Hora de unir esforços para salvar o papagaio-de-peito-roxo
Não muito tempo atrás, os papagaios-de-peito-roxo (Amazona vinacea) cruzavam os
ares das nossas matas em bandos que podiam ser calculados em dezenas de exemplares.
Essas inteligentes aves vivem em grupo e alimentam-se de frutos, folhas, sementes e flores,
contribuindo na dispersão de uma grande variedade de sementes.
Podendo viver até 30 anos, atingem a maturidade aos dois; sua reprodução é de
agosto a dezembro, com a postura de dois a quatro ovos, mas um número médio de dois
filhotes. O papagaio-de-peito-roxo é uma espécie endêmica da Mata Atlântica, e prefere
florestas e campos onde ocorre a araucária, pois o pinhão é um dos principais alimentos
consumidos por esse papagaio.
Nos últimos anos, porém, o ambiente natural tem mudado de forma brusca e, hoje em
dia, quem ainda vê a espécie circulando livremente? A caça para o comércio ilegal de animais
silvestres, o desmatamento e a coleta exagerada de pinhão são alguns dos motivos que
levaram ao desaparecimento dessa incrível ave das regiões que antes habitava: tornou-se
ameaçada de extinção no Brasil e no mundo, em nível criticamente em perigo.
Se, por um lado, a população mundial não passa de 3.500 indivíduos em vida livre, por
outro, porém, sabe-se que, desses, 31, aproximadamente, vivem no município de Sarandi. O
dado, que levanta uma importante questão no âmbito ambiental da região, foi obtido por meio
de pesquisas realizadas durante 22 anos pelo Projeto Charão – composto pelo Instituto de
Ciências Biológicas da UPF e pela Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA).
É por esse motivo que, para salvar os papagaios-de-peito-roxo que ainda procuram
abrigo e pedem socorro no nosso município, a Associação Sarandiense de Proteção ao
Ambiente Natural (ASAPAN), juntamente com o Projeto Charão, vem liderando uma forçatarefa, composta por diversas entidades e empresas. As ideias giram em torno da proteção dos
ninhos, da não captura dos filhotes, do combate ao tráfico e da proteção das florestas em que
vivem, e serão executadas por meio da implementação das mais variadas ações, sob
responsabilidade de cada entidade comprometida, com orientação e apoio da Asapan.
Entidades que queiram colaborar ainda podem entrar em contato através do e-mail
[email protected]. Continue acompanhando esta missão também pelo nosso site
www.asapan.com.br e Facebook e, caso encontre um papagaio-de-peito-roxo:
- Não ofereça comida. Eles estão aptos à procurarem seus próprios alimentos.
- Evite contato direto com o animal.
- Se possível, fotografe, anote a data e o local e entre em contato com a equipe da
Asapan ou os pesquisadores do projeto.
Lembre-se que é crime matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar, ter a posse ou manter
em cativeiro espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida
permissão, licença ou autorização da autoridade competente.
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