Boletim Diário Matinal
26 de Outubro de 2015
Agenda do dia
Horário
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
15:00
Eventos do Dia
Projeções
Comentários
MDIC: Balança comercial (semanal)
-
Tesouro: Relatório mensal da dívida pública federal
(set)
-
CNI: Sondagem da Indústria da Construção (set)
12:00
EUA: Vendas de imóveis novos (set)
12:30
EUA: Índice de atividade do Fed Dallas (out)
547 mil
-6,0
Mercado voltou a revisar suas expectativas de inflação para cima e de PIB para baixo neste
ano e no próximo
O mercado revisou a maioria das suas projeções para 2016, conforme apontado pelo Relatório Focus,
com estimativas coletadas até o dia 23 de outubro, divulgado hoje pelo Banco Central. A mediana das
expectativas para o IPCA em 2015 passou de 9,75% para 9,85%, e para 2016, subiu de 6,12% para
6,22%. As estimativas para o PIB em 2015 passaram de uma queda de 3,00% para outra de 3,02% e,
para 2016, passaram de -1,22% para -1,43%. A mediana das projeções para a taxa Selic se manteve
em 14,25% neste ano e subiu de 12,75% para 13,00% em 2016. Por fim, as estimativas para a taxa de
câmbio foram mantidas em R$/US$ 4,00 no final de 2015 e passaram de R$/US$ 4,13 para R$/US$
4,20 no final de 2016.
Destaques da semana
Ata do Copom e reunião do Fed serão os destaques desta semana, em uma agenda repleta de
indicadores
Após o Copom estender o horizonte de convergência da inflação para a meta no comunicado emitido
em sua última reunião, a divulgação da ata do encontro, na quinta-feira, deverá reforçar ainda mais
a expectativa de manutenção da taxa Selic em 14,25% a.a. por um período prolongado. Além disso,
as atenções também estarão voltadas para a divulgação dos dados fiscais de setembro. Na quintafeira será conhecido o resultado primário do governo central, para o qual estimamos déficit de R$ 8,9
bilhões, e na sexta, o Banco Central divulgará a nota à imprensa de política fiscal. A agenda também
contará com importantes indicadores de atividade, com a divulgação dos dados de política monetária
e operações de crédito de setembro, amanhã, e as sondagens da FGV e da CNI, ao longo da semana.
Também conheceremos, na quinta-feira, o indicador de atividade industrial paulista da Fiesp/Ciesp do
mês passado, bem como os dados da Pnad Contínua mensal de agosto e da pesquisa de emprego da
Seade/Dieese. Ainda na agenda local, serão divulgados indicadores de inflação, como o Índice de Preços
ao Produtor do IBGE de setembro e o IGP-M final de outubro, para o qual projetamos alta de 1,94%.
No cenário externo, a reunião do Fed na quarta-feira será o principal acontecimento da semana. A despeito
do mercado esperar manutenção da taxa de juros, o comunicado deverá conter informações relevantes
a respeito de quando e como se dará o início da normalização da política monetária norte-americana.
Ademais, teremos a divulgação das leituras preliminares do PIB do terceiro trimestre do Reino Unido e
dos EUA, amanhã e quinta-feira, além dos indicadores de confiança do consumidor de outubro na Área
do Euro e nos Estados Unidos, também amanhã e quinta. Por fim, na sexta-feira, conheceremos a prévia
do índice de preços ao consumidor deste mês e a taxa de desemprego de setembro na Área do Euro.
Atividade
FGV: confiança do consumidor recuou novamente em outubro
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) alcançou 75,7 pontos em outubro, atingindo o menor nível
da série histórica, conforme informado há pouco pela FGV. O resultado representa um recuo de 0,8%
na margem, descontada a sazonalidade, e refletiu o declínio de 2,1% da avaliação da situação atual,
ao passo que o indicador de expectativas ficou estável no período. Com isso, o ICC registrou sua sexta
contração consecutiva na margem. Na comparação interanual, o declínio foi de 24,6%. Dessa forma, a
nova piora da confiança dos consumidores sugere continuidade de queda do consumo das famílias no
quarto trimestre, contribuindo para mais um resultado negativo do PIB no período.
1
Caged: saldo de empregos formais foi novamente negativo em setembro, atingindo o menor valor
para o mês desde 1992
Os últimos dados referentes à geração de empregos formais apontaram contração líquida de 95.602 postos
de trabalho em setembro, conforme divulgado na última sexta-feira no Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado ficou abaixo da mediana
das projeções do mercado, que previa retração líquida de 61,6 mil vagas e da nossa estimativa de redução de
67,0 mil postos. Todos os segmentos registraram saldo negativo no período, com destaque para os setores de
serviços e construção civil, que fecharam 33.535 e 28.221 vagas. Em termos dessazonalizados, o resultado
é equivalente a um saldo negativo de aproximadamente 170 mil vagas, fazendo com que a média do terceiro
trimestre fosse de redução de 161.300 postos. No acumulado do ano, já foram eliminados 729.583 postos de
trabalho formais. Os dados, assim, reforçam nossa expectativa de continuidade do enfraquecimento do mercado
de trabalho até o final deste ano. Para 2015, projetamos contração líquida de 1,6 milhão de vagas.
Setor Externo
BC: apesar do aumento do déficit em conta corrente na margem em setembro, ajuste externo persiste
O déficit em conta corrente chegou a US$ 3,1 bilhões em setembro, conforme reportado na última sexta-feira
pelo Banco Central. Assim, nos últimos doze meses, o saldo acumula resultado negativo de US$ 79,3 bilhões,
o que representa 4,18% do PIB. Ainda que a queda do déficit externo observada em doze meses não seja
tão expressiva, pois ainda carrega inércia dos dados de 2014 muito negativos, quando comparamos com os
dados de setembro do ano passado (-US$ 8,3 bilhões), vemos que o ajuste segue bastante intenso, refletindo o
desaquecimento da atividade econômica doméstica e da depreciação cambial. Assim como as leituras anteriores
e os resultados recentes de balança comercial divulgados pelo MDIC, o dado de sexta-feira reforça o ajuste
em curso nas contas externas. Mais uma vez, a balança comercial contribuiu para a redução do déficit externo
no mês passado, visto que registrou superávit de US$ 2,6 bilhões no período. Em contrapartida, as contas de
serviços e renda primária exerceram influência negativa no saldo de transações correntes, apresentando déficits
de US$ 2,9 bilhões e US$ 3,0 bilhões, respectivamente. O Investimento Direto no País (IDP) registrou entrada
líquida de US$ 6,0 bilhões em setembro, acima dos US$ 5,2 bilhões do mês anterior. O montante é quase o
dobro do necessário para cobrir o déficit externo. Assim, em doze meses essa conta acumulou superávit de
US$ 71,8 bilhões, o equivalente a 3,79% do PIB. Os investimentos em carteira mostraram forte saída líquida em
setembro, de US$ 3,3 bilhões (ante saída de US$ 176 milhões observada em agosto), explicada essencialmente
pela reversão de investimentos em renda fixa de US$ 3,6 bilhões. A taxa de rolagem da dívida externa registrou
novamente forte aumento na passagem de agosto para setembro, oscilando de 170% para 205%, nível que pode
ser considerado bastante positivo em termos de fluxo cambial. Dessa forma, mantemos nossa perspectiva de
redução do déficit em conta corrente em 2015. Considerando o conceito “clássico” (BPM5), projetamos déficit
externo de US$ 49,7 bilhões e revisamos nossa projeção de IED (Investimento Estrangeiro Direto) de US$ 50
bilhões para US$ 56 bilhões. No conceito BPM6, mantemos o cenário de déficit em conta corrente de US$ 57,4
bilhões (o equivalente a 3,1% do PIB), sucedendo saldo negativo de US$ 104 bilhões em 2014 (4,4% do PIB).
Adicionalmente, o IDP deve somar US$ 65 bilhões, desacelerando em relação aos US$ 96,9 bilhões registrados
no ano passado.
Boletim Diário Matinal
Internacional
Argentina: país terá segundo turno nas eleições presidenciais pela primeira vez desde a
redemocratização
O primeiro turno das eleições presidenciais argentinas, realizado neste domingo, mostrou desempenho
expressivo do candidato oposicionista, Mauricio Macri. Diferente do que apontavam as pesquisas, Macri ficou
bastante próximo do candidato governista, Daniel Scioli. Com praticamente 100% dos votos apurados, Scioli
ficou com quase 37% dos votos, enquanto Macri obteve mais de 34%. Com isso, pela primeira vez desde a
redemocratização do país, haverá um segundo turno nas eleições presidenciais (em 2003 Menem renunciou à
disputa contra Nestor Kirchner no segundo turno). Assim, o posicionamento do terceiro colocado, Sergio Massa,
deverá definir o resultado final. Havia a possibilidade de Massa apoiar Macri no começo da campanha, mas
divergências entre os dois impediram uma aliança. Massa é o antigo chefe de gabinete da presidente Cristina
Kirchner e abandonou o governo em 2013. Por isso, parte dos seus votos é composta por peronistas e deve
migrar automaticamente para Scioli. De qualquer forma, o desempenho de Macri no primeiro turno deverá
favorecer o preço dos ativos argentinos, uma vez que o candidato defende mudanças profundas na política
econômica local. O segundo turno ocorrerá no dia 22 de novembro.
DEPEC
2
Alemanha: confiança dos empresários manteve tendência de acomodação em outubro
O índice Ifo de confiança dos empresários alemães recuou de 108,5 para 108,2 pontos entre setembro e outubro.
Essa foi a oitava leitura consecutiva do indicador ao redor de 108 pontos. A ligeira piora refletiu a queda do índice
de situação atual, de 114,0 para 112,6 pontos. Por outro lado, as expectativas subiram de 103,3 para 103,8
pontos no período. Entre os setores pesquisados, destaque negativo para o comércio varejista e a indústria de
transformação, enquanto na construção e no atacado o indicador ficou praticamente estável. De modo geral,
portanto, a pesquisa reforça o cenário de acomodação do crescimento alemão neste trimestre.
EUA: prévia do índice PMI da indústria de transformação sugere alta da produção industrial do país
em outubro
O índice PMI da indústria de transformação norte-americana oscilou de 53,1 para 54,0 pontos na passagem
de setembro para outubro, conforme divulgado na última sexta-feira pela Markit. O resultado foi influenciado,
majoritariamente, pela expansão da produção e do volume de novos negócios, além do aumento das exportações
do setor. A criação de empregos continuou a contribuir positivamente para o crescimento do indicador, porém
em menor ritmo. O resultado sugere, assim, alta da produção industrial dos EUA em outubro.
Tendências de mercado
As bolsas asiáticas encerraram o primeiro pregão da semana em direções divergentes, com as ações em
Shanghai e Tóquio em alta e as demais em queda. Na Europa, a maioria dos mercados acionários operam
em baixa, refletindo a surpresa negativa com o índice Ifo de sentimento econômico alemão. Os índices futuros
norte-americanos também são cotados no campo negativo nesta manhã, à espera dos dados de vendas de
novos imóveis referentes a setembro.
Boletim Diário Matinal
O dólar perde força em relação às demais divisas, com exceção da rúpia e do won sul coreano. Entre as
commodities, o petróleo é cotado ligeiramente em alta. As principais agrícolas e as metálicas industrias, com
exceção da soja e do cobre, também registram ganhos nesta manhã. No mercado doméstico, as atenções
estarão voltadas à divulgação do relatório mensal de dívida pública federal de setembro. Adicionalmente, o
mercado também estará atento à possível divulgação de nova meta fiscal de 2015.
DEPEC
3
Indicadores do Mercado
23/10/15
Variação Diária
Variação Mensal
Variação Interanual
Taxa Selic - meta (% aa) (*)
14,25
0,00
0,00
3,25
Taxa de juros prefixada 360 dias - Swap Pré-DI (% aa) (*)
15,25
0,07
-0,97
3,34
Taxa de juros em US$ 360 dias - Swap cambial (% aa) (*)
3,86
0,04
-0,03
1,66
Ativos brasileiros
Contrato futuro de DI com vencimento em janeiro/16 (%) (*)
14,26
0,02
-0,53
2,22
Contrato futuro de DI com vencimento em janeiro/17 (%) (*)
15,35
0,08
-1,12
3,05
Título do Tesouro indexado ao IPCA - NTN-B 2016 (%) (*)
2.750,91
4,30
61,06
222,82
Título do Tesouro indexado ao IPCA - NTN-B 2050 (%) (*)
2.321,60
-23,40
118,50
-137,65
460,46
-14,38
-1,55
293,46
3,88
-0,77
-7,23
55,05
Índice de ações Ibovespa (em pontos) (**)
47.597
-0,37
4,98
-6,15
Índice de ações IBrX (em pontos) (**)
19.935
-0,33
4,97
-4,51
Índice de ações EUA - S&P (**)
17.647
0,90
8,40
5,81
Índice de ações Europa - Bloomberg 500 (**)
254,48
1,69
8,59
13,65
Índice de ações Japão - Nikkei (**)
18.825
2,11
4,18
24,35
Índice de ações China - Shanghai (**)
3.412
1,30
9,52
48,21
Treasury Bond - 10 anos (%) (*)
2,09
0,06
-0,06
-0,18
Euro - US$/€ (**)
1,10
-0,8
-1,5
-12,9
Iene - ¥/US$ (**)
121,47
0,6
1,0
12,2
Libra - US$/£ (**)
1,53
-0,5
0,5
-4,5
Peso mexicano - MXN/US$ (**)
16,59
0,7
-3,1
22,3
Risco Brasil - CDS 5 anos (em pontos) (*)
Taxa de câmbio (spot) - R$/US$ (**)
Ativos internacionais
Yuan - RMB/US$ (**)
6,35
-0,1
-0,5
3,8
Índice de commodities em US$ - CRB (em pontos) (*)
193,71
-1,9
1,3
-78,7
Petróleo - Brent (US$/barril) - 1º futuro (**)
47,99
-0,2
0,5
-44,7
Ouro (US$/Onça Troy) - spot (**)
1.163
-0,3
2,8
-5,3
Soja (US$/bushel) - Chicago, 1º futuro (**)
896
-0,4
3,7
-9,8
Milho (US$/bushel) - Chicago, 1º futuro (**)
380
0,4
-0,9
5,6
Boi (R$/arroba) - BMF, 1º futuro (**)
148
-0,2
3,0
7,3
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(*) Variações em pontos percentuais
(**) Variações percentuais
Equipe Técnica
Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos
Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo
Economia Internacional:
Economia Doméstica:
Pesquisa Proprietária:
Análise Setorial:
Estagiários:
Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Thomas Henrique Schreurs Pires
Igor Velecico / Andréa Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast / Ariana Stephanie Zerbinatti
Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida
Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi
Davi Sacomani Beganskas / Henrique Neves Plens / Mizael Silva Alves / Gabriel Marcondes dos Santos / Wesley Paixão Bachiega / Carlos Henrique Gomes de Brito / Gustavo Assis Monteiro
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