Quantidade de “enter” para posicionar o cabeçalho, apague em seguida <> <> <> <> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM <> <> <> <> <> O processo de alfabetização infantil: perspectivas psicopedagógicas em crianças com dificuldades de alfabetização<> <> <> Por: Adriana Cristina Soares Cavalleiro <> <> <> Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM <> <> <> <> <> O processo de alfabetização infantil: perspectivas psicopedagógicas em crianças com dificuldades de alfabetização<> <> <> <> <> <> Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial obtenção do grau de especialista em.... Por: Adriana Cristina Soares Cavalleiro <> para 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, ao meu amado marido Denilson e aos meus filhos André e Matheus. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho àquele que me concedeu a vida. A Deus toda honra e toda a glória. Sem Ele nada eu seria, sem Ele nada eu faria. João 1:3 5 RESUMO Esta pesquisa versa essencialmente sobre os problemas encontrados na alfabetização inicial, demonstrando circunstâncias em que ocorreram dificuldades na apropriação da leitura e escrita em um grupo de alunos de uma escola pública municipal e relata também as concepções e estratégias psicopedagógicas que contribuem para uma melhoria na qualidade dessa aprendizagem. As bases teóricas do trabalho encontram-se em autores que estudaram o processo de alfabetização como Emília Ferreiro, Ana Teberosky e autores renomados nas estratégias psicopedagógicas como Nádia Bossa, Alícia Fernández entre outros. Nesse sentido, o presente estudo traz um breve histórico na conceituação da alfabetização no Brasil, relata a presença do psicopedagogo num contexto histórico como profissional e especificamente na instituição escolar relacionando as dificuldades da alfabetização infantil e as estratégias psicopedagógicas. Portanto, para abordar as situações de dificuldades na aquisição da leitura e escrita tomo como ponto de partida, uma pesquisa de campo realizada na observação de um contexto escolar, de alunos que apresentam dificuldades na aquisição da leitura e escrita e as principais hipóteses sugeridas na perspectiva psicopedagógica. Nas conclusões finais registro a necessidade de um olhar atento e criterioso para com o aluno em suas dimensões afetivo, social, físico e cognitivo. 6 METODOLOGIA Para desenvolvimento desta monografia serão utilizadas pesquisas bibliográficas de autores que se dedicaram no estudo dos fundamentos e das práticas da área da alfabetização como Emilia Ferreiro, Ana Teberosky, Maria Inês Bizzoto, dentre outros. Para a abordagem das implicações psicopedagógicas teremos o apoio e a fundamentação teórica dos principais autores relacionados à área como Nádia Bossa, Alicia Fernandes, Jorge Visca, Sara Pain, dentre outros. Dessa forma trataremos teoricamente e buscaremos as possíveis respostas para as práticas que auxiliam na efetiva alfabetização. Através de uma pesquisa de campo, realizada em uma escola pública, serão observadas e identificadas nos alunos as principais dificuldades de aquisição da leitura e escrita. Inicialmente com base na leitura dos teóricos apresentados buscaremos formular questões que considerem o diagnóstico e a identificação das dificuldades na alfabetização. Posteriormente abordaremos as intervenções e estratégias psicopedagógicas mediante aos entraves diagnosticados. Nesse contexto fica registrado uma nota de agradecimento a instituição escolar e aos professores que proporcionaram o enriquecimento desta pesquisa. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A Constituição da Alfabetização 11 CAPÍTULO II - O Perfil do Psicopedagogo na instituição Escola 19 CAPÍTULO III - As dificuldades de Alfabetização as intervenções Psicopedagógicas 27 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41 ANEXOS 44 ÍNDICE 49 FOLHA DE AVALIAÇÃO 51 8 INTRODUÇÃO A alfabetização se constitui uma etapa fundamental e imprescindível na fase inicial da formação da criança, sendo base para o processo educacional que acompanhará o indivíduo ao longo de sua vida. Verificar as dificuldades que ocorrem na aquisição da leitura e da escrita de crianças em idade escolar do ensino Fundamental e apontar estratégias psicopedagógicas é uma tarefa que auxilia e minimiza as circunstâncias de crianças que estão sendo alfabetizadas em todo o Brasil. Segundo números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) -2007, 8,4% das crianças de sete a 14 anos ainda não sabem ler e escrever, mesmo estando matriculadas na escola. Dentro do percentual de crianças em idade de cursar o ensino fundamental que ainda nãos sabem ler e escrever, 29% tem sete anos e 14,1% têm oito, idade em que ainda estão no processo de alfabetização. São dados preocupantes que vêm sendo acompanhados de iniciativas governamentais na busca de melhores resultados. Há iniciativas como a do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que tem investido em programas de melhoria da qualidade de ensino básico, tais como: o Pró-Letramento – Mobilização pela Qualidade da Educação - voltado para a melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura-escrita, o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) que viabiliza programas e ações para melhoria da qualidade do ensino, sobretudo, da educação básica pública, o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) - recursos que além de melhora a infraestrutura física e pedagógica , também é voltado par a elevação dos índices da educação básica, e o PNBE ( Programa Nacional da Biblioteca na Escola) – Incentiva o hábito da leitura e promove o aceso à cultura. O MEC ainda tem elaborado verificações periódicas da aprendizagem no ensino básico averiguando principalmente o quesito alfabetização, como a Provinha Brasil (avaliação diagnóstica realizada por alunos no 2º ano do 9 ensino fundamental) cujo objetivo é além de diagnosticar, utilizar os resultados obtidos para melhorar a qualidade da alfabetização no país. Percebe-se que também outros setores da sociedade entendem a importância dessa fase na escolarização, dentre alguns que existem no país, pode-se citar o Instituo Ayrton Senna que alfabetiza crianças com distorção idade-série nos anos iniciais e o GEEMPA (Grupo de Estudo sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação) que promove ações efetiva para melhoria da qualidade do ensino com ênfase na alfabetização. Contudo, apesar de dispor de diversas iniciativas externas como as já citadas, e estarem matriculados em uma escola regular, a essência da questão permanece: por que muitos alunos chegam ao final do 1º segmento do Ensino Fundamental sem terem sido alfabetizados? O que ainda precisa ser verificado nessas crianças? De que modo o psicopedagogo poderá intervir na abordagem de crianças com dificuldades de alfabetização? A realidade dessas crianças com dificuldades de alfabetização foi evidenciada nos alunos de uma escola pública. Sem indicar culpados ou vítimas, diante da complexidade do assunto em questão, propomos aqui, compartilhar estudos e hipóteses que minimizem as dificuldades de alfabetização. Buscou-se ao longo da pesquisa, levantar discussão e destacar estratégias que promovem a aprendizagem dos alunos com dificuldades. Essa pesquisa tem como objetivos: conceituar alfabetização e identificar os processos que ocorrem na mente da criança enquanto se apropria da leitura e da escrita, relatar brevemente a evolução do papel do psicopedagogo num contexto histórico como profissional e especificamente na instituição escolar, relacionar as dificuldades de alfabetização infantil e as respectivas abordagens e estratégias psicopedagógicas destinadas aos alunos com tais dificuldades. Através de investigação precoce, propostas e estratégias preventivas e/ou corretivas, o psicopedagogo terá a possibilidade de auxiliar o aluno a lidar com dificuldades de alfabetização e até superá-las. Sendo assim, este trabalho se justifica pela atual realidade em que o processo de alfabetização ocorre no cotidiano na escola pública brasileira, pela 10 necessidade de reflexão num tema que é constante nos debates sobre os desafios da escola contemporânea e essencialmente por apontar estratégias que tem a intencionalidade de ajudar aos alunos e também aos professores. O objeto do estudo serão os alunos do Ensino Fundamental de uma escola pública da rede municipal de Nova Iguaçu – Rio de Janeiro. Esta pesquisa está dividida em três capítulos: no primeiro é abordado o conceito e breve histórico da alfabetização no Brasil, no segundo, relata o perfil do psicopedagogo na instituição escolar e no terceiro capítulo discorremos sobre as dificuldades de alfabetização e as estratégias psicopedagógicas sugeridas. As reflexões finais apontam para uma valorização da identificação precoce das dificuldades e na exposição de estratégias que auxiliem os alunos com problemas na alfabetização mediante uma perspectiva psicopedagógica. 11 CAPÍTULO I A CONSTITUIÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO Antes de discorrermos sobre a constituição da alfabetização, se faz necessário pontuar algumas ocorrências históricas sobre a alfabetização no Brasil. De acordo com Saviani (2002) em 1827 foi promulgada uma lei que determinava a criação de escolas de primeiras letras, estabelecendo dessa forma que os professores ensinassem a ler, escrever, e também ensinassem os conteúdos de matemática, de moral e a religião católica apostólica romana, contudo essa lei no entanto, não garantiu a instalação e criação de escolas que atendessem todas as vilas e lugarejos do país . Em 1834, a incumbência de cuidar das escolas primárias e secundárias foi transferida do governo central para os governos das províncias com a elaboração de um Ato Adicional à Constituição do Império fazendo com que não houvessem recursos necessários para a abertura de mais escolas e investimentos para a educação, a alfabetização ficou ainda mais distante da população brasileira. Segundo Mortatti, “a partir da última década do século XIX, com a organização republicana da instrução pública, observa-se o início de um movimento de escolarização das práticas de leitura e escrita.” Dessa forma, intensifica-se as iniciativas de acesso ao mundo letrado para as gerações futuras, com intuito de construir um país de cultura letrada, dando uma maior relevância as matérias que são ensinadas, as normas que orientarão a educação de um modo geral, e a submissão a um programa previamente elaborado. Destaca-se nessa época o uso das cartilhas que de certa forma perdurou por décadas no ensino da alfabetização dos brasileiros. As primeiras cartilhas brasileiras utilizavam exercícios de soletração e silabação com ordem crescente de dificuldades. Posteriormente as letras eram 12 reunidas em palavras e estas agrupadas formavam as frases, compondo assim o método de alfabetização conhecido como sintético, que parte das partes mínimas para as mais complexas. Apresentamos a seguir alguns modelos do método sintético. Exemplo 1: va-ve-vi-vo-vu ve-va-vu-vi-vo vo-vi-va-ve-vu vai- viu –vou Vocábulos: Vo-vó a-ve vo-vô o-vo Ui-va vi-via vi-ú-va u-va Exercícios: Vo-vó viu a a-ve A a-ve vi-ve e vo-a Carvalho (2005) identifica que os métodos de alfabetização tradicionalmente eram classificados em sintéticos como o citado anteriormente, e analíticos onde se ensina que a criança tem a visão do todo, da realidade global para depois perceber as partes que o compõem, nesse método o alfabeto era introduzido através de pequenas histórias que eram fragmentadas no primeiro momento em frases, depois em palavras e sílabas, partindo do todo para as partes mínimas. Exemplo 2: Eu vejo uma menina. 13 Esta menina chama-se Maria. Maria tem uma boneca. A boneca está no colo de Maria. Maria está beijando a boneca. Nesse período o que se valorizava era a ortografia, caligrafia, cópias e o desenho correto das letras. Com o passar do tempo, a partir dos anos de 1930, a questão dos métodos não era mais o cerne da alfabetização, teóricos introduziam a idéia dos aspectos didáticos, da maturidade para a aprendizagem, e ainda dos aspectos psicológicos. Dessa forma alguns métodos ganharam evidencias e outros evoluíram ou até mesmo foram mesclados entre si sendo desmembrados em variedades de concepções que inseriam uma nova consciência de alfabetização conforme a escolha da prática do professor alfabetizador. São várias as concepções de alfabetização que ocorreram ao longo da história da educação no Brasil, no entanto, CARVALHO (2005) registra: Para a professora, seja qual for o método escolhido, o conhecimento das suas bases teóricas é condição essencial, importantíssima, mas não suficientes. A boa aplicação técnica de um método exige prática, tempo e atenção para observa as reações das crianças, registrar os resultados, ver o que acontece no dia-a-dia e procurar solução para os problemas dos alunos que não acompanham. (CARVALHO, 2005 p.46) 14 È possível observar que o conceito de alfabetização tradicionalmente estava até então, vinculado ao ensino da tecnologia da escrita, ou seja, na leitura dos códigos transformando os sinais gráficos, em sons (decodificação), e na escrita, transformando os sons da fala, em sinais gráficos (codificação). Pró-letramento, 2008 pág.10 Seguindo esse pensamento, a criança necessita ter domínio de uma técnica, ou seja, simplesmente saber utilizá-la para alcançar o objetivo que é o de ler e escrever. Embora a visão tradicional de alfabetização tenha perdurado por várias décadas uma nova concepção foi ganhando espaço nos meados da década de 80 do século passado, são os pensamentos das pesquisadoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Refletindo nesse sentido, é que trataremos no tópico seguinte sobre como a criança aprende a ler e a escrever. 1.1– Os pressupostos da alfabetização – Emília Ferreiro O sujeito mais confiante tenta mais, erra mais, aprende mais. (Jean Piaget) A partir da década de 1980, vários estudos mostraram que o aprendizado da escrita não consistia apenas ao domínio da correspondência entre grafemas e fonemas (a decodificação e a codificação), todavia era caracterizado num processo ativo pelo qual ainda bem cedo, a criança construía e elaborava hipóteses sobre o funcionamento da língua escrita como um sistema de representação. A construção de um objeto de conhecimento implica muito mais que mera coleção de informações. Implica a 15 construção de um esquema conceitual que permita interpretar dados prévios e novos dados (isto é, que possa receber informação e transformá-la em conhecimento); um esquema conceitual que permita processos de inferência acerca de propriedades não observada de um determinado objeto e a construção de novos observáveis, na a base co que que observou e do que foi verificado. (FERREIRO, 1985, p. 66) O Construtivismo, teoria que foi difundida nos estudos de Emilia Ferreiro sobre a Psicogênese da Língua Escrita, e que ganhou espaço nas salas de aula, é uma pesquisa que demonstra como funciona o processo de aprendizagem das crianças e que contribuiu para novos olhares dos alfabetizadores acerca do processo de aquisição da leitura e da escrita. Emília Ferreiro trabalhou com Jean Piaget e a partir de suas idéias, teve como o foco de estudo para sua tese de Doutorado, as formas como as crianças se apropriam da leitura e da escrita, levando os estudos da alfabetização a transpassar o âmbito da pedagogia e ir ao campo da psicologia. De acordo com os estudos da psicogênese da língua escrita realizados por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, verificou-se que a criança aprende por experiência, observação, interação, num processo de construção, mesmo que errando ou imbuída de dúvidas, a aprendizagem ocorre através do estímulo ao raciocínio e com a participação ativa do aluno em seu próprio aprendizado. Observando crianças da faixa etária de 04 a 06 anos, as pesquisadoras perceberam que no processo de aquisição da escrita, a mente da criança passa por alguns níveis, confrontando aquilo que ela já conhece com aquilo que está sendo ensinado, construindo desta maneira hipóteses sobre a escrita. “Em outras palavras, o aluno precisa criar e recriar o sistema gráfico, com normas próprias de utilização e com 16 sinais que representem a sua escrita, antes de apropriarse do sistema convencional.” SOARES, 2010 p.39 Segundo Ferreiro, até que ela chegue ao nível de ser considerada alfabetizada passa por quatro níveis, os quais são: o nível pré-silábico, o silábico, o silábico- alfabético, e enfim o alfabético. Contudo, é necessário ressaltar que como cada criança tem seu próprio ritmo, as etapas ou níveis não ocorrem da mesma forma em todas as crianças. 1.1.1 – O nível pré-silábico Nesse nível a criança entende que pode representar o desenho que vê de outra forma, como por garatujas, por números ou até mesmo utilizando as letras, muitas vezes relacionando a escrita ao tamanho do desenho que ela representa. Uma formiga, por exemplo, teria poucos caracteres para representá-la e um elefante teria um número maior de caracteres. Um outro critério que as crianças também utilizam é de três letras no mínimo e sete letras no máximo. A criança também considera nessa fase que as mesmas letras ou marcas podem representar coisas diferentes, usando a possibilidade de variar somente a posição das letras. 1.1.2 – O nível silábico Nesse nível a criança começa a perceber que existe alguma relação entre o som e a escrita das palavras, formulando a hipótese de que cada letra tem o valor de uma sílaba. Para escrever gato, por exemplo, utiliza-se das vogais A e O. Para monossílabos como “pé” a criança que escreveria somente a vogal E, mas para compor as três letras que supõe ser necessárias, ela acrescenta mais duas letras aleatoriamente. 17 1.1.3 - O nível silábico-alfabético Nesse nível a criança inicia a compreensão de que a escrita representa o som da fala e de que a sílaba não é a menor unidade da palavra, e que utilizando uma letra apenas não conseguirá representar uma sílaba. Ela escolhe vogais e consoantes, porem ainda não escreve corretamente. Nesse nível, o conhecimento de seu próprio nome e de outras palavras apresentadas a criança dará a possibilidade de avançar no seu processo de alfabetização. 1.1.4 - O nível alfabético Nesse nível a criança compreende a função social da escrita e, que o alfabeto possibilita formar várias sílabas e qualquer palavra. A criança percebe que um único som (fonema) pode representar várias letras como, por exemplo, casa/exame, chinelo/xícara. Algumas regras da escrita vão sendo assimiladas no decorrer do processo no qual através de erros e acertos a criança constrói suas hipóteses. Entretanto, segundo Bizzoto (2010 p.23) é importante considerar que o processo de alfabetização não é a simples soma de conceitos seqüenciais e lineares. Não se trata de vencer um nível e passar logicamente ao outro, a criança terá enfrentamentos em suas hipóteses, reformulando-as seguindo até ao ponto de estabelecer a representação concreta da leitura e da escrita. 1.2– Os pressupostos da alfabetização – Ana Teberosky Alfabetizar não se restringe à decodificação e à aplicação de rituais repetitivos de escrita, leitura e cálculo. A criança não compreende as situações que a rodeiam, não identifica 18 os objetos e se expressa de várias formas antes de tentativas falar? Similarmente, produção de da diversas escrita e diversificadas experiências de ler antecedem a leitura /escrita da criança. KRAMER, 2010 p.98 Ainda considerando a forma de funcionamento da mente da criança no processo de aquisição da leitura e da escrita, a pesquisadora AnaTeberosky, distingue os níveis de assimilação da criança de acordo com sua aplicação , classificando-os em cindo momentos, os quais são: 1.2.1 – Primeiro momento: Nesse primeiro momento o que a criança escreve são traços da imitação dos traços da escrita adulta. 1.2.2 - Segundo momento as crianças associam regras para criar as escritas que são registradas de formas distintas. 1.2.3 - Terceiro momento: a criança começa o estabelecimento de uma relação sonora pela segmentação silábica da palavra. 1.2.4– Quarto momento, a criança começa a organizar a palavra somatizando as sílabas e letras, contudo ainda não observa todos os elementos que compõem a palavra, possibilitando assim omissão de alguns deles. 1.2.5 – Já nesse quinto e último momento, a criança não escreve corretamente, mas fará uma representação exaustiva e sistemática correspondente a todos os elementos sonoros da escrita alfabética. Teberosky ainda recomenda que a partir da educação infantil se dê início a atividades de leitura e escrita, pois compreende que através da interação precoce com os registros, a criança irá adquirir a percepção e a orientação para os eu desenvolvimento cognitivo. 19 CAPÍTULO II O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLA “O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada num ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialista em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.” Rubem Alves A Psicopedagogia é um campo que se preocupa com a aprendizagem do sujeito, promovendo a facilitação desse processo no ser humano nos aspectos social, cognitivo, físico e afetivo. Segundo Rubinstein, 1996, p.127 “a Psicopedagogia tem como meta compreender a complexidade dos múltiplos fatores envolvidos nesse processo.” O Psicopedagogo nesse sentido é um terapeuta que trata as questões de aprendizagem perpassando por várias áreas do conhecimento na consciência de que esse sujeito é um ser que tem a sua individualidade e mantém vínculos relacionais com o ambiente e com as pessoas a sua volta. Sobre esses aspectos Visca corrobora: Visca propõe aprendizagem o trabalho utilizando-se com de a uma confluência dos achados teóricos da escola de Genebra, em que o principal objeto de 20 estudo são os níveis de inteligência, com as teorizações da psicanálise sobre as manifestações emocionais que representam seu interesse predominante. A esta confluência, junta, também, as proposições da psicologia social de Pihon Rivière, mormente porque a aprendizagem escolar, além de lidar com o cognitivo e com o emocional, lida também com relações interpessoais vivenciadas em grupos sociais específicos (França apud Sisto et. al. 2002, p. 101). O professor Jorge Visca Portilho,2009, p.62 ressalta que o profissional psicopedagogo precisa ter sua formação voltada para a proposta da Epistemologia Convergente das três escolas: A Escola de Genebra de Jean Piaget – a aprendizagem condicionada a estrutura cognitiva do sujeito. A Escola Psicanalítica de Freud – onde dois sujeitos com nível dos cognitivos semelhantes com estímulo afetivo distintos aprenderão de formas diferentes. E por último, a Escola de Psicologia Social de Enrique Pichon Rivière sujeitos com níveis de cognitivo e estímulos afetivos semelhantes, porém com culturas diferentes, aprenderão de formas diferentes. 21 2.1 O surgimento da Psicopedagogia De acordo com Bossa, no intuito de atender as crianças que mesmo sendo inteligentes apresentavam dificuldades de aprendizagem e possuíam comportamentos que não condiziam com a escola e com o contexto social no qual estavam inseridas, é que surgiram os primeiros Centros Psicopedagógicos os quais, faziam a junção da Psicologia, Psicanálise e Pedagogia. Foram fundados, portanto, em 1946 os primeiros Centros Psicopedagógicos por J. Boutonier e George Mauco. Mery apud Bossa 2000 p.39 Nesse sentido, a proposta era tentar descobrir o que acontecia com a criança, e com o ambiente no qual estava inserida, descartando as causas de deficiência física, mental e sensorial, para então promover seu ajuste ou sua reeducação. Nos centros psicopedagógicos reuniam-se médicos, psicólogos, pedagogos e psicanalistas. Contudo, de acordo com Motta(2011), existem duas vertentes para a origem da Psicopedagogia, a primeira datada do século XIX e a outra do século XX. O autor menciona que nos meados de 1898, Itar, Pereire, Pestalozzi e Legin, surgiram como educadores que se dedicavam a atender crianças com dificuldades de aprendizagem, cita também o surgimento das classes especiais na escola pública e a introdução do método sensorial ( estímulo aos órgãos dos sentidos)por Maria Montessori (psiquiatra italiana). Já no século XX, as crianças que apresentavam problemas de aprendizagens eram encaminhadas para as classes especiais de acordo com a observação e análise médico- pedagógico. Ainda registra que em 1920, teve origem o primeiro Centro Psicopedagógico com características ao pensamento psicanalítico de Lacan. Influenciados pelas características européias a psicopedagogia adquiriu forte impulso na Argentina. Segundo FERNÀNDEZ 1990, p.130 “(...) em função dos altos índices de insucesso escolares provocados especialmente 22 pela inadequação didático-metodológica, pela expansão demográfica do pósguerra, pela evasão e repetência escolar.” Foi em 1956 na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina que surgiu a primeira faculdade de Psicopedagogia. Na década de 70 desse mesmo século também em Buenos Aires, que também surgem os centros de Saúde Mental, no qual as equipes de psicopedagogos realizavam tanto o diagnóstico como o tratamento . Sampaio em artigo intitulado “Breve histórico da Psicopedagogia”, discorre sobre o trabalho dos psicopedagogos nos centros de Saúde Mental, e relata: “Estes psicopedagogos perceberam um ano após o tratamento resolveram que seus aprendizagem, distúrbios deslocamento pacientes problemas mas de os desenvolveram personalidade de de sintoma. como Resolveram então incluir o olhar e escuta clínica psicanalítica, perfil atual do psicopedagogo argentino(Id.Ibid.,2000,p.41). O psicopedagogo então, na Argentina se reveste desse caráter analítico e clínico que se utiliza da escuta e do olhar como declara Fernandez: A intervenção do psicopedagogo no primeiro momento da relação com o paciente, supõe escutar-olhar e nada mais. Escutar não é sinônimo de ficar em silêncio, como olhar não é de ter os olhos abertos. Escutar, receber, aceitar, abrir-se, permitir, impregnar-se. Olhar, seguir, procurar, incluir- 23 se, interessar-se, acompanhar. O escutar e o olhar do terapeuta vai permitir ao paciente falar e ser reconhecido, e ao terapeuta compreender a mensagem. FERNÀNDEZ, 1990 p.131 Sobre a origem da Psicopedagogia, o professor Jorge Visca, argentino e também um dos precursores dos cursos de Psicopedagogia no Brasil, argumenta que as dificuldades de aprendizagens que estavam sob o domínio da Medicina e da Psicologia requereram uma atuação específica: “outros profissionais começam a mostrar interesse pelo tema, o que possibilitou o nascimento de uma área específica do estudo da aprendizagem, a Psicopedagogia, (...) Portilho,2009 p.62 2.2 A Psicopedagogia no Brasil A Psicopedagogia no Brasil chegou a partir de 1970 através de cursos de pós-graduação e, de acordo com a ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagoia) os profissionais que tenham curso de terceiro grau e curso de Pós-graduação em Psicopedagogia, estarão em condições do exercício da Psicopedagogia contudo, a profissão ainda não foi regulamentada, porém, existe um projeto de lei aguardando a aprovação. Os cursos de Psicopedagogia no Brasil ganharam maior amplitude na década de 90 principalmente nos Estados do Sul e do Sudeste, mas atualmente já estão sendo oferecidos em vários estados do país. 24 Segundo Sampaio, a Psicopedagogia aqui no Brasil recebeu contribuições de argentinos como Sara Paín, Jacob Feldmann, Ana Maria Muniz, Alícia Fernández, dentre outros. No Brasil o profissional Psicopedagogo tem a categoria regida por um Código de Ética que diz respeito aos princípios, as publicações científicas, honorários, responsabilidades e questões pertinentes a sua formação e atuação. De acordo com o referido código, no CAPÍTULO I: DOS PRINCÍPIOS Parágrafo Único, Artigo 3º: “O trabalho do psicopedagogo é de natureza clínica e institucional, de caráter preventivo e /ou remediativo. Sua atuação abrange diferentes instituições como clínicas em atendimentos individuais, em hospitais, organizações, empresas, onde promovem a aprendizagem e em escolas, e é nesta última instituição que iremos nos deter. 2.3 A Psicopedagogia e a Escola “Considero muito Psicopedagogo importante conheça muito que o bem a criança cm quem trabalha para que escolha situações em que possa levá-la a desenvolver uma autonomia de sua gestão mental.” Alessandrini 25 A Psicopedagogia no âmbito educacional implica em atuar no sentido de promover a superação das dificuldades de aprendizagem que envolve o aluno. Os desafios da escola atual em meio aos conflitos, violência, deficiências, demandas afetivas, organizacionais e outros fatores que sendo do próprio indivíduo ou externos a ele, influenciam numa dificuldade de aprendizagem, denuncia a carência de um profissional que atue na multidisciplinaridade dessas questões. O Psicopedagogo na escola tem a função de atuar tanto em caráter preventivo como no de assistência aos alunos, professores e profissionais da educação. A intervenção Psicopedagógica na instituição escolar será usada para mediar e apaziguar os problemas relativos ao grupo, dessa forma o profissional irá iniciar seu trabalho a partir da queixa principal. No primeiro momento deverá ser realizada uma anamnese que possibilitará um conhecimento da comunidade investigada, sua filosofia, seu gênero, se é tradicional, sociointeracionista, construtivista, como é a comunidade onde está inserida, como se relacionam os profissionais, os funcionários, como é o espaço de convivência entre os participantes desse contexto educacional, como é a estrutura física e organizacional da instituição, dentre outros elementos relevantes para compor o conhecimento dessa instituição. Além de investigar a abordagem que norteia a escola, observará também os discentes, partindo da queixa da dificuldade de aprendizagem, o psicopedagogo irá realizar entrevista com a família do aluno, irá observar sua situação no contexto social, familiar e suas singularidades. Nessa avaliação diagnóstica caberá a indagação do porque esse aluno não aprende, porque não utiliza da plenitude de suas potencialidades, porque existe um entrave em seu cognitivo, se existe uma questão patológica física ou afetiva diagnosticada por um profissional, ressignificando e desvendando dessa forma a realidade e os motivos do fracasso escolar. 26 Para chegar a uma hipótese da dificuldade de aprendizagem do aluno e intervir adequadamente o Psicopedagogo terá a possibilidade de testes operacionais, entrevistas, dinâmicas, oficinas , utilizar estratégias metodológicas, propor momentos de reflexão e sugerir a ajuda de outros profissionais caso haja a hipótese de problemas que fogem aos seu alcance profissional. Portanto, o Psicopedagogo na instituição escolar será um terapeuta que irá auxiliar o sujeito a lidar com suas dificuldades de aprendizagem, criando condições para que esse processo ocorra. 27 CAPÍTULO III AS DIFICULDADES DE ALFABETIZAÇÃO X AS INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS Não sei por que em nossa sociedade formou-se um critério unilateral sobre a personalidade humana, nem por que todos relacionam dons e talentos apenas ao intelecto. Além de ser possível pensar com talento, também pode se sentir talentosamente. O aspecto emocional da personalidade não tem menos importância que outros preocupação e constitui na educação, objeto na e a mesma medida que o intelecto e a vontade. (Vygostsky, 2003, p.122) O Brasil tem enfrentado o desafio de não deixar que as crianças prossigam em sua escolarização sem uma efetiva alfabetização, dificuldade esta que ocorre nos dias atuais especialmente com alunos das séries iniciais. De acordo com os dados divulgados pelo IBOPE 2009 em pesquisa sobre o Indicador de Alfabetismo no Brasil (Inaf), houve um avanço no alfabetismo funcional na população entre 15 e 64 anos, porém, 54% dos alunos que concluem o 5º ano do ensino fundamental não são alfabetizados plenamente. E desses que freqüentaram os bancos escolares durante toda a primeira fase do ensino fundamental, 10% chegam ao final, ainda sendo considerados analfabetos. 28 Em artigo sobre dados revelados pelo IBGE, Góis afirma que existe um avanço ainda que lento (2001 a 2007) no indicador de alfabetização, contudo o Brasil ainda apresenta 11,5% de crianças analfabetas com idade de oito e nove anos. “Uma criança não alfabetizada com mais de oito anos de idade apresenta dificuldades não apenas em Português, mas em todas as outras disciplinas, já que sua capacidade de compreender textos é limitada”.afirma o jornalista Antônio Gois . Em pesquisa sobre a alfabetização CARVALHO, 2005 p.15 identifica alguns fatores responsáveis pelo fracasso nas classes de alfabetização, os quais seriam: as condições inadequadas de ensino, metodologias mal aplicadas ou sem atrativos, falta de bibliotecas e de incentivo à leitura. Persistindo ainda os fatores sociais decorrentes da pobreza familiar, como a freqüência irregular devido às doenças, dificuldades na aquisição de materiais didáticos, ingresso tardio na escola, entre outros. Não se trata aqui, em nossa pesquisa, nomearmos este ou aquele motivo do fracasso escolar de uma maneira generalizada, e meramente apontar fatores que invialbilzam a real alfabetização do alunado. Contudo, entendemos ser imprescindível realizar um estudo de campo, desvendando a realidade de uma escola, priorizando observar alunos que são alvos de constantes queixas por apresentarem embaraços que os impedem de alcançarem a alfabetização. Desta forma estaremos pormenorizando seus contextos de alfabetização, investigando situações peculiares do convívio familiar, da afetividade, das relações com os profissionais do sistema educacional, e das possíveis deficiências ou transtornos que se tornam entraves para que a aprendizagem e especificamente a alfabetização se concretize. 3.1 - A escola pesquisada A escola, foco de nossa observação, localiza-se num bairro carente do Município de Nova Iguaçu. Atende da educação Infantil ao primeiro segmento 29 do Ensino Fundamental perfazendo um total de 488 alunos matriculados. O prédio bastante precário, reconhecido pela comunidade como “galpão”, foi emprestado pela associação de moradores à prefeitura a pouco mais de uma década, possui atualmente sete salas atendendo 15 turmas no sistema de rodízio (uma sala foi interditada por peritos da prefeitura). Não existe espaço destinado para sala de vídeo, sala de professores, biblioteca e as atividades externas são condicionadas às condições meteorológicas. A estrutura organizacional da escola é formada por: diretora, diretora-adjunta, orientadoras pedagógicas e educacionais, coordenadoras pedagógicas, de aprendizagem e de incentivo à leitura, professoras de sala de recursos, 15 professoras regentes de turma, (duas contratadas por período determinado), ainda possui secretária, auxiliar de secretaria, funcionários da limpeza, e da cozinha. Nos quatro meses de observação destinados a pesquisa, foi notória a constatação do valor que a comunidade agrega às festividades rotineiras priorizando-as em detrimento às reuniões de pais e convocações de comparecimento dos responsáveis solicitadas pela professora ou orientadoras. É possível perceber entre os professores um clima de solidariedade especialmente quando diz respeito aos projetos desenvolvidos pela escola, quando turmas se unem para compartilhar as atividades e também quando uma professora auxilia a outra relatando sobre o aluno que já fora “seu” no ano anterior. As dificuldades de alfabetização dos alunos dessa unidade escolar já eram individualmente reconhecidas pelas professoras, e orientadoras, no entanto, foram potencialmente identificadas mediante a uma estatística levantada pela professora de incentivo á leitura. Estimulando a leitura de obras do acervo da escola, a professora promoveu uma avaliação do livro paradidático, na qual excetuando a Educação Infantil, toda a escola participou. Nessa avaliação ficou constatado que alguns alunos do 3º, 4º; e 5º ano ainda não estavam alfabetizados ou estavam iniciando o processo de alfabetização. 30 Os dados obtidos nessa avaliação foram transformados em gráficos os quais foram motivos de intenso debate na reunião de professores e de formulação de estratégias de aprendizagens. Qual a origem da falha no processo de alfabetização? Ela está centrada nos próprios alunos? Nos professores? No método aplicado? Por que os alunos não assimilaram como os demais, por que não houve aprendizagem? PORTILHO, 2009 p.74 desenvolve a idéia de aprendizagem vinculada a vários aspectos: Como o aprender capacidades da envolve mente - todas as pensamento, linguagem, memória, criatividade, atenção, percepção, motivação, afetividade etc. -, acreditamos que a concepção modular da mente possa contribuir neste momento histórico, ampliando a visão do ser cognoscitivo, ou seja, aquele que conhece e possui múltiplas potencialidades e que, conseqüentemente, deve ser estimulado a desenvolver habilidades, estratégias e estilos de aprendizagem que o permitam aprender a aprender.” Muitos dos aspectos citados por Portilho foram observados nos alunos que apresentavam defasagem em sua aprendizagem e já estavam sendo atendidos nas aulas de reforço e salas de recursos oferecidos pela unidade escolar. Contudo, ainda persistiam as queixas e não evolução do processo de alfabetização. 31 3.2 - Os alunos e suas dificuldades “Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntas as melodias mais gostosas e llhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pedira que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes” Rubem Alves Para relatarmos as observações realizadas com os alunos, estaremos usando de nomes fictícios. “Maria da Glória”, 13 anos, cursa o 3º ano. Órfã de mãe e de paternidade não reconhecida tem como responsável legal sua irmã de 19 anos. A aluna escreve somente o que copia, não realiza leitura, nem de sílabas simples, não distingue vogal e consoante, mantém uma postura hostil diante da professora, e demais alunos, demonstra constantemente seu desinteresse com tudo que é relativo à escola e sua própria aprendizagem, desprezando o ensino regular e as aulas de reforço no contra-turno, evidenciando infrequência constante. A aluna ainda encontra-se no estágio de desenvolvimento cognitivo Operatório-concreto, quando deveria estar no Operatório-formal, encontra-se também no nível de alfabetização silábico-alfabético quando o almejado para sua faixa etária seria o nível alfabético. O aluno “Caíque” 13 anos, cursa o 4º ano, não identifica as letras que escreve, fazendo um amontoado de letras sem sentido, O aluno constantemente está envolvido em desavenças com seus colegas de turma, 32 contudo, o aluno é participativo nas outras atividades escolares, demonstra ser inteligente para resolver situações, e apresenta-se oralmente com clareza. Encontra-se no estágio Operatório -formal e o nível de alfabetização está no nível silábico. A aluna Lavínia, 12 anos, do 3º ano, demonstra ter baixa auto-estima, quase sempre está queixosa, reclamando que não entendeu apesar de se esforçar parra aprender, relaciona-se com muita dificuldade com os demais alunos os quais convivem num clima de implicância recíproca. Sua irmã mais nova cursa o ano de escolaridade superior ao seu. A aluna encontra-se no nível Silábico-alfabético e no estágio Operatório-concreto. A aluna Lidiane, 14 anos, cursa o 5º ano, foi retida por duas vezes, no 3º e 4º ano. A aluna não demonstra interesse na aprendizagem, apresenta muita dificuldade na leitura. Encontra-se no nível silábico de alfabetização e ainda apresenta dificuldade na leitura das sílabas complexas, a aluna está no estágio Operatório-concreto. Procurando uma perspectiva psicopedagógica de apoio e auxílio desses alunos em situação de extrema dificuldade na apropriação da leitura e escrita é que encontramos em FERNÀNDEZ 1990, p. 81, dois aspectos identificados no fracasso escolar, os quais são: externo e interno. Sendo o primeiro, situações ligadas a fatores exteriores à família e ao indivíduo, como as do próprio sistema educacional que envolve a maneira desestimulada que o professor ensina e das diversas formas de violências que inferem na qualidade de aprendizagem da criança. O segundo aspecto apontado pela autora, o interno, diz respeito às causas da “estrutura individual e familiar da criança” incluindo também as causas psicóticas e de deficiência orgânica. Para as situações internas, denominados por Fernández também como “sintoma” ou “inibição” é considerada também de certa forma: (...), afetando a dinâmica de articulação ente os níveis de inteligência, o desejo, o organismo e o corpo, redundando em um aprisionamento corporeidade da por inteligência parte da e da estrutura 33 simbólica inconsciente. Para entender seu significado, deveremos funcionalidade do sistema descobrir a dentro da estrutura familiar e aproximar-nos da história individual do sujeito e da observação de tais níveis operando. (...) deveremos apelar a um tratamento psicopedagógico clínico que busque libertar a inteligência e mobilizar a circulação patológica do conhecimento em seu grupo familiar. FERNÀNDEZ,1990 p.82 Quando a autora discorre sobre as situações externas ela também denomina de “reativa”, à exemplo: “O problema de aprendizagem reativo”, ao contrário, afeta o aprender do sujeito em suas manifestações, sem chegar a atrapar a inteligência: geralmente surge a partir do choque entre o aprendente e a instituição educativa que funciona expulsivamente. Para atendê-lo e abordá-lo, devemos apelar à situação promotora do bloqueio. O nãoaprendiz não requer tratamento psicopedagógico, na maioria dos casos. A intervenção do psicopedagogo dirigir-se-á fundamentalmente a sanear a instituição educativa (metodologia-linguagem-vínculo). FERNÀNDEZ,1990 p.82 Para Almeida, as dificuldades de leitura e escrita podem ser consideradas observando as abordagens na situação orgânica, psicológica ou pedagógica que envolve o indivíduo. Para o autor o impedimento orgânico pode ter origem nos transtornos, nas deficiências, na desnutrição, no uso de substâncias ilícitas, e no uso de 34 álcool; para os de origem psicológicas podem estar relacionados a inexistência de vínculo afetivo dos educadores/pais ou tutores, ou até mesmo de traumas ou vivências emocionais sofridos pela criança. Tanto o orgânico como o psicológico influenciam na memorização, fator essencial que o indivíduo necessita para o armazenamento das informações. Almeida ainda aborda as origens pedagógicas nas dificuldades da apropriação da leitura e escrita, considerando o professor, a escola, e os atores que a compõem. Dessa forma, os métodos, a técnica e a maneira como as ações educacionais são desenvolvidas influenciam negativamente não possibilitando situações de aprendizagem. 3.3 - As estratégias psicopedagógicas Algumas hipóteses podem ser delineadas pelo psicopedagogo baseando-se no histórico familiar, psicológico, social e afetivo da criança que não aprende a ler e a escrever. Para Alícia Fernández, a dificuldade de aprendizagem pode ser um disfarce: Eu creio que em alguns problemas de aprendizagem o sintoma atua como convidado engenhoso a uma festa à fantasia que escolherá um disfarce de si mesmo, como forma de tornar mais difícil a tarefa de descobri-lo. FERNÀNDEZ, 1990: p. 85 A autora revela que a criança pode ser ajudada, nesse sintoma, mas que ela própria deverá mostrar como isso deve acontecer, libertando sua inteligência, pois esta, junto com o desejo, participa inconscientemente da aprendizagem. Portanto, no problema de aprendizagem-sintoma, o aluno estará constantemente construindo prisões para sua própria inteligência. Sobre o fracasso ser um problema reativo, Fernández discorre sobre os fatores externos que envolvem o meio onde a criança está inserida, caracterizando em dois tipos de alunos: aquele que repete tudo aquilo que o 35 sistema lhe oferece, não pensando por si só, apenas se acomodando e aquele que se sente excluído do sistema, o qual não aceita seus saberes e o sujeita aos seus conhecimentos. Verificamos em alguns dos alunos observados em nossa pesquisa também a dificuldade de aprendizagem entre irmãos, sendo até mesmo identificados pelas próprias professoras como oriundos de famílias problemáticas, já conhecidas pelas professoras mais antigas na unidade escolar. Para Fernández, os quatro níveis que são acionados para que haja a aprendizagem (orgânico, corporal, intelectual e desejante) perpassam pela família. “Sendo o aprender um possibilitador de autonomia, tanto para criança como para o adulto, e sendo possível ser atrapado por desejos de ordem inconsciente, os sistemas familiares estruturados e estruturantes de indiferenciação são um terreno fértil para a gestação de sintomas de aprendizagem. FERNÀNDEZ, 1990 p.97 É importante também estabelecer que a aprendizagem não se reduz as habilidades da criança e aos procedimentos metodológicos do professor, segundo FERREIRO, 1999 p. 35, é necessário na postura psicopedagógica, reconhecer o processo de construção do conhecimento. Para Capovilla 2007, existem várias teorias que procuram explicar as dificuldades da leitura e da escrita, e que podem também ser encontradas conjuntamente, as quais são: Problemas com a percepção da fala, deficiência na velocidade de processamento serial de informação, deficiência do processamento sob alta demanda sobre a memória do trabalho e problemas na estocagem e recuperação de informação fonológica na memória de longo-prazo. O autor, ao realizar teste com crianças nos dois primeiros anos do ensino fundamental 36 verificou a hipótese de que distúrbios do processamento fonológico implicam na habilidade da leitura e da escrita. (...) a dificuldade apresentada por crianças com problemas de aquisição de leitura e escrita é de natureza fonológica. (...) O sucesso do método fônico e o seu reconhecimento em todo o mundo são fáceis de compreender (...) demonstrando a natureza fonológica das dificuldades subjacentes aos problemas de aquisição de leitura e escrita, e de estudos de intervenção (...) que procedimentos de desenvolvimento de consciência fonológica e de correspondência grafema-fonema sobre o desenvolvimento da competência de leitura e de escrita. (CAPOVILLA, 2007 p.23) Precisamos ainda, destacar alguns dos distúrbios, transtornos e deficiências que dificultam o processamento da linguagem e as intervenções necessárias. Dislexia: È um distúrbio ou transtorno hereditário que implica na aprendizagem da leitura, escrita e soletração. Segundo a ABD(Associação Brasileira de Dislexia), a dislexia é um distúrbio com maior incidência na sala de aula. Sinais: Alerta para pais ou parentes diagnosticados, dificuldades em linguagem, escrita e ortografia, lentidão na aprendizagem da leitura. Diagnóstico: Deverá ser realizado por equipe multidisciplinar Tratamento: O tratamento individualizado deverá ser conduzido por profissionais especializados que podem envolver: neurologista, fonoaudiólogos, Psicólogos entre outros. Psicopedagogo, 37 Distúrbio do processamento auditivo: “Disfunção dos circuitos cerebrais responsáveis pela distribuição e processamento das informações obtidas através da audição”. segundo a neurologista Denise Menezes. Sinais: Desatenção na escola e dificuldade na leitura, escrita e interpretação de texto. Diagnóstico: realizado por neurologista ou otorrino. Tratamento: terapias fonoaudiológicas. TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno neurobiológico. Sinais: Se caracteriza por três grupos de alterações: A hiperatividade, a impulsividade e a desatenção, ocasionando um dos transtornos mais freqüentes que é o da dificuldade de aprendizagem. Diagnóstico: é realizado pelo psicólogo. Tratamento: Geralmente é realizado com medicação e com recursos psicoterápicos. As estratégias psicopedagógicas têm como objetivo apontar intervenções que promovam no sujeito, melhoria em sua capacidade de aprendizagem. Para Rubinstein(2003), é preciso realizar uma anamnese que busque colher informações sobre a família, a escola e a criança, porém, o peso maior dessa investigação, estará no sujeito da aprendizagem, em responder como ele se relaciona com o saber. A autora ainda destaca que as informações obtidas na anamnese devem ser analisadas em conjunto com outras informações e conhecimentos sobre o contexto desse aluno, buscando a história de vida do aluno, sua interação com a família e com a escola. Nesse sentido, o psicopedagogo terá a tarefa de investigar as queixas mediante as observações realizadas, diagnosticar onde possivelmente localizase o problema, encaminhar as prováveis patologias aos profissionais capacitados, e desenvolver estratégias junto à equipe escolar. Inúmeras atividades podem ser articuladas com as que já são realizadas pelo professor enquanto alfabetiza em sua sala de aula ou até mesmo fora 38 dela. Podemos citar algumas que funcionam como intervenção e estratégias para o aprendizado da leitura e escrita. Jogos: atividades que além da interação social e troca de experiências, exercitam a memória e desenvolvem o conhecimento. Podem ser de dominó, (alfabeto/letra inicial), jogo da memória (figuras/palavras), bingo (de nomes de frutas, de material escolar). Utilização do nome: com o nome próprio pode-se realizar atividades significativas com o código da escrita. Como retirar do alfabeto as letras que compõem o nome, descobri na sala de aula os outros nomes que comecem com a mesma letra, utilizar letras embaralhadas para descobrir o nome, criar novos nomes com base na primeira ou última sílaba do próprio nome. Textos não verbais: desenvolve nos alunos o entendimento das imagens que visualiza e estimula o pensamento lógico. O aluno poderá ser incentivado a criar histórias diferentes a partir de uma imagem, a narrar o que vê num postal, ou numa imagem de uma capa de revista ou de um livro. Utilização de recortes de rótulos de embalagens, jornais e revistas: O aluno terá a possibilidade de manipular e interagir com as letras e palavras que já fazem de seu conhecimento de mundo. Poderá pesquisar uma determinada letra ou sílaba trabalhada pela professora, poderá recortar palavras que inicie com a mesma letra da figura proposta, dentre outras. Longe de esgotar o tema em questão, procuramos através dessas manifestações de dificuldades de aprendizagens e de intervenções psicopedagógicas, propiciar avanço na qualidade da alfabetização das crianças brasileiras. 39 CONCLUSÃO Tradicionalmente a alfabetização estava vinculada ao ensino da tecnologia da escrita, ou seja, em se tratando da leitura, transformando os sinais gráficos em sons (decodificação), e na leitura, transformando os sons da fala em sinais gráficos (decodificação) Pró-letramento(2008 p.10) A escola percorreu um longo caminho fundamentada em teóricos que criaram, desenvoveram e aplicaram métodos que fizessem com que seus alunos aprendessem a ler e escrever. Contudo, a concepção histórica de alfabetização como técnica, foi ampliada com o advento da teoria da Psicogênese da Língua escrita, pesquisa realizada pela Psicolinguista argentina Emilia Ferreiro embasada em Jean Piaget. Compreender que a criança imprime um papel ativo em sua própria aprendizagem revolucionou não somente as salas de aula como também abriu espaço para diversos estudos e mudanças nos modelos e práticas de alfabetização das crianças no Brasil. Embora, mesmo tendo o conhecimento de como a criança se apropria da linguagem escrita, muitas delas mesmo sendo alunos matriculados em nossas escolas, chegam ao final da primeira etapa da educação básica sem estarem alfabetizadas, esse tem sido um desafio que o Brasil tem enfrentado. O problema da aprendizagem estaria somente na ordem cognitiva? Questionando o porquê da criança não aprender é que surgiu na Europa um profissional que aborda além dos aspectos cognitivos, os aspectos físicos, sociais e afetivos que envolvem a aprendizagem do sujeito. Considerando dessa forma, que a complexidade da questão necessitará do auxílio de outros profissionais como Psicólogo, Fonoaudiólogo, Neurologista e outros, se preciso, para aprofundamento de suas investigações. No Brasil o Psicopedago surgiu partir da década de 70 do século passado com a influência de profissionais argentinos que ajudaram a estruturar cursos que formassem esses especialistas na aprendizagem humana e teve 40 sua expansão na década de 90, tendo o oferecimento dos cursos em diversos estados. O Psicopedagogo no Brasil tem sua atuação voltada tanto para a área clínica (atendimento (individual) como institucional (em grupo, como escola, empresa, hospitais) atuando na superação das dificuldades relacionadas ao processo de aprendizagem . Neste estudo através de uma pesquisa de campo realizada em uma escola pública no município de Nova Iguaçu, foi possível levantar as principais dificuldades que alguns alunos apresentavam no processo de alfabetização e verificar as estratégias psicopedagógicas que podem ser desenvolvidas para melhora dessa aprendizagem. Sem pretensão de esgotar o assunto é necessário deixar claro que diversos fatores externos ou internos ao sujeito podem impedir que a aprendizagem ocorra, e é nesse momento de diagnóstico e intervenção que o psicopedagogo com sua formação teórica e estratégias comprometidas com a aprendizagem irá atuar remediando e/ou com ações preventivas auxiliar na superação dessas dificuldades. Diante dessas considerações, muito ainda pode ser refletido sobre as intervenções e estratégias psicopedagógicas, todavia reconhece-se a atuação do profissional psicopedagogo como aquele que olha para o sujeito que aprende e tem nesse sujeito o objeto central de seu estudo reconhecendo a sua constituição física, social, cognitiva e afetiva. 41 BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Geraldo Peçanha de, Dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita:método fônico para tratamento/Geraldo Peçanha de Almeida. – Rio de Janeiro:Wak Ed., 2009. CARVALHO, Marlene Guia prático do alfabetizador. Rio de Janeiro:Ática,2005 FERNÀNDEZ, Alicia A inteligência aprisionada/ Alicia Fernández; tradução Iara Rodrigues._____________ Porto Alegre: Artes Médicas, 1990. FERREIRO,Emilia. Psicogênese da Língua escrita/Emilia Ferreiro,Ana Teberosky;tradução Diana Myriam Lichenstein, Liana Di Marco, Mário Corso. – Porto Alegre:Artmed,1999. KRAMER, Sonia. Alfabetização, leitura e escrita: formação de professores em curso- São Paulo: Ática, 2010 PORTILHO, Evelise . Como se aprende? Estratégias , estilos e Metacognição Rio de Janeiro:Wak Ed., 2009. Pró-letramento Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/séries Iniciais do Ensino fundamental: alfabetização e linguagem. Brasília:MEC, Secretaria de Educação Básica,2008. RUBINSTEIN, Edith Regina. O estilo de aprendizagem e a queixa escolar : entre o saber e o conhecer, Casa do Psicólogo:São Paulo, 2003 SOARES, Maria Inês Bizzotto Alfabetização LInguística; da teoria à prática/Maria Inês Bizzoto Soares, Maria Luisa Aroeira, Amélia Porto. – Belo Hoizonte. Dimensão. 2010 42 Exemplo 1 – Página da Cartilha da Infância, de T.A.B. Galhardo. Rio de Janeiro:Francisco Alves, 189?, p. 11 Exemplo 2 – Página de Instrucções praticas para o ensino da leitura pelo methodo analytico– modelo de lições. São Paulo: Directoria Geral da Instrucção Publica, 1915, p. 7 43 WEBGRAFIA www.revispsiuerj.br Artigo: Fernando C. Capovilla e Alessandra G. S. Capovilla Problemas de aquisição de leitura e escrita: Efeitos de déficit de discriminação fonológica, velocidade de processamento e memória fonológica.Reading and writing acquisition problems: Assessing the involvment of cognitive déficits pertaining to phonological discrimination, processing speed, and phonological memory www.abpp.org.br www.artigonal.com/ artigo: “Fundamentos da Psicopedagogia por Daniel Motta www.conexao24horas.com.br/noticias www1.folha.uol.com.br/folha/educação artigo de Antonio Gois www.scielo.br/pdf/ccdes Cartilha de alfabetização e cultura escolar: Um pacto secular Maria do Rosário Longo Mortatti acesso em 03/10/11 www.espacoacademico.com.br artigo: Alfabetização no Brasil: ainda um desafio por Jacqueline de Fátima dos Santos Morais acesso em 30/09 www.psicopedagogiabrasil.com.br artigo “Breve histórico da Psicopedaogia” acesso em 01/11 Exemplo 1 - Fonte: Centro de Referência para Pesquisa Histórica em Educação (Unesp Marília) Exemplo 2 - Fonte: Centro de Referência para Pesquisa Histórica em Educação (Unesp-Marília) 44 ANEXOS Índice de anexos Anexo 1 - Imagem do cérebro (DISTÚRBIO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO); Anexo 2 - Imagem do cérebro (ÁREA DO PROCESSAMENTO DA LEITURA E DA ESCRITA) Anexo 3 - Imagem do cérebro (TDAH) Anexo 4 – Gráfico (AVALIAÇÃO DO LIVRO PARADIDÁTICO) 45 ANEXO 1 IMAGENS Fonte: Denis de Marchi/DGABC acessado em 27/10/11 do site www.dgabc.com.br 46 ANEXO 2 IMAGENS Falhas nas conexões cerebrais geram mau funcionamento do lobo temporal. Fonte: neuroflexoes.blogspot.com acessado em 28-10-2011 47 ANEXO 3 IMAGENS Pessoas com Déficit de atenção tem padrões abaixo do normal no lóbulo frontal onde fica a “função executora” Fonte:fmcenas.wordepress.com acessado em 28-10-2011 48 ANEXO 4 GRÁFICO Base para calculo: 30 alunos que fizeram a avaliação. Legenda: 1. Escreve seu próprio nome 2. É alfabetizado 3. Organização textual/título/personagens/autor 4. Pontuação/uso de maiúscula 49 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I A CONSTITUIÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO 11 1.1 – Os pressupostos da alfabetização – Emília 13 Ferreiro 1.1.1 – O nível pré-silábico 16 1.1.2 - O nível silábico 16 1.1.3 - O nível silábico-alfabético 17 1.1.4 – O nível alfabético 17 1.2 – Os pressupostos da alfabetização – Ana Teberosky 17 1.2.1 – Primeiro momento 18 1.2.2 - Segundo momento 18 1.2.3 – Terceiro momento 18 1.2.4 – Quarto momento 18 1.2.5 – Quinto momento 18 50 CAPÍTULO II O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO 19 ESCOLA 2.1 - O Surgimento da Psicopedagogia 21 2.2 – A Psicopedagogia no Brasil 23 2.3 – A Psicopedagogia e a Escola 24 CAPÍTULO III AS DIFIULDADES DE ALFABETIZA ÇÃO X ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS 27 3.1 - A Escola pesquisada 28 3.2 – Os alunos e suas dificuldades 31 3.3 – As estratégias psicopedagógicas 34 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 41 ANEXOS ÍNDICE 49 51