Universidade Católica de Brasília
Escola de Medicina
Internato em Pediatria
Infecções das Vias Aéreas Superiores
Internas: Anita de Oliveira e Souza
Marina Sousa da Silva
Orientação: Dra Carmem Lívia
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 8 de agosto de 2014
IVAS
❖
Representam um dos problemas
atendimentos pediátricos;
mais
comuns
nos
❖
Resultam em morbidade significativa em todo o mundo;
❖
São a causa mais comum de crianças atendidas por infecção
respiratória aguda;
❖
Estão relacionadas há uma grande variedade de diagnósticos
diferenciais e muitas vezes ao uso abusivo de
antimicrobianos;
❖
Ocorrem a uma frequência de 4-8 episódios/ano em menores
de 5 anos (principalmente entre 6-24 meses);
PITREZ, Paulo M.C.; PITREZ, José L.B.. Infecções agudas das vias aéreas superiores: diagnóstico e tratamento ambulatorial. J. Pediatr. (Rio J.), Porto
Alegre , v. 79, supl. 1, June 2003 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572003000700009&lng=en&nrm=iso>.
access on 29 July 2014.
IVAS
❖
❖
Composição das vias aéreas superiores:
❖
Fossas nasais;
❖
Faringe (nasofaringe, orofaringe e hipofaringe);
❖
Seios paranasais;
❖
Laringe;
❖
Traquéia;
Principais síndromes clínicas das vias aéreas superiores:
❖
Resfriado comum, faringite, otites e sinusites, laringites,
epiglotites e traqueítes.
IVAS
Principais fatores de risco para IVAS:
❖
Baixa idade (6-24 meses,
principalmente);
❖
Sexo masculino;
❖
Atopia;
❖
Deficiência imunológica;
❖
Anomalias craniofaciais e
de palato;
❖
Creches;
❖
Irmãos mais velhos;
❖
Fumo passivo;
❖
Uso de chupeta;
❖
Aleitamento materno
Rinites
Infância
Rinofaringites Virais
❖
Também chamada de Resfriado comum, é a desordem
infecciosa mais comum da infância. É benigna e
autolimitada.
❖
Definição: nasofaringite de etiologia viral que leva à
inflamação da mucosa do nariz, faringe e seios
paranasais.
❖
Resfriado
comum
predispõe
a
complicações
bacterianas, como otite média aguda e a sinusite, mas a
faringite bacteriana não é uma complicação.
Rinofaringites Virais
❖
Resfriado comum X Gripe:
❖
A gripe é uma doença sistêmica epidêmica causada
pelo vírus influenza.
Rinofaringites Virais
❖
Crianças pequenas possuem média de 6-8 episódios de resfriados comuns por ano.
❖
❖
A incidência da doença declina após os 3 anos de vida.
Agentes etiológicos:
❖
Mais frequente: rinovírus (50%) – existem mais de 100 sorotipos (imunidade adquirida duradoura,
mas não existe imunidade cruzada);
❖
❖
❖
Ocasionais: coronavírus, vírus sincicial respiratório (VSR), metapneumovírus;
❖
Incomuns: influenza, parainfluenza, adenovírus, enterovírus (cocksakievírus e echovírus);
Períodos de maior incidência: outono, inverno e primavera – a sazonalidade depende do agente:
❖
❖
Após 24h da infecção  IgA específica nas secreções / Após 1 semana  IgG e IgM no soro
Rinovírus – início do outono e final da primavera;
Período de incubação: 2 a 5 dias (média 1 a 3 dias);
Rinofaringites Virais
❖
Transmissão: aerossol e partículas maiores levados ao meio ambiente
através de tosse e coriza de crianças afetadas;
❖
❖
Principal forma de transmissão: contato direto com mãos e objetos
que contenham secreções infectadas e não por via inalatória;
Patogênese:
Vírus invadem
Dor de garganta e sensaç
ão de “garganta arranhan
do
Estímulo das fibras
colinérgicas locais
Rinorréia e toss
e
Células epiteliais colunares
ciliadas das VAS
Atrai PMN  Coriza
purulenta
Resposta inflamatória
local
Bradicina
Citocinas
Congestão da mucos
a - edema e eritema
produção de muco
Vasodilataçã
o
Rinofaringites Virais
❖
Evolução clínica:
1
3
Odinofagia
7
Espirros, obstrução
nasal e rinorréia clara
dias
Rinorréia purulenta, febre
alta, mialgia, tosse
❖
Rinorréia e obstrução nasal estão sempre presentes;
❖
Rinorréia purulenta  descamação epitelial e presença de PMN;
❖
Obstrução piora a noite  roncos de transmissão;
❖
Tosse (30%)  devido gotejamento pós-nasal
❖
Apenas 10% dos casos mantém clínica por 2 semanas;
❖
Lactentes: anorexia, inquietude, amolecimento das fezes e vômitos;
❖
Principal complicação: Otite Média Aguda (30%)  evolução com febre, irritabilidade e
otalgia;
Rinofaringites Virais
❖
Diagnóstico: Clínico
❖
❖
A identificação do vírus é desnecessária;
Diagnósticos diferenciais:
DOENÇAS
Rinite Alérgica
CARACTERÍSTICAS
Espirros e prurido nasal recorrentes deflagrados por alérgenos ambientais;
Corpo Estranho Secreção nasal é unilateral, fétida, muitas vezes sanguinolenta;
no nariz
Sinusite
Presença de febre, cefaléia, edema periorbitário, rinorréia persistente ou tosse
> 14 dias;
Coqueluche
Tosse proeminente e persistente;
Sífilis
congênita
Rinorréia serossanguinolenta persistente com início entre 1 e 3 meses de
vida;
Rinofaringites Virais
❖
Tratamento: de acordo com as queixas e os sintomas
❖
Repouso no período febril;
❖
Hidratação e dieta conforme aceitação;
❖
Higiene e desobstrução nasal: instilação de soluções salinas
isotônicas nas narinas e aspiração delicada;
❖
Antitérmicos: cautela  usar se temperatura axilar > 38ºC 
Acetaminofeno (>2 meses) e Dipirona podem ser usados;
❖
❖
Ácido acetilsalicílico deve ser evitado  Síndrome de Reye
❖
Recomendações do MS: Paracetamol (1 gota/Kg/dose de 6/6h) ou
Dipirona (1 gota/2Kg/dose de 6/6h);
Anti-histamínicos e ácido ascórbico: não influenciam na evolução;
Rinofaringites Virais
❖
Descongestionante nasal tópico: se medidas higiênicas forem ineficazes, podem ser
usados em crianças maiores, por até 5 dias.
❖
❖
MS não recomenda o uso dos anti-histamínicos e descongestionantes em
crianças menores de 2 anos.
❖
Antimicrobianos: não são indicados, pois não previnem infecções bacterianas
secundárias e podem causar efeitos adversos (cepas resistentes na orofaringe);
❖
Inibidores da neuraminidase (Oseltamivir e Zanamivir): reduzem moderadamente os
sintomas e evolução para OMA. *Deve ser administrado nas primeiras 48h dos
sintomas;
❖
Prevenção mais eficaz: higienização da mãos;
❖
Imunização: não existe vacina para o rinovírus (principal agente); mas há proteção
vacinal para o influenza (> proteção para a gripe do que para o resfriado comum).
Orientar para observação do surgimento de dificuldade respiratória, febre alta,
prostração, secreção nasal purulenta por mais de 10 dias, otalgia ou tosse persistente
por mais de 10 dias  retornar para avaliação em 48h;
Rinite Alérgica
❖
Definição: é uma inflamação eosinofílica da mucosa do nariz e
dos seios paranasais, de caráter crônico, resultante de uma
reação mediada por IgE (reação do tipo 1 segundo a
classificação de Gell e Coombs).
Classificação da Rinite
Alérgica
Rinite Alérgica
❖
É a doença crônica mais comum na infância.
❖
Fatores de risco: história familiar de atopia, IgE> 100IU/mL,
introdução de alimentos e fórmulas infantis precocemente,
tabagismo materno antes da criança completar 1 ano, alergia
alimentar e grande exposição a alergenos.
❖
Etiologia: depende da presença de um indivíduo
imunologicamente sensível e do alergeno no meio ambiente;
❖
Clínica: prurido nasal, congestão, rinorréia aquosa, espirros
em salva associados a conjuntivite (eritema, prurido
conjuntival, lacrimejamento, fotofobia), saudação alérgica
(prega nasal transversa), edema bipalpebral, olheiras, roncos
de transmissão, fácies adenoidiana.
Rinite Alérgica
❖
Diagnóstico
Rinite Alérgica
❖
Tratamento
Rinite Alérgica
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
Definição: doença inflamatória da orofaringe caracterizada por eritema e pela presença
ou não de exsudato amigdaliano, ulcerações e vesículas – também conhecido como
angina.
❖
Etiologia:
❖
❖
Agentes virais (75%): predomínio nos primeiros anos de vida (2-3 anos), menos
frequente na adolescência  Adenovírus, coronavírus, enterovírus, rinovírus, VSR,
Epstein-Barr (EBV) e herpes simplex vírus (HSV).
❖
Agentes bacterianos (20-40%): principalmente entre 5 a 15 anos  Estreptococobeta-hemolítico do grupo A de Lancefield (Streptococcus pyogenes)
❖
Importância em Saúde Pública: alta frequência e suas complicações, como febre
reumática e glomerulonefrite difusa aguda (GNDA).
❖
Transmissão: secreção nasal e saliva (perdigotos);
antibioticoterapia, paciente não elimina mais o agente;
após
24-48h
de
Presença ou ausência de amígdalas não afeta a suscetibilidade em adquirir a infecção
faríngea, o seu curso clínico e o surgimento de complicações;
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
Clínica – de acordo com o aspecto clínico:
❖
Eritematosas: hiperemia e congestão da amígdala; etiologia viral (ex.:
sarampo);
❖
Eritematopultáceas: hiperemia e edema + exsudato amarelado não aderente
nas criptas e na superfícia tonsilar (ex.: faringite estreptocócica e por EBV);
❖
Pseudomembranosas: placas esbranquiçadas aderentes ao tecido
amigdaliano, que podem invadir a faringe, palato e úvula (ex.: difteria –
Corynebacterium diphtheriae);
❖
Ulcerosas: superficiais (vesículas – herpangina causada pelo Coxsackie A e
angina herpética, pelo Herpesvirus hominis)e profundas (angina de PlautVincent, tuberculose, sífilis e imunodeficiências);
❖
Síndrome de Lemierre: complicação da faringite pelo Fusobacterium
necrophorum, com tromboflebite da veia jugular interna;
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
INFECÇÕES VIRAIS:
FARINGITES
VIRAIS AGUDAS
ASSOCIADA
AO
RESFRIADO
COMUM
MANIFESTACÕES CLÍNICAS
EXAME FÍSICO
Corrimento nasal, tosse, anorexia e Faringe eritematosa e edemaciada /
adenopatia cervical
exsudato no palato e amígdalas /
poliadenopatia
ADENOVÍRUS
Mialgia, cefaléia e conjuntivite – febre Exsudatos amigdalianos e eritema de
faringoconjuntival
toda orofaringe / conjuntivite folicular
COXSACKIE
Pequenas úlceras e vesículas no Febre alta,
palato mole e pilares da amígdala. vômitos
Dor abdominal - herpangina
HERPES SIMPLEX
Múltiplas
úlceras
no
palato,
adenopatia cervical dolorosa com ou
sem gengivoestomatite
EPSTEIN-BARR
Adenopatia cervical, eventualmente Febre,
linfoadenopatia
generalizada,
esplenomegalia
e amigdalite exsudativa
exantema após uso de ampicilina –
Mononucleose Infecciosa
odinofagia,
disfagia,
cervical,
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
FARINGITE ESTREPTOCÓCCICA: 4 a 7 anos
❖
Inicia com queixas inespecíficas: cefaléia, dor abdominal e mal-estar,
náuseas, vômitos e febre até 40ºC  Após algumas horas :
odinofagia de intensidade variável;
❖
Exsudato pode assumir forma de uma membrana amareloacizentada / Edema de úvula / Linfadenopatia cervical anterior e
submandibular dolorosa;
❖
Achado clínico mais importante: hiperemia das amígdalas e pilares
amigdalianos, acompanhada ou não de exsudato, associada a
petéquias e palato mole.
❖
Evolução: quase sempre resolução espontânea após 4-5 dias em
média, mesmo sem antibióticos; mas não é considerada benigna pelo
risco de gerar Febre Reumática, GNDA, complicações supurativas e
pela alta transmissibilidade;
Virais
x
Bacterianas
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
Diagnóstico:
❖
1º: Dados clínicos e epidemiológicos
❖
Infecção viral x Infecção bacteriana  apenas pelo quadro clínico
pode ser difícil;
VIRAL
< 3 anos
Início gradual
Febre moderada
BACTERIANA
> 3 anos
Início súbito
Febre elevada
Espirros, coriza
Conjuntivite, rinite
Hiperemia difusa da faringe
Adenomegalia dolorosa
Petéquias no palato
Hipertrofia de amígdalas e exsudato
tonsilar
Vesículas e úlceras
Erupção escarlatiniforme
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
2º: Exames não específicos
❖
Leucograma: infecção estreptocóccica  leucocitose acima de 12.000
células/mm3 por aumento de neutrófilos + desvio a esquerda
❖
❖
❖
Mononucleose infecciosa: linfocitose com atipia linfocitária;
Proteína C Reativa
3º: Exames específicos:
❖
Cultura de material de orofaringe (swab de orofaringe)  Padrão ouro;
❖
Teste rápido para detecção de antígeno – especificidade (95%) e sensibilidade
(60-70%)
❖
Títulos de ASO (antiestreptolisina O): > 330 unidades Todd  infecção
estreptocócica recente;
❖
Sorologias virais não costumam ser solicitas  só em caso de mononucleose
infecciosa
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
Tratamento: Quadro clínico + Cultura ou Teste Rápido
❖
−  Viral  sintomático;
❖
+  Bacteriana  antibioticoterapia;
❖
Na prática, muitos pediatras e clínicos iniciam antibiótico com base
no aspecto das amígdalas, isto é, presença de exsudato purulento
somado a outros dados clínicos como febre alta e petéquias em
palato ou passado de febre reumática;
Antibioticoterapia previne a FR se utilizada dentro dos primeiros
nove dias após o início dos sintomas.
Antibioticoterapia
supurativas.
previne
surgimento
de
complicações
Antibioticoterapia não previne surgimento de glomerulonefrite
difusa aguda.
Antibioticoterapia leva à defervescência dentro das primeiras 24h
de uso.
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
Antibioticoterapia:
❖
❖
Penicilina benzatina é a droga de escolha;
Faringotonsilites de repetição: tonsilectomia / adenoidectomia
❖
> 7 episódios no último ano;
❖
> 5 episódios/ano nos últimos 2 anos;
❖
> 3 episódios nos últimos 3 anos;
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
Principais complicações
da faringite
AGUDAS
Abscessos peritonsilares
estreptocócica: e retrofaríngeo
Glomerulonefrite
Difusa Aguda Pósestreptocócica
Grandes ulcerações
amigdalianas (crianças
debilitadas)
Febre Reumática
Escarlatina
PANDAS (Desordem
Neuropsiquiátrica
Autoimune Pediátrica)
Síndrom do Choque
Tóxico Estreptocócico
❖
TARDIAS
Prognóstico: casos de FAE adequadamente tratados têm
bom prognóstico, com encurtamento da fase aguda e
redução das complicações supurativas e não supurativas,
como FR.
Faringoamigdalites Virais e
Bacterianas
❖
Informações e instruções para familiares - observar durante evolução e contatar seu
médico no caso de:
❖
aumento da dificuldade para engolir;
❖
presença de voz abafada ou nasalada;
❖
falta de ar;
❖
manchas avermelhadas na pele;
❖
agravamento de outras condições locais ou gerais;
❖
surgimento de retorno da febre, dores articulares, urina de cor escura, oligúria, ou
edema palpebral, durante evolução ou após a primeira semana de doença.
❖
Suspender o comparecimento à creche, escola ou festas por, pelo menos, 24 horas de
uso de antibiótico;
❖
Procurar atendimento médico em casos de outros familiares com dor de garganta ou
febre, na mesma ocasião.
Sinusite
❖
Todo processo inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade paranasal, sendo este
uma resposta a um agente físico, químico ou bacteriano.
❖
Rinossinusite - atualmente é o termo mais aceito —> rinite (sintomas originários na cavidade
nasal) e sinusite (sintomas originários dos seios paranasais) são doenças em continuidade.
❖
A rinossinusite ocorre geralmente após uma IVAS viral (predispõe 80% das rinossinusites
bacterianas) ou após uma inflamação alérgica (predispõe 20% das rinossinusites bacterianas).
❖
Etiologia: viral ou bacteriana
❖
❖
As sinusites bacterianas correspondem somente de 0,5% a 2% das rinossinusites agudas e
geralmente se seguem a episódios de etiologia viral.
❖
Viral: Rinovírus, vírus influenza, parainfluenza e adenovírus
❖
Bacteriana: Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenza e, em menor número,
Streptococcus beta-hemolítico, Moraxella catarrhalis, Staphylococcus aureus e bactérias
anaeróbias
Classificação:
❖
Viral autolimitada;
❖
Bacteriana aguda: com duração inferior a quatro semanas e resolução completa dos sintomas;
❖
Bacteriana subaguda: com mais de quatro semanas, porém menos de 12 semanas;
❖
Crônica: com sinais e sintomas que persistem por mais de 12 semanas.
Sinusite
❖
Manifestações Clínicas:
❖
Início lento ou súbito —> o mais comum: IVAS que se prolongar por mais de 10 dias
OU persistência ou retorno da obstrução e secreção nasal após período de melhora
clínica;
❖
Forma leve: pode ocorrer halitose, tosse, com piora à noite, febre.
❖
❖
Tosse: diurna com piora a noite e na posição supina;
Nas formas moderadas a graves: edema palpebral, cefaléia, prostração, desconforto
ou dor, espontâneos ou provocados, no local do(s) seio(s) afetado(s) ou nos dentes .
1
❖
Rinoscopia: congestão da mucosa e presença de secreção purulenta no meato
médio.
❖
Avaliação da orofaringe: secreção pós-nasal.
❖
Diagnóstico é clínico!
❖
Estudo radiológico dos seis da face é raramente necessário.
Sinusite
❖
Conduta:
❖
Geral: repouso inicial, umidificação do ar em lugares muito secos, analgésico e
antitérmico
❖
Avaliação otorrinolaringológica: sinusites recorrentes e bacterianas agudas,
separadas por períodos assintomáticos maiores de 10 dias; sinusite crônica;
sinusite aguda com dor persistente ou outras complicações locais.
❖
Orientações/profilaxia: Tratar rinite alérgica, quando presente. Evitar mergulhos
durante IVAS. Evitar tabagismo (ativo e passivo). Correção cirúrgica se fatores
predisponentes.
❖
Antibioticoterapia: deve ser reservada aos casos bacterianos, entretanto, muitas
vezes não é possível definir a etiologia.
❖
Complicações supurativas: celulites periorbitária e orbitária, trombose de seio
cavernoso, meningite, abscessos epidural e subdural e osteomielite.
Ausência de melhora clínica em 4 a 5
dias, recomenda-se o uso de outros
antibióticos de segunda opção;
Otite Média Aguda
❖
Um processo de natureza inflamatória, infecciosa ou não, que ocupa focal ou
generalizadamente a fenda auditiva.
❖
Aproximadamente 2/3 de todas as crianças apresentarão pelo menos 1 episódio com 1
ano de vida, e aproximadamente 90% até os 7 anos;
❖
Características anatômicas da tuba auditiva na criança: horizontalizada; menor extensão
de sua porção ístmica (mais propícia ao refluxo nasal); Tem em média 18 mm (no adulto
possui de 31 a 38 mm); Forma um ângulo com o plano horizontal de 10º (no adulto, o
ângulo é de 45º)
❖
Pico de incidência entre 6 e 11 meses de idade; com um segundo pico entre 4 e 5 anos
de idade.
Otite Média Aguda
❖
Manifestações Clínicas - variam de acordo com a idade da criança
❖
Clássico: otalgia, febre, astenia, inapetência e hipoacusia flutuante.
❖
Maiores de 2 anos já conseguem referir otalgia.
❖
Menores de 2 anos (maior prevalência) apresentam sinais indiretos
de otalgia: leva a mão ao ouvido, irritabilidade, choro intenso,
dificuldade para dormir, anorexia.
❖
❖
Buscar história
manifestações.
de
rinofaringite
viral
antecedendo
as
Otoscopia: membrana timpânica hiperemiada, convexa e abaulada e
com perda da mobilidade.
Otite Média Aguda
❖
Conduta:
❖
Analgesia: paracetamol, dipirona ou ibuprofeno.
❖
Antibioticoterapia: a decisão depende da idade do paciente e da gravidade;
❖
❖
Diagnóstico de certeza:
❖
Início rápido;
❖
Sinais de efusão na orelha média (abaulamento da membrana timpânica, presença de
nível líquido ou bolhas, ou diminuição da sua mobilidade, ou otorréia);
❖
Sinais de inflamação da orelha média (dor importante, hiperemia marcante da
membrana timpânica.
Doença severa: otalgia grave-moderada + febre > 39ºC
Adenoidite
❖
Processo inflamatório agudo das adenóides.
❖
Adenóide é mais conhecida pela expressão crônica  hipertrofia das
adenóides
❖
Em geral, hipertrofia e infecção coexistem.
❖
❖
Hipertrofia fisiológica: aos 3 e 7 anos de idade;
Manifestações Clínicas: febre, obstrução nasal, polipnéia, agitação psíquica e até
espasmos da glote.
❖
Secreção catarral ou muco-purulenta pelas fossas nasais e rinofaringe.
❖
Evolução possui um prazo de 8 dias e evolui favoravelmente, mas pode evoluir
com otite média aguda e complicações broncopulmonares.
❖
Hipertrofia crônica —> respiração bucal durante a noite em posição supina;
roncos; rinite crônica com secreção nasal persistente, diminuição do paladar e
olfato.
Adenoidite
❖
❖
Diagnóstico:
❖
Dados clínicos;
❖
Fibronasoscopia / radiografia do cavum
Adenoidectomia - indicações:
❖
OMA recorrente;
❖
OMC com efusão (derrame);
❖
Sinusite e nasofaringite de repetição, apesar do tratamento clínico adequado e
com o comprovado aumento de adenóides;
❖
Hipertrofia adenoidiana provocando respiração tipo bucal, voz hiponasal,
obstrução nasal e secreção contínua (indicação absoluta.)
Caso Clínico
❖
HDA: TMS, 5 anos, parda, moradora da Cohab VI, PetroliaPE há 5 dias apresenta-se nauseada e vomitou há 4 dias.
Associada a hiporexia e febre constante não aferida e não
responsiva a paracetamol. Há 1 dia evoluiu com edema
cervical circular. A mãe da paciente nega que a filha tenha
apresentado diarréia, outros contatos com pessoas de
sintomatologia semelhante e o calendário vacinal está
completo. Ao exame físico, apresenta REG, hipodinâmica,
eupnéica, 100 bpm, descorada (+/++++), desidratada
(+/++++) e afebril. Mucosa oral com membrana acinzentada,
tonsilas palatinas hiperemiada, cárie no incisivo inferior
esquerdo, edema cervical circular mais evidente à esquerda,
quente e doloroso a palpação, o que impossibilitou palpar os
linfonodos cervicais. Demais sistemas NDN.
Caso Clínico
❖
Exames solicitados:
❖
❖
❖
❖
Hemograma – leucocitose (18500
cel/mm3) com desvio a esquerda
ASLO – Reagente
Anticorpos anti-epstein baar – não
disponível no serviço
Sorologia Difteria – não disponível no
serviço
de colônias.
❖
Cândida sp. – não houve crescimento
❖
Bacterioscopia da lesão – presença de
gram +
❖
Rx de Tórax – NDN
❖
Rx de Seios paranasais – NDN
❖
Sorologia Caxumba – não disponível no
serviço
❖
Rx Cervical – sugestivo de edema em
partes moles
❖
Cultura – Não houve crescimento
❖
TC com contraste – não liberadoECG –
Normal.
Principal hipótese diagnóstica: Faringoamigdalite Estreptocócica
Referências Bibliográficas
PITREZ, Paulo M.C.; PITREZ, José L.B.. Infecções agudas das vias aéreas superiores:
diagnóstico e tratamento ambulatorial. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre , v. 79, supl.
1, June 2003 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S002175572003000700009&lng=en&nrm=iso>. access on 29 July 2014.
ABORL CCF. Guideline IVAS: Infecções das Vias Aéreas Superiores. Disponível em
<http://www.aborlccf.org.br/imageBank/guidelines_completo_07.pdf> Acesso em 29 jul
2014.
Projeto Diretrizes. Otite Média Aguda na Infância: Tratatamento. 16 ago 2005.
Disponível em <http://www.projetodiretrizes.org.br/4_volume/28-Otitemedi.pdf> Acesso
em 29 de jul de 2014
Sociedade Brasileira de Pediatria. Antimicrobianos na Prática Clínica Pediátrica:
antibióticos em otorrinolaringologia pediátrica. Disponível em
<http://www.sbp.com.br/img/fasciculos_curso_PDF/Fasciculo-14.pdf> Acesso em 29 de
jul de 2014
Minti, A. Otorrinolaringologia: clínica e cirúrgica. 2 ed. São Paulo: Editora Atheneu,
2000.
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Infecções das Vias Aéreas Superiores