CARA CTER IZAÇ ÃO QUÍM ICA E EFEI TOS ALEL OPÁT ICOS DE EXS UDA TOS
RAD ICU LAR ES DE PLÂN TUL AS DE SORG O SOB RE ALFA CE 1
TÂ NI A MARI A L. BARB OSA 2, FR ANCI SC O A. FE RREI RA 3, IT AM AR F. DE SO UZA 4, LU IZ CL ÁUDI O DE A.
BA RB OS A 5 e VICE NT E W. D. CASALI 3
RESUMO
A aná lis e quí mic a do exs uda to
rad icu lar do sor go res ult ou na ide nti fic açã o
da qui non a sor gol eon a 1 e da dii dro qui non a
2, com o seu s pri nci pai s con sti tui nte s. Em
tes tes in vit ro , uma sol uçã o a 20 PM do
exs uda to cau sou red uçã o de 13, 1% no
cre sci mento rad icu lar de Lac tuc a sat iva L.
Em um sis tem a de cul tur a hid rop ôni co
rec ircul ant e, o exs uda to rad icu lar pro duz ido
por qua tro pla nta s de sor go cau sou uma
red uçã o de 62, 4% na áre a fol iar da alf ace , 33
dia s apó s o pla nti o.
Pal avra s chav e: alelopat ia, Sor ghum
bic olor , sor gol eon a, Lac tuc a sat iva .
ABS TRA CT
Che mic al cha rac ter iza tio n and all elo pat hic effects of rad icu lar exu dat es of pla nts of
sor ghu m ove r let tuc e lea ves
A che mic al ana lys is of the Sor ghu m
bic olo r roo t exu dat e lea d to the ide nti fic ati on
of the qui non e sor gol eon e 1 and the
cor res pon din g dih ydroqu ino ne 2 as the maj or
com pon ent s. An in vit ro essa y hav e sho wn
tha t at the con cen tra tio n of 20 PM thi s
exu dat e cau sed a 13. 1% red uct ion
on
the
rad icu lar gro wth of Lac tuc a sat iva L. In a
rec ircul ati ng hyd rop oni c cul tur e sys tem , the
exu dat e pro duc ed by the roo ts of fou r pla nts
of sor ghu m cau sed a 62. 4% red uct ion on the
let tuc e lea f are a aft er 33 day s of pla nti ng.
Key wo rds : allelo pha thy , Sor ghu m
bic olo r , sor gol eon e, Lac tuc a sat iva .
INT ROD UÇÃ O
sec und ári o. Som ent e na déc ada pas sad a, no
ent ant o, nos exs uda tos rad icu lar es das
plâ ntu las de sor go é que foi ide nti fic ada a
qui non a, den omi nad a sor gol eon a, e que
pos sui ele vad íss ima ati vid ade bio lóg ica
(Ch ang et al., 198 6).
A gra nde exp res são bio lóg ica da
sor gol eon a foi obs erv ada por Ein hel lig &
Sou za (19 92) , que obt ive ram efe ito s
ini bit óri os do cre sci men to rad icu lar em
vár ias
O sor go tem sid o mui to men cio nad o
na
lit era tur a
por
pro mov er
efe itos
pre judic iai s
às
pla nta s
cul tiv ada s
ime dia tam ent e apó s sua col hei ta (St aff ord ,
196 4; Gue nzi & Mcc all a, 196 6; Pan asi uk et
al., 198 6 e Ein hel lig & Ras mus sen , 198 9).
Seu
pot enc ial
ale lop áti co
pod e
ser
rel aci ona do à div ers ida de de sub stân cia s
pro duz ida s por seu met abo lis mo
1
2
3
4
5
Recebido para publicação em 06/02/97 e na forma revisada em 08/12/98.
CNCO-EMBRAPA, Fazenda Três Lagoas, km 4, C.P. D-10, CEP 26011-970, Sobral/CE.
Professor Adjunto, Deptq de Fitotecnia da UFV. CEP 36571-000, Viçosa/MG.
Professor Adjunto, Deptq de Agricultura da UFLA. CEP 37200-000, Lavras/MG.
Professor Adjunto, Deptq de Química da UFV. CEP 36571-000, Viçosa/MG.
Planta Daninha, v. 16, n. 2, 1998
153
T. L. M. Barbosa et al.
esp éci es de pla nta s dan inh as usa ndo uma
sol uçã o nut rit iva com con cen traçã o de
sor gol eona de 10 PM, poi s a mai ori a dos
com pos tos ale lop áti cos con hec ido s são ati vos
num a con cen tra ção 10 a 100 vezes mai or.
As pla nta s exs uda m nat ura lme nte
com pos tos org âni cos , alg uns dos qua is
pos sue m pro pri eda des ale lop áti cas . As
qua nti dad es pro duz ida s des ses compo sto s
var iam de aco rdo com a esp éci e e ida de das
pla nta s e ain da com as con diç ões nas qua is as
pla nta s se enc ont ram . De aco rdo com os
est udo s rea liz ado s, não é pos sív el afi rma r se
as sub stâ nci as ale lop áti cas enc ont rad as no
sol o pro vêm dir eta men te das raí zes ou são
pro duz ida s pel os mic ror gan ism os ass oci ado s,
ou res ult am da dec omp osi ção de res ídu os
org âni cos , nos qua is inc lue m-se as cél ula s
mor tas das raí zes (Ei nhe lli g, 198 6).
Par a o est udo in viv o de exs uda tos
rad icu lar es do cap im her mat ria (Hermathri a
altiss ima )
Tan g
&
Youn g
(19 82)
des envo lver am meto dolo gia que uti liza um
cir cul ado r de sol uçã o nut ritiv a irrig and o
con tinua mente o sis tem a rad icu lar da pla nta .
Est e mét odo uti liza uma col una con ten do
res ina hid rof óbi ca cap az de ads orv er
met abó litos lib era dos pela s raí zes . Tal
mét odo de col eta mos tro u-se alt ame nte
efi cie nte qua ndo com par ado aos mét odo s
con ven cio nai s de ext raç ão dir eta usa ndo
sol ven tes , uma vez que o siste ma rad icu lar
não
foi
dan ifica do
nem
oco rr era m
int erf erê nci as de mic ror gan ism os em raz ão da
este ril iza ção do sol o. Net zly & But ler (19 86)
ver ifi car am a nat ure za das sub stâ nci as dos
exs uda tos rad icu lar es do sor go e obs erv ara m
a ati vid ade bio lóg ica , con fir man do o
pot enc ial de ini biç ão do cre sci men to em
alg uma s esp éci es.
Es te en saio obje ti vou id enti fic ar os
co nsti tuin te s
qu ími cos
do s
exsu dat os
rad icu lar es do sor go ‘BR 007A ’ e aval iar seus
efe itos ale lop áti cos , sob re a alf ace ‘AG 549 ’.
154
MAT ERI AL E MÉT ODO S
Efi ciê nci a de
rad icu lar es
pro duç ão
de
exs uda tos
Sem ent es de sor go ‘BR 007 A’, obt ida s
do Cen tro Naci ona l de Pes qui sa de Mil ho e
Sor go (CN PMS ), for am ger min ada s sob re
pap el ger mit est e em pla cas de Pet ri de 9 cm
de diâ met ro, na pro por ção de dez sem ent es
por pla ca, a apr oxi mad ame nte 25 0 C. Apó s
set e dia s, as raí zes des sas plâ ntu las for am
sub mer sas por doi s seg und os em uma sol uçã o
de áci do acé tic o em dic lor ome tan o (0, 25%
v/v , 100 ml). Apó s com ple ta eva por açã o do
sol ven te à tem per atu ra amb ien te, o exs uda to
foi obt ido com o um res ídu o ala ran ja do esc uro
(ad apt ado de Net zly et al., 198 8).
Car act eri zaç ão quí mic a
A puri ficação do exsu dat o por
crom ato graf ia em cama da del gada foi
rea liza da apl ica ndo-se 20 mg do exs udat o (em
1,0 ml de dicl orom eta no) em uma pla ca de
sílica gel medi ndo 10 x 20 cm e esp ess ura de
1 mm, faz end o-se a elu içã o com uma mis tur a
de met ano l : éte r etí lico (2: 98 v/v ).
O com pos to, com fat or de ret enç ão
( R f ) de 0,7 5, foi ext raí do com met ano l e,
apó s eva por açã o do sol ven te, obt eve -se um
res ídu o ala ran jado - esc uro .
Ante s e após a puri ficação , o exs udat o
foi
subm etido
à
cara cte riza ção
por
esp ect ros cop ia no inf rav erm elh o. O esp ect ro
no inf rav erm elh o foi obt ido em pas til ha de
KBr , em um apa rel ho Shi mad zu IR4 08. O
esp ect ro da amostr a ant es e apó s a
pur ifi caç ão for am pra ticament e idê nti cos ,
sug eri ndo que o exs uda to era compos to por
um com pon ent e pri nci pal . E ste esp ect ro
apr ese nto u as seg uin tes abs orç ões pri nci pai s:
330 0 (OH ), 302 0, 294 0, 285 0, 167 0 (C= O),
160 0 (C= C), 145 0, 120 0 e 700 cm - 1 .
O esp ect ro de res son ânc ia magn éti ca
nuc lea r de hid rog êni o (RM N de H) foi obt ido
em um apa rel ho Bru ker WM 300 (30 0 MHz),
no Dep art amento de Quí mic a da UNICAM P,
uti liz and o -se CDC l 3 com o sol ven te e
tet ram eti lsi lan o com o pad rão int ern o.
Planta Daninha, v. 16, n. 2, 1998
Caracterização química e efeitos alelopáticos de exsudatos radiculares de plântulas de sorgo sobre alface
Ens aio em lab ora tór io
A ava liaçã o dos efe ito s ale lop áti cos
dos exs uda tos rad icu lar es do sor go, col eta dos
em con diç ões de lab ora tór io, foi rea liza da
sem ean do-se dez sem ent es de alf ace ‘AG
549 ’ sob re doi s dis cos de pap el ger mit est e
aco ndi cio nad os em pla cas de Pet ri com 9 cm
de diâ met ro, sen do os pap éis e as pla cas
pre via men te aut ocl ava dos . As sem ent es de
alf ace for am des inf ect ada s pel a ime rsã o por 1
min uto , em sol uçã o de hip ocl ori to de sód io a
2,5 %, seg uid a de lav age m em águ a
des min era lizad a. Set e dia s apó s a sem ead ura ,
for am col eta dos os exs uda tos rad icu lar es do
sor go
‘BR
007 A’
O
del ine ame nto
exp eri men tal foi em blo cos cas ual iza dos , com
qua tro repeti çõe s e os tra tam ent os con stara m
de cin co con cen tra çõe s de sor gol eon a (0; 5;
10; 15 e 20 PM), cuj o con tro le foi o met ano l
uti lizad o com o veí cul o par a os exs uda tos
rad icu lar es de nat ure za hid rof óbi ca. As
con cen tra çõe s for am apl ica das sob re os
dis cos de papel ger mit est e, no vol ume de
3 ml da sol uçã o de sor gol eon a em met ano l.
Apr oxi mad ame nte 15 hor as apó s a apl ica ção
da sol uçã o de met ano l, as pla cas que fic ara m
des tam pad as par a eva por açã o do met ano l
rec ebe ram 4 ml de águ a des min era lizad a e
aut ocl ava da e, em seg uid a, foi rea lizad a a
sem ead ura da alf ace . As ava lia çõe s for am
fei tas
sei s dia s apó s a sem ead ura ,
con sider and o o com pri men to rad icu lar e
com pri men to do hip ocó til o das plâ ntu las de
alf ace . For am fei tas aná lis es de var iân cia (em
ane xo) des sas car act erí sti cas e de reg res são
linea r par a o com pri men to rad icu lar e do
hip ocó til o.
Ens aio no cir cul ado r de sol uçã o nut rit iva
em cas a-de -veg eta ção
Instalaç ão do circulador de solução nutritiva
A ava liaçã o dos efe ito s ale lop áti cos
dos exs uda tos rad icu lar es do sor go foi
rea liz ada
uti liz and o-se
o si ste ma
de
cir cul açã o con tín ua de sol uçã o nut rit iva
(Fi gur a 1). A est rut ura fís ica , par a sup ort e do
cir cul ado r, foi con str uíd a em mad eir a,
Planta Daninha, v. 16, n. 2, 1998
med ind o 1,2 0 m e 0,6 0 m na mai or e men or
alt ura s, res pec tiv ame nte , e 1,6 0 m de lar gur a.
Na con str uçã o do cir cul ado r, tod os os
mat eri ais usa dos era m de nat ure za ine rte , tai s
com o os vas os de bor oss ili cat o de 3 e 5 L
par a as pla nta s de sor go e alf ace ,
res pec tiv ame nte , e tub ula çõe s de sil ico ne e
tef lon med ind o 6 mm de diâ met ro int ern o.
Com o substr ato , uti liz ou -se are ia lav ada e
col oca da sob re uma pen eir a de tef lon , que foi
loc ali zad a na saí da do gar gal o do vas o e
cob ert a por uma fina cam ada de lã de vid ro
sil ani zad a e uma cam ada de bri ta de ori gem
gra nít ica . As con exõ es for am fei tas com
tub os de vid ro. Os vas os for am dis tri buí dos
em for ma de deg rau s, par a que as pla nta s de
sor go ficas sem num nív el sup eri or ao das
pla nta s de alf ace , dur ant e o fun cio nam ent o
do cir cul ado r de sol uçã o nut rit iva .
O vol ume ini cia l da sol uçã o nut ritiv a,
20% , de Hoag lan d & Arno n (19 50) ,
suf ici ent e par a o equ ipa men to fun cio nar , foi
de 2.2 00 ml. A vazão foi con tro lad a em doi s
pon tos no cir cul ado r, sen do um no nív el mai s
inf eri or da tub ula ção e o out ro na mai or
alt ura do sis tem a cir cul ant e. O fluxo foi
man tido con sta nte de modo que sua vazão foi
de 600 ml h -1 , o que foi con seg uid o por mei o
de pre sil has de met al con ect ada s às
man gue iras de sil ico ne que uni am as
tub ula çõe s nos pon tos men cio nad os. A
que bra da col una de ar, no int eri or dos tub os,
foi obt ida por mei o de com pre sso re s de ar de
6,2 W.
O flu xo da sol uçã o foi con tro lad o por
uma pre sil ha loc ali zad a ent re a tub ula ção de
vid ro que sai do vas o a um nív el mai s bai xo
do sis tem a e a con exã o em for ma de ips ilo n.
O pon to ond e o con trole do flu xo foi mai s
pre cis o sit uou -se ant es da abe rtu ra dup la do
ips ilo n, poi s uma ext rem ida de des ta con exã o
rec ebe a sol uçã o cir cul ant e enq uan to a out ra
rec ebe o ar pro ven ien te do com pre sso r.
Cal cul ou -se o vol ume de rep osi ção da
sol uçã o nut rit iva que , nes se ens aio , foi
aco mpa nha da por med içõ es em cad a par cel a,
pos sib ili tan do que tod os os trata men tos
rec ebe sse m o mes mo vol ume .
155
T. L. M. Barbosa et al.
FI GUR A 1. Cir cul ado r de sol uçã o nut rit iva (ad apt ado de TAN G e YON G, 198 2) par a est udo s
de int era çõe s ale lop áti cas ent re pla nta s por mei o de exs uda tos rad icu lar es.
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Planta Daninha, v. 16, n. 2, 1998
Caracterização química e efeitos alelopáticos de exsudatos radiculares de plântulas de sorgo sobre alface
Ess e
ajust e
do
vol ume
foi
pos sib ilita do pel o uso de uma tub ula ção ,
des cri ta na ilust raç ão do tra bal ho de Tan g &
You ng (19 82) .
A sol uçã o nut rit iva
A sol uçã o nut rit iva uti liz ada foi a de
Hoa gla nd & Arn on (19 50) dil uíd a cin co
vez es, mod ifi cad a qua nto à con cen tra ção de
fer ro, e aj ust ada par a pH 5,5 . A sol uçã o foi
pre par ada com águ a dei oni zad a e sai s p.a .,
com a seg uin te com pos içã o: 3,0 mM de N
(2, 8 mM com o NO -3 e 0,2 mM com o NH 4 +);
0,2 mM de P; 1,2 mM de K; 0,8 mM de Ca;
0,4 mM de Mg; 0,4 mM de S; 30, 4 PM de Fe;
9,26 PM de B; 0,0 6 PM de Cu; 1,8 2 PM de
Mn; 0,1 6 PM de Zn e 0,0 2 PM de Mo.
A rep osi ção do vol ume da sol uçã o
nut rit iva , con sumido pel as plâ ntu las de sor go
e alf ace ou por eva pot ran spi raç ão, foi
rea liz ada adi cio nan do-se 100 a 200 ml em
cad a vas o com a pla nta de alf ace , dua s vez es
ao dia , de aco rdo com o mai or con sumo ou
ele vaç ão da tem per atu ra amb ien te. Par a
evi tar mai ore s con tam ina çõe s com alg as, os
sis tem as de tub os e vas os for am tot alm ent e
rec obe rto s com tin ta e pap el alu mínio.
Del ine ame nto exp eri men tal , tra tam ent os e
car act erí sti cas ava liada s
O del ine ame nto exp eri men tal foi em
blo cos cas ual iza dos , com qua tro rep eti çõe s e
sei s tra tam ent os: 0, 4, 8, 12, 14 e 16 pla nta s
de sor go por vas o e uma pla nta de alf ace em
out ro vas o cor res pon den te, int erl iga dos .
Apó s 33 dia s do pla nti o, as pla nta s de
alf ace e sor go for am rem ovi das dos vas os por
mei o de lav age m com águ a cor ren te sob re
pen eir a. A par te aér ea foi sep ara da da rai z,
sen do amb as col oca das em sac os com
ved açã o par a pos ter ior es det erm ina çõe s de
mat éri a sec a e área fol iar .
RES ULT ADO S E DIS CUS SÃO
Efi ciê nci a de pro duç ão e car act eri zaç ão
quí mic a da sor gol eon a
Em co nd iç õe s de la bo ra tó ri o, se te
di as ap ós a se mea du ra fo ram col eta das 1,5
mg de exs udat o rad icul ar do sor go ‘BR 007 A’
por 100 plân tul as. A quan tid ade de sorgo leon a
obti da (1,5 mg/1 00 plâ ntul as) pel a lin hage m
‘BR 007A ’ é comp arável aos valo res de 1,31,8 mg/10 0
plâ ntul as,
enco ntr ados
por
Einh ell ig & Souza (199 2) e 1,2-1,5 mg/10 0
plâ ntul as, menc iona dos por Rasm usse n et al.
(199 2).
TABE LA 1. Dado s de RMN de H (30 0 MHz) dos comp onen tes (1) e (2) pres ent es no exs udat o
rad icul ar do sorg o ‘BR 007A ’
H
6
OCH 3
OH
8', 9', 11' , 12'
14'
2 x 15'
10' , 13'
1'
7'
2'-CH2 a 6' -CH2
Planta Daninha, v. 16, n. 2, 1998
(1)
G (m, J/Hz)
5,8 4 ( s )
3,8 6 ( s )
7,2 4 ( s )
5,3 0-5,5 0 (m)
5,8 0 (m)
4,9 8-5,1 0 (m)
2,7 5-2,8 5 (m)
2,6 8 (dd , J1 # J2 # 7,6 )
2,0 0-2,1 1 (m)
1,1 5-1,5 0 (m)
(2)
G (m, J/Hz)
6,4 2 ( s )
3,8 3 ( s )
7,2 4 ( s )
5,3 0-5,5 0 (m)
5,8 0 (m)
4,9 8-5,1 0 (m)
2,7 5-2,8 5 (m)
2,4 3 (dd , J1 # J 2# 7,2 )
2,0 0-2,1 0 (m)
1,1 5-1,5 0 (m)
157
T. L. M. Barbosa et al.
A aná lise des se exs uda to, rea liz ada
pela cro mat ogr afi a em cam ada del gad a em
pla ca de síl ica gel , mostrou um pon to mai or
com Rf = 0,6 5 (me tan ol : éte r etí lic o 2:9 8)
sob luz ult rav iol eta (25 4 nm) e um pon to
men or situa do na bas e da pla ca. As aná lises
esp ect ros cóp ica s (IV e RMN de H) dos
exs uda tos, ant es e apó s a pur ifi caç ão, não
rev ela ram dif ere nça s ace ntu ada s em ter mos
de com pos içã o quí mic a e ind ica ram que o
exs uda to bru to era con sti tuí do bas ica men te
por doi s com pos tos .
O esp ect ro no inf rav erm elh o do
exs uda to apr ese nto u abs orç ões em 3.3 30
(OH ), 3.02 0, 2.9 40, 2.8 50, 1.6 70 (C = O),
1.6 00 (C = C do ane l); 1.4 50, 1.4 00, 1.2 00 e
700 nm. Os dad os de IV e de RMN de H
(Qu adr o 1 e Fig ura 2) do exs uda to bru to
mos tra ram -se com pat íve is com as est rut ura s
(1) e (2) , den omi nad as por CHA NG et al.
(19 86) de “so rgoleo nes ”.
Mui tos dos sin ais no esp ect ro de RMN
de H dos com pos tos apa rec era m com o
mul tiple tos . Pel as áre as rel ati vas dos sin ais
dev ido s ao hid rog êni o H-6 (G 6,4 2 (S) é G
5,8 4 (s) e da met oxi la OCH 3 (G 3,8 3 (s ) e
3 , 8 6 ) , foi pos sív el ver ifi car que a mis tur a é
com pos ta por 68, 2% do com pos to (1) e
31, 8% do com pos to (2) . A pro por ção ent re as
for mas oxi dad as (1) e red uzi das (2) é
lig eir ame nte dif ere nte dos val ore s (1
(60 %) : 2 (40 %)) , reg ist rad os por Chan g et al.
(19 86) . Os res ult ado s des te tra bal ho
con fir mar am
que
a
com pos içã o
dos
com pos tos
hid rof óbi cos
dos
exs uda tos
rad icu lar es do sor go ‘BR 007 A’ foi
sem elh ant e a dos exs uda tos de out ras
var ied ade s pre via men te est uda das .
Ens aio em lab ora tór io
Apó s com pro vad o que os exs uda tos
rad icu lar es do sor go ‘BR 007 A’ era m
const itu ído s pel os com pos tos (1) e (2) ,
apr ese nta dos na Fig ura 2, for am rea lizad os
ens aio s in vit ro par a ava liar o efe ito des sas
sub stâ nci as sob re o cre sci men to da alf ace
‘AG 549 ’. Yu & Mat sui (19 94) obs erv ara m
que a alf ace foi mai s sen sív el do que o
pep ino em dem ons tra r os efe ito s ale lop áti cos
de sub stânc ias que pro move m aut oal elo pat ia
no pep ino . Ele s ain da men cio nar am que a
alf ace é fre qüe nte men te uti lizad a em est udo s
pre limin are s par a ava lia ção da fit oto xic ida de
de nov os com pos tos .
O
1
6
OH
2
2'
5
H3CO
4
O
3
1'
3'
8'
6'
4’
5'
7'
9'
11 ' 12'
10'
14 '
13'
15'
(1)
OH
OH
(2)
H3CO
OH
FIG URA 2. Mai ore s Com pon ent es dos Exs uda tos Rad icu lar es do Sor go ‘BR 007 A’.
158
Planta Daninha, v. 16, n. 2, 1998
Caracterização química e efeitos alelopáticos de exsudatos radiculares de plântulas de sorgo sobre alface
Quan to ao comp rime nto radi cula r da
alface , a anál ise de vari ânci a da regr ess ão
det ect ou efe ito dos tratame ntos a 5% de
pro babi lidade . A rel ação ent re as dose s dos
exs udat os radicu lares e o cre sciment o
rad icu lar foi linear , conf orme Figu ra 3,
ind ica ndo que inc reme nto s na dos e do
exs udat o rad icul ar redu zem o cre sciment o das
raízes.
Na maio r conc ent raçã o do exsu dat o
rad icu lar do sorg o, o cre sciment o rad icul ar das
plâ ntu las de alface foi red uzid o 13,1%, em
relaçã o à testemu nha, no per íodo expe rime nta l
de seis dia s. Mes mo na con cent raç ão de 5 PM
de exsu dato radi cular, houve redução de 3,3%
no cresciment o das raízes. Esse s dados
conf irma m a informa ção sobr e a acen tuada
sensibilidade da radí cula em demonstrar
efeitos alelopá ticos (Ein hellig, 1989 ). Aind a
segu ndo esse autor, quan do se adiciona água
em pape l germiteste, após a remo ção do
solvent e do composto hidrofóbic o, ela causará
superes tima ção nas dose s uti liza das. Assi m, os
efeitos observad os poss ivel ment e ocor reram
devi do a conc entraçõ es inferiores a 5, 10, 15 e
20 PM. Em gera l, os comp ostos alel opát ico s
apre sen tam ativida de biol ógic a na faixa de 100
a 1.000 PM (Ei nhel lig, 1986 ).
A
aná lis e
de
var iân cia
do
compri men to do hip ocó til o in dic ou rel açã o
lin ear sig nif ica tiva a 5% de pro bab ilida de
com as con cen tra çõe s dos exs uda tos
rad icu lar es (Fi gur a 4). For am obs erv ado s
aument os no cre sci men to do hip ocó tilo com
as con cen tra çõe s cre sce nte s do exs uda to.
Os res ult ado s dem ons tra ram que o
exs uda to rad icu lar foi um pot ent e ini bid or do
cre sci men to rad icu lar e est imu lad or do
cre sci men to do hip ocó til o da alf ace . Os
res ult ado s
rel ati vos
aos
efe itos
de
ale loq uím ico s sob re o cre sci men to do
hip ocó tilo
são
pou co
con hec ido s na
lit era tur a, o que ref orç a a neces sid ade de
est udo s par a compro vaç ão do est ímu lo
pro movido do exs uda to sob re hip ocó tilo de
pla nta s-tes te como, por exe mpl o, as de
alf ace .
1,60
Y = 1,53 - 0,0102X
1,52
R
2
=0,73*
1,44
1,36
1,28
1,20
0
5
10
15
20
Exsudatos Radiculares ( PM ml )
-1
*
Sig nif ica tiv o a 5% de pro bab ili dad e pel o tes te t.
FI GUR A 3. Com pri men to rad icu lar da alfa ce ‘AG 549 ’ em fun ção das con cen tra çõe s dos
exs uda tos rad icu lar es de plâ ntu las do sor go ‘BR 007 A”.
Planta Daninha, v. 16, n. 2, 1998
159
T. L. M. Barbosa et al.
3,0
Y = 1,71 + 0,0274X
2,6
2
R =0,96*
2,2
1,8
1,4
1,0
0
5
10
15
20
Exsudatos Radiculares ( PM ml )
-1
*
Sig nif ica tiv o a 5% de pro bab ili dad e pel o tes te t.
FI GUR A 4. Com pri men to do hip ocó til o da alf ace ‘AG 549 ’ em fun ção das con cen tra çõe s dos
exs uda tos rad icu lar es de plâ ntu las do sor go ‘BR 007 A’.
Ens aio no cir cul ado r de sol uçã o nut rit iva
par a ava lia ção do ef eit o ale lop áti co do
sor go sob re a alf ace
O est udo do efe ito ale lop áti co do
sor go sob re a alf ace foi fei ta em cas a-devegeta ção , uti liz and o -se o sis tem a ilu str ado
na Fig ura 1.
As aná lises de var iân cia do pes o de
mat éri a sec a e da áre a fol iar da alf ace
mos tra ram que ess as car act erí sti cas for am
inf lue nci ada s sig nif ica -tiv ame nte , a 1% de
pro bab ili dad e, pel as den sid ade s de pla ntas de
sor go. Os res ult ado s for am ava liado s por
mei o de aná lis e de reg res são e red uçõ es
per cen tua is da pro duç ão de mat éri a sec a e da
áre a fol iar da alf ace em rel açã o à tes tem unh a.
O efe ito da den sid ade de pla nti o do sor go
sob re a pro duç ão de mat éri a sec a e áre a
fol iar da
160
alf ace foi rai z-qua drá tic o (Fi gur as 5 e 6). A
mat éri a sec a e áre a fol iar for am red uzi das em
78% e 76% , res pec tivame nte , qua ndo as
pla nta s de alf ace
rec ebe ram
sol uçã o
cir cul ant e que pas sav a por vas o con ten do 8
pla nta s de sor go. Qua nd o as pla nta s de alf ace
rec ebe ram sol uçã o pro ven ien te de um vas o
con ten do qua tro pla nta s de sor go, as red uçõ es
nas car act erí sti cas cit ada s, em rel açã o à
tes tem unh a, for am de 65% e 62, 4%,
res pec tiv ame nte . Foi
con sta tad o efe ito
ale lop áti co do sor go sob re a al fac e sen do
que , em 33 dia s, qua tro pla nta s de sor go por
vas o pro duz ira m sub stâ nci as ale lop áti cas
suf ici ent es par a ini bir o cre sci men to da áre a
fol iar da alf ace , em 62, 4%.
Planta Daninha, v. 16, n. 2, 1998
Caracterização química e efeitos alelopáticos de exsudatos radiculares de plântulas de sorgo sobre alface
0,40
0,5
Y=0,37-0,1693***X
0,32
+ 0,0236**X
2
R =0,99 ***
0,24
0,16
0,08
0,00
0
4
8
12
16
Número de Plantas de Sorgo por Vaso
***
Significativ os a 0,1% de probabilida de pelo teste t.
FI GUR A 5. Pro duç ão de mat éri a sec a da alf ace ‘AG 549 ’ em fun ção do núm ero de pla nta s de
sor go ‘BR 007 A’ por vas o.
250
2)
0,5
Y = 228,74 - 99,3888***X + 13,4784**X
200
2
R = 0,99***
150
100
50
0
0
4
8
12
16
Número de Plantas de Sorgo por Vaso
*** Significativos a 0,1% de probabili dade pelo teste t.
FI GUR A 6. Áre a fol iar da alf ace ‘AG 549 ’ em fun ção do núm ero de pla nta s de sor go ‘BR
007 A’ por vas o.
Planta Daninha, v. 16, n. 2, 1998
161
T. L. M. Barbosa et al.
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