tudo, n, pra atrair a... Porque ali era rua principal, que ia l pra Campinas, n, pra ir, sbado
passava l quando o... o motorista via aquela laranja grande, n, parava l, e comprava por caixa, n, pra levar
no, acho que era um stio onde, sei l eu onde, onde ia, n, vendia muito.
P - E quem que fornecia os produtos pro senhor?
R - Ali , eu comprava aqui no mercadinho, por atacado.
P - Qual?
R - Mercadinho da Cantareira, mercado, mercado de verduras, n, mercadinho chama. Mas ali, naquela
poca, estava, todo mundo estava rindo, sabe, porque o nico quitandeiro que trabalhava de gravata era eu.
(riso)
P - Ah ? E por que que o senhor trabalhava de gravata?
R - Eu fiquei, costume, n, usar. Agora... agora no d no, naquela poca eu, porque quando eu entrei no
emprio, maioria trabalhava de gravata l, sabia?
P - L no mercado?
R - , e eu trabalhava de gravata l, , inclusive tinha foto de meu tio que estava de gravata, (fim da fita 043
/01-A) , naquela poca era assim.
P - E, a forma de pagamento, por exemplo, l da quitanda, como que o senhor, que os fregueses pagavam
o senhor?
R - Ah, pagavam tudo vista.
P-?
R - No, s vezes ... pendurava, n, depois, fregus velhos, n, fregus de confiana, n, sempre, , sempre existem
assim, tanto no emprio como naquele estabelecimento, n, tendo confiana. Que naquela poca era tudo,
pessoa pagava bem, n, no tinha nada de calote, deixava uns dois, trs dia, n, vinha pagar, n.
P - Quando o senhor veio morar em So Paulo, em que bairro que o senhor morou?
R - Eu fui, porque o meu tio morava l no Bairro do Ipiranga, Ipiranga.
P - Chegaram no Ipiranga.
R - , e naquela poca era frio, sabe, era acho que plena acho que... , aquele fogo artificial, n, eu estranhei,
como bonito, eu estava vendo na varanda do casa do meu tio, n, ... acho que foi no 23 de junho, So Joo
junho ou julho?
P - Junho.
R - Junho, n, ento junho, porque todo mundo naquela poca estava com aqueles artificial, sabe, era bonito,
n, e era Bairro do Ipiranga. E ali, pra tomar nibus precisava andar uns, mais ou menos, 500 metro,
naquela poca, era... era mato ainda, at chegar ponto de nibus.
P - Pegava o nibus pra ir pra onde?
R - Pra chegar no mercado, era na Dom Pedro. , vinha de nibus, n?
P - O senhor falou que tinha, ... quando morava em Itaquaquecetuba, muita expectativa, n, com So Paulo.
Quando o senhor chegou, o que chamou mais a ateno do senhor, o que mais lhe impressionou?
R - Aqui na capital?
P - Aqui em So Paulo. .
R - Ah, de tudo viu.
P - Como o qu? Mais ou menos...
R - Mais assim o movimento difcil; n, movimento da rua, ambiente; n, noite assim achei muito bonito,
pessoal que trabalha l na loja, tudo, n, achava muito bonito, bonita sabe, mocinhas trabalhavam, ih...
ficava, n. (riso)
P - E, fora do horrio de trabalho, quando o senhor estava de folga, o que o senhor gostava de fazer, qual
era a diverso do senhor, naqueles tempos?
R - , diverso naquela poca, diverso mesmo ... ir no cinema n , s vezes ao domingo pegava matin, n, s
vezes fazia excurso, n, reunia meus amigos, n, alugava nibus, assim que era, mais assim diverso.
P - O senhor pode falar alguns filmes que o senhor assistiu a?
R - Porque naquela poca...
P - Como era?
P - ...via muito filme... eu ia muito filme japons "Sete Samurais" (riso), filho de samurai, n, esqueci o
nome, n, mas toda semana eu ia, eu gostava assistir filme sabe, samurai, de bandido, n, que era. s vezes ia
no concurso de ... de msica, porque eu gostava muito de msica tambm, daquela poca tambm tinha a festa
de, festa de colnia l em Itaquera, festa de pssego, caqui no Mogi, eu ia l, domingo. Fora isso a era s
mercado, vivia no mercado n, ento chegava domingo .. ia at, naquela poca trabalhava at meio-dia
domingo direto, no comeo.
P - Domingo?
R - , hoje no trabalha mais. Quando entrei acho que durante uns sete anos trabalhava domingo, fechava
a... segunda-feira s, domingo trabalhava, n, ento, at meio-dia, n, ento depois de meio-dia era difcil sair, n,
no dava ir na praia assim depois do meio-dia. Porque naquela poca no tinha carro tambm, n, s a turma,
nibus pra ir na praia, n, mas era muito, era divertido. s vezes ia no baile, n, na festa por exemplo, excurso,
cinema, acho que era mais divertido.
P - Festa de japons ou festa de brasileiro?
R - No, mais a, porque naquela poca festa, por exemplo, festa tudo de japons, n, festa de pssego, caqui,
ento ia muito meu patrcio l, n, ento a gente ia tambm, divertir, n, pra divertir, porque no tem nada pra
fazer, n, ou l no cinema, cinema nunca, o filme nunca perdi, se vem filme bom, s vezes vinha artista do
Japo, cantor, n, dava show l, eu ia, e eu gostava muito... (riso)
P - Qual era os cinemas que o senhor freqentava, aonde?
R - Naquela poca tinha... primeiro cinema era... tal de Tanaka, que ele era do Paran, n, construiu cinema l
na... Rua Galvo Bueno, Cine Niteri ali, n, depois... ali acho que mais ou menos durou quantos anos, dez
anos, se no me engano, n, depois foi demolido l pra fazer aquele ponte, n, prefeitura tirou, ali foi que teve
mais, fui mais l, quase, quase toda semana. E tinha fila enorme l, sabe, que era uma fila de uns cem
metros mais ou menos quando ia filme bom a gente ficava ali, n, conversando com colega. isso que era o
meu divertimento.
P - Eu queria perguntar senhor Saburo, em que momento que o senhor conhece a Mitiko, a sua mulher?
R - Olha, isso a, sabe, estranho eu te contar porque na minha poca falava (miai?), nem conhecia, ento um
conhecido da pessoa, n, que apresenta, n, que nem o programa do Slvio Santos, o namoro no escuro, n,
(riso) como fosse assim, n, mais ou menos. Ento, a pessoa: " Saburo, n, tem uma, quero apresentar uma,
n, fulana de tal, fulana de tal, da boa famlia, n..." E fala assim de uma boa famlia e boa pessoa, n, e boa...
tambm financeiramente muito bom, n, tem stio, tal, n? Ento a gente: "Ah, podemos ver, n, no sei se ela
vai gostar e eu vou gostar, tem que ver." Ento marcamos data, n, ela tambm estava sabendo o dia que, l
no Paran isso a, foi buscar ela l no Paran, pra ns sair, minha mulher, ns sair, n. Ento os padrinhos
levaram...
P - O senhor foi ou ela veio?
R - Chega l... chega na casa dela, depois... primeiro aparece os pais, a famlia tudo l, n, e eu (tosse) fiquei
sentado l na sala esperando ela aparecer, n, precisava ver como que era, ela tambm, s vezes ela estava
com vergonha, sabe, n, trazer caf assim, n, trazer caf. A eu esperando l, a daqui a pouco ela aparece, tudo
assim vergonhoso, n, assim nem olhou pra minha cara, n, de vergonha. Os pais de l, o sogro, n, tambm
ficou observando, n, como que era o sujeito porque no sabe, n, podia ser malandro, n... no sabe. A o meu
padrinho chama l fora, chamou l fora: "Que tal, o que voc achou dela?" "Bom, no vi ainda direitinho, n,
eu queria conversar pessoalmente, desse chance pra conversar." A ento ele falou: "Ah, ento conversa, n,
fora." A, eu conversando com ela, n, ver como que era, n, ela contando histria dela e eu contando a
minha, n, a eu precisava perguntar se, n, o que achou de mim. A ela falou que, n, aceitar, n, a tambm, eu
tambm, conhecer mais um pouco, n. "Eu tambm vou interessar", eu falei, a eu conversei, foi mais uma
vez assim, foi conhecendo famlia, como que era, ela tambm conhecer a minha famlia, n. A que
marcamos dia de noivado, n, a levei aliana j, depois de um ms, nem vi at a, porque era muito longe. A
fizemos noivado l na casa dela, a no dia de... noivado precisava marcar data de casamento, n, voc viu,
data de casamento, quem resolve tudo os pai ou, n, padrinhos, n. A marcamos data do ano que vem,
daqui a, por exemplo, foi l no outubro, a marcou pro ano que vem de janeiro, dia 20 de janeiro, n,
marcamos casamento, ento no dia de casamento fui l com padrinho, minha me tudo, n, no um monte de
gente, n, porque longe, n, precisava alugar nibus, a chegamos na casa dela, n, fez uma bruta festa l, n,
festa grande que ele fez, n, l. A terminou a festa voltamos direto pra So Paulo porque aqui j, o pessoal
estava esperando pra tambm festa, n, festa aqui tambm, fazer l no Ibirapuera l, n, ento teve... teve duas
festas, uma lembrana, n, (riso) no todos que fazem duas vezes festa, n, no interior e aqui, n?
P - E teve lua de mel?
R - Lua de mel, lua de mel eu no fui por causa do mercado, sabe, no deu, porque... tudo... j vem de l, n,
de Paran, no dava, ento lua de mel no, n, lua de mel no, muito tempo, n, mas logo depois que casamos no
tivemos lua de mel porque no dava mesmo.
P - Ela comeou a trabalhar com, com o senhor?
R - ... no, ela ficou acho que uns, quer ver, at, at terceiro, at nascer a filha no trabalhou no, eu no deixei
trabalhar. Depois ela queria trabalhar como autnoma, ela foi... queria, foi aprender, ficou na escola do
Senac ali, cabeleireira, n, manicure e tudo, n, ela tirou diploma l, e mas ela no trabalhou nisso a, preferia
trabalhar em emprio, n, porque falta pessoa, n, que emprio dava mais.
P - E o que ela fazia no emprio?
R - ... ajudava a vender, n, como vendedora, n. A depois ela resolveu ir no Japo agora, n, isso faz dois
anos, j faz dois anos e seis meses...
P - Que ela est l...
R - Minha filha que chamou ela, pra ver, cuidar do neto, n. Agora, pra mim , no muito fcil viver assim, j
estou acostumado, j acostumei.
P - Eu queria que o senhor falasse um pouco dos filhos do senhor.
R - Meu filho? , porque eu... a, porque minha vida n, sempre, a minha vida foi assim... sempre unido, n,
minha famlia, porque a minha mulher tambm foi assim criada no interior, era rigoroso, foi, n, rigoroso
pra criar filho. Ento, graas a Deus, os filhos cresceu sem coisa, n, direitinho, n. A quando meu primeiro
filho, n, chegou cinco, seis anos ento minha mulher falou: "Ah, vamos pr no jud, n, tem que fazer
esporte, alguma coisa, n." No, baseball, porque a famlia dela, da minha esposa tudo jogador de baseball,
n, mas a eu j no gostava, n, eu gostava no jud, n, mais aqueles golpe de jud, (kend?) n. A minha mulher
falou assim: "No, jud no bom quando ... quando pequeno porque p fica torto, n." Ento ela no quis. "Est
bom, ento vou concordar e vamos por no, no beisebol, n." Baseball corre bastante, n, e bom pra esporte
mesmo, bom, n. A, nove ano eu pus ele no baseball, a no Bom Retiro, at 20 ano. Mas a meu filho... gosta
de esporte, sabe, sempre foi bom jogador na verdade, n, tem um monte de taa, n.
P - Como que o nome dele seu Saburo?
R - Norio, n, ento ele tem um monte de trofu, n, do baseball e at tem recorde brasileiro de acertar, n. A at
20 ano, depois a... porque o outro tambm, n, o segundo, que est no Japo, agora, no to assim como o
Norio, n.
P - Como que se chama o segundo, que est no Japo?
R - Segundo Moacir, n, ele gosta mais de desenho, n, desenho ele gosta. Depois o Norio, quando chegou
20 ano, um dia ele pra mim falou que ia cantar. "Cantar, eu nunca vi voc cantar." Ele falou: "Cantar, mas
eu tenho jogo hoje, n, mas se perder d pra cantar noite, n, tem concurso l na Jabaquara." A eu no gostava,
n, sair da coisa, o... de baseball. A ele voltou tarde: "Ah, nosso time perdeu, n, perdeu nos ponto. Ento
pode participar no... aquele concurso de cantar." A ele foi. A pra meia-noite, eu estava dormindo e ele me
acorda, n, cutucou, quando eu olhei assim ele trouxe taa assim : (riso) "Puxa, voc ganhou?" Ele falou:
"Ganhei primeiro lugar, n." A que comeou, a ele comeou, toda vez que tinha concurso, n, ele ganhava e
trazia uns trofu. A um dia teve aqui no Brasil, n, veio, no, concurso l do Japo, n, ento Brasil ia participar,
n, a precisava concurso aqui, n, que quem ganha, campeo, quem vai participar representa o Brasil, n. A,
que eu vi que... meu filho ganhou, n, tirou primeiro lugar no concurso, n, ento ele representou o Brasil e
no Japo ele ganhou tambm, tirou primeiro lugar, tinha 640 participantes, n, do Hawai, do Los Angeles,
Brasil, n, todo lugar. A no fim ficou finalista, 22 cantores, n. Ele no esperava ganhar l no Japo, n, nem foi
por causa disso. A foi duro porque quando ele ganhou precisava comprar um monte de roupa, n, no podia
ir com o sapato feio, tem que comprar roupa pra subi no palco, n, eu at fiquei devendo no banco, n. (riso)
A eu falei, porque prmio de l era grande, d pra cobri se ganhar, mas quem que disse que ganhava, quem
esperava que ele ia ganhar, n? Prmio era mximo, a falei pra ele, era brincando, n: "Olha, eu estou
devendo no banco, voc tem que recuperar, tem que ganhar, trazer aquele dinheiro..." "Ah, que isso papai,
no d no pai." A ele foi, e quando dia de, dia de concurso veio telefonema l do, da tia n: "Ah, seu filho
ganhou o primeiro lugar." "No, no acredito", falei, n. Ih... mas a a minha mulher tambm: "No acredito",
n, a, da que comeou tudo. A eu falei: "Nossa senhora, ele ganhou o primeiro lugar." Saiu no jornal
brasileiro daqui, do Japo, saiu no livro, n, a veio um monte de convite pra ele, n, do Japo, aqui. Agora ele
no quer cantar mais, diz que enjoou, s vezes ele canta no karaok, n.
P - Seu Saburo, ele ajuda o senhor no emprio?
R - Ajuda, agora ele que , praticamente ele que est tocando l, n. Eu, eu quero cair fora, mas
definitivamente daqui a um ano...
P - O senhor vai se aposentar?
R - Ah, eu quero, chega n, trabalhei 45 ano sem, no tive assim pra mim a frias, eu nunca...
P - E o senhor, o senhor poderia contar pra gente o que o senhor pensa em fazer quando parar de
trabalhar?
R - Ah, eu penso, eu quero curti agora, eu penso at porque j tenho idade n. Agora eu quero descansar,
quero curtir, por exemplo, passear um pouco, n, pode ser no Japo. J aqui, porque aqui no Brasil mesmo
eu no conheo, s conheo mercado, (riso) acho que primeiro tem que conhecer aqui Brasil, n, tem tanto
lugar bonito aqui, eu no conheo. Ento eu... eu quero conhecer mais aqui, n, eu digo, falar a verdade, do
que Japo, n, porque eu sou brasileiro, n, e eu no conheo l, saudade mesmo eu no tenho l, saudade tenho
mais onde eu nasci, onde fui criado, n, por exemplo, Piratininga, n. A eu sempre falo pro meu irmo: "Ah,
vamos passear l, conhecer." Lugar que sofreu, mas quando lugar que sofreu mais, d mais saudade,
gozado, n, tem mais saudade. Ento l no Japo, bom minha curiosidade quer conhecer tambm, n, mas no
porque tenho saudade, mas bom conhecer, n, no fcil tambm, precisa ter muito dinheiro pra passear, n.
P - Que que o senhor gosta de fazer nas horas de lazer?
R - Olha eu, porque eu aprendi beber sabe, tomar cerveja n. Ento hoje se junta l tarde, por exemplo, l na
Liberdade, eu acho mais seguro, n, pra beber l no bar, eu no gosto de ter mais assim, o mau elemento,
sabe, porque tem muito bandido, n, pessoa estranha por exemplo, n, d medo, n, tenho medo pra beber.
Porque sempre no boteco aparece pessoas, ento eu acho que l na Liberdade, porque ali tem uma casa que
s junta japons, sabe, no japons, tem brasileiro tambm, gente, gente bom, n. Ento eu gosto de tomar
cerveja l, quase todo dia tomo, eu no gosto muito de pinga mas cerveja eu gosto, chopes, n, e...
conversando l, passar os velho, os velho tambm gosta de conversar, n? (riso)
P - E com quem pegou o hbito de beber cerveja? Foi aqui na cidade, em So Paulo j?
R - Aqui.
P - Com quem?
R - Ah, porque... porque sempre aparece gente l, no comeo foi assim, meu irmo bebeu mais cedo do que
eu, n, eu comecei tarde, com 27 ano eu no bebia, nem cheirava cerveja. A meu irmo j bebia, hoje ele
parou porque ficou... a ele apresentou pessoa que gosta: "No, ... tem que levar Geraldo pra beber, n, voc
est muito assim fechado, sei l assim." A um dia fui l numa casa, a bebi, n, fiquei bbado, a gostei, da que,
no sei, comecei a gostar n. (tosse) Mas...
P - Seu Saburo... Desculpa, pode falar.
R - Pode falar.
P - Ah, eu queria perguntar ao senhor, pra gente concluir, que a gente est com o tempo esgotando a... Eu
queria saber o que o senhor pensa de ter vindo aqui hoje, ter deixado o registro da histria de vida do
senhor, da histria do trabalho do senhor, o que o senhor pensa sobre isso?
P - Eu acho isso muito importante viu, muito bom (tosse), conhecer aqui n, porque eu no sabia o que era,
n, (tosse) agora eu acho que muito interessante aqui, eu gostei viu, sinceramente, foi muito bom. Agora
eu vou chegar l em casa, vou contar pra meu sobrinho, n, ele sabe j, n. Gostei muito, agradeo muito a
vocs.
P - Est bom, a gente que agradece.
R - Foi muito...
P - S a ltima pergunta, o senhor tem algum sonho na sua vida?
R - Sonho? Ah, sonho , eu quero sempre assim a... conviver com o pessoal com muita amizade, assim,
sempre sade, n, meu sonho isso a, bem que todo mundo passe bem, meu filho, n, que proveite, n, assim
espero, n, porque eu mesmo j, n, eu quero, eu quero tambm sade, n, quero viver tambm bastante, mas ,
meu sonho isso a. Viver bastante, ter bastante amizade, n, sempre com amizade, n. Conhecer ainda vrios
lugares, quero diverti tambm ... (risos) Isso bom.
P - Muito obrigado, seu Saburo.
R - Obrigado, obrigado, gostei muito hoje viu, agradeo muito.
P - Ns que agradecemos seu Saburo.
R - Eu que agradeo.
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