INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA Departamento de Engenharia Elétrica Centro Tecnológico UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PRINCÍPIOS DE MODULAÇÃO VETORIAL Acadêmicos: Carlos Henrique Illa Font Flábio Alberto Bardemaker Batista Ricardo Luiz Alves Disciplina: EEL6560 – T. A. em Eletrônica de Potência: Retificadores Trifásicos PWM com Elevado Fator de Potência Professor: Ivo Barbi DEZEMBRO/2003 Caixa Postal 5119 – CEP 88040-970 – Florianópolis – SC Tel. : (0xx48) 331-9204 – Fax: (0xx48) 234-5422 – Internet: www.inep.ufsc.br 1 ÍNDICE 1 – VETOR ESPACIAL ( CAMPO GIRANTE )............................................................................................. 2 2 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO ................................................................................................................ 5 2.1 – INVERSOR MEIA PONTE A DOIS NÍVEIS ........................................................................................................... 5 2.2 – INVERSOR MEIA PONTE A TRÊS NÍVEIS ........................................................................................................... 9 3 – MODULAÇÃO VETORIAL ................................................................................................................... 10 3.1 – DETERMINAÇÃO DOS VETORES DISPONÍVEIS .................................................................................................. 10 3.2 – FATORES DE MÉRITO DE UMA MODULAÇÃO ................................................................................................... 12 3.3 – VETORES DISPONÍVEIS EM CADA QUADRANTE – QUADRANTE I ...................................................................... 12 3.4 – FORMAÇÃO DO VETOR RESULTANTE – QUADRANTE I .................................................................................... 13 3.5 – VISUALIZAÇÃO DOS SINAIS DE COMANDO DOS INTERRUPTORES – QUADRANTE I ........................................... 16 3.6 – VETORES DISPONÍVEIS EM CADA QUADRANTE – QUADRANTE II ..................................................................... 17 3.7 – FORMAÇÃO DO VETOR RESULTANTE – QUADRANTE II ................................................................................... 18 3.8 –VISUALIZAÇÃO DOS SINAIS DE COMANDO DOS INTERRUPTORES – QUADRANTE II ........................................... 20 4 – CONTROLE VETORIAL DA CORRENTE COM MODULADOR VETORIAL ESPACIAL.................... 21 4.1 – CÁLCULO DE T1, T2 E TO A PARTIR DE VD E VQ ........................................................................................... 22 2 1 – VETOR ESPACIAL ( CAMPO GIRANTE ) Seja o circuito apresentado na Fig. 1, representando as tensões de alimentação de um sistema trifásico. V1(wt) V2(wt) V3(wt) L1 L2 L3 Fig. 1 – Tensões de alimentação de um sistema trifásico. O sistema de alimentação pode ser representado pelas equações apresentadas em (1). ⎧V1 (t ) = V1 (θ ) ⋅ cos(ω ⋅ t ) ⎪ ⎨V2 (t ) = V2 (θ ) ⋅ cos(ω ⋅ t + 120º ) ⎪ ⎩V3 (t ) = V3 (θ ) ⋅ cos(ω ⋅ t + 240º ) (1) → → Pode-se formar o diagrama apresentado na Fig. 2, onde os módulos dos vetores V1 , V2 e → V3 variam co-senoidalmente sobre seus respectivos eixos de acordo com a expressão (2). Fig. 2 – Diagrama vetorial. 3 ⎧V1 (θ ) = V ⋅ cos(θ ) ⎪ ⎨V2 (θ ) = V ⋅ cos(θ + 120º ) ⎪ ⎩V3 (θ ) = V ⋅ cos(θ + 240º ) (2) ⎧ JJG JJG ⎪V1 = V 0º ⎧V1 = V ⋅ cos(0º ) 0º ⎪ ⎪⎪ JJG 1 ⎪ JJG ⎨V2 = V ⋅ cos(+120º ) +120º ⇒ ⎨V2 = − ⋅ V +120º 2 ⎪ JJG ⎪ 1 ⎪ JJG ⎩⎪V3 = V ⋅ cos(−120º ) −120º ⎪⎩V3 = − 2 ⋅ V −120º (3) Para θ = 0o tem-se: Então, o diagrama vetorial para este instante é representado na Fig. 3. Fig. 3 – Vetor resultante de tensão para o instante θ = 0º. → → → A amplitude do vetor resultante é obtida através da soma vetorial dos vetores V1 , V2 e V3 , ou seja: → → → → VR = V1 + V2 + V3 (4) → 1 1 VR = V − ⋅ V +120º − ⋅ V −120º 2 2 (5) → 3 VR = ⋅ V 0º 2 (6) Considerando agora o instante de tempo θ = 30o tem-se: 4 ⎧ JJG 3 ⋅ V 0º ⎪V1 = JJG 2 ⎧V1 = V ⋅ cos(30º ) 0º ⎪ ⎪⎪ JJG 3 ⎪⎪ JJG ⋅ V 120º ⎨V2 = V ⋅ cos(30º +120º ) 120º ⇒ ⎨V2 = − 2 ⎪ JJG ⎪ JJG ⎩⎪V3 = V ⋅ cos(30º +240º ) 240º ⎪V3 = 0 240º ⎪ ⎪⎩ (7) Então, o diagrama vetorial para este instante é representado na Fig. 4. JJG V1 JJG V3 JJG VR JJG V2 Fig. 4 – Vetor resultante de tensão para o instante θ = 30o . A amplitude do vetor resultante neste caso é dada pela expressão (8). → VR = 3 3 ⋅V − ⋅ V 120º + 0 240º 2 2 → 3 VR = ⋅ V −30º 2 (8) (9) Considerando agora o instante de tempo θ = 60º tem-se: ⎧ JJG 1 JJG ⎪V1 = 2 ⋅ V 0º ⎧V1 = V ⋅ cos(60º ) 0º ⎪⎪ JJG ⎪⎪ JJG ⎨V2 = V ⋅ cos(60º +120º ) 120º ⇒ ⎨V2 = −1 120º ⎪ JJG ⎪ JJG 1 240º ⎩⎪V3 = V ⋅ cos(60º +240º ) 240º ⎪V3 = 2 ⎪⎩ Então, o diagrama vetorial para este instante é representado na Fig. 5. (10) 5 JJG V1 JJG V3 JJG V2 JJG VR Fig. 5 – Vetor resultante de tensão para o instante θ = 60º. A amplitude do vetor resultante neste caso dada pela expressão (12). → VR = 1 1 ⋅ V 0º − 1⋅ V 120º + ⋅ V 240º 2 2 → 3 VR = ⋅ V −60º 2 (11) (12) Desta análise é possível concluir que o vetor resultante possui amplitude constante e gira com velocidade constante igual a ω. A expressão geral para o vetor resultante é dada pela equação (13). → VR = 3 3 ⋅ V ⋅ −θ = ⋅ V .e j .(ω .t −θ ) 2 2 2 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO 2.1 – INVERSOR MEIA PONTE A DOIS NÍVEIS Seja o conversor meia ponte a dois níveis apresentado na Fig. 6. (13) 6 V S1 Va N Load V S2 Fig. 6 – Conversor meia ponte a dois níveis. Para este conversor existem apenas duas etapas de operação, apresentadas na Fig. 7. S1 V Va S1 N S2 Va V (a) V N S2 V (b) Fig. 7 – Etapas de operação. Analisando a Fig. 7 é possível concluir que para gerar a tensão VaN existem apenas duas possibilidades (mantendo o interruptor S1 fechado e o interruptor S2 aberto ou o interruptor S2 fechado e o interruptor S1 aberto). A combinação de interruptores produz uma tensão positiva de módulo igual a V enquanto que com a segunda opção tem-se um valor negativo de tensão. A cada uma destas combinações atribui-se um vetor, cuja amplitude é igual ao valor da tensão VaN aplicada. Agindo desta forma é possível representar tais vetores segundo a Fig. 8. 7 β α → → V1 = V 0º V2 = V 180º Fig. 8 – Vetores disponíveis. Em um período de chaveamento uma determinada tensão VaN , representada na Fig. 9 pelo → vetor resultante VR , pode ser obtida através da expressão (14). β → VR → → V2 = V 180º V1 = V 0º α Fig. 9 – Formação do vetor resultante. → VR = T1 → T2 → ⋅ V1 + ⋅ V2 T T (14) onde: T1 + T2 = T = período de chaveamento (15) Admitindo agora que o vetor resultante evolua senoidalmente segundo a expressão (16). → VR = A ⋅ sen(θ ) (16) A = m ⋅V (17) m = índice de modulação (18) onde: Assim, realizando um simples substituições e igualando-se as expressões (14) e (16) temse: → VR = T1 T ⋅ V − 2 ⋅ V = m ⋅ V ⋅ sen(θ ) T T (19) 8 T1 − T2 = T ⋅ m ⋅ sen(θ ) (20) Substituindo o valor de T2 da expressão (15) em (20), obtém-se (21). T1 − (T − T1 ) = T ⋅ m ⋅ sen(θ ) (21) 2 ⋅ T1 = T + T ⋅ m ⋅ sen(θ ) (22) T ⋅ (1 + m ⋅ sen(θ ) ) 2 (23) T1 = Da equação (23) implica, segundo (15), que: T2 = T ⋅ (1 − m ⋅ sen(θ ) ) 2 (24) T1 T m/2 A Fig. 10 apresenta a evolução dos tempos T1 e T2 para o inversor em questão. m/2 0,5 m/2 T2 T m/2 0,5 Fig. 10 – Tempos de duração dos vetores T1 e T2 para o inversor Meia Ponte Dois Níveis. O equacionamento apresentado permite concluir que para obter uma determinada tensão senoidal na entrada do filtro LC do sistema apresentado na Fig. 6, pode-se empregar o diagrama mostrado na Fig. 11. S1 m ω PWM S1 S2 S2 Fig. 11 – Diagrama de controle. 9 2.2 – INVERSOR MEIA PONTE A TRÊS NÍVEIS Seja o conversor meia ponte a dois níveis apresentado na Fig. 12. V S1 Va N Load V S2 S3 Fig. 12 – Conversor meia ponte a três níveis. A inclusão do terceiro interruptor permite aplicar uma tensão nula na carga, aumentando assim o número de vetores disponíveis para formar a tensão VaN desejada. Sendo assim, o diagrama vetorial para este caso é apresentado na Fig. 13. β → V3 = 0 → → V1 = V 0º V2 = V 180º α Fig. 13 – Vetores disponíveis. Em um período de chaveamento uma determinada tensão VaN , representada na Fig. 14 → pelo vetor resultante VR , pode ser obtida através da expressão (25). β → → V3 = 0 → V2 = V 180º VR → V1 = V 0º Fig. 14 – Formação do vetor resultante. α 10 → VR = To → T1 → To → ⋅ Vo + ⋅ V1 + ⋅ Vo T 2 ⋅T 2 ⋅T (25) onde: To T + T1 + o = T1 + To = T = período de chaveamento 2 2 (26) Fazendo o vetor resultante variar novamente de forma senoidal tem-se: → VR = A ⋅ sen(θ ) (27) A = m ⋅V (28) onde: Assim: → VR = To T T ⋅ 0 + 1 ⋅ V + o ⋅ 0 = m ⋅ V ⋅ sen(θ ) T T T T1 = T ⋅ m ⋅ sen(θ ) (30) To = T ⋅ (1 − m ⋅ sen(θ ) ) (31) 3 – MODULAÇÃO VETORIAL 3.1 – DETERMINAÇÃO DOS VETORES DISPONÍVEIS Seja o inversor trifásico representado de forma simplificada na Fig. 15. S1 E (29) a S2 S3 S5 c b S4 S6 Fig. 15 – Inversor de tensão trifásico. 11 O circuito possui 6 interruptores e 8 estados topológicos possíveis. A cada estado topológico, representado de forma simplificada na Fig. 16, está associado um vetor com o formato (x1, x2, x3). As grandezas x1, x2, e x3 podem assumir os valores 0 e 1. Os estados dos interruptores S1 e S2 estão associados diretamente à x1, ou seja x1 representa o braço “a” do inversor. Da mesma forma, x2 e x3 representam os braços “b” e “c”. V 1 E a b V 2 E c 0 a b c a 0 b 0 a (010) V6 E c c a c a 0 b V8 E c a 0 (001) c (011) V7 E b b 0 (110) V5 a b V 4 E 0 (100) E V 3 E b c 0 (101) (111) (000) Fig. 16 – Estados topológicos do inversor trifásico. Seja a Fig. 17 onde os eixos “a”, “b” e “c” representam os setores representados por cada braço respectivo do inversor. O eixo “a” representa o braço “a”. Quando S1 está fechado, sobre o → eixo “a” é representado o vetor V1 , cujo medulo é E. A mesma idéia pode ser usada para representar os outros braços. b → (1,1,0) (0,1,0) V3 → V2 II I III → → V4 V7 (1,1,1) → (0,1,1) (1,0,0) → (0,0,0) V V1 8 IV a VI V → V5 (1,0,1) (0,0,1) → V6 c Fig. 17 – Vetores disponíveis para o inversor trifásico. 12 → A cada estado topológico corresponde um vetor. Como pode ser verificado, os vetores V1 , → V2 → → → → → → , V3 , V4 V5 e V6 são não nulos e possuem a mesma amplitude (E). Os vetores V7 e V8 , por sua vez apresentam amplitude nula. Os seis vetores não nulos estão defasados de 60º e geram seis setores identificados na Fig. 17 pelos algarismos romanos I, II, III, IV, V e VI. 3.2 – FATORES DE MÉRITO DE UMA MODULAÇÃO Os fatores de mérito de uma determinada modulação são: 9 Índice de modulação; 9 Ondulação da Corrente; 9 Minimização das perdas de comutação; 9 Distribuição das perdas de condução. De acordo com a Fig. 18, a circunferência inscrita no polígono tem como raio R. → V2 → R 30 o → V1 Fig. 18 – Circunferência inscrita. R = V1 .s e n(60o ) = 3 .E 2 3.3 – VETORES DISPONÍVEIS EM CADA QUADRANTE – QUADRANTE I (32) 13 Seja o quadrante I. As fronteiras com os demais quadrantes são definidas pelos vetores → → → → adjacentes V1 e V2 e pelos vetores nulos V7 e V8 . → Considerando o vetor VR conforme apresentado na Fig. 19, com módulo A e ângulo θ em → relação ao vetor V1 . → V2 → VR → VR1 θ → V7 → → → VR 2 V8 V1 Fig. 19 – Formação de um vetor no quadrante I. → → Embora existam outros vetores que estejam disponíveis deve-se empregar apenas V1 , V2 , → V7 → → e V8 para construir VR , pois isto reduz o número de comutações realizadas pelo conversor. → O vetor VR gira com velocidade angular constante ω no sentido anti-horário. No instante → → → observado podem-se determinar as componentes VR1 , alinhada com V1 e VR 2 alinhada com o vetor → V2 . 3.4 – FORMAÇÃO DO VETOR RESULTANTE – QUADRANTE I → → → → Os vetores VR1 e VR 2 são determinados pelos intervalos de duração dos vetores V1 e V2 , respectivamente. → Considerando que a seqüência utilizada para gerar o vetor resultante VR seja: → → → → → → → → V8 , V1 , V2 , V7 , V7 , V2 , V1 , V8 A duração de cada um dos vetores da expressão (33) é definida por: (33) 14 To ⎧→ ⎪V8 ⇒ 2 ⎪→ ⎪⎪V1 ⇒ T1 ⎨→ ⎪V2 ⇒ T2 ⎪→ ⎪V ⇒ To ⎪⎩ 7 2 (34) To T T + T1 + T2 + o = 2 2 2 (35) De tal modo que: Onde T é o período de chaveamento, cujo valor é constante. Deste modo pode-se concluir que: T1 → ⎧→ ⎪⎪VR1 = 2 ⋅ T ⋅ V1 ⎨→ → ⎪V =2 ⋅ T2 ⋅ V 2 R2 ⎪⎩ T (36) Assim: → VR = 2 ⋅ → → T1 → T → ⋅ V1 + 2 ⋅ 2 ⋅ V2 T T (37) → Os ângulos dos vetores VR1 , VR 2 e VR em relação ao eixo zero são respectivamente 0º, 60º e θ. Sejam: ⎧→ ⎪VR = VR ⋅ ( cos θ + j ⋅ sin θ ) ⎪→ 2 ⋅ T1 ⋅ E ⎪ ⋅ ( cos 0D + j ⋅ sin 0D ) ⎨VR1 = T ⎪ 2 ⋅ T2 ⋅ E ⎪→ ⋅ ( cos 60D + j ⋅ sin 60D ) ⎪⎩VR 2 = T (38) Assim, substituindo a expressão (36) em (38) e após em (37): VR ⋅ ( cos θ + j ⋅ sin θ ) = ( ) 2 2 ⋅ T1 ⋅ E ⋅ cos 0D + j ⋅ sin 0D + ⋅ T2 ⋅ E ⋅ ( cos 60D + j ⋅ sin 60D ) T T (39) 2 2 ⋅ T1 ⋅ E + ⋅ T2 ⋅ E ⋅ ( cos 60D + j ⋅ sin 60D ) T T (40) VR ⋅ ( cos θ + j ⋅ sin θ ) = Separando as partes real e imaginária tem-se: 2 2 ⎧ D ⎪⎪VR ⋅ cosθ = T ⋅ T1 ⋅ E + T ⋅ T2 ⋅ E ⋅ cos 60 ⎨ ⎪V ⋅ sin θ = 2 ⋅ T ⋅ E ⋅ sin 60D 2 ⎪⎩ R T (41) 15 ⎧ T2 ⎞ 2 ⎛ ⎪VR ⋅ cos θ = ⋅ E ⎜ T1 + ⎟ T 2⎠ ⎪ ⎝ ⎨ 2 3 ⎪ ⎪⎩VR ⋅ sin θ = T ⋅ T2 ⋅ E ⋅ 2 (42) Assim: T2 = ⋅ sin θ (43) T VR ⋅ cos θ T2 ⋅ − 2 E 2 (44) V ⋅T T VR ⋅ ⋅ cos θ − R ⋅ sin θ 2 E E ⋅ 3⋅2 (45) sin θ ⎞ T VR ⎛ ⋅ ⋅ ⎜ cos θ − ⎟ 2 E ⎝ 3 ⎠ (46) VR E (47) T1 = T1 = VR ⋅ T E⋅ 3 T1 = Definindo: m= Tem-se: ⎧ sin θ ⎞ T ⎛ ⎪T1 = m ⋅ ⋅ ⎜ cos θ − ⎟ 2 ⎝ ⎪ 3 ⎠ ⎨ ⎪T = m ⋅ T ⋅ sin θ ⎪⎩ 2 3 (48) O intervalo de tempo To pode ser obtido através da expressão (35), ou seja: To = T − T1 − T2 2 (49) Neste ponto é importante observar que o ângulo θ varia em intervalos discretos denominados ∆θ. Isto permite escrever: ∆θ = ω ⋅ T (50) θ n +1 = θ n + ∆θ (51) θ n +1 = θ n + ω ⋅ T (52) Assim: Desta forma, para cada valor de θ , conhecendo-se o índice de modulação (m), e o período de chaveamento (T) é possível obter T1, T2 e To. Tais tempos são obtidos em tempo real, quer seja por processamento numérico quer seja por leitura de tabelas. 16 3.5 – VISUALIZAÇÃO DOS SINAIS DE COMANDO DOS INTERRUPTORES – QUADRANTE I Seja a seqüência de vetores para o primeiro quadrante: → → → → → → → → V8 , V1 , V2 , V7 , V7 , V2 , V1 , V8 (53) Os respectivos estados topológicos estão representados na Fig. 20. V 8 E b a V 1 E c 0 b a b a 0 c b a 0 To 2 (111) T2 (110) c To (111) 2 V 1 E c (110) b a 0 T2 b a c 0 (100) V 2 E V 7 E 0 T1 V 7 b a c 0 To (000) 2 E V 2 E E (111) b a c V 8 c 0 T1 (100) To 2 (000) Fig. 20 – Estados topológicos para o 1º quadrante. Os sinais de gatilho correspondentes estão mostrados na Fig. 21, de onde é possível afirmar que, para o setor I as razões cíclicas de cada braço são dadas pela expressão (54) 17 T0 2 T1 T0 2 T2 T0 2 T2 T1 T0 2 cmd A t cmd B t cmd C t V0 V1 V2 V7 V7 V2 V1 V0 ( 0 0 0 ) (1 0 0 ) (1 1 0 ) (1 1 1) (1 1 1) (1 1 0 ) (1 0 0 ) ( 0 0 0 ) T Fig. 21 – Sinais de comando para os interruptores dos braços "a", "b" e "c" do retificador. T ⎧ T +T + o ⎪D = 1 2 2 ⎪ 1 T ⎪ T ⎪⎪ T2 + o 2 ⎨ D2 = T ⎪ To ⎪ ⎪D = 2 ⎪ 3 T ⎪⎩ (54) Vale ressaltar que as expressões para as razões cíclicas são diferentes para cada setor. 3.6 – VETORES DISPONÍVEIS EM CADA QUADRANTE – QUADRANTE II Seja o quadrante II. As fronteiras com os demais quadrantes são definidas pelos vetores → → → → adjacentes V2 e V3 , e pelos vetores nulos V7 e V8 . → Considerando o vetor VR conforme apresentado na Fig. 22, com módulo A e ângulo θ em JJG relação ao vetor V1 . 18 (1 1 0) V V3 (0 1 0) 2 JJJG VR θ (1 0 0) (0 1 1) V4 V1 (1 0 1) V6 V5 (0 0 1) Fig. 22 – Formação de um vetor no quadrante II. → → → → → Neste caso deve-se empregar apenas V2 , V3 , V7 e V8 para construir VR , pois isto reduz o número de comutações realizadas pelo conversor. → O vetor VR gira com velocidade angular constante ω. No instante observado podem-se JJJG JJG JJJG JJG determinar as componentes VR 2 , alinhada com V2 e VR 3 alinhada com o vetor V3 . 3.7 – FORMAÇÃO DO VETOR RESULTANTE – QUADRANTE II JJJG JJG JJJG Os vetores VR 2 e VR 3 são determinados pelos intervalos de duração dos vetores V2 e JJG V3 respectivamente. → Considerando que a seqüência utilizada para gerar o vetor resultante VR seja: JJG JJG JJG JJG JJG JJG JJG JJG V7 , V2 , V3 , V8 , V8 , V3 , V2 , V7 (55) A duração de cada um dos vetores da expressão (55) é definida por: JJG T ⎧V ⇒ o ⎪ 7 2 JJ G ⎪ ⇒ V T ⎪ 2 1 ⎨ JJG ⎪V3 ⇒ T2 ⎪ JJG T ⎪V8 ⇒ o ⎩ 2 Da mesma forma analisada para o quadrante I, pode-se concluir que: (56) 19 J T1 JG ⎧ JJJG ⎪⎪VR 2 = 2 ⋅ T ⋅ V2 ⎨ JJJG JJG ⎪V =2 ⋅ T2 ⋅ V 3 ⎪⎩ R 3 T (57) Assim: Os ângulos dos vetores JJG T JJG T JJG VR = 2 ⋅ 1 ⋅ V2 + 2 ⋅ 2 ⋅ V3 T T JJG JJJG JJJG VR 2 , VR 3 e VR em relação (58) ao eixo zero são respectivamente 60º, 120º e θ. Sejam: ⎧ JJG ⎪VR = VR ⋅ ( cos θ + j ⋅ sin θ ) ⎪ JJJG 2 ⋅ T1 ⋅ E ⎪ ⋅ ( cos 60D + j ⋅ sin 60D ) ⎨VR 2 = T ⎪ ⎪ JJJG 2 ⋅ T2 ⋅ E ⋅ ( cos120D + j ⋅ sin120D ) ⎪⎩VR 3 = T (59) Assim, substituindo a expressão (59) em (57) e após em (58): VR ⋅ ( cos θ + j ⋅ sin θ ) = 2 2 ⋅ T1 ⋅ E ⋅ ( cos 60D + j ⋅ sin 60D ) + ⋅ T2 ⋅ E ⋅ ( cos120D + j ⋅ sin120D ) T T (60) ⎛1 ⎛ 1 2 3⎞ 2 3⎞ ⋅ T1 ⋅ E ⋅ ⎜⎜ + j ⋅ ⎟⎟ + ⋅ T2 ⋅ E ⋅ ⎜⎜ − + j ⋅ ⎟ 2 ⎠ T 2 ⎟⎠ T ⎝2 ⎝ 2 (61) VR ⋅ ( cos θ + j ⋅ sin θ ) = Separando as partes real e imaginária tem-se: ⎧ ⎛ 1⎞ 2 1 2 ⎪VR ⋅ cos θ = ⋅ T1 ⋅ E ⋅ + ⋅ T2 ⋅ E ⋅ ⎜ − ⎟ T 2 T ⎝ 2⎠ ⎪ ⎨ ⎪V ⋅ sin θ = 2 ⋅ T ⋅ E ⋅ ⎛ 3 ⎞ + 2 ⋅ T ⋅ E ⋅ ⎛ 3 ⎞ 1 ⎪ R ⎜⎜ 2 ⎟⎟ ⎜⎜ 2 ⎟⎟ T 2 T ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎩ (62) E ⎧ ⎪⎪VR ⋅ cos θ = T ⋅ (T1 − T2 ) ⎨ ⎪V ⋅ sin θ = E ⋅ 3 ⋅ (T + T ) 1 2 ⎪⎩ R T (63) Assim: T1 = T VR ⋅ 2 E ⎛ sin θ ⎞ ⋅ ⎜ cos θ + ⎟ 3 ⎠ ⎝ (64) T2 = T VR ⋅ 2 E ⎛ sin θ ⎞ ⋅⎜ − cos θ ⎟ ⎝ 3 ⎠ (65) ⎧ T ⎛ sin θ ⎞ ⎪T1 = m ⋅ ⋅ ⎜ cos θ + ⎟ 2 3 ⎠ ⎪ ⎝ ⎨ ⎪T = m ⋅ T ⋅ ⎛ − cos θ + sin θ ⎞ ⎜ ⎟ ⎪ 2 2 ⎝ 3 ⎠ ⎩ (66) 20 O intervalo de tempo To pode ser obtido através da expressão (67). To = T − T1 − T2 2 (67) 3.8 –VISUALIZAÇÃO DOS SINAIS DE COMANDO DOS INTERRUPTORES – QUADRANTE II Seja a seqüência de vetores para o segundo quadrante: JJG JJG JJG JJG JJG JJG JJG JJG V7 , V2 , V3 , V8 , V8 , V3 , V2 , V7 (68) Os respectivos estados topológicos estão representados na Fig. 23. V 7 E b a V 2 E c 0 b a b a 0 c b a 0 To 2 (111) T2 (110) c To (111) 2 V 2 E c (110) b a E (111) V 7 b a c 0 T2 b a c 0 (100) V 3 E V 8 E 0 T1 V 8 b a c 0 To (000) 2 E V 3 E c 0 T1 (100) To 2 (000) Fig. 23 – Estados topológicos para o 2º quadrante. Os sinais de gatilho correspondentes estão mostrados na Fig. 24, de onde é possível afirmar que, para o setor II as razões cíclicas de cada braço são dadas pela expressão (69). 21 T0 2 T1 T2 T0 2 T0 2 T2 T1 T0 2 cmd A t cmd B t cmd C t V0 V1 V2 V7 V7 V2 V1 V0 ( 0 0 0 ) (1 0 0 ) (1 1 0 ) (1 1 1) (1 1 1) (1 1 0 ) (1 0 0 ) ( 0 0 0 ) T Fig. 24 – Sinais de comando para os interruptores dos braços "a", "b" e "c" do retificador. T ⎧ T +T + o ⎪D = 1 2 2 ⎪ 1 T ⎪ T ⎪⎪ T2 + o 2 ⎨ D2 = T ⎪ To ⎪ ⎪D = 2 ⎪ 3 T ⎪⎩ (69) 4 – CONTROLE VETORIAL DA CORRENTE COM MODULADOR VETORIAL ESPACIAL Seja o diagrama de blocos apresentado na Fig. 25. 22 Vs1 L1 Vs2 L2 Vs3 L3 + Retificador Co PWM Vo Ro - S1 S2 S3 S4 S5 S6 i1 i2 i3 θ dqo id T1 iq Vo + To id Vo* T2 - Hv(s) id* Hd(s) + Vd T1 T2 iq iq* Hq(s) + To Vq V1d V1q V2d V2q m ω T Fig. 25 – Diagrama de blocos do sistema de controle. Considerando que a transformação dqo e o projeto dos compensadores sejam conceitos dominados, resta, segundo a lógica apresentada na Fig. 25, determinar os tempos T1, T2, To a partir de Vd e Vq. 4.1 – CÁLCULO DE T1, T2 E TO A PARTIR DE VD E VQ JJG JJG Admitindo a existência dos vetores V1 e V2 , as projeções destes sobre os eixos d e q podem ser obtidas segundo o equacionamento apresentado a seguir: 23 q → V2q → T2 ⋅ V2 → V1q → → V2d V1d d Fig. 26 – Projeções nos eixos d e q. Da Fig. 26 pode-se escrever: JJG JJG JG J T ⋅ VR = T1 ⋅ V1 + T2 ⋅ V2 (70) Decompondo os vetores nas componentes d e q: JJG VR = VRd + j ⋅ VRq (71) JJG V1 = V1d + j ⋅ V1q (72) JJG V2 = V2 d + j ⋅ V2 q (73) T ⋅ (VRd + j ⋅ VRq ) = T1 ⋅ (V1d + j ⋅ V1q ) + T2 ⋅ (V2 d + j ⋅ V2 q ) (74) Assim: Igualando-se as partes reais e imaginárias: T ⋅ VRd = T1 ⋅ V1d + T2 ⋅ V2 d (75) T ⋅ VRq = T1 ⋅ V1q + T2 ⋅ V2 q (76) De forma matricial: ⎡T ⋅ VRd ⎤ ⎡V1d ⎢T ⋅ V ⎥ = ⎢V Rq ⎦ ⎣ ⎣ 1q V2 d ⎤ ⎡ T1 ⎤ ⋅ V2 q ⎥⎦ ⎢⎣T2 ⎥⎦ (77) Assim: 1 ⎡ T1 ⎤ ⎡V1d ⋅⎢ ⎥ = ⎢ T ⎣T2 ⎦ ⎣V1q Sejam: −1 V2 d ⎤ ⎡VRd ⎤ ⋅ V2 q ⎥⎦ ⎢⎣VRq ⎥⎦ (78) 24 T1 = t1 T (79) T2 = t2 T (80) −1 ⎡ t1 ⎤ ⎡V1d ⎢t ⎥ = ⎢V ⎣ 2 ⎦ ⎣ 1q V2 d ⎤ ⎡VRd ⎤ ⋅ V2 q ⎥⎦ ⎢⎣VRq ⎥⎦ (81) V2 d ⎤ ⎡1 0 ⎤ = V2 q ⎥⎦ ⎢⎣ 0 1 ⎥⎦ (82) Seja o produto matricial: ⎡ a b ⎤ ⎡V1d ⎢ c d ⎥ ⋅ ⎢V ⎣ ⎦ ⎣ 1q Assim: ⎧a ⋅ V1d + b ⋅ V1q = 1 ⎪ ⎪c ⋅ V1d + d ⋅ V1q = 0 ⎨ ⎪a ⋅ V2 d + b ⋅ V2 q = 0 ⎪c ⋅ V + d ⋅ V = 1 2q ⎩ 2d (83) Trabalhando a expressão (83), pode-se escrever: b ⋅ V2q = −a ⋅ V2d (84) a ⋅ V1d + b ⋅ V1q = 1 (85) Desta forma: b = −a ⋅ V2 d V2 q (86) E assim, substituindo (86) em (85): V2 d ⋅ V1q = 1 V2 q (87) ⎛ ⎞ V a ⋅ ⎜ V1d − 2 d ⋅ V1q ⎟ = 1 ⎜ ⎟ V2 q ⎝ ⎠ (88) a ⋅ V1d − a ⋅ ⎛ V1d ⋅ V2 q − V2 d ⋅ V1q a ⋅⎜ ⎜ V2 q ⎝ a= ⎞ ⎟⎟ = 1 ⎠ V2 q (89) (90) V1d ⋅ V2 q − V2 d ⋅ V1q Substituindo (90) em (86): b=− V2q V1d ⋅ V2 q − V2 d ⋅ V1q b=− Reescrevendo a expressão (81): ⋅ V2 d V2 q V2 d V1d ⋅ V2 q − V2 d ⋅ V1q (91) (92) 25 ⎡ t1 ⎤ ⎡ a b ⎤ ⎡VRd ⎤ ⎢t ⎥ = ⎢ c d ⎥ ⋅ ⎢V ⎥ ⎦ ⎣ Rq ⎦ ⎣ 2⎦ ⎣ (93) t1 = a ⋅ VRd + b ⋅ VRq (94) Assim: t1 = V2 q ⋅ VRd − V2 d ⋅ VRq (95) V1d ⋅ V2 q − V2 d ⋅ V1q Por um processo semelhante obtém-se o tempo t2: t2 = V1d ⋅ VRq − 12 q ⋅ VRd (96) V1d ⋅ V2 q − V2 d ⋅ V1q Generalizando para um tempo n qualquer: tn = V( n +1) q ⋅ VRd − V( n +1) d ⋅ VRq (97) Vnd ⋅ V( n +1) q − V( n +1) d ⋅ Vnq t( n +1) = Vnd ⋅ VRq − 1( n +1) q ⋅ VRd (98) Vnd ⋅ V( n +1) q − V( n +1) d ⋅ Vnq De acordo com o esquema apresentado na Fig. 25 pode-se afirmar: 9 VRd e VRq são gerados pelos compensadores de corrente; 9 Vnd e Vnq são as componentes do vetor Vn; 9 V(n+1)d e V(n+1)q são as componentes do vetor V (n+1); 9 Os vetores Vn e V(n+1) são os vetores adjacentes de cada quadrante. Para uma melhor distribuição das perdas de condução empregam-se os 2 vetores nulos, conforme apresentado na Tabela 1. Tabela 1 – Seqüência de vetores que minimizam as perdas. T 2 To 2 JJG V7 T1 T2 JJG V1 JJG V2 To 2 JJG V8 ⎛T ⎞ Quando (T1 + T2 ) > ⎜ ⎟ o vetor desejado não pode ser sintetizado pelo conversor. Neste ⎝2⎠ caso faz-se To = 0 , ou seja, o vetor nulo é excluído da seqüência de vetores. Assim. O vetor resultante (VR ) teria uma amplitude limitada através do escalonamento apropriado dos tempos Tn e Tn +1 , conforme apresentado a seguir: 26 Tn' Tn = T Tn + Tn +1 (99) Tn'+1 Tn +1 = T Tn + Tn +1 (100) Tn ⋅T Tn + Tn +1 (101) Tn +1 ⋅T Tn + Tn +1 (102) Assim: Tn' = Tn'+1 =