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UBUCADA P^R J^ftGEiOjftGOSTtlfl.
A correspondência e reclamações devem ser dirigidas
k Rua m QoMSAim Oiai.H? 30,Subiam
COUTE
Anno 16 Sooo
Semestre 9 Sooo
Trimestre 5 $000
1 ,
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SR
|1PI§Í
Senador Rodrigo Silva
FALLECIDO A
17 DO C0BSKNTB
¦ fi? 567
províncias
Anno 20Íooo
Semestre 11 Soo o
Avulso I Sooo
REVISTA ILLUSTRADA
Escriptorio e Redacção,
Rua de Gonçalves Dias, 50, sobrado
deixou na Itália Victor Emanuel,il ie galantuomo, c im quem tinha não poucos
pontos de semelhança
Associaudo-nos ás manifestações de pef zar, que o seu passamento motiva muito
justamente, enviamos nossos pezames á
nação portugueza e aos seus representantes
que aqui vivem, ao nosso lado.
D. LUIZ I
Após 28 auucs de reinado, brando e liberal, falleceu a 11 do corrente, nas cercanias de Lisboa, El-Rei D. Luiz I.
Soberano sympathico, dotado de esmerada educação e inclinado ás lettras, deu
ao mundo, durante os 28 annos que occupou o throno de D. Pedro V, o espertaculo de um reinado florescente e pacifico,
inteiramente vasado nos moldes constituciouaese durante o qual a nação portugueza pôde realisar progressos importantes.
Todos os que com elle trataram, eram
unanimes em referir a impressão que lhes
causara o gênio lhauo do rei, notando o
seu enthusiasmo por todas as boas idéas, e
a sua admiração pelas obras dos grandes
homens.
Superior á sua investidura, como que
timbrou elle sempre em reconhecer um
poder superior a que prestava sincera homenagem : as manifestações da opinião
publica.
E as idéas liberaes floresceram tanto,
sob esse regimeu tepido da monarchia
popular, que hoje Portugal tem uni partido republicano importante, forte em
suas convicções, porém generoso e opportunista quanio aos seus meios de acção,
dirigido por homens como Rodrigues de
Freitas, Theophilo Braga, Latino Coelho,
Consiglieri Pedroso e outros campeOes da
democracia contemporânea.
D. Luiz parecia acreditar que as boas
idéas só podem ser vencidas por outras
melhores e assim timbrava em auxiliar o
progresso de sua pátria, animando a coustrucção de estradas de ferro e escolas, associando-se a iimmneras obras de beueficeucia e curvaudo-se sempre aos dictames
da opinião publica.
O seu reinado foi fecundo em benefícios,
no seio da paz e gosaudo da cordialidade
de todos os governos europeus e auiericanos.
Como um traço do caracter do filho do
rei artista e do irmão de D. Pedro V, eitaremos a sua funda admiração por Shakspeare e os seus persistentes trabalhos
sobre as obras do grande mestre, alguns
dos quaes lhe valeram justos encomios
da opinião esclarecida e imparcial.
Sentindo peiorar dos seus incommodos,
foi a sua residência transferida para Cascães, acontecendo, infelizmente, realizarse o dito popular de ir a Cascaes... e nunca
mais.
D. Luiz deixa um bom nome na bistoria da sua pátria, à semelhança do que
ministério não tem,nos ultimos tempos, dado siguaes
vida... Ou é como os
f ¦¦:V.- 0tft ;A| vde
Wpaizes feiras, que não teem
' .historia, ou então faz o corSapo inolle, para fingir que
não lhe doem as sovas treEmendas da eleição dupla do
Sr. Laet, da conferência de Joaquim Nabuco no Recife, dos segundos escrutínios
em geral, da decadência das rendas publicas, do descontentamento da classe militar,
fruetos d'essa politica dolosa, que o governo tem feito e que é adiantadissima e
cheia de ligeirezas quando se trata de
proteger os amigos, conservadora e odienta
quando só visa o bem e o progresso desta
infeliz pátria.
Mais uniu. vez, o partido liberal no poder foi infiel ao programma dos tempos da
opposição e não soube honrar a palavra
dada em prol das reformas, que se constituiram em aspirações vehementes do povo
braziieiro.
Um estadista tão arguto e illustrado
como o Sr. Affonso Celso, está para ahi,
ha mezes, a repetir o que fez o Sr. Sinimbd
em 1878, a dar-nos eleições falsificadas, a
proteger os amigos, a abafar a opinião,
com medo da liberdade, como qualquer
idiota, e rodeado de mediocridades, que só
se preoecupam com os próprios estômagos.
Symptomas alarmantes d'esta politica
reacciouaria, que nada tem de liberal, já
começam a apparecer, por toda a parte,
ameaçando de condidos sangrentos as populações laboriosas, levando ao desespero
o povo e empobrecendo o Estado.
Não parece que é um estadista adiantado
que governa, uin liberalão sempre prompto a ir até á republica, quando os outros
estão uo poder, mas um d'esses espíritos
mesquinhos e eivados de ultramontanismo,
aptos só pára a fabricação de pilhérias
envenenadas, qne se dizem uo ouvido, e
quo dilaceram o mérito alheio. . . Não é o
Sr. Affonso Celso que o governa, mas o
próprio Sr. Laet, que parece ter tomado o bastão de chefe, depois que se fez
eleger por duas províncias, cousa que o
Sr. Affonso Celso nunca pôde conseguir e
qne lhe dá notória inferioridade, para resistir às inspirações do candidato do Apóstolo, actualinente arvorado em confessor e
director espiritual da presidência do conselbo.
E quer-se que o paiz bata palmas a todo
este desmautello, que a opposição ajoelhe,
que o patriotismo faça acto de coutricção,
confessando que tudo vai ás mil maravilhas !
Mas, isto seria negar á luz meridiana
e mentir ao que está na consciência de
todos.
. A verdade é que de 7 de Junho para cá
temos tido um governo reacciouario, couservador, e que levanta a mão, embora a
medo e hypocritauieute,nias quê a levanta,
contra as liberdades publicas.
listamos furtos, enjoados, revoltados
com esse espectaculó degradante, dos politicos que tudo proinettein na opposição,
e quando chegam ao poder fazem apostasia
das melhores idéas. São elles os que maudam atirar sobre o povo por um vintém,
os que sonham uma censura prévia para
a imprensa, os que orgauisam milícias
privadas para opporem ao exercito e só não
nos beneficiam com o Santo Ollicio, porque a coroa a isso se oppõe.
Santo Deus I Que mais nos restará vèr
em politica ?
NUM
ÁLBUM
Pediz-me um
ramo, senhora,
Das flores do meu jardim ?
Aqui vol-a trago, embora
Nào seja rozíi oujasmim...
No meu pequeno canteiro
Eu só cultivo uma flor :
Como embnlsama o seu cheiro !
Sabeis o seu nome ? Amor !...
A. Cunha.
W£°í%
Certo órgão governista, referindo-se a
nós, ultimamente, a propósito da gloriosa
attitude assumida por Joaquim Nabuco,
sobre a federação diz que fazemos parte
da Iripeça opposicionista, que combate
o actual ministério.
O nosso beatifico contendor em vez de
trípeça bem poderia empregar a palavra
trindade ; seria mais delicado e seraphico.
Não o fez e cremos que por modéstia,
pois a classificação abrangendo o seu priucipal redactor, qpe faz o papel de rez-de
chaussê no Paiz-; ás quintas-feiras, iria
dar de si próprio uma idéa iminodesta.
Assim, acreditamos, que essa palavra,
habitual eutre os sapateiro*, só foi applicada a collegas da imprensa, por se achar
eutre elles um reineudão cujo ollicio é
botar tombas uo calçado avariado do partido liberal.
Fica assim explicado o caso.
REVISTA ILLUSTRADA
Continuam as festas aos officiaes
chile»os, de visita entre nós.sendo
de notar.que
começam
sua
freqüência a ter o carapela
cter de perseguição e a tomar
um cunho
por demais fatigante e... offlcial.
B-nos sempre agradável, vêr
o nosso
paiz retribuir as finezas com
foi honrado por outras nações. Foi o que
que fizemos
com a Republica Argentina
e é o que fazemos com o Chile. O
que nos custa a compretender, porém, é como um
governo
impugnou
o pagamento de 1 modestos
que
coutos, dispendidos
pelo comniandaiite do
Barroso no Chile,
gaste agora
jfmiranle.
400
sem qne a sua consciência,
lhe impugne também esse delírio festivo.
E assim sempre o nosso
governo: ou
soviua ou ridiculameute
pródigo...
Ea propósito, cai-nos a talho
de fouce
um erro typographico do Jornal
da Commerco, na noticia relativa á recepção
dos
ofnciaes chilenos,
nossa
Gamará Mupela
nicipal.
Veja-se o Jornal do dia 23 e ahi se
eucoutrará o seguinte
período, relativo á
visita dos officiaes chilenos
e que não deixa
de ter graça :
« Depois de terem examinado
o andar
superior, desceram
para o salão de honra
onde foi sorvida
profusa mesa de doces >,.
E, então ?
Que guellasde municipalidade !
A guarda nacional, depois dos seus
pri.
meiros vagidos ensaia os sons
primeiro,
passos. . . de dança.
No baile da princeza,
apresentou-se
garrida (a officialidade) e consta
quo fez
un batutas em valsas e em
Agora, vai fazer exercíciosquadrilhas.
e manobras
para em tudo se tornar a serie B. do e.xercito.
Aburgiiezia militarisaudo-se I
L" um
cumulo.
Mais um fallecimeuto ! Larga seara
tem
cortado rez-véz, a mão armada
da morte
Agora tocou a vez a um dos mais
illustrês brazileiros, a
quem a nossa pátria
deve a, sua iniciação em
grandes orogressos.
'
Referimo-uos ao barão de Maná
cujo
retrato ornará a
primeira pagina da nossa
follia, em seu próximo numero,
desobrigando-nos assim de um piedoso e pátriotico dever.
o'aqui e d'acolá
No tribunal:
A testemunha
pôde dizer como começou a dosordem ?
Foi assim, sr.
juiz : O réu gritava —
súcia de imbecis, canalhas....
O juiz :
Advirto á testemunha
que deve dirigir-se aos senhores jurados.
Em um exame de candidato ao diploma
de medico.
- ()
que entende por insuficiênciami trai?
E' a incapacidade
de um padre para
ser bispo.
'
*
Felicitavam um sujeito
por ter obtido
um bom logar em concorrência
com o
rente de uni ministro, Agradecia elle pacom
ares de grande modéstia.
O
quo mais me lisoujeia, dizia, é
que não dei, para isso. nem um passo.
Com certeza, respondeu-lhe
uni dos
que alli estava, quando se anda de rastos
nao se dá nem um
passo.
¥
O dr. X.... chega muito tarde á casa do
conselheiro O....
que o tinha convidado
para jantar.
Venho estufado1 exclamou
o Esculapio limpando o suor da testa: meus
doentes matam-mo I
O conselheiro:
Ni se queixe, doutor ; é a
pena de
Talião,
E o beijo nvulla devornnda a trama
Ro quadro, haurlndoa
palllda figura.
Tarde chega Don Gil. De longe exclamo
— Vou ver-te agora, 6 santa
ereatnra I
Funda tristeza o rosto lhe nnnuvin
Quem do Don Gil esla tristezn espanca ?
Havia um beijo—eis tudo quanio havia !
A tola pstnva intoinimrintií brnncn.
IIODIUUO
SU,VA
Temos também a registrar n'estas columnas, o fallecimeuto de um homem notavei. de quem o Brazil esperava ainda
muitos serviços e
que representava no
senado, a intelligencia, o arrojo e o
cavalheirismo do povo
paulista.
Rodrigo Silva era uma intellio-eucia
_
viva e um político hábil. Fossem outras
as condições do nosso
Mama,porque é
paiz, não envolvendo os homens u'um circulo
que os anjos são semde ferro de
pre meninos e nunca meninas ?
coutradicçOes políticas, e essa bella iutelPara evitar os escândalos
ligencia, esse espirito ameno e culto
uo Paraíso.
teria
deixado de si um renome immortal.
Ainda assim, dentro dos moldes da nossa
Uma
senhora pede a Simplicio
acanhada política, o nome do conselheiro
para
lhe escrever um
Kodrigo Silva
pensamento no álbum.
por vezes foi aureolado
Elle meditou alguns momentos e depois
pela sympathiade um povo.
escreveu :
Lembra-nos ainda, como se fosse hoje,
« As grandes dores são mudas.
E' por
a hora memorável em
que elle como miisso que um homem, depois de
cahir
nistro da agricultura entrou-na câmara
morto, não diz nada. »
sob uma chuva de flores, e tomando
um
logar á direita do
presidente, leu, tremulo
e commovido, em meio das acclamacões
Entre um membro da Sociedade de Impopulares, a proposta do governo,
migração e seu filho
convertida, dias depois, na áurea que'foi
que estuda cathelei de
cismo :
13 de Maio.
Papai,
que quer dizer—crescei e mui0 velho parlamentar, habituado ás retiplicai-vos?
fre.gas da tribuna e ás tempestades
Quer dizer, meu filho,
das
dar colonos
discussões parlamentares, sentia a c mimono paiz sem recorrer ao estrangeiro.
ção dos estreiantes, como se insensívelmente tudo se coujirrasse
Dominó.
para manifestar
que era alguma cousa de grande e de novo
o que se ia fazer !
Também, por esse tempo, em meio de
uma discussão tempestuosa, um antigo esSIMPLES
cravocrata exprobrando-lhe a sua attitude
BALLADA
abolicionista, depois de alguns actos
retrogrados, Rodrigo Silva respondeu com
vantagem, dando-lhe Joaquim Nabuco
« Tu vãos partir. Dou Gil ! Sus !
o
cavnlleiro 1
seguinte aparte :
.< Kssa tristeza do tua alma espanca.
— V. Ex. representa as
tradições de
« Deixa o penhor ile uni beija derradeiro
Euzebio de Queiroz !
» NTo retrato gentil de Dona Branca. »
A morte de Rodrigo Silva é
perda senMus tanto foi no longo beijo hnvia,
sivel para a representação nacional.
Tanta desdita o barhara amargura,
No meio tenebroso da nossa
política,
o homem político de
quem nos oecupamos,'
pôde brilhar, a espaços, com asciutillaçsó
Que o solitário beijo aos poucos ia
de um astro perdido na immenstdade.
Roubando á tela a pallida figura.
Èm
horisoute mais vasto teria sido unia
estrella de primeira
grandeza.
Cresce, recresce as linlias devastando,
Paz ao ministro referendador da liberNodoa voraz pela figura entorna.
dade dos escravos I
Don Gil, onde so vae, que demorando
Não apparece, aos lares não retorna ! !
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NASCIDO
A 3i DE
OUTUBRO
DE
i838
E FALLECIDO
A 18 DE OUTUBRO DE I889
Revista Illustrada
RIO DE JANEIRO,
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i^m
*ÍM'
^Sf ç9(
26 DE OUTUBRO DE 1889.
REVISTA
Depois, ergtieo a cabeça, triumphantemente a sorrir. Mesmo na infância é bom
e santo o egoísmo do sacrifício que se faz
ás occultas, sem ninguém saber.
Paiidal Mallt.
Esse amor criminoso que nos ata
Como dois elos de uma sò cadôa,
Me delicia e ao mesmo tempo mata.
Quanto mais o apago, mais so atoa !...
Essa clwnima fatal, devoradova.
Cada vez mais me enlaça e me incendeia I
Tua esbelta figura tentadora
Attrahe como se fosses a serpente,
Corno se eu o imnnmdo sapo fora !..•
Eu sei que deveria ser prudente
E muito reservado, anjo querido,
Nas expansões do nosso amor ardente.
Pois que teu pni, secundo tenho ouvido,
E' de uma forca athletica, brutal,
E so acaso suspeita do occorrido...
Nosso caso de amor... uciibn mal.
A. C.
Corte.
ILLUSTRADA
COUSAS DE CRIANÇA
(Conclusão)
^ Emfim, acabou, por mais cuidado que
tivesse em comer aos
poucos, migalha por
migalha., E, como a
pratica da vida ainda
nao lhe houvesse ensinado
os momentos de alegria findam quesempre e
sempre fie terminam em
grandes dissabores, elle sonhou prolongar essa hora de
vivida,
alli
prazeres
junto á mesa, no
conchego da família, entre os carinhos de
sua mãi, as meiguices da sua avó e as
lisonjas da D. Leonor.
Tem mais ovos ?
levantando-se na travessa da perguntou,
sua cadeirinha e
olhando para a frigideira com uus
olhos curiosos e um movimento de grandes
desconsolo ao depois.
—¦ Tem I respondeu a avósinha,
que vira
a frigideira vazia, mas
que, distrahida na
conversa, esquecera-se
quasi de Comera
sua porção e estava agora
passando-a para
o prato do netinbo.
O Zeca ficou serio, meditando, sem mais
contentamentos nem alegrias. Viera-lhe
ao principio desejos de recusar, de dizer
que não queria mais; mas já passara de
opportunidade semelhante abnegação. Entanto sentia-se mal; arrependido de haver
privado a avósinha de uma cousa que ella
tanto devia apreciar também. Sentia vontades de chorar. Estava zangado comsigo
mesmo, e tinha repugnancias em comer
aquella bocado que elle, com a sua imprudencia de criança, acabava de arrancar da
bocca de sua avó.
Foi então que o Moleque appareceu
por
debaixo da mesa, a lamber-lhe as
pernas,
levantando o íocinho e olhando-o com
seus
olhos que pediam qualquer cousa
comer. E o Zeca, para se castigar para
a si
mesmo da eua irreflexão de momentos
antes, foi, bocado a bocado, occultamente,
dando ao cachorro tudo quanto lhe estava
noprato.
FESTAS
Não faltaram. Por toda a parte, por
todos os lados houve festas, festas e mais
festas.
Só os chilenos tiveram nas a deitar fora.
Os Tenentes do Diabo, esses estiveram
diabólicos, infernaes.
Na caverna, a 12 do corrente, dançou-se,
dançou-se e dançou-se.
Foi um baile de arromba.
O banquete pelo ministro do Chile offertado á oliicialiilade do—AlmiranteCochrane
esteve, como era de esperar, nu altura de
quem o promoveu e das pessoas que com
elle foram mimoseadas.
O Club Oito de Setembro deu a 12 d'este
um esplendido sanio, começando por um
assalto d'armas, no qual tomaram parte
distinctos sócios.
A festa da Penha esteve como sempre na
ponta.
Enthusiasmo, chuvas a valer, ferimentos etc.
Ao concluir accnso o con vi te qne o digno
commandante do 7° batalhão de infantaria
da gtinrd i nacional teve a amiibilidnde de
enviar a esta redacção.
O convite pedia o nosso romparecimento
á fazenda de Jacarepaguá, onde hontein
devia ter sido entregue no batalhão a
bandeira que lhe foi oíferecida pelo sr. Barão da Taquara.
Não fui iiiii-falta de tempo: tenho tido
muito que fazerFulano.
Emfim I
E o Parahyba corria, colleando, pelo
campo verde, como se fora uma immensa
serpente de prata agitando as suas escamas feitas de espumas, brilhantes ás refracções do luar, que, voluptuoso, cantava
os seus hyinnos á tona sonora das águas.
Só, encostada a um comoro, o olhar
apunhalando a margem opposta do rio, na
interrogação da espera, ella sentia que as
horas passavam, porém os canoeiros...
uão appareciam.
— Tão tarde! e uem ao menos um agitar de reinos I Tão tarde e elle se faltouá promessa!.... Os homens são tão perversos... Quem sabe?'... Que medo I ... tenho frio, muito frio I Até a passarada,
quecauta, recolhendo aos ninhos, parece
rir-se de mim e o bater das folhas, agitadas pelo vento, tem um som sinistro.
Ah! sim, parece além... qne será?
Dir se-liia um graude corvo negro cortando
a superfície clara das águas... Omitam....
uma canoa! São elles I Jesus, que medo !
E rasgando as águas do Purahyba,
que corria, colleamlo, pelo c:imp<> verde,
como se fura uma serpente de prata, agitando as suas escamas feitas da espumarada algente, aproou o batei, emquauto
delle, rápido, saltava um cavullieirj.
- Elzira I
Ali I és tu I.... estava tão «listraIlida...
•
Vem I
Não, isso nunca !
que me !•>....
Vamos I
Ah 1 não
pode ser, bem vês: depois...
deixa-me.
Mas... tu não
?....
Sim, porém, sepromettesle
soubessem....
Achariam
graça... E depois., não
custa. Faz-se isto...assim...com ies leve'...
E, tornando-a em seus braços, saltou, ligeiro, para a canoa.
- Ah 1
Os romeiros, em movimento firtó de
músculos, afastaram da margem a igàra,
leve, que descia rio abaixo, emquauto
elle, coibindo os seus, uo» lábios delia,
murmurava :
Emfim
BELLAS-ABTES
!Contin«ftção)
Na pintura é onde o terreno mais carece
de amanho.
Convenhamos, porém, ti*uma c->isa : não
falta talento aos artistas, e. por conseg.iiute, não lhes faltará concepção; mas
falta-lhes — união e trabalho.
Trabalho pertinaz e consciencioso,
para
terem a grande sciencia da faculdade e
certeza de execução ; — unidade fraternal
de esforços — para adquirirem força na
propaganda que precisam encetar.'
Porque—énecessário insistir neste ponto
— se os nossos pintores desejam melhorar
a educação urtisiíca do povo ; se querem
realmente, que as suas obras sejam bem
aquilatadas, e se, como é natural, pela
arte, pretendem conseguir bons e seguros
meios de vida — convençam-se disto : urs-e
que sejam impertinentes, que façam fallar
de si,que se im ponham, constamènieiite.ao
gosto dos amadoresNão se illtidam com o momento; não
cuidem que os homens de bom gosto e de
dinheiro lhes irão, agora, bater ã poria, a
pedir-lhes, por favor, que pintem uns quadros para elles collocarem
m.s suas
salas de visitas, ou nos seus gabinetes de
trabalho.
¦"Ainda não estamos, infelizmente, nesse
gráo de adiantamento.
Pelo contrario : os artistas é que tèm de
ir buscar os apreciadores, argeniarios ou
não, e mostrar-lhes as suas telas, e despertar nelles o desejo de as comprarem — incutindo-lhes no espirito a noção moderna
do bello, noção que por si mesma se irá
desenvolvendo,lentamente,como decorrer
do tempo, á medida que novos trabalhos
REVISTA ILLUSTRADA
forem uppnrecendo, e diante dos quaes essa
noção se tonha de exercitar para formar
uniu opinião, mnis ou menos intensa, mais
ou menos verdadeira, consoante o temporamento de cada indivíduo, mas que, indubitavelmente, bastará para qne esse
indivíduo nunca mais se illuda, jamais
deixe de proferir um quadro original —
ainda que medíocre— a essus cópias materiaes, anêmicas, falsas de colorido e de
claro-escuro, verdadeiras puihices criminosas, que, paru o fim único deperverterem o gosto e deframlarem a bolsa do
transennte incauto, atopotam escandalosamente as scintillanles vidraças das lojas
commerriaes, onde muitas vezes são vendidas como legítimos quadros a óleo, e; no
entretanto, nãu passam de t&èi—phf'
graphifts coloridas !...
Pholographias coloridas !
F.is uma coisa interessante que, iiisensivelmente, por momentos, nos desvia da
linha geral deste artigo.
Quem por ahi já nâo viu pequenas telas
brilhantemente emmoldttradiis e nas quaes
ha umas pinturas finas, finíssimas — sobre
um desenho quasi sempre muito justo o
correcto ?
Pois — saibam-u'o todos — cada quadrinbo desses, tres fraudes importantes
representa: — uma, feita ao quadro original,outra, aos nossos pintores e a ultima
ao pnscasio comprador.
Os innntneros industriosos dos grandes
centros artísticos — de Pariz, especialmente — depois de transportarem para as
telas as photographias dos quadros originaes, entregam-n'as, aos centos, ao primeiro pincel mercenário, no primeiro ganhador de pintura, que, no desempenho da
sua tarefa, vai dando aquillo tudo um
colorido igual e piegas, aqui empobrecendo e deturpando o claro-escuro, alli
supprimindo os detalhes difficeis por elles
julgados desnecessários.
Assim tratados inconscientemente, tão
sem escrúpulo materialisadas, o menor
damno que essas copias ridículas produzem
— dando mesmo de barato que conservem
a fidelidade do desenho —é eliminarem o
característico da individualidade artística
dos originaes, porque lhes desnuturam a
grande e preciosi qualidade da côr, e,
noventa e nove vezes por cem, lhes attenuam a não menus preciosa qualidade de
expressão.
Ora, isto, para nós, é a primeira fraude.
Xisto Graphite.
(Continua.
No S. Pedro também uniu primeira:—A
filha do ar. Depois d'ella tem-se representado—Magdalena, onde fulgura o talento
de Emilia Adelaide, e—Joanna Fortier, a
padeira.
No Recreio o—Conde de Monte Christo—
vae chamando boa concorrência, até que
venha a—Garota de Paris, que não tarda.
No Eldorado, a musica, as cançonetas e
as picantes phn.ses francezas vão proporcionandoao publico bons momentos.
Binóculo.
Jogos o Diversões
« O coração do insensato é como um vaso
quebrado : não pôde guardar os conselhos
da sabedoria. »
li' esta a decifração do logogripho n. 1,
publicado ultimamente.
a Sobre mesa de nozes. »
E' a solução do enigma igualmente publicado.
Para hoje apresentamos o seg-uiute :
N. 2
Logogripho-sonelo por lellras iflcroslico)
W apido, veloz, gaiboso, 7, SO, lã, 23, 19, 37, 17, 5.
- Ue atravessa as campinas
; 33. 43, IS, 2, 4, 14, 7.
< oeja alegre as üoninas, 39, S, 1, Ü, 4, 9, 10, Sú.
>-, nquielo e magesloso. 12.11, 26, 30, 38, 41, 1, 28.
w ua voz tão terna encanta, 3, 8, 36, 46, 4, 37, 43.
H en, o odor dn linda rosa, 44, 8, 48, 9, 22, 13, lõ.
pesar de lào mimosa, 31. 29, 37, 47, 4, 24, S, 3, 17.
'Z orne tem
que nos espanta. 5, 32, 11, 35, 14, 10.
ma a mulher que aqui tem,12.13,10,45,30,27,4,7,37,13
-a a.ece ãs vezes ..... santo ! 3,8,18,31,25,41, 4, 37, 28.
O du Revista lllustrada. 1, 40, 21, 17, IS, 8, !6, 1'
*Z. o todo d*este,
porém,
•--3 ereis, leitores, garanto,
revista mais fallada!...
Joxio Bittencourt
Enigma
OOOOO
o
II V.
'No
SanfAnna houve uma primeirae uma
primeira auspiciosa. Constou da—Garra
tVAçor, interessante opera burlesca em 3
actos, de Ohivot e Duru, traduzida livremente pelo conhecido escr.iptor Eduardo
Garrido, musica do maestro Otfenbiich.
Peça magnífica, desempenho bom, scenarios bem acabados e vestuários faustoSIS,
Tão cedo não
cios.
vemol-a fora dos anniin-
Recebemos :
O Secretario Brazileiro, contendo
306 modelos de cartas sobre todos os assumptos e um formulário de requerimentos e memoriaes.
E' um livro impagável. Tem até o
modelo da carta que se deve dirigir ao
cadáver, para não cobrar a divida.
Boletim do Club Naval, publicação
"2.
mensal, anno I, n.
O Meio, uma brochura contendo os
seis primeiros números d'0 Meio.
Ao Chile, numero especial de um
jornal dedicado á oficialidade chilena,
actualmente entre nós. E' publicado por
aspirantes da marinha brazileira.
Semana Thealral, auno I, ri. 1. Desenhos do Gouvêa, texto dourado, chie,
muito chie.
Caras Conhecidas, de Matheus da
Cunha Telles. Traz a descripçâo dos nossos
homens de letras mais populares. O livro
tem espirito.
A impressão é da typographia J. Barboza & C. Bôá, portanto.
Recebemos mais :
Meio kilo do esplendido café que
fornece aos seus freguezes o Café' fírazil.
Aproveitamos o ensejo para dizer ao
publico que o estabelecimento passou por
importantes reformas.
Tres garrafas do Yinho Pedreiro,
fabricado em S. Paulo por Felisberto
Lino da Eucarnação. Saboroso.
AS CORRIDAS
Derby-Club
Rio, 18-10-89
TMtiW^ML
Livro da porta
JOSÉ'
RAUL
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UNO
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JüNIO BlTTlCXCOUIiT.
Toda a correspondência ao
sio-nado
abaixo as-
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O Derby-Club, a sociedade queo publico
está habituado a ver dar boas corridas,
realiza amanhã uma importante festa
hippica, em homeuagem á otíicialidade do
vaso chileno — Almirante Cochrane.
0 motivo da festa e a excellencia do
programma, uni dos melhores que temos
tido, hão do ser motivos para que o elegante prado da rua Itamaraty fique cheio.
Não precisamos dizer que os fluminenses
de bom gosto estão emprazados para assistirem á brilhante disputa de seis esplendidos pareôs.
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Typ. de J. lURBOSA 4r O. rua da Ajuda n. 31
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VtUitosi -no
Morra elo Hfièco.
Ãet poUtien, o eiovemo eteijete/icoH eio Sr. Curtes Peixoto et
cetefae cadeira senatorial de
Minas,
Mns deixemos pie ceifeis tristes
Grti nrmt> demt>-»os por
fetiies em k irdo ter ido.
e vivei a Pentsec!
Safei I
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Senador Rodrigo Silva