TÓPICOS
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Breve biografia de Aluísio Azevedo
Naturalismo
Resumo do Enredo
Estrutura de O Cortiço
Breve Biografia
Aluísio Azevedo
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Nasceu em São Luís, Maranhão, em 1857 e faleceu na
Argentina em 1913.
Estudou na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de
Janeiro, foi jornalista e diplomata.
Inaugurou o Naturalismo no Brasil.
Crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas
instituições.
Seus temas prediletos foram o anticlericalismo, a luta
contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios, o povo
humilde.
Naturalismo
O Naturalismo é uma espécie de vertente do
Realismo e assume seus princípios básicos:
 Predomínio
da
objetividade
na
observação da realidade.
 Visão cientificista da existência.
 Abordagem de patologias sociais.
Foco Narrativo
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Foco narrativo em 3ª pessoa, narrador onisciente.
“ Sempre em mangas de camisa, sem domingo nem dia
santo, não perdendo nunca a ocasião de assenhorear-se do
alheio, deixando de pagar todas as vezes que podia e
nunca deixando de receber, enganando os fregueses,
roubando nos pesos e nas medidas, comprando por dez
réis de mel coado o que os escravos furtavam da casa dos
seus senhores, apertando cada vez mais as próprias
despesas, empilhando privações sobre privações,
trabalhando e mais a amiga como uma junta de bois, (...)
contemplava de longe com um resignado olhar de
cobiça.”
RESUMO DO ENREDO
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Fala-se da história do Cortiço – personagem principal da
obra. “Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para
dia, ganhando forças, socando-se de gente.(...) Eram cinco
horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os
olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.”
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João Romão, português, trabalha em uma vendinha em
Botafogo, quando o o dono da venda decide voltar para
Portugal, João Romão recebe a venda e mais um dinheiro
como pagamento de salários vencidos.

Junta-se a Bertoleza – escrava quitandeira, que vendia
peixes fritos e iscas de boi, submissiva e
trabalhadeira. Bertoleza pagava ao seu dono todo mês
para manter-se livre e juntava dinheiro para comprar
sua carta de Alforria.
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João Romão simula uma carta de Alforria e a dá à
Bertoleza que em troca passa a ser o braço direito de
João Romão.
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Romão compra o terreno ao lado da venda e
constrói o cortiço com material roubado das
fábricas em construção na redondeza do cortiço e
ajuda de Bertoleza.
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Além de alugar as casinhas do cortiço, João
Romão monta um restaurante para vender almoço
aos trabalhadores das fábricas.
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Ao lado do cortiço, constrói um casarão, um outro
português, mas de classe elevada, com certos ares de
pessoa importante, o Senhor Miranda, cuja mulher
leva vida irregular. Miranda não se dá com João
Romão, nem vê com bons olhos o cortiço perto de
sua casa.
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Os dois mantêm uma relação de inveja um pelo
outro, pois Romão inveja a vida pomposa de
Miranda; enquanto Miranda inveja a liberdade de
Romão, pois Miranda, precisa viver com uma mulher
que o trai, para poder manter ser status.
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No cortiço moram os mais variados tipos: brancos,
pretos, mulatos, lavadeiras, malandros, assassinos,
vadios, benzedeiras etc. Entre outros: a Machona,
lavadeira gritalhona, "cujos filhos não se pareciam
uns com os outros"; Alexandre, mulato pernóstico;
Pombinha, moça franzina que se desencaminha por
influência das más companhias; Rita Baiana, mulata
faceira que andava amigada na ocasião com Firmo,
malandro valentão; Jerônimo e sua mulher, e outros
mais.
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João Romão compra uma pedreira que existe no
fundo do cortiço e passa a enriquecer de modo
acelerado, pois a cidade do Rio está passando por um
processo de urbanização e as ruas são pavimentadas
com paralelepípedos retirados das pedreiras.

No cortiço há festas com certa freqüência,
destacando-se nelas Rita Baiana como dançarina
provocante e sensual, o que faz Jerônimo perder a
cabeça. Enciumado, Firmo acaba brigando com
Jerônimo e, hábil na capoeira, abre a barriga do rival
com a navalha e foge.

Naquela mesma rua, outro cortiço se forma. Os
moradores do cortiço de João Romão chamam-no de
"Cabeça-de-gato"; como revide, recebem o apelido
de "Carapicus“(peixe mais vendido por Bertoleza).
Firmo passara a morar no "Cabeça-de-Gato", onde se
torna chefe dos malandros.
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Jerônimo, que havia sido internado em um hospital
após a briga com Firmo, arma uma emboscada
traiçoeira para o malandro e o mata a pauladas,
fugindo em seguida com Rita Baiana, abandonando a
mulher.
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Querendo vingar a morte de Firmo, os moradores do
"Cabeça-de-gato" travam séria briga com os
"Carapicus". Um incêndio, porém, em vários barracos
do cortiço de João Romão põe fim à briga coletiva.
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O português, agora endinheirado, reconstrói o cortiço,
dando-lhe nova feição e pretende realizar um objetivo
que há tempos vinha alimentando: casar-se com uma
mulher "de fina educação", legitimamente.

Lança os olhos em Zulmira, filha do Miranda.
Botelho, um velho parasita que reside com a família
do Miranda e de grande influência junto deste, aplaina
o caminho para João Romão, mediante o pagamento
de vinte contos de réis.

E em breve os dois patrícios, por interesse, se tornam
amigos e o casamento é coisa certa. Só há uma
dificuldade: Bertoleza. João Romão arranja um piano
para livrar- se dela: manda um aviso aos antigos
proprietários da escrava, denunciando-lhe o paradeiro.

Pouco tempo depois, surge a polícia na casa de João
Romão para levar Bertoleza aos seus antigos
senhores. A escrava compreende o destino que lhe
estava reservado, suicida-se, cortando o ventre com a
mesma faca com que estava limpando o peixe para a
refeição de João Romão.
ESTRUTURA DE O CORTIÇO
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CRÍTICA AO CAPITALISMO E A ANÁLISE
DA LUTA DE CLASSES:
O Cortiço aborda a ambição e a exploração do
homem pelo próprio homem. De um lado, João
Romão que aspira à riqueza e Miranda, já rico, que
aspira à nobreza. Do outro, a gentalha caracterizada
como um conjunto de animais, movidos pelo
instinto sexual e pela fome.
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DETERMINISMO:
Segundo os deterministas, o comportamento
humano é condicionado por três fatores: a raça (o
fator biológico, genético), do meio (o fator social);
e o momento (o fator histórico).
Em O Cortiço nota-se nitidamente a análise
determinista em personagens como Bertoleza
(devido à sua raça – negra, sua condição social –
pobre; e o momento histórico – escravismo no
Brasil, a personagem vive e morre de maneira
degradante).
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ZOOMORFISMO:
As personagens adquirem características de
“bicho” à medida que não apresentam algum grau
de intelectualidade que nos diferenciaria dos outros
animais.
“Não podia chegar à janela sem receber no
rosto aquele bafo, quente e sensual, que o
embebedava com o seu fartum [fedor] de bestas no
coito. (...) Daí a pouco, em volta das bicas eram um
zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de
machos e fêmeas.”
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CIENTIFICISMO – PATOLOGIAS
Em O cortiço, há uma série de doenças e o que na época
eram considerados distúrbios patológicos como a loucura e o
homossexualismo presentes.
Zulmira, filha de Miranda, por exemplo, não podia
sequer sair a janela para não adquirir as moléstias que
vinham do cortiço: “Vá passando, menos as de casa aberta,
que isso é perigoso por causa das moléstias...”
Pombinha, filha da lavadeira Isabel, não menstruava,
apesar da idade já avançada: “A filha era a flor do cortiço.
Chamavam-lhe Pombinha. Bonita, posto que enfermiça
[doente] e nervosa ao último ponto; loura, muito pálida, com
uns modos de menina de família. A mãe não lhe permitia
lavar, nem engomar, mesmo porque o médico proibira
expressamente.”
Bons estudos!
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