Análise Matemática II (apontamentos) 2007–2008 Segundo semestre Américo Bento letos u Março, Abril, Maio omp 008 inc 2 I I e s i Anál os 2008 t e l p m co e Junho s in2008 entode pontam a engenharia das energias — (ene) engenharia de reabilitação e acessibilidade humanas — (rea) engenharia mecânica — (mec) Índice 1 Funções reais de n variáveis reais 3 1.1 Derivada da composta (regra da cadeia) . . . . . . . . . . 3 1.2 Derivadas de ordem superior à primeira . . . . . . . . . . . 3 1.3 Diferenciabilidade e plano tangente ao gráfico em situações do tipo f : A → R, A ⊆ R2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.4 Gradiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.5 Derivada da composta e gradiente . . . . . . . . . . . . . . 5 1.6 Gradiente e plano tangente a uma superfı́cie de nı́vel . . . 7 1.6.1 Equação do plano tangente a uma superfı́cie de nı́vel 8 1.7 Derivada direccional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 etos u 1.7.1 Interpretação geométrica da derivada direccional noe II 2008 incompl nális caso ϕ : A → R, com A ⊆ R2 . . . .om. pl.et.os .20.08. A. . . 8 inc s o t n e 1.7.2 Derivada direccional, adeclive 8 pontam e taxa de variação . . 1.8 Polinómio de Taylor de ordem 2 . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.9 Extremos de funções reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.9.1 Extremos locais (ou relativos) . . . . . . . . . . . . 10 1.9.2 Extremos de funções em conjuntos limitados e fechados 14 1.9.3 Extremos condicionados e multiplicadores de Lagrange 14 2 Cálculo integral em R2RRe em R3 2.1 Integrais duplos · · · Q ϕ dA . . . . . . . . . . . . . . . . . RRR 2.2 Integrais triplos · · · · · · · · · Ω ϕ dV . . . . . . . . . . . . . 2.2.1 Mudança de coordenadas e integral triplo . . . . . . 20 20 20 23 3 Cálculo vectorial 3.1 Comprimento de arco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2 Integral de um campo escalar sobre uma curva . . . . . . 3.3 Integral de um campo vectorial sobre uma curva . . . . . 3.4 Parametrizações de superfı́cies . . . . . . . . . . . . . . . 3.4.1 Superfı́cies, parametrizações e vectores tangentes 31 31 33 34 35 37 1 . . . . . utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . . 2 3.4.2 3.4.3 Valor numérico da área de uma superfı́cie . . . . . . Integral de um campo escalar sobre uma superfı́cie 38 41 letos u omp 008 inc 2 I I e s i Anál os 2008 t e l p m inco mentos aponta Capı́tulo 1 Funções reais de n variáveis reais 1.1 Derivada da composta (regra da cadeia) ... inserir grafo para o esquema da composta... 1.2 Derivadas de ordem superior à primeira Sejam: A ⊆ Rn um aberto, X0 ∈ A e p ∈ N. Diz-se que f : A → R é de classe C p em X0 se as derivadas parciais de f em X0 de ordens 1, 2, .., p letos u incomp 8 0 0 2 existirem e forem contı́nuas. No caso de existir derivada parcial denáqualquer lise II 08 A 0 2 ∞ s o t ordem, diz-se a função é de classe C . comple ntos in e m a t n po a Notações: 2 ∂ f ∂ ∂f = ; ∂x2 ∂x ∂x ∂ 2f ∂ ∂f = . ∂x∂y ∂x ∂y Alguns exemplos... Teorema 1 (parciais cruzadas) Seja A um aberto em Rn e X0 ∈ A. Se f : A → R for de classe C 2 em X0 então as derivadas parciais cruzadas de segunda ordem em X0 coincidem, isto é, ∂ 2f ∂ 2f (X0 ) = (X0 ), ∂xi ∂xj ∂xj ∂xi 3 i, j = 1, 2, ..., n. utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . . 4 1.3 Diferenciabilidade e plano tangente ao gráfico em situações do tipo f : A → R, A ⊆ R2 Seja A ⊆ R2 um aberto e f : A → R diferenciável em X0 = (x0 , y0 ). Assim, kf (X) − f (X0 ) − (Df )(X0 )(X − X0 )k = 0. X→X0 kX − X0 k lim Consequentemente, numa vizinhança de X0 , tem-se f (X) ' f (X0 ) + (Df )(X0 )(X − X0 ), isto é, numa vizinhança de X0 , a expressão f (X0 ) + (Df )(X0 )(X − X0 ) representa f (X) com um certo erro. Em termos gráficos, isto significa que que o gráfico Gf — o gráfico da função f — numa vizinhança do ponto (X0 , f (X0 )) se confunde com o gráfico de função L(X) := f (X0 ) + (Df )(X0 )(X − X0 ), letos u omp isto é, o gráfico da função L é tangente ao gráfico Gf no ponto (X0 , fse(X 008 inc 02)). I I i Anál Ora, L(X) é linear em X. Assim, os 2008 t e l p m co mentos aponta in z = f (X0 ) + (Df )(X0 )(X − X0 ) (1.1) é uma equação do plano tangente ao gráfico de f no ponto (X0 , f (X0 )) ≡ (x0 .y0 , f (x0 , y0 )). Exemplos... com funções cujas variáveis são representadas por x, z e por y, z... 1.4 Gradiente Sejam A ⊆ Rn , e1 , e2 , ..., en os vectores da base canónica do espaço vectorial real Rn e f uma função real de n variáveis reais com domı́nio A. Gradiente de f num ponto X = (x1 , x2 , ..., xn ) ∈ A é o vector — denotado por ∇f (X) — cujas componentes segundo e1 , e2 , ..., en são as derivadas parciais de f em ordem a x1 , x2 , ..., xn , respectivamente, isto é, ∂f ∂f ∂f ∇f (X) = (X) e1 + (X) e2 + · · · + (X) en . ∂x1 ∂x2 ∂xn utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . . 5 Notemos que o vector ∇f é um vector do espaço vectorial real Rn . Assim, admite a representação matricial com a forma ∂f (X) ∂x1 ∂f (X) ∂x2 ∇f (X) = . .. ∂f (X) ∂xn (n×1) Devemos distinguir esta notação da notação matricial para a derivada de f , a recordar: h i ∂f ∂f ∂f (Df )(X) = ∂x1 (X) ∂x2 (X) · · · ∂xn (X) . (1×n) Proposição 2 Sejam B ⊆ R2 um aberto e f : B → R uma função diferenciável em X0 = (x0 , y0 ) ∈ B. O plano tangente ao gráfico de f no ponto (X0 , f (X0 )) tem equação letos u −−→ incomp 8 0 0 2 II z = f (X0 ) + ∇f (X0 ) · X0 X. Análise 08 letos 20 incomp mentos queaposentaescreveu no Demonstração. Tendo presente o tópico precedente, basta notar que se tem, h i x − x 0 ∂f ∂f [(Df )(X0 )] (X − X0 ) = ∂x (X0 ) ∂y (X0 ) y − y0 ∂f ∂f (X0 ) (x − x0 ) + (X0 ) (y − y0 ) = ∂x ∂y ∂f ∂f = (X0 ) i + (X0 ) j · [(x − x0 )i + (y − y0 )j] ∂x ∂y −−→ = ∇f (X0 ) · X0 X. 1.5 Derivada da composta e gradiente A derivada da composta de uma função real de n variáveis com uma função n-vectorial de uma só variável pode ser expressa pelo produto interno entre utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . . 6 o gradiente da primeira e o vector-derivada da segunda. Explicitemos: consideremos o esquema R −→ R3 −→ R t 7→ (x(t), y(t), z(t)) 7→ f (X(t)) | {z } X(t) A função f depende, portanto, da variável t por intermédio das variáveis x, y, z. Tal dependência pode salientar-se com recurso a uma árvore-dedependências. No caso, assume a forma x t f y t z t De acordo com o teorema da derivada da função composta, a derivada total de f em ordem a t é, df = D(f ◦ X)(t) = [Df (X(t))] DX(t) dt = h ∂f ∂x (X(t)) ∂f ∂y (X(t)) dx i dt letos u incomp 8 0 ∂f 0 dy 2 lise II ∂z (X(t)) dt 08 Aná 0 2 s o t comple dz ntos in e m a t n dt apo ∂f dx ∂f dy ∂f dz (X(t)) + (X(t)) + (X(t)) ∂x dt ∂y dt ∂z dt ∂f dy dz ∂f ∂f dx = (X(t)) i + (X(t)) j + (X(t)) k · i+ j+ k ∂x ∂y ∂z dt dt dt 0 = ∇f (X(t)) · X (t). = Assim, podemos escrever a Proposição 3 Sejam A ⊂ R e B ⊂ R3 conjuntos abertos. Se X : A → B, t → 7 X(t) := (x(t), y(t), z(t)), f : B → R, X 7→ f (X) forem funções diferenciáveis em t e X(t), respectivamente, então a derivada da função f ◦ X no ponto t é ∇f (X(t)) · X 0 (t), isto é, [D(f ◦ X)](t) = ∇f (X(t)) · X 0 (t). Inserir a Proposição relativa ao caso em que B ⊆ Rn ... (1.2) utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . . 7 1.6 Gradiente e plano tangente a uma superfı́cie de nı́vel Seja F : R3 → R uma função real de três variáveis reais e de classe C 1 . Consideremos a superfı́cie S em R3 caracterizada pelos pontos da forma (x, y, z) tais que F (x, y, z) = c, isto é, S = {(x, y, z) ∈ R3 : F (x, y, z) = c}, onde c é uma constante real. Esta superfı́cie é uma superfı́cie de nı́vel constante c para F . Seja A ⊂ R e consideremos uma curva parametrizada por X : A → R3 , t 7→ X(t) = (x(t), y(t), z(t)) contida em S, isto é, verifica-se F (X(t)) = c, ou ainda, verifica-se F (x(t), y(t), z(t)) = c. (1.3) Fixemos t0 ∈ A. Assim, X(t0 ) ∈ S, isto é, X(t0 ) é um ponto de S. Nestas condições, que relação existe entre os vectores ∇F (X(t0 )) e X 0 (t0 )? Temos: letos incomp 8 0 0 2 lise II 08 Aná 0 2 s o t ple s incom amento nt t 7→ (x(t), y(t), z(t)) 7→ F (x(t), y(t), = F (X(t)) = (F ◦ X)(t). apoz(t)) Da relação (1.3) temos: dF = 0. dt Por outro lado, tendo presente a Proposição 3, temos dF = ∇f (X(t)) · X 0 (t). dt Decorre, portanto, de (1.4) e (1.5) que ∇f (X(t)) · X 0 (t) = 0, (1.4) (1.5) (1.6) isto é, o vector gradiente da função F em X(t) é ortogonal ao vector derivada X 0 (t). Uma vez que X(t) é uma curva arbitrária — podendo descrever uma qualquer trajectória que passe no ponto X(t0 ) —, decorre que o vector ∇F (X(t0 )) é ortogonal à superfı́cie S no ponto X(t0 ). Consequentemente, o vector ∇F (X(t0 )) — se diferente de zero — pode ser tomado para vector-director do plano tangente à superfı́cie S no ponto X(t 0 ). Temos, portanto, a u utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . . 8 Proposição 4 Seja F : R3 → R. Sendo F (x, y, z) = c uma equação de uma superfı́cie S e se F é diferenciável numa vizinhança de X(t 0 ) ∈ S, então o vector ∇F (X(t0 )) é ortogonal à superfı́cie S no ponto X(t0 ). 1.6.1 Equação do plano tangente a uma superfı́cie de nı́vel Seja c uma constante real. Conhecido ∇F (P ) 6= 0, onde P é um ponto da superfı́cie S = {(x, y, z) ∈ R3 : F (x, y, z) = c}, se considerarmos X = (x, y, z) como um ponto arbitrário do plano tan−−→ gente, decorre que os vectores P X e ∇F (P ) são ortogonais. Portanto, −−→ ∇F (P ) · P X = 0. Esta equação nas indeterminadas x, y, z descreve, analiticamente, o plano tangente a S no ponto P . Temos, por conseguinte, Proposição 5 Seja S = {(x, y, z) ∈ R3 : F (x, y, z) = c} uma superfı́cie de nı́vel para F . Dado P ∈ S, se F for de classe C 1 numa vizinhança de P e se ∇F (P ) 6= 0 então uma equação do plano tangente a S em P é letos u −−→ incomp 8 0 0 2 ∇F (P ) · P X = 0, lise II 08 Aná onde X = (x, y, z) é um ponto 1.7 letos 20 comp ntos in e m arbitrário do plano. a t n apo Derivada direccional 1.7.1 Interpretação geométrica da derivada direccional no caso ϕ : A → R, com A ⊆ R2 1.7.2 Derivada direccional, declive e taxa de variação 1.8 Polinómio de Taylor de ordem 2 Seja X0 ∈ A ⊆ Rn , onde A é um aberto, e ϕ : A → R, X ≡ (x1 , x2 , ..., xn ) 7→ ϕ(X), de classe C 2 numa vizinhança de X0 . A matriz hessiana de ϕ no ponto X0 — denotada por H[ϕ; X0 ] — é a matriz cuja coluna j é constituı́da pelas componentes do vector ∂ϕ ∇ (X0 ). ∂xj matriz hessiana utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . . 9 Como exemplo, seja ϕ definida em R2 tal que ϕ(x, y, z) = xy arccos z. Temos h i −xy √ y arccos z x arccos z Dϕ(X) = . 1−z 2 Portanto, 0 arccos z 0 H[ϕ; X] = arccos z √ −y 1−z 2 √−x 1−z 2 √ −y 1−z 2 √−x 1−z 2 −xyz √ (1−z 2 )3 . Seja X0 ∈ A ⊆ Rn , com A aberto, e ϕ : A → R uma função de classe C 2 numa vizinhança de X0 . Define-se polinómio de Taylor de ordem 2 para ϕ em torno do ponto X0 — e denota-se por P T aylor[ϕ; X0 ; 2] — pela expressão designatória 1 ϕ(X0 ) + Dϕ(X0 )(X − X0 ) + (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ). 2 polinómio de Taylor Proposição 6 Seja A ∈ Rn um aberto. Se ϕ : A → R é de classe C 3 numa vizinhança U de X0 ∈ A, então P T aylor[ϕ; X0 ; 2] aproxima ϕ(X) na vizinhança U , isto é, Corolário 7 Se ϕ(X) − ϕ(X0 ) ' 1.9 letos u omp 008 inc 2 I I ϕ(X) ' P T aylor[ϕ; X0 ; 2]. e s i Anál os 2008 t e l p m os inco Dϕ(X0 ) = 0 então apontament 1 (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ) . {z } 2| (∗) Extremos de funções reais Note-se que se (∗) > 0 numa vizinhança U de X0 então ϕ(X) − ϕ(X0 ) > 0, ou seja, ϕ(X) > ϕ(X0 ) e, por outro lado, se ocorrer (∗) 6 0 numa vizinhança U de X0 então ϕ(X) 6 ϕ(X0 ). Seja X0 ∈ A ∈ Rn , com A aberto, e ϕ : A → R uma função diferenciável em X0 . Diremos que X0 é ponto estacionário para ϕ se Dϕ(X0 ) = 0. Como exemplo, calcule os pontos estacionários da função cuja expressão designatória é ϕ(x, y, z) = x2 + ln(2 + sin2 y + z 2 ). ponto estacionário utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 10 1.9.1 Extremos locais (ou relativos) Sejam: A ⊆ Rn ; X0 ∈ A e ϕ : A → R. (a) Diremos que ϕ(X0 ) é máximo local (e X0 o respectivo maximizante) se existir uma vizinhança U de X0 tal que ∀X ∈ (U ∩ A), ϕ(X) 6 ϕ(X0 ). (b) Diremos que ϕ(X0 ) é mı́nimo local (e X0 o respectivo minimizante) se existir uma vizinhança U de X0 tal que ∀X ∈ (U ∩ A), máximo local maximizante local mı́nimo local minimizante local ϕ(X) > ϕ(X0 ). Teorema 8 Sejam A ⊆ Rn um aberto e ϕ : A → R diferenciável em X0 ∈ A. Se ϕ(X0 ) e um extremo local para ϕ então X0 é ponto estacionário para ϕ. Sendo A um conjunto, denotaremos por ∂A a sua fronteira. Seja ϕ : A → R uma função contı́nua. Diremos que X0 é ponto crı́tico para ϕ se ponto crı́tico uma das asserções — (a) ou (b) — for verdadeira: letos u incomp 8 (a) X0 é ponto interior de A e X0 é ponto estacionário para ϕ ou a derivada 0 0 2 lise II 08 Aná 0 2 s o de ϕ em X0 não existe; t comple ntos in e m a t n (b) X0 é ponto fronteiro de A e X0 aépoponto estacionário para ϕ|∂ ou a derivada de ϕ|∂A em X0 não existe. Dada a função ϕ : A → R, A ⊆ Rn aberto, diremos que (X0 , ϕ(X0 )) é um ponto de sela para ϕ se X0 é ponto estacionário para ϕ mas ϕ(X0 ) não é extremo local para ϕ. Como exemplo, mostrar que o ponto (0, 0, ϕ(0, 0)) é um ponto de sela para a função cuja expressão designatória é ϕ(x, y) = x2 − y 2 . Consideremos X0 ∈ A ⊆ Rn , com A aberto, e ϕ : A → R de classe C 3 . Ainda, suponhamos que Dϕ(X0 )0 e que H[ϕ; X0 ] 6= 0. Temos, pelo Corolário 7, 1 ϕ(X) − ϕ(X0 ) ' (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ) 2 numa certa vizinhança U de X0 . ponto de sela utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 11 Se (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ) tiver sinal invariante em U então ϕ(X0 ) é um extremo local para ϕ. De facto, se ocorrer (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ) > 0 em cada X ∈ U , então ϕ(X) − ϕ(X0 ) > 0 e, portanto, ϕ(X) > ϕ(X0 ); assim, ϕ(X0 ) é mı́nimo local. Por outro lado, se (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ) 6 0, então ϕ(X) 6 ϕ(X0 ), ou seja, ϕ(X0 ) é máximo local. Se (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ) não tiver sinal invariante numa vizinhança U de X0 então (X0 , ϕ(X0 )) é ponto de sela para ϕ. Notemos: dizer que (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ) não tem sinal invariante em nenhuma vizinhança de X0 significa que há dois (pelo menos) subconjuntos B1 , B2 ⊂ A tais que X0 ∈ B1 e X0 ∈ B2 de tal modo que se verifica ϕ(X) − ϕ(X0 ) > 0, X ∈ B1 \ {X0 } ϕ(X) − ϕ(X0 ) < 0, X ∈ B2 \ {X0 } letos u A questão é, portanto, saber omp 008 inc 2 I I e s i Anál os 2008 t e l p m inco em que circunstâncias é que mentos aponta (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ) tem sinal invariante ou não-invariante! Seja H= h11 h12 h21 h22 .. .. . . hn1 hn2 · · · h1n · · · h2n . . . ... · · · hnn . Denotemos por ∆p , p = 1, 2, ..., n, o determinante da submatriz de H constituı́da pelas entradas das p primeiras linhas e das p primeiras colunas; utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 12 explicitando: ∆1 = det[h11 ] = h11 ; h11 h12 ∆2 = det ; h21 h22 h11 h12 h13 ∆3 = det h21 h22 h23 h31 h32 h33 .. . ∆n = det H. Teorema 9 Sejam: A ⊆ Rn um aberto; ϕ : A → R de classe C 2 em X0 ∈ A; ∆p o determinante da submatriz de H[ϕ; X0 ] constituı́da pelas entradas das p primeiras linhas e p primeiras colunas. Temos: 1. se ∆p > 0, para cada p ∈ {1, 2, ..., n}, então (X − X0 )T H[ϕ; X0 ](X − X0 ) > 0, sempre que X − X0 6= 0; 2. se ∆2p−1 < 0 e ∆2p > 0, letos incomp 8 0 0 2 álise II para cada p ∈ {1, 2, ..., n},letoentão 008 An 2 s mp tos inco n e m a t T apon (X − X0 ) H[ϕ; X0 ](X − X0 ) < 0, sempre que X − X0 6= 0. Com base neste teorema e tendo presente a discussão que o precede, podemos escrever o seguinte Teorema 10 Sejam: A ⊆ Rn um aberto; ϕ : A → R de classe C 2 em X0 ∈ A; ∆p o determinante da submatriz de H[ϕ; X0 ] constituı́da pelas entradas das p primeiras linhas e p primeiras colunas. Temos: 1. se ∆p > 0, para cada p ∈ {1, 2, ..., n}, então ϕ(X0 ) é mı́nimo local (e X0 o respectivo minimizante local); 2. se ∆2p−1 < 0 e ∆2p > 0, para cada p ∈ {1, 2, ..., n}, então ϕ(X0 ) é máximo local (e X0 o respectivo maximizante local). O teorema que a seguir apresentamos estabelece uma condição suficiente para identificarmos um ponto de sela. u utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 13 Teorema 11 Sejam: A ⊆ Rn um aberto; ϕ : A → R de classe C 2 no ponto estacionário X0 ∈ A. Temos: 1. se todos os valores próprios da matriz H[ϕ; X0 ] são positivos, então ϕ(X0 ) é mı́nimo local (e X0 o respectivo minimizante local); 2. se todos os valores próprios da matriz H[ϕ; X0 ] são negativos, então ϕ(X0 ) é máximo local (e X0 o respectivo maximizante local); 3. se a matriz H[ϕ; X0 ] tiver dois valores próprios de sinal contrário, então (X0 , ϕ(X0 )) é um ponto de sela. Como exemplo para este teorema: consideremos a função cuja expressão designatória é ϕ(x, y) = arctan(xy). i h y x Temos: Dϕ(X) = 1+(xy)2 1+(xy)2 . Portanto, o único ponto estacionário é (0, 0). Ora, a matriz hessiana é # " −2xy3 1−x2 y 2 H[ϕ; X] = 2 (1+(xy)2 ) 1−x2 y 2 2 (1+(xy)2 ) Portanto, 2 (1+(xy)2 ) −2yx3 2 (1+(xy)2 ) letos incomp 8 0 0 2 lise II 08 Aná 0 2 s o t ple s incom amento apont0 H[ϕ; (0, 0)] = . 1 1 0 . Os valores próprios desta matriz são os zeros do polinómio caracterı́stico det (H[ϕ; (0, 0)] − λI), isto é, são as raı́zes da equação caracterı́stica 0 1 1 0 det −λ = 0. 1 0 0 1 Ora, det 0 1 1 0 −λ 1 0 0 1 = det −λ 1 1 −λ = λ2 − 1. Os zeros deste polinómio são λ1 = −1 e λ2 = 1. São valores com sinal simétrico. Pelo teorema precedente, o ponto (0, 0) não é extremante para ϕ; o ponto (0, 0, ϕ(0, 0)) é ponto de sela para ϕ. u utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 14 1.9.2 Extremos de funções em conjuntos limitados e fechados Impõe-se, desde já, o teorema de Weirstrass, a saber: Teorema 12 (Weirstrass) Seja B ⊆ Rn um conjunto limitado e fechado. Se ϕ : B → R é contı́nua, então existem X0 e X1 em B tais que ϕ(X0 ) e ϕ(X1 ) são extremos absolutos de ϕ em B. Mostrar que o recı́proco do teorema precedente não é verdadeiro. Use a função definida por 2 x + y2, x2 + y 2 < 1 . f (x, y) = 4 − x2 − y 2 , 1 6 x2 + y 2 6 2 Teorema 13 Seja B ⊆ Rn um conjunto limitado e fechado. Se ϕ : B → R é contı́nua e ϕ(X0) é extremo para ϕ então X0 é ponto crı́tico para ϕ. O teorema precedente diz-nos que devemos procurar os extremantes da função no universo dos seus pontos crı́ticos. Assim, o primeiro passo será identificar o referido universo. letos incomp 8 0 0 2 lise II 08 Aná 0 2 s o t comple R 2 : x2 + ynt2os6in1} e m a t apon Exemplo 14 Identificar os pontos do conjunto B = {(x, y) ∈ onde a função definida em B e cuja expressão designatória é ϕ(x, y) = x2 + y 2 − x − y + 1 tem extremos. Para uma resposta. (1)... 1.9.3 Extremos condicionados e multiplicadores de Lagrange Consideremos o seguinte problema: identificar três números positivos de produto máximo e cuja soma é 100. Denotando os números por x, y, z, o problema pode ser reescrito na forma: maximize a função f : (R+ )3 → R cuja expressão designatória é f (x, y, z) = xyz no conjunto dos x, y, z tais que x + y + z = 100. u utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 15 Este problema é, pois, um problema de extremos condicionados. Trata-se de encontrar pontos (x, y, z) que maximizam uma função e que estão sujeitos a uma outra condição. Esta condição, por vezes, é dita de condição de vı́nculo por vincular os pontos a um conjunto. O teorema que se segue diz-nos como devemos abordar este tipo de problemas. Teorema 15 (Lagrange) Sejam: A um aberto de Rn , ϕ, ψ : A → R funções de classe C 1 e S um conjunto de nı́vel constante c relativo a ψ, isto é, S = {X ∈ A : ψ(X) = c}. Tem-se: se X0 ∈ S é tal que ∇ψ(X0 ) 6= 0 e ϕ|S tiver um extremo em X0 então existe um real α tal que ∇ϕ(X0 ) = α∇ψ(X0 ). (1.7) Notemos que a relação (1.7) significa que os vectores ∇ϕ(X0 ), ∇ψ(X0 ) são linearmente dependentes. Em termos operacionais, devemos procurar os pontos X0 ∈ S onde, eventualmente, ϕ|S é extremo local com o sistema letos u incomp 8 0 0 2 lise II ∇ϕ(X) = α∇ψ(X) 08 Aná 0 2 s o t . comple X∈S ntos in e m a t n o ap Como a condição X ∈ S equivale à condição ψ(X) = c, o sistema que devemos considerar para cálculos é ∇ϕ(X) = α∇ψ(X) . ψ(X) = c Exemplo 16 Seja ϕ : R2 → R tal que ϕ(x, y) = x2 + y 2 − x − y + 1. (i) Justifiquemos que ϕ admite extremos no conjunto S = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 = 1} e (ii) identifiquemos os pontos onde ocorrem. Quanto à questão (i): o conjunto {1} é um conjunto fechado; a função f : R2 → R tal que f (x, y) = x2 + y 2 é uma função contı́nua; logo, o conjunto S ⊂ R2 é a pré-imagem de um conjunto fechado por intermédio de uma função contı́nua. Consequentemente, S é fechado. Recordemos que é possı́vel justificar que S é fechado com a seguinte frase: S contém a sua utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 16 fronteira; logo, S é fechado. (Na verdade, S é igual à sua fronteira, uma vez que o interior de S é o vazio.) Sobre a questão (ii): de acordo com o que escrevemos em resposta a (i), o conjunto S é o conjunto solução da condição f (x, y) = 1. Assim, e de acordo com o teorema 15, os candidatos a extremantes da função ϕ|S são as soluções do sistema ∇ϕ(x, y) = α∇f (x, y) . (1.8) f (x, y) = 1 Ora, ∂ϕ ∂ϕ i+ j ∂x ∂y = (2x − 1)i + (2y − 1)j. ∇ϕ(x, y) = e ∂f ∂f i+ j ∂x ∂y = 2xi + 2yj. ∇f (x, y) = Por conseguinte, o sistema (1.8) é equivalente ao sistema letos u incomp 8 0 0 2 lise II 08 Aná 0 2 (2x − 1)i + (2y − 1)j = α(2xi + 2yj) s o t compl.e (1.9) ntos in e m a x2 + y 2 = 1 t n apo Deste último resulta, 1 x = 2(α−1) 1 y = 2(α−1) . x2 + y 2 = 1 (1.10) Usando os valores de x e de y, em função de α, na terceira equação do sistema, encontraremos dois valores para α. Estes dois valores permitem identificar dois pontos (x0 , y0 ) e (x1 , y1 ) do conjunto S. Um deste pontos é maximizante e o outro é minimizante para a restrição de ϕ ao conjunto S, isto é, para a função ϕ|S . Exercı́cio 17 Seja ϕ : R2 → R tal que ϕ(x, y) = x2 − y 2 . Justifique que ϕ admite extremos absolutos no conjunto B = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 6 1} e identifique os pontos onde ocorrem. utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 17 ***** Vimos como resolver questões sobre extremos condicionados a uma condição de vı́nculo. Surge, naturalmente, a pergunta: e se os pontos que procuramos estiverem vinculados a duas condições? Como proceder? Explicitando, como resolver um problema com a forma: Identificar os pontos (x, y, z) mais próximos e os mais afastados da origem que pertencem ao plano de equação x − y + z = 1 e ao cilindro caracterizado por x2 + y 2 = 1. Aqui, os pontos (x, y, z) estão vinculados pelas duas condições x − y + z = 1, x2 + y 2 = 1. Temos, portanto, duas condições de vı́nculo que determinam outros tantos conjuntos, a saber: B1 = {(x, y, z) ∈ R3 : x − y + z = 1}, B2 = {(x, y, z) ∈ R3 : x2 + y 2 = 1}. pletos u m 08 inco A função das indeterminadas x, y, z é a função distância de umálponto I 20à I e s i An origem. A sua expressão designatória é, portanto,incompletos 2008 s papontamento ϕ(x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 . Com estas considerações, o problema pode ser reescrito na forma: identificar os pontos (x, y, z) que extremam a função p ϕ(x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 e que estão sujeitos às condições x − y + z = 1, x2 + y 2 = 1 ou, de outro modo, identificar os pontos (x,p y, z) do conjunto B1 ∩ B2 que extremam a função ϕ(x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 . Será que este problema tem solução? Isto é, será que ϕ tem máximo e mı́nimo no conjunto B1 ∩ B2 ? Se o conjunto B1 ∩ B2 e a função ϕ estiverem nas condições do teorema 12, podemos afirmar que o problema tem solução. Sabendo, à priori, se o problema tem solução, ficamos com mais ferramentas para controlar os cálculos...) utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 18 (1) — Ora, tanto B1 como B2 são conjuntos fechados, de acordo com o que se escreveu sobre (i) no Exemplo 16. Logo, o conjunto B1 ∩ B2 é fechado. (2) — Agora, será que B1 ∩ B2 é limitado? O cilindro B2 é paralelo ao eixo Oz; tem Oz como eixo de simetria. E o plano B1 não é paralelo ao eixo Oz, uma vez que o vector i − j + k — vector director do plano B1 — não é ortogonal ao vector k. Consequentemente, o conjunto B1 ∩ B2 é uma linha fechada — uma elipse — e, portanto, existe M > 0 que satisfaz ∀ ∈ B 1 ∩ B2 , kXk < M, isto é, o conjunto B1 ∩ B2 é limitado. p (3) — Quanto à continuidade de ϕ: a função (·) é contı́nua em R+ 0; + 3 qualquer função polinomial é contı́nua; portanto, ϕ é contı́nua em (R 0 ) . 3 Uma vez que B1 ∩ B2 é um subconjunto conexo de (R+ 0 ) , decorre que ϕ é contı́nua em B1 ∩ B2 . (4) — De (1), (2) e (3), concluı́mos que o problema tem solução! Bom, mostrámos que o problema tem solução... mas como encontrá-la? O teorema que se segue diz-nos como proceder. Teorema 18 funções de classe C 1 e S1 , S2 , ..., Sp conjuntos de nı́vel constante c1 , c2 , ..., cp relativos a ψ1 , ψ2 , ..., ψp , respectivamente, isto é, S1 = {X ∈ A : ψ1 (X) = c1 } S2 = {X ∈ A : ψ2 (X) = c2 } .. . Sp = {X ∈ A : ψp (X) = cp } Se X0 ∈ S = letos u omp 008 inc 2 I I n e s i (Lagrange) Sejam: A um aberto de R , s 2008 Anál leto incomp s o t n e am ϕ, ψ1 , ψ2 , ..., ψappo:ntA →R p \ i=1 Si é tal que os vectores ∇ψ1 (X0 ), ∇ψ2 (X0 ), ..., ∇ψp (X0 ) são linearmente independentes e a restrição de ϕ ao conjunto S, ϕ |S , tem um extremo em X0 então existem escalares reais β1 , β2 , ..., βp tais que ∇ϕ(X0 ) = β1 ∇ψ1 (X0 ) + β2 ∇ψ2 (X0 ) + · · · + βp ∇ψp (X0 ). (1.11) utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 19 Em termos operacionais, o sistema a resolver para encontrar os candidatos a extremantes é, portanto, ∇ϕ(X0 ) = β1 ∇ψ1 (X0 ) + β2 ∇ψ2 (X0 ) + · · · + βp ∇ψp (X0 ) ψ1 (X) = c1 ψ2 (X) = c2 (1.12) . .. ψ (X) = c p p ***** letos u omp 008 inc 2 I I e s i Anál os 2008 t e l p m inco mentos aponta Capı́tulo 2 Cálculo integral em R2 e em R3 Um pré-requisito fundamental para os assuntos que aqui vamos tratar é o cálculo diferencial e integral de uma variável. Assim, a noção de primitiva de uma função real de variável real e os métodos para o seu cálculo são ferramentas basilares para prosseguirmos na ampliação do edifı́cio. O Cálculo Integral de uma variávelR assenta na integração sobre um b segmento de recta. Expressões do tipo a f (x)dx são a campaı́nha que nos remete para tal. Aqui, trataremos RRa integração sobre uma região bidimensional — cuja letos u incomp expressão chave é Q g(x, y)dA — e a integração sobre uma região tridi8 0 0 2 RRR lise II 08 An.á 0 2 s y, z)dV mensional, a qual nos traz expressões da forma coΩmh(x, o t ple entos in apontam RR 2.1 Integrais duplos · · · 2.2 Integrais triplos · · · · · · · · · Q ϕ dA RRR Ω ϕ dV Seja Ω = [a, b] × [c, d] × [e, f ]. Consideremos a = x0 < x1 < x2 < · · · < xn = b; c = y0 < y1 < y2 < · · · < ym = d; e = z0 < z1 < z2 < · · · < zp = f. A partir destas relações, construimos uma partição do conjunto Ω, a saber: P(Ω) = {Ωijl : i = 1, ..., n; j = 1, ..., m; l = 1, ..., p}, onde Ωijl = [xi−1 , xi ] × [yj−1 , yj ] × [zl−1 , zl ]. Considerando ∆xi = (xi − xi−1 ), a diâmetro da partição é δ = max{∆xi ∆yj ∆zl : i = 1, ..., n; j = 1, ..., m; l = 1, ..., p}. 20 utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 21 Definição 19 Seja B ⊆ R3 tal que Ω ⊆ B. Diz-se que ϕ : B → R é integrável em Ω se existir o limite XXX ϕ(xi , yj , zl )∆xi ∆yj ∆zl , (xi , yj , zl ) ∈ Ωijl . (2.1) lim δ→0 Quando o limite em (2.1) existe, dizemos que existe o integral triplo de ϕ sobre a região Ω e usa-se o sı́mbolo ZZZ ϕdV Ω no lugar da expressão em (2.1). Como consequência imediata de (2.1), sePϕ(x, y, z) = 1 em cada ponto PP (x, y, z) do conjunto Ω, a expressão limδ→0 ∆xi ∆yj ∆zl representa o valor numérico do volume de Ω. Consequentemente, o volume de Ω pode ser representado pelo integral triplo ZZZ 1 dV. Ω volume e integral triplo Teorema 20 Seja Ω = [a, b] × [c, d] × [e, f ] ⊆ B ⊆ R3 . Se ϕ : B → R é letos u incomp 8 0 0 2 II contı́nua em Ω então ϕ é integrável em Ω. Análise O teorema que se segue de um integral triplo. 008 pletos 2 m o c n i mentos apresenta-nos apontaum modo de abordar o cálculo Teorema 21 Sejam Ω = [a, b] × [c, d] × [e, f ] ⊆ B ⊆ R3 e ϕ : B → R contı́nua, com expressão designatória ϕ(x, y, z). Se, para cada x ∈ [a, b], existir ZZ ϕ(x, y, z)dA, (y, z) ∈ U = [c, d] × [e, f ], U então existe ϕ(x, y, z)dA dx e tem-se U ZZZ Z b Z Z ϕ dV = ϕ(x, y, z)dA dx. R b RR a Ω a U O integral triplo sobre conjuntos que não são representáveis na forma [a, b] × [c, d] × [e, f ] caracteriza-se de modo semelhante ao usado para os integrais duplos. Regiões elementares 3D do tipo R3Dxy . Um conjunto do tipo R3Dxy utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 22 {(x, y, z) ∈ R3 : a 6 x 6 b ∧ y1 (x) 6 y 6 y2 (x) ∧ z1 (x, y) 6 z 6 z2 (x, y)}, (2.2) onde y1 , y2 são funções contı́nuas no intervalo [a, b] e z1 , z2 são funções contı́nuas no conjunto {(x, y) ∈ R2 : a 6 x 6 b ∧ y1 (x) 6 y 6 y2 (x)}, designa-se por região elementar 3D do tipo R3Dxy . Caracterizam-se, de modo semelhante, as restantes configurações possı́veis para regiões 3D. Teorema 22 Seja Ω uma região do tipo R3Dxy . Se ϕ : Ω → R é integrável então ZZZ Z b Z y2 (x) Z z2 (x,y) ϕ(x, y, z) dzdydx. ϕ dV = Ω a z1 (x,y) y1 (x) Exemplo 23 Seja Ω = {(x, y, z) ∈ R3 : 0 6 x 6 2 ∧ x2 + y 2 6 z 6 4}. Calcular o integral ZZZ x dV. Ω Para a resposta. (1) A função integranda tem expressão designatória x. Tal função é contı́nua em qualquer subconjunto conexo de R 3 . Portanto, incompletos u RRR I 2008 existe o integral nálise I A 8 Ω x dV . 0 0 tos 2 comple elementar do tipo inregião (2) O conjunto Ω “quase” tem a forma ade uma s o t n e pont m R3Dxy ; “falta-lhe” a explicitação de y. a Quando a variação de uma das variáveis está dada de modo implı́cito, devemos tomá-la como a maior possı́vel. No caso, tal variação decorre da condição que resulta entre os extremos da condição x2 + y 2 6 z 6 4. Portanto, a condição é x2 + y 2 6 4. Esta condição equivale à inequação do segundo grau em y, x2 + y 2 − 4 6 0. Ora x2 + y 2 − 4 = 0 ⇔ y = − p p 4 − x2 ∨ y = 4 − x2 . Uma vez que o coeficiente do termo de segundo grau é positivo, decorre que p p 2 2 2 x + y − 4 = 0 ⇔ − 4 − x 6 y 6 4 − x2 . Podemos, portanto, re-escrever Ω como se segue: p p 3 2 Ω = {(x, y, z) ∈ R : 0 6 x 6 2 ∧ − 4 − x 6 y 6 4 − x2 ∧ x2 +y 2 6 z 6 4}. utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 23 (3) O cálculo do integral pode agora desenvolver-se. Temos, assim: ZZZ x dV = 0 Ω = = Z 4−x2 √ − 4−x2 √ 2 Z 4−x2 √ 0 − 4−x2 Z 2 Z √4−x2 √ 0 = √ Z 2Z Z 2 √ 4 x dzdydx x2 +y 2 x[z]4(x2 +y2 ) dydx x[4 − (x2 + y 2 )] dydx − 4−x2 Z √4−x2 x 0 Z − 4−x2 4 − (x2 + y 2 ) dydx √4−x2 Z 2 3 y x 4x − x2 y − dx = 3 −√4−x2 0 Z 2 3 1 1 2 = 8x 4 − x2 2 − 2x3 4 − x2 2 − x 4 − x2 2 dx 3 0 .. . (uma página de cálculos...!) 128 . = 15 Veremos, mais à frente, que menos consumo de energia em 2.2.1 letos incomp 8 0 0 2 se II Análipermite 08 que 0 2 há um sistema de coordenadas s o t mple tos inco n e m a cálculos... t apon Mudança de coordenadas e integral triplo Para além das situações em que uma mudança de coordenadas é imposta pela própria natureza do integral que queremos calcular... R 2 √— recorde-se o procedimento a tomar perante o problema: calcular 0 4 − x2 dx —, por vezes, o cálculo de integrais é menos demorado se for possı́vel uma certa mudança de coordenadas. O Teorema que se segue apresenta-nos as condições em que um tal mudança de variáveis é possı́vel. Teorema 24 Sejam Ω, Ω∗ ⊆ R3 e γ : Ω∗ → Ω uma função bijectiva e de classe C 1 . Se ϕ : Ω → R é integrável então ZZZ ZZZ (ϕ ◦ γ)| det(Dγ)| dV ∗ , ϕ dV = Ω Ω∗ onde dV ∗ é o produto dos diferenciais das variáveis que descrevem o conjunto Ω∗ . u utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 24 Corolário 25 (integral triplo e coordenadas cilı́ndricas) Se γ é a transformação (r, θ, z) 7→ γ(r, θ, z) = (x(r, θ), y(r, θ), z) = (r cos θ, r sin θ, z) então ZZZ ϕ dV = Ω ZZZ ϕ(r cos θ, r sin θ, z) r dV ∗ . Ω∗ Exercı́cio 26 Mostrar que | det(Dγ)| = r, sendo γ a transformação definida no corolário precedente. Exemplo 27 Retomemos o problema apresentado no Exemplo 23. Usando coordenadas cilı́ndricas, calculemos o mesmo integral. Recordemos: Ω = {(x, y, z) ∈ R3 : 0 6 x 6 2 ∧ x2 + y 2 6 z 6 4}. Queremos calcular o integral ZZZ x dV. Ω Pelo Corolário 25, temos ZZZ ZZZ x dV = Ω r(cos θ)r dV ∗ = Ω∗ letos incomp 8 0 0 2 I ∗ lise I(2.3) r2 costoθs dV 08 .Aná 0 2 ∗ comple entosΩin ZZZ apontam Para identificarmos os limites de integração é necessário explicitar Ω em coordenadas cilı́ndricas. Assim, as condições que caracterizam Ω em coordenadas cilı́ndricas começam por ser (a partir das condições cartesianas respectivas): 0 6 r cos θ 6 2 e r 2 6 z 6 4. Uma vez que r é não-negativo, da primeira condição resulta cos θ > 0 e, portanto, π π − 6θ6 . 2 2 2 Da segunda condição, resulta r − 4 6 0 e, consequentemente, −2 6 r 6 2. Mas, porque r > 0, fica 0 6 r 6 2. Finalmente, Ω em coordenadas cilı́ndricas é descrito por Ω∗ = {(r, θ, z) : − π π 6θ6 ∧ 0 6 r 6 2 ∧ r 2 6 z 6 4}. 2 2 u utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 25 Com isto e tendo presente a relação (2.3), temos sucessivamente: Z π Z 2Z 4 ZZZ 2 x dV = r2 cos θ dzdrdθ Ω = Z − π2 0 r2 π 2 cos θ dθ − π2 Z Z 2 0 r2 [z]4r2 dr 2 (π) 4r2 − r4 dr = [sin θ] −2 π ( 2) 0 2 4 3 1 5 = 2 r − r 3 5 0 128 32 32 − − (0 − 0) = . = 2 3 5 15 Devemos salientar o “ganho” conseguido com o uso de coordenadas cilı́ndricas! Basta comparar! No entanto, notemos que este “ganho” não resulta sempre... A utilização de coordenadas cilı́ndricas não é, só por si, a causa do “ganho” conseguido. A forma do conjunto e a expressão da função integranda são, também, factores que podem influenciar o número de obstáculos que te-8 incompletos u I 200 nálise I mos de transpor... Por conseguinte, quanto maior for a onossa capacidade A 8 0 0 let s 2 incomp s o de efectuar “testes”... com o fim de escolher o caminho com menos “pet n e apontam dras”... melhor! Corolário 28 (integral triplo e coordenadas esféricas) Se γ é a transformação (r, θ, z) 7→ γ(r, θ, z) = (x(ρ, θ, φ), y(ρ, θ, φ), z(ρ, θ, φ)) = (ρ cos θ sin φ, ρ sin θ sin φ, ρ cos φ) então ZZZ ϕ dV = Ω ZZZ ϕ(ρ cos θ sin φ, ρ sin θ sin φ, ρ cos φ) ρ2 sin φ dV ∗ . Ω∗ Exercı́cio 29 Mostrar que | det(Dγ)| = ρ2 sin φ, sendo γ a transformação definida no corolário precedente. Exemplo 30 Seja Ω o conjunto limitado pelas superfı́cies p z = x2 + y 2 , x2 + y 2 + z 2 = 4; e que contém o ponto P = (0, 0, 1). integral triplo e coordenadas esféricas utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 26 1. Descreva Ω num referencial cartesiano. ZZZ 2. Calcule z dV em coordenadas cartesianas. Ω 3. Calcule ZZZ z dV em coordenadas esféricas. Ω p Para uma resposta a 1. (a) A relação z = x2 + y 2 caracteriza a superfı́cie cónica de revolução gerada pela rotação das semi-rectas z = −y, y < 0, z = y, y > 0, em torno do eixo Oz, porque: (i) toda a superfı́cie está acima do plano z = 0, uma vez que a raı́z de um número real não-negativo é um número real pnão-negativo; + (ii) para cada z = β ∈ R , a condição β = x2 + y 2 descreve a circunferência com centro (0, 0) e raio = β; assim, todos os pontos (x, y) desta circunferência têm imagem z(x, y) = β. Consequentemente, o gráfico da p 2 2 função z = z(x, p y) = x + y — isto é, a superfı́cie caracterizada pela condição z = x2 + y 2 —, pode ser interpretada (obtida) como resultante letos u incomp 8 0 0 2 da rotação (em torno de Oz) da sua intersecção com um dos planos II lise coor08 Aná 0 2 s o t denadas x = 0 ou y = 0. Ora, uma destas intersecções mpleé tos inco n e m a t apon x=p 0 z = x2 + y 2 p Da relação z = 02 + y 2 resulta z = |y| e, portanto, x=0 z = −y, y < 0 (bissectriz do 2o quadrante do plano x=0) z = y, y > 0 (bissectriz do 1o quadrante do plano x=0) Convida-se o leitor a esboçar a superfı́cie descrita. (b) A condição x2 + y 2 + z 2 = 4 caracteriza a superfı́cie esférica com centro no ponto (0, 0, 0) e raio = 2 (logo, o centro desta superfı́cie coincide com o vértice do cone acima descrito). (c) O ponto P = (0, 0, 1) está na região convexa definida pela superfı́cie esférica porque 02 + 02 + 12 < 4; e√também está na região convexa definida pela superfı́cie cónica porque 1 > 02 + 02 . Finalmente, o conjunto Ω é a intersecção das duas regiões convexas fechadas definidas pelas superfı́cies cónica e esférica. Pode ser interpretado utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 27 como resultante da rotação, em torno do eixo Oz, da secção circular de raio = 2, amplitude angular igual a π2 e eixo de simetria Oz + (no plano x = 0 ou noutro qualquer plano que contenha o eixo Oz). Analiticamente, o conjunto Ω pode descrever-se por p p 3 2 2 x + y 6 z 6 4 − x2 − y 2 }. (2.4) Ω = {(x, y, z) ∈ R : Convida-se o leitor a fazer um esboço do conjunto descrito. RRR Para uma resposta a 2. Para calcular o integral Ω z dV em coordenadas cartesianas, precisamos de identificar os limites de integração. A descrição de Ω em (2.4) apresenta-nos os limites para a variação de z. Resta-nos, portanto, obter as variações para x e para y. Para conseguirmos o pretendido, pensemos dop seguinte modo: o objecto 4 − x2 − y 2 e fronteira Ω tem fronteira “superior” na psuperfı́cie z = “inferior” na superfı́cie z = x2 + y 2 . Interessa-nos conhecer os pares (x, y) para os quais a cota z está entre as duas superfı́cies referidas. A linha que estabelece a fronteira do conjunto dos (x, y) no plano Oxy é a projecção da linha definida pela intersecção das duas superfı́cies: a “inferior” com a “superior”. Esta projecção é o conjunto de pontos (x, y) nos quais ocorre p letos u z = px2 + y 2 incomp 8 0 0 2 lise II 08 Aná 0 z = 4 − x2 − y 2 2 s o t mple tos inco n p p e m a t apoyn2 e, portanto, x2 + y 2 = 2. AsDaqui, resulta x2 + y 2 = 4 − x2 − sim, a projecção de Ω no plano Oxy é o cı́rculo fechado cuja condição caracterizadora é x2 + y 2 6 2. Se denotarmos este cı́rculo por Q, temos Q = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 6 2}. O conjunto Ω pode, agora, descrever-se na seguinte forma p p 3 2 2 x + y 6 z 6 4 − x2 − y 2 }. Ω = {(x, y, z) ∈ R : (x, y) ∈ Q ∧ Deste modo, temos ZZZ z dV = Ω Z Z Z √4−x2 −y2 Q √ z dV. (2.5) x2 +y 2 Agora, escolhemos uma variação: a de x ou a de y e a outra fica determinada. Escolhendo a de x, isto é, escolhemos x para tomar valores entre duas constantes (consequentemente, o integral “de fora” fica fixado!), a variação de y fica determinada pela relação x 2 + y 2 6 2; a saber: p p 2 − 2 − x 6 y 6 2 − x2 . utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 28 Com isto, o conjunto Ω fica explicitado como uma região elementar 3D do tipo R3Dxy cuja condição definidora é p p p p √ √ − 2 6 x 6 2 ∧ − 2 − x2 6 y 6 2 − x 2 ∧ x2 + y 2 6 z 6 4 − x 2 − y 2 . Com isto e tendo presente (2.5), temos sucessivamente: ZZZ Z √ Z √ 2Z √ 2 2 2 z dV = Ω √ − 2 2−x √ − 2−x2 √ 4−x −y z dzdydx x2 +y 2 .. . (uma página de cálculos) Z √2 p 4 2p 8 2 2 − x − x 2 − x2 dx = √ 3 3 − 2 .. . (uma página de cálculos) v s √ u 2 2 !3 Z √2 √ u x x 8 2 8 2t 1− √ 1− √ − = dx (∗) √ 9 2 2 − 2 3 .. . (duas páginas de cálculos!) u = 2π. mpletos 08 inco I 20 nálise I A 8 0 0 tos 2(necessária!). mudançantode comple invariável s e apontam A continuação de (∗) passa por uma Para uma resposta a 3. Retomemos Ω em coordenadas cartesianas (e na forma mais reduzida): p p Ω = {(x, y, z) ∈ R3 : x2 + y 2 6 z 6 4 − x2 − y 2 }. Temos, (i) x2 + y 2 = ρ2 cos2 θ sin2 φ + ρ2 sin2 θ sin2 φ = ρ2 sin2 φ. (ii) z = ρ cos φ. De (i) e (ii), p p x2 + y 2 6 z 6 4 − x 2 − y 2 m p p ρ2 sin2 φ 6 ρ cos φ 6 4 − ρ2 sin2 φ m p ρ sin φ 6 ρ cos φ 6 4 − ρ2 sin2 φ, uma vez que ρ e sin φ são não-negativos. Uma vez que z > 0, decorre que cos φ > 0; logo, ρ sin φ 6 ρ cos φ ⇔ 0 6 sin φ 6 1 ⇔ 0 6 tan φ 6 1 cos φ utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 29 e, por conseguinte, encontramos a variação para o parâmetro φ, a saber: 06φ6 π . 4 Tendo presente que ρ cos φ > 0, da relação ρ cos φ 6 resulta, sucessivamente: p ρ cos φ 6 4 − ρ2 sin2 φ m 2 2 ρ cos φ 6 4 − ρ2 sin2 φ m 2 2 ρ cos φ + ρ2 sin2 φ 6 4 m 2 ρ 64 m −2 6 ρ 6 2. (2.6) p 4 − ρ2 sin2 φ Daqui e porque ρ é não-negativo, fica: 0 6 ρ 6 2. (2.7) letos u omp 008 inc 2 I I e s i ál 8 An(2.6) Tendo presente que o parâmetro θ não está condicionado, e de os 200de t e l p m inco s o t n e m (2.7), o conjunto Ω em coordenadas esféricas aponta descreve-se por: π ∧ 0 6 θ 6 2π ∧ 0 6 ρ 6 2}. 4 RRR Podemos, finalmente, calcular o integral Ω z dV por intermédio de coordenadas esféricas. ZZZ ZZZ (ρ cos φ)(ρ2 sin φ) dV ∗ z dV = ∗ Ω Z π ZΩ 2π Z 2 4 = ρ3 cos φ sin φ dρdθdφ 0 Z 2π Z 2 Z0 π 0 4 cos φ sin φ dφ = dρ ρ3 dρ 0 0 0 2 π4 1 1 2 sin φ × 2π × ρ4 = 2 4 0 0 √ !2 1 2 16 = − 0 = 2π. − 0 × 2π × 2 2 4 Ω∗ = {(ρ, θ, φ) : 0 6 φ 6 utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 30 Tal como no exemplo atrás apresentado no contexto das coordenadas cilı́ndricas, as coordenadas esféricas são um factor que pode contribuir para simplificar bastante o cálculo de alguns integrais triplos. letos u omp 008 inc 2 I I e s i Anál os 2008 t e l p m inco mentos aponta Capı́tulo 3 Cálculo vectorial Seja I um intervalo real. Consideremos o campo vectorial σ : I → R3 tal que t 7→ σ(t) = (σ1 (t))i + (σ2 (t))j + (σ3 (t))k, onde σi (t), para cada i ∈ {1, 2, 3}, é um campo escalar diferenciável em I. O conjunto de pontos da forma t ∈ I, (σ1 (t), σ2 (t), σ3 (t)), designa-se por curva (ou linha). Denota-se por σ(I) (e diz-se que está letos u incomp 8 0 0 2 parametrizada pelo campo vectorial σ). lise II 08 Aná 0 2 s o t A derivada do campo vectorial σ é comple ntos in me aponta dσ dσ1 dσ2 dσ3 = i+ j+ k. dt dt dt dt 3.1 Comprimento de arco Seja I = [a, b] um intervalo real e considere-se uma sua partição com a forma a = t0 < t1 < t2 < · · · < tn = b. Considere-se uma curva γ parametrizada pelo campo vectorial σ : I → R3 , t 7→ σ(t). inserir imagem −−→ Denotemos por Pi o ponto que satisfaz a igualdade OPi = σ(ti ), para cada ti . Pi é um ponto da curva γ(= σ(I)). A soma dos comprimentos P0 P1 , P1 P2 , ..., P n − 1Pn 31 utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 32 aproxima o comprimento da curva σ(I). Assim, quanto mais fina for a partição de I, menor é a diferença entre o comprimento da curva σ(I) e a soma P0 P1 + P1 P2 + · · · + P n − 1Pn . Temos, sucessivamente, Pi Pi+1 = = = =ti+1 →ti kσ(ti+1 ) − σ(ti )k kσ(ti+1 ) − σ(ti )k (ti+1 − ti ) t − t i+1 i σ(ti+1 ) − σ(ti ) ti+1 − ti (ti+1 − ti ) dσ (ti ) ∆ti . (rever este passo...) dt Portanto, o comprimento da curva é aproximado pela soma n−1 X dσ (ti ) ∆ti . dt i=0 O seu comprimento é o limite letos u omp 008 inc 2 I I e n−1 s i X dσ Anál os 2008 t e l p m lim ∆t , co dt (toin)tam enitos in ap i=0 isto é, o comprimento da curva σ(I) é o integral Z b dσ (t) dt. dt a Para futuras referências, assinalamos este resultado com a seguinte Proposição 31 (comprimento de curva) Sendo σ : [a, b] → R3 uma parametrização de certa curva, o valor numérico do seu comprimento é Z b dσ (t) dt. dt a Corolário 32 Sendo f um campo escalar real diferenciável com domı́nio [a, b], o comprimento do gráfico de f é Z bq 1 + (f 0 (x))2 . a utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 33 Para justificarmos este resultado basta considerar a parametrização induzida por f , a saber: σ : [a, b] → R2 , x 7→ σ(x) = xi + (f (x))j e aplicarmos a tese da Proposição 31. Exemplo 33 ... inserir... com imagem Proposição 34 (função comprimento de arco) O comprimento do arco da curva σ(I) entre os pontos Pa e Pt é Z t dσ (τ ) dτ. s(t) = dτ a Notar que, sendo I = [a, b], s(b) = comp(σ(I)). A derivada da função comprimento de arco é, naturalmente, dσ dσ ds (t) = = dτ (τ ) dt (t) dt τ =t e, portanto, dσ ds = dt (t) dt. 3.2 Integral de um diferencial comprimento de arcoetos u ompl i 008 nc 2 I I e s i Anál s 2008 curva campo escalar sobre ouma t e l p m inco mentos aponta Sejam: I = [a, b] ⊂ R; σ : I → B ⊂ R3 de classe C 1 e f : B → R tal que a função composta f ◦ σ : I → R, t 7→ (f ◦ σ) (t), é contı́nua. Seja Pt ∈ R3 definido pela relação σ(t) = OPt , para cada t ∈ I, onde O representa a origem do referencial. Assim, o ponto Pt pode ser interpretado como sendo a extremidade do vector σ(t). Definição 35 Define-se integral do campo escalar f sobre a curva σ(I) por Z b Z b dσ dσ f (Pt ) f (σ(t)) ou dt (t) dt dt (t) dt . a a Tendo presente a caracterização do diferencial da função comprimento de arco, este integral pode ser denotado por Z Z f ds ou f ds . σ Exemplo 36 ... inserir... σ(I) utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 34 Interpretação geométrica do integral de um campo escalar não-negativo sobre uma curva inserir f igura O integral de um campo escalar f não-negativo sobre uma curva σ(I) é igual ao valor numérico da área da “sebe” de base σ(I) e altura definida pelo campo vectorial β (induzido por σ) caracterizado por I 7→ β(t) = σ1 (t)i + σ2 (t)j + [σ3 (t) + f (σ(t))] k. 3.3 Integral de um campo vectorial sobre uma curva Sejam: I = [a, b] ⊂ R; σ : I → B ⊂ R3 de classe C 1 e f : B → R3 o campo vectorial tal que a função composta f ◦ σ : I → R3 , t 7→ (f ◦ σ) (t), é contı́nua. mpletos inco Definição 37 Define-se integral do campo vectorial f sobre a curva I 2008 se Iσ(I) li á n A 008 por pletos 2 m o c n i ntos apoZntabme Z b dσ dσ ou f (σ(t)) · (t) dt . f (Pt ) · (t) dt dt dt a a Usando a identificação dσ = dσ (t) dt, um modo sintético de exprimir dt este integral é Z Z σ f · dσ ou σ(I) f · dσ . Exemplo 38 ... inserir Um caso particular no contexto presente ocorre quando o campo vectorial é um gradiente de um campo escalar real. Assim, Teorema 39 Seja σ : [a, b] → B ⊂ R3 uma parametrização de classe C 1 de uma curva γ (isto é, σ([a, b]) = γ). Se f : B → R é de classe C 1 , então Z ∇f · dσ = f (Pb ) − f (Pa ) . γ u utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 35 Exemplo 40 ... inserir Corolário 41 Se Pb = Pa (isto é, a curva é fechada), então Z ∇f · dσ = 0. γ Exemplo 42 ... inserir 3.4 Parametrizações de superfı́cies Vimos como caracterizar curvas em R3 : uma curva é um conjunto de pontos “gerados” por um campo vectorial. Procederemos de modo semelhante, para construir representantes de superfı́cies. Assim, uma superfı́cie é interpretada como um conjunto de pontos em R3 “gerados” por um campo vectorial cujas componentes dos vectores da base canónica [i, j, k] são campos escalares, de duas variáveis, de classe C 1 e cujo domı́nio é um subconjunto conexo de R2 . Definição 43 Seja S ⊂ R3 uma superfı́cie conexa. 1. Uma parametrização para S é Q ⊆ R2 e int(Q) 6= ∅, tal que letos incomp 8 0 0 2 II AnáRli3se, onde 08→ 0 um campo vectorial ϕ : Q 2 s o t mple tos inco n e m a t apon ϕ(u, v) = ϕ1 (u, v)i + ϕ2 (u, v)j + ϕ3 (u, v)k. A cada vector ϕ(u, v) associamos o ponto da superfı́cie P(u,v) = (ϕ1 (u, v), ϕ2 (u, v), ϕ3 (u, v)) . 2. Diz-se que S é diferenciável se ϕ1 , ϕ2 e ϕ3 são diferenciáveis. A partir de uma parametrização de uma superfı́cie S é possı́vel, por vezes, construir uma equação cartesiana que a represente. Uma estratégia para tal passa por fazermos a identificação x = ϕ1 (u, v) y = ϕ2 (u, v) z = ϕ3 (u, v) e eliminar, neste sistema, os parâmetros u e v. u utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 36 Exemplo 44 Seja S a superfı́cie parametrizada por ϕ : [0, 1] × [0, π] → R3 , (u, v) 7→ (cos v)i + (sin v)j + (u)k. De que quádrica S é parte? Para uma resposta: fazemos x = cos v y = sin v z=u (3.1) Notemos que não é possı́vel estabelecer qualquer relação de interdependência de z para x, y. Quadrando os membros das duas primeiras equações, obtemos 2 x = cos2 v y 2 = sin2 v (3.2) z=u Adicionando, ordenadamente, as mesmas equações, resulta 2 x = cos2 v letos u x2 + y 2 = 1 (3.3) incomp 8 0 0 2 lise II z=u 08 Aná 0 2 s o t e l mp os inco ment aponta Para cada valor de z = u ∈ [0, 1], a segunda equação em (3.3) caracteriza a circunferência com centro em (0, 0, u) e raio 1, se x e y não tiverem restrições para além da própria equação. Ora, como v ∈ [0, π], decorre que sin v ∈ [0, 1]; logo, por (3.1), y > 0. Por conseguinte, a superfı́cie S caracteriza-se, cartesianamente, por x2 + y 2 = 1 ∧ y > 0 ∧ 0 6 z 6 1. Assim, S é parte do cilindro circular de raio 1 e eixo de simetria Oz. Mais: S é a parte do cilindro de equação x2 + y 2 = 1 cujas ordenadas y são não-negativas que estão entre os planos de equações z = 0 e z = 1. inserir imagem de S aqui utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 37 3.4.1 Superfı́cies, parametrizações e vectores tangentes Proposição 45 Seja ϕ : Q → R3 uma parametrização de uma superfı́cie S diferenciável tal que (u, v) 7→ ϕ(u, v) = x(u, v)i + y(u, v)j + z(u, v)k. 1. Os vectores Tu = ∂y ∂z ∂x i+ j+ k, ∂u ∂u ∂u Tv = ∂x ∂y ∂z i+ j+ k ∂v ∂v ∂v são tangentes à superfı́cie S no ponto P(u,v) . 2. O vector (Tu × Tv )(u,v) é ortogonal à superfı́cie S no ponto P(u,v) . 3. Uma equação geral do plano tangente a S no ponto P (u,v) é −−−−→ P(u,v) X · (Tu × Tv )(u,v) = 0, onde X = (x, y, z) é um ponto arbitrário do plano. O cálculo do vector (Tu × Tv )(u,v) pode ser conseguido com recurso ao letos u incomp 8 0 0 2 determinante simbólico lise II 08 Aná 0 2 s i j k o t ∂x ∂y ∂z mentos incomple onta , (3.4) ∂u ∂u ap∂u ∂y ∂x ∂z ∂v ∂v ∂v cujo desenvolvimento pela primeira linha permite obter ∂x ∂z ∂x ∂y ∂z ∂u i − ∂u ∂u j + ∂u (Tu × Tv ) = ∂u ∂y ∂z ∂x ∂z ∂x ∂v ∂v ∂v ∂v ∂v Exemplo 46 ... inserir exemplo... ∂y ∂u ∂y ∂v k. (3.5) Definição 47 Seja ϕ : Q → R3 uma parametrização de uma superfı́cie S tal que (u, v) 7→ ϕ(u, v) = x(u, v)i + y(u, v)j + z(u, v)k. Diz-se que S é suave no ponto P(u,v) se (Tu × Tv )(u,v) 6= 0. Diz-se que S é suave se o for em todos os seus pontos. utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 38 Exercı́cio 48 Considere-se a superfı́cie S parametrizada por ϕ : R 2 → R3 cuja expressão designatória é ϕ(u, v) = (u cos v)i + (u sin v)j + (u2 + v 2 )k. 1. Descreva S num referencial Oxyz. 2. Identifique os ponto onde S é suave. 3. Escreva o plano tangente a S no ponto P(1,0) . 3.4.2 Valor numérico da área de uma superfı́cie ~ e F~ dois vectores, tem-se Proposição 49 Sendo E ~ ~~ ~ ~ ~ E × F = E F sin E, F . A demonstração deste facto pode fazer-se com recurso à igualdade de Lagrange. ~ F~ dois vectores não-colineares. O valor numérico Proposição 50 Sejam E, ~ e F~ é da área do paralelogramo cujos lados estão representados por E letos u incomp 8 0 0 2 ~ II Análise E × F~ . os 2008 t comple Demonstração. (... inserir imagem e ntos in ontame p a dedução...). Proposição 51 Seja S uma superfı́cie parametrizada por ϕ : Q → R3 , ϕ(u, v) = x(u, v)i + y(u, v)j + z(u, v)k. O valor numérico da área de S é ZZ kTu × Tv k dA. Q Demonstração... Exercı́cio 52 Seja S a superfı́cie representada por ϕ : [0, 1] × [0, π] → R3 , (u, v) 7→ ϕ(u, v) = (cos v)i + (sin v)j + (u)k. 1. Usando a tese expressa na Proposição 51, calcule o valor numérico da área de S. 2. Recorrendo a ferramentas da geometria elementar, verifique a resposta à alı́nea precedente. utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 39 Área de uma superfı́cie da forma z = f (x, y) Proposição 53 Seja Q um subconjunto limitado de R2 . Considere-se f : Q → R um campo escalar diferenciável com expressão designatória f (x, y). O valor numérico da área do gráfico de f é s 2 2 ZZ ∂f ∂f + dA. 1+ ∂x ∂y Q Demonstração. O gráfico da função f é o conjunto Gf = {(x, y, z) ∈ R3 : z = f (x, y), (x, y) ∈ Q} ou, de outro modo: Gf = {(x, y, f (x, y)) ∈ R3 : (x, y) ∈ Q}. Ora, a forma analı́tica de Gf induz a construção da parametrização ϕ : Q → R3 , ϕ(x, y) = xi + yj + f (x, y)k. Temos: Tx = 1i + 0j + Logo, e, portanto, letos incomp 8 0 0 2 ∂f II Ty = 0i + 1j + letosk.2008 Análise mp ∂y tos inco n e m a t apon ∂f k, ∂x i j k ∂f ∂f ∂f Tx × Ty = 1 0 ∂x = − i − j+k ∂x ∂y 0 1 ∂f ∂y kTx × Ty k = s ∂f 1+ − ∂x 2 ∂f + − ∂y 2 . Usando esta relação na Proposição 51, temos o pretendido. Exemplo 54 Calcule o valor numérico da área da superfı́cie de equação 5x + y − 3z = 0 que está “dentro” do cilindro caracterizado por x 2 + z 2 = 4. Resposta: a equação 5x + y − 3z = 0 caracteriza um plano que não é paralelo a nenhum do eixos coordenados. O cilindro caracterizado por x2 +z 2 = 4 tem eixo de simetria Oy; logo, é paralelo ao eixo Oy. Portanto, o plano não é paralelo ao cilindro. Assim, a região do plano que está “dentro” do cilindro é uma região elı́ptica. Denotemos por S esta região. u utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 40 A projecção de S no plano y = 0 (o plano Oxz) determina o cı́rculo fechado cuja fronteira é definida por x2 + z 2 = 4. Denotemos por Q o referido cı́rculo. Assim, Q = {(x, z) ∈ R2 : x2 + z 2 6 4}. Para cada ponto (x, z) de Q, existe um e um só (x, y, z) em S. Uma vez que S é caracterizado por 5x + y − 3z = 0, podemos considerar y como função de (x, z) pela relação y = −5x + 3z, (x, z) ∈ Q. Este facto permite interpretar S como sendo o gráfico da função g, onde g : Q → R, g(x, z) = −5x + 3z. Esta função g está nas condições da Proposição 53; logo: ZZ p ZZ √ √ ZZ area(S) = 1 + (−5)2 + (3)2 dA = 35 dA = 35 1 dA. Q Q Q A região Q é um cı́rculo centrado na origem e de raio 2. Descrevendo incompletos u I 2008 nálise I Q em coordenadas polares [inserir relações funcionais...], temos A 8 0 0 2 Q∗ = {(r, θ) : 0 6 θ letos incomp s o t n e m onta∧ 6ap2π 0 6 r 6 2}. Assim, area(S) = √ 35 ZZ Q √ ZZ 1 dA = 35 ∗ r dA = Q∗ Z 2π 0 Z 2 0 r drdθ = · · · Exercı́cio 55 Calcular o valor numérico da área da parte do cone de equação z 2 = x2 + y 2 caracterizada por x > 0 ∧ y > 0 ∧ z 2 = x2 + y 2 ∧ 0 6 z 6 1. Exercı́cio 56 Seja S a superfı́cie caracterizada por ϕ : [0, 2] × [0, 2π] → R3 , ϕ(u, v) = (u cos v)i + (u sin v)j + (u)k. Calcule o valor numérico da área de S e descreva S num referencial cartesiano Oxyz. utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 41 3.4.3 Integral de um campo escalar sobre uma superfı́cie Definição 57 Seja f : B → R, B ⊆ R3 , um campo escalar contı́nuo e S ⊂ B uma superfı́cie diferenciável parametrizada por ϕ : Q → R 3 , (u, v) 7→ ϕ(u, v) = x(u, v)i + y(u, v)j + z(u, v)k. O integral de f sobre a superfı́cie S é ZZ f P(u,v) kTu × Tv k dA. Q A identificação dS = kTu × Tv k dA permite uma notação mais sintética para este integral, a saber: ZZ ZZ f dS ou f dS . S ϕ Exemplo 58 Seja g : R3 → R o campo escalar tal que g(x, y, z) = e−(y e ψ : [0, 3] × [0, 2π] → R3 uma parametrização da superfı́cie S tal que 2 +z 2 ) ψ(u, v) = (0)i + (u cos v)j + (u sin v)k. Calcule o integral do campo escalar g sobre a superfı́cie S. Resposta. Seja Q = [0, 3] × [0, 2π]. Temos: P(u,v) = letos u omp 008 inc 2 I I e s i Anál os 2008 t e l p (0, u cos v, u sinov), m inco ment s aponta kTu × Tv k = · · · = k(u)i + (0)j + (0)kk = · · · = |u|, 2 2 2 g P(u,v) = g(0, u cos v, u sin v) = e−((u cos v) +(u sin v) ) = · · · = e−u . Portanto, ZZ Z 3Z ZZ 2 e−u |u| dA = g P(u,v) kTu × Tv k dA = Q Q 0 2π 0 2 e−u |u| dvdu = · · · Interpretação geométrica do integral de um campo escalar não-negativo sobre uma superfı́cie Seja Q ⊂ R2 um conjunto limitado e suponhamos que as superfı́cies S1 e S2 caracterizadas por ϕ : Q → R3 e ψ : Q → R3 , com ϕ(u, v) = ϕ1 (u, v)i + ϕ2 (u, v)j + ϕ3 (u, v)k, ψ(u, v) = ϕ1 (u, v)i + ϕ2 (u, v)j + (f (x, y, z) + ϕ3 (u, v)) k, são tais que S1 ∩S2 = ∅, onde f é um campo escalar contı́nuo e não-negativo em S1 . utad . . . . . eng.as: ene; mec; rea . . . . . análise matemática II . . . . . 2007–2008 . . . . . 42 ... inserir imagem da situação... O volume do espaço entre as superfı́cies S1 e S2 é numericamente igual ao integral de f sobre a superfı́cie S, isto é, sendo Ω o referido espaço, temos ZZ ZZ vol(Ω) = f P(u,v) kTu × Tv k dA = f dS. Q S1 ***** letos u omp 008 inc 2 I I e s i Anál os 2008 t e l p m inco mentos aponta