Mensal | 31.12.2012
Caro cotista,
“Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não. Deus esteja! O senhor ri certas
risadas...” É o começo de Grande Sertão: Veredas, mas representaria bem a carta da Gradius relativa a
dezembro de 2012. O som ao redor não vem de tiros de briga de homem. São os fogos de artifício em
comemoração ao excelente ano que vivemos por aqui e à renovação da confiança em mais um período
de bons investimentos. Dos cinco fundos tratados nesta Carta, quatro apresentaram performance
destacada, combinando retorno elevado e risco controlado.
Acertamos praticamente tudo no Hedge, nosso veículo carregado de operações long x short em Bolsa,
e no Multiestratégia, fundo com posições de cunho macro, notadamente juros e moedas. Preservamos o
Gradius Dividendos entre os melhores fundos da categoria, mesmo num ano, no geral, ruim para renda
variável e, em particular, para as tradicionais distribuidoras de proventos. E entregamos um pouco
mais do que o CDI no Gradius Renda Fixa, algo bastante convidativo para um fundo caixa. A exceção
ficou por conta do Gradius Ações, basicamente afetado por nossa principal posição – mais sobre ela à
frente. Tudo isso permeado por um perfil de risco bastante baixo e, ainda mais interessante, pela
convicção de que há muito a se fazer (e a se lucrar) em 2013. Apenas parte (pequena) do potencial de
algumas antigas posições se materializou, enquanto há novos ativos em carteira capazes de oxigenar e
ampliar a valorização esperada.
Oferecemos o desempenho de 2012 seguindo à risca a filosofia de investimentos da gestora, da busca
pela antifragilidade. Quase sem querer, não somos mais crianças a ponto de saber tudo. Desafiando os
demais financistas (o senhor tolere: isso é o sertão), deixamos a pretensão de adivinhar o futuro há
tempos e buscamos, com muita diligência e dedicação, identificar estratégias assimétricas (o quanto
mais, melhor) entre perdas e ganhos potenciais. O quanto eu perco se estiver errado frente ao quanto
ganho se estiver certo? Essa filosofia, que é o núcleo da Gradius, é a abordagem menos arrogante
possível do ponto de vista epistemológico e é justamente ela que vem entregando bons resultados. Não
sabemos em quantos pontos estará o Ibovespa em 31/12/13, qual será o valor da taxa de câmbio em 12
meses, tampouco quem ganhará a próxima Libertadores. Estamos certos, entretanto, de que podemos
nos apropriar dessa incerteza, expondo-nos a cenários de pouco prejuízo em casos de surpresa negativa
e muito lucro em caso de sucesso. O resultado consolidado esperado é óbvio, e positivo.
Indo logo para o desempenho de cada fundo em particular, começando a apreciar com moderação, o
Gradius Renda Fixa subiu 0,5387% em dezembro, equivalente a 100,84% do CDI, sob volatilidade
desprezível. No ano, o fundo avançou 8,5333%, perfazendo 101,62% do benchmark. Dado o perfil de
risco muito conservador, trata-se de desempenho interessante para um fundo-caixa com liquidez
imediata. Não houve mudanças na estratégia em dezembro. Continuamos com alta concentração em
títulos públicos, LFTs particularmente, temperada com pequena exposição a FIDCs com rating duplo
A e com trades de curto prazo, no geral, muito bem sucedidos. Seguimos rigorosamente com a mesma
política para 2013.
Este relatório foi preparado pela Gradual Investimentos e é distribuído gratuitamente, com a finalidade única de prestar informações ao mercado em geral. Apesar de ter sido tomado todo o cuidado
necessário de forma a assegurar que as informações no momento em que as mesmas foram colhidas, a precisão e a exatidão de tais informações não são por qualquer forma garantidas e a Gradual
Investimentos por elas não se responsabiliza. Os preços, as opiniões e as projeções contidas nesse relatório estão sujeitos a mudanças a qualquer momento sem necessidade de aviso ou comunicado
prévio. Este relatório não pode ser interpretado como sugestão de compra ou de venda de quaisquer ativos e valores imobiliários. Este relatório não pode ser reproduzido, distribuído ou publicado
por qualquer pessoa, para quaisquer fins.
GRADUAL INVESTIMENTOS
Av. Juscelino Kubitschek, 50 – 7º Andar – Itaim Bibi – 04543-000 – São Paulo – SP
Ouvidoria SAC: 0800 655 1466 – www.gradualinvestimentos.com.br
Mensal | 31.12.2012
Já nas alternativas à renda fixa mais tradicional – justamente aquelas que surgem como opções
interessantes àqueles desejosos de um pouco mais de retorno num cenário de juro no piso histórico,
mas pouco dispostos a tolerar a montanha-russa das ações – o Multiestratégia subiu mais 0,97% (ou
181,90% do CDI) em dezembro, levando o acumulado no ano a bons 13,94% (165,68% do
benchmark). Estamos satisfeitos de entregar tal desempenho num período de juros cadentes, em
especial se ponderarmos pela exposição baixa a risco desse fundo. Mais do que isso, dispomos de
motivação ainda maior para entregar resultado semelhante em 2013, quando os prêmios na renda fixa
já se mostram bem mais comprimidos – é chegada a hora de separar os meninos dos homens - não há
certeza sobre a mesma estagnação do câmbio. Em dezembro, a principal posição vencedora veio das
NTNBs 2050, exatamente no racional de compressão do juro real de longo prazo. Também lucramos
um pouco com montagem de posição long em dólar e short em euro no meio do mês. Em
contrapartida, a marcação a mercado de opções sobre ações fora do dinheiro impediu desempenho
ainda mais favorável. Começamos 2013 preservando as NTNBs 2050, identificando espaço adicional
de valorização, aumentamos ainda mais a posição comprada em dólar e preservamos calls fora do
dinheiro de HRT e OGX.
De novo falando com aqueles interessados em fugir da renda fixa mais Caxias, mas agora com quem
topa exposição a long x short em Bolsa, o Hedge voou 1,99% em dezembro, o que corresponde a
371,95% do CDI. Como destaques positivos de dezembro, aparecem os seguintes long x short:
Grendene x Alpargatas, Vale x Usiminas (mantido apenas por parte do mês e já desfeito) e Banco do
Brasil x Santander. No outro extremo, o long em Helbor contra short em PDG arranhou a cota, com o
rali de ativos de risco puxando uma recuperação pontual de PDG depois de bastante penalização em
2012. Adicionamos um novo par para 2013: long em Gafisa contra short em PDG, identificando fases
diferentes nos turnarounds. Enquanto a primeira gera caixa, está num período de expansão gradual de
margens e pode destravar bastante valor a partir do IPO ou atração de um estratégico no nível de
Alphaville, PDG ainda pode enfrentar novos estouros de orçamento, não oferece nenhuma visibilidade
aos stakeholders e queima caixa trimestre após trimestre.
No universo dos fundos de ações, o Gradius Dividendos subiu 3,18% em dezembro sob a hipótese de
reincorporação dos proventos distribuídos e 2,57% na cota reportada, estendendo os ganhos de 2012
para 16,18% e 10,90%. Desde o início, em junho de 2010, acumula alta de 65,10% (cota tratada para
reinvestimento dos dividendos), contra -1,44% do Ibovespa e 28,28% do CDI, o que representa uma
das melhores rentabilidades da categoria no período – estamos falando de dois anos e meio de
consistência de resultados, e isso já é um período capaz de dizer alguma coisa. As ações de Valid
(+16,7%), Helbor (+9,13%) e Grendene (+8,84%) puxaram para cima o consolidado, enquanto os
papéis de JHSF (-0,12%) e Arteris (-0,26%) barraram mês ainda mais profícuo. Estamos
particularmente otimistas com este fundo para 2013. É uma forma de se apropriar da esperada
migração de recursos para a renda variável, investindo em empresas de sólidos fundamentos, já
consolidadas, boas pagadoras de dividendos e de menor volatilidade, sem necessariamente abrir mão
de ganho esperado de capital. Tudo isso permeado pela vantagem fiscal associada à distribuição
trimestral de dividendos. Nosso cenário-base sugere 20% de potencial de valorização para o fundo em
2013, combinado a um retorno médio via dividendos da ordem de 5,5%. Estamos bastante motivados
Este relatório foi preparado pela Gradual Investimentos e é distribuído gratuitamente, com a finalidade única de prestar informações ao mercado em geral. Apesar de ter sido tomado todo o cuidado
necessário de forma a assegurar que as informações no momento em que as mesmas foram colhidas, a precisão e a exatidão de tais informações não são por qualquer forma garantidas e a Gradual
Investimentos por elas não se responsabiliza. Os preços, as opiniões e as projeções contidas nesse relatório estão sujeitos a mudanças a qualquer momento sem necessidade de aviso ou comunicado
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em poder carregar ações nesses níveis de preço e com esse rendimento projetado, particularmente
quando ponderamos pelo baixo perfil de risco associado às boas pagadoras de dividendos (sobretudo
aquelas de setores não regulados, exatamente nossa especialidade aqui) e pelo menor custo de capital
em curso.
Por última, a exceção ao compêndio de boas notícias: o Gradius Ações caiu 5,68% em dezembro,
afetado, basicamente, pelos papéis de HRT, nossa principal posição. No geral, as demais posições se
apreciaram no período ou mantiveram-se próximas à estabilidade, de modo que o resultado
consolidado foi frontalmente impactado por HRT. Não houve novidades idiossincráticas em nossa
principal posição capazes de justificar o recuo de dezembro. Ao contrário, as coisas caminham bastante
bem do ponto de vista operacional e dos fundamentos econômicos financeiros – é iminente a atração
de um novo sócio na Namíbia e houve mais uma importante descoberta de gás na Bacia do Solimões,
estendendo o potencial de hidrocarbonetos na área também para uma nova fronteira mais ao sul, o que
é bastante importante. Um grande investidor estrangeiro se desfez de forma agressiva de suas ações,
castigando as cotações ao longo do mês. Entramos no ano preservando a estratégia de alta
concentração nas ações de HRT. Toleima? Certamente, não. Se os fatos mudam, nós mudamos. Mas
não é o caso. Não teríamos nenhum problema em nos desfazer da posição se essa fosse a decisão
economicamente vantajosa. Passa longe de ser.
HRT é hoje, em nosso entendimento, a representação canônica do que chamamos internamente de
filosofia talebiana de investimentos, e isso é a essência do fundo – ignore o desastre do layout e perca
20 minutos em www.fooledbyrandomness.com; vale a pena. Não há precedentes em Bolsa da
assimetria entre down e upside frente à HRT. Nas cotações atuais, multiplicaremos de base no caso de
estarmos certos (até 20x no cenário mais otimista), enquanto enfrentaremos pequena desvalorização no
caso de estarmos com o racional errado sobre a companhia. Antifragilidade por definição.
Desejamos a todos um excelente 2013. Queremos poder (e sabemos que podemos) contribuir nessa
caminhada: estamos com a confiança renovada pela passagem de ano. Há muita coisa nova por vir. “O
senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre
iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam.
Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.
Razão e feijão, todo dia dão de renovar.”
Obrigado pela confiança,
Equipe Gradius.
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necessário de forma a assegurar que as informações no momento em que as mesmas foram colhidas, a precisão e a exatidão de tais informações não são por qualquer forma garantidas e a Gradual
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EQUIPE GRADIUS
Gestão Renda Variável
Caio Mesquita
[email protected]
tel. 011 3372-8300 (r 4459)
Analista
Felipe Miranda
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tel. 011 3074-1233
Comercial
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tel. 011 3372-8319
Mesa Produtos
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tel. 011 3372-8367
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Carta Mensal Dezembro 2012