A LIÇÃO NECESSÁRIA
Salazar é a garantia de que a Revolução pode ser feita com a Pátria, e
que o Estado de Ordem pode ser um Estado Revolucionário. Pois que a
Revolução da Ordem é acima de tudo a instauração de uma Ordem
Revolucionária em que o Povo e a Juventude resolvem as altas tensões ideais
que os habitam.
Destarte se justificou e justifica que, após uma leitura atenta da situação,
toda uma Juventude que nasceu politicamente na década de sessenta, tenha
optado por uma via nacional revolucionária em que Salazar surgia como
máximo garante da «transformação do Estado» no sentido mais
autenticamente nacionalista, popular e social.
É que a observação fria e realista dos factos e das intenções veladas
levara-nos a saber a distinguir o reaccionarismo dos conservadores do Sistema
e o revolucionarismo daquele que tinha determinado a sua principal orientação.
Ou seja: a Juventude Portuguesa que havia optado pela unidade da
Pátria e da Revolução, sabia perfeitamente, concretamente, com dados que um
dia hão-de vir a lume, que Salazar combatia por uma Continuidade
Revolucionária que levasse até ao fim as consequências inerentes à
instauração do Novo Estado.
E o que líamos e víamos, o Povo o intuía na sábia distinção entre os
males que havia e o Homem que lá estava para evitar, com os homens que
tinha, esses males fossem maiores, ou, dentro do limite das suas forças,
impedir que eles se concretizassem.
Não é agora que se pode fazer a análise profunda deste problema, mas
pode ser feita agora a afirmação de que aos militantes mais da frente sempre
foi claro este princípio: o sentido realista da permanência do Estado, que acima
de tudo e de todos havia que preservar, levava Salazar a realizar a política
suficiente para a Revolução Nacional necessária. Quer isto dizer: Salazar
realizava o mais que podia um política nacional revolucionária, com as forças
de que dispunha a cada momento. E se mais não fazia, e se mais não fez, foi
porque não houve uma força nacionalista organizada e poderosa que lhe desse
o apoio necessário às inflecções e opções necessárias à continuidade da
Revolução Nacional pelas vias da ortodoxia e integridade.
Ou então, muitos dedicados a desinteressados servidores, por esta ou
aquela razão, preferiram a comodidade de se afastarem à incomodidade de
continuarem e forçarem os acontecimentos com a sua presença e firmeza.
Dói-nos dizer isto. Mas a verdade é que a Política faz-se com
pensamentos e não com sentimentos. E se queremos uma lição de
actualidade, imprescindível à futuração, é essa conclusão que temos de
afirmar. Pelo menos, para nós, e connosco todos quantos nestes últimos
estivemos nas frentes de combate na Metrópole ou no Ultramar, é essa a lição
maior que recolhemos.
É que é a única coisa que torna clara muita coisa.
Vai sendo tempo da política nacional-revolucionária ser feita por
militantes.
As Revoluções fazem-se com Revolucionários e não com revoltados.
Foi isto que nos ensinou Salazar.
José Valle de Figueiredo
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In Política, n.º 14/15, 15/30.07.1971, pág. 3.
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