SUMÁRIO
Esse banco de três
pernas chamado
“indústria do frango”
24
Credenciamento do CEDISA
inicia descentralização de
laboratórios oficiais
18
Simulado do MAPA
capacita veterinários ................................16
Associações:
Audiência discutiu liberação de OGM .......34
28
VI Congresso da APA reflete
momento de valorização
Eventos............................ 04
Notícias ............ 10
Postura em Foco ............. 08
Ciência Avícola 20
AviGuia: empresas, produtos e serviços ........... 32
ESTATÍSTICAS E PREÇOS
Ponto Final
Importação de milho:
o melhor é começar já!
46
Produção e mercado em resumo.......................................... 36
Alojamento de matrizes de corte..........................................37
Produção de pintos de corte ................................................ 38
Produção de carne de frango ............................................... 39
Exportação de carne de frango............................................ 40
Disponibilidade interna de carne de frango ........................41
Alojamento de matrizes de postura .................................... 42
Alojamento de pintainhas comerciais de postura .............. 43
Desempenho do frango vivo no mês de março .................. 44
Desempenho do ovo no mês de março ............................... 45
EXPEDIENTE
EDITORIAL
Coordenador Editorial
José Carlos Godoy
[email protected]
MTB - 9782
O tripé da avicultura,
a defesa sanitária e o milho GM
Comercial
Paulo Godoy
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Redação
Érica Barros
Alexandre Ambiel
[email protected]
Diagramação e arte
Mundo Agro e
Bravos Comunicação
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Circulação e Assinatura
Alexandre Aguilar
(19) 3241 9292
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Mundo Agro Editora Ltda.
Rua Erasmo Braga, 1153
13070-147 - Campinas, SP
Habituado a ouvir que a avicultura é
uma atividade assentada em quatro pilares – genética, nutrição, manejo e biosseguridade – o setor deve estranhar a
afirmação de que a indústria do frango é
um banco de três pernas tipicamente
gaúcho. Mas o economista norte-americano Paul Aho elegeu a imagem perfeita
para mostrar os desafios que, atualmente, fazem aquelas três pernas balançar
perigosamente. A matéria, reproduzida
de boletim da Arbor Acres, mostra que o
frango tem, sim, um belo futuro pela
frente. Mas, antes, vai precisar superar
algumas sérias turbulências. Quem atua
no setor sabe do que se está falando.
Ações adotadas pelo Ministério da
Agricultura mostram que o poder público está atento à necessidade de se aperfeiçoar (continuamente, sem tréguas) o
esquema de defesa sanitária animal brasileiro. E um dos exemplos está no “simulado” para ação em suspeitas de Influenza Aviária e Doença de Newcastle
realizado em março, matéria enfocada
na página 16. Mas o principal fato do
mês na área de defesa sanitária animal
foi o credenciamento do laboratório
CEDISA para a realização de diagnósticos
em amostras do controle oficial. A atribuição, aparentemente rotineira, desencadeia o processo de descentralização de
diagnósticos oficiais na área avícola, até
agora restritos ao Lanagro de São Paulo.
Também a ressaltar a liberação do
plantio de duas espécies de milho geneticamente modificado, o que pressupõe
liberação, também, da comercialização
e, mais ainda, possibilidade de importação de produto geneticamente modificado. A perspectiva de a importação ser
agora facilitada foi corroborada pelo Ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura, em audiência mantida com as lideranças avícolas encabeçadas pela UBA
(página 34). Mesmo assim, o setor talvez
precise iniciar já os trâmites visando à importação. É disso que trata, no final desta edição, o Ponto Final.
José Carlos Godoy
Coordenador Editorial
[email protected]
Produção Animal | Avicultura 3
EVENTOS
Maio
Abril
13 a 15 de maio
11 de abril
Encontro Mineiro de Avicultura de Barbacena
Local: Barbacena, MG
Contato: 31- 3482-6403
Informações: www.avimig.com.br
14 a 18 de abril
30ª Conferência Regional da FAO
para América Latina e Caribe
O encontro é a principal instância de debate oficial
entre os 33 países que integram a Organização na
região e se divide em duas partes: o Comitê Técnico
(dias 14 e 15) e a Sessão Plenária (dias 16 a 18).
Local: Sede do Ministério das Relações Exteriores,
Brasília, DF
Realização: Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO)
Contato: 61-3343-2543
Informações: www.fao.org.br
17 e 18 de abril
Conferência sobre Ciência e
Produção de Perus
Local: Shrigley Hall Hotel, Pott Shrigley,
Macclesfield, Cheshire, Reino Unido
Informações: [email protected]
Junho
ho
Avicultor 2008
Local: Belo Hor
izonte, MG
Realização: AV
IMIG, Associa
ção dos Avicul
de Minas Gerai
tores
s
Contato: 313482-6403
Informações:
www.avimig.c
om.br
4 de julho
XXIII Congre
sso Mundial
de Avicultura
Local: Convent
ion and Exhibi
tion Centre,
Brisbane, Aus
tralia
Realização: W
PSA, World Po
ultry Science
Association
Informações:
www.wpsa.in
fo
Produção
Pr
Produç
Pro
d ção
ã Animal
A ma
Ani
mal
al | Avicultura
al
Avvicu
icultltu
tuura
4 Produção
27 a 29 de maio
Conferência APINCO 2008 de Ciência e
Tecnologia Avícolas
Local: Mendes Convention Center, Santos, SP
Realização: FACTA, Fundação APINCO
de Ciência e Tecnologia Avícolas
Contato: 19-3243-6555
E-mail: [email protected]
Informações: www.facta.org.br/conferencia2008
28 a 30 de maio
Enipec 2008
Local: Centro de eventos do Pantanal, Cuiabá, MT
Realização: Federação da Agricultura e Pecuária de
Mato Grosso (Famato)
Contato: 65-3617-4421
E-mail: [email protected]
Julho
25 e 26 de jun
29 de junho a
Avesui 2008
Local: Centro Sul, Florianópolis, SC
Realização: Gessulli Agribusiness
Contato: 11-2118-3133
E-mail: [email protected]
Informações: www.avesui.com
17 a 20 de
Julho
astos
o Ovo de B
Watanabe,
49º Festa d
ções Kisuke
si
o
p
Ex
e
d
to
Local: Recin
s
Bastos, SP
ral de Basto
Sindicato Ru
Realização:
-3478-9800
Contato: 14
Novembro
19 a 21 de Novembro
AVISULAT - I Congresso Sul Brasileiro de
Avicultura, Suinocultura e Laticínios
Local: Centro de Exposições Fundaparque, Bento
Gonçalves, RS
Realização: ASGAV, SINDI-LAT, SIPS
Contato: 51-3228-8844
Informações: www.avisulat.com.br
Produção Animal | Avicultura 5
EVENTOS
Em maio, o principal evento técnico
cnico da avicultura
a APINCO
Latino-Americana, a Conferência
Nos três dias de conferência serão
apresentadas quase cinqüenta palestras sobre
os mais diversos aspectos técnicos e científicos
da produção avícola
U
m dos mais tradicionais eventos da avicultura brasileira, a
Conferência APINCO 2008 de Ciência e Tecnologia Avícolas, acontece entre os dias 27 e 29 de maio no Mendes Convention Center em Santos, SP. Neste ano, o principal evento técnicocientífico do setor na América Latina completa sua 26ª edição.
Na programação está previsto um dia para as apresentações de
pesquisas e trabalhos científicos que concorrerão ao Prêmio de
Pesquisa Avícola “José Maria Lamas da Silva” e outros dois voltados para palestras e painéis, apresentados por especialistas do
país e convidados do exterior.
O prêmio Lamas destaca, desde a segunda metade dos anos
de 1980, os principais trabalhos de pesquisa avícola do país, com
premiações em dinheiro ou através de menções honrosas.
Além disso, a Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, FACTA, organizadora do evento, vai homenagear o Profissional do Ano na avicultura, com o prêmio “Mérito Técnico e
Científico de 2008”.
No dia 27 de maio, o evento vai contar com uma novidade: o
Simpósio Sobre Bem Estar de Frango e Peru. A palestra de abertura do simpósio será da pesquisadora Irenilza de Alencar Naas
da Unicamp sobre os “Princípios de Bem-Estar Animal e sua Aplicação na Cadeia Avícola”. No mesmo dia, ocorrerão mais oito
palestras. Entre os assuntos estão: Setor de Grãos e Carne com o
professor Eugênio Stefanelo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Bem-Estar para Poedeiras Comerciais com a
zootecnista Sulivan Pereira Alves da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (ABEF).
Nos dias 28 e 29 de maio, serão apresentados painéis e palestras em três locais simultaneamente: sala A, sala B e auditório
principal. Na quarta-feira, 28 de maio, Alexandre Pontes Pontes,
coordenador da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) discute o “Programa do Codex Alimentarius
para Controle de Salmonella e Campylobacter em Carne de
Aves” e na sala A, a pesquisadora Virginia Santiago Silva, da Embrapa, fala a respeito do “Manejo Adequado para reutilização de
Cama”. Já no último dia do evento, quinta-feira (29), o Professor
Paulo Tabajara C.Costa, diretor da Vitagri, vai falar sobre “Alteração no Custo de Produção de Frangos em Função da Utilização
de Grãos para a Produção de Etanol” enquanto especialistas de
várias países discutem as “Perspectivas do Melhoramento Genético do Frango para Médio e Longo Prazo”.
•
6 Produção Animal | Avicultura
Abaixo, alguns destaques da programação.
Confira a programação completa e os palestrantes em
www.facta.org.br
Princípios de Bem-Estar Animal e sua Aplicação na Cadeia
Avícola
Irenilza de Alencar Nääs – Unicamp, Campinas, SP
Legislação Européia e de outros Mercados Importadores
Erika L. Voogd - Voogd Consulting, EUA
Exigências de Bem-Estar para Poedeiras Comerciais
Sulivan Pereira Alves – ABEF, São Paulo, SP
Perspectivas para o Setor de Grãos e Carnes
Eugênio Stefanelo – Conab, Curitiba, PR
Doenças Respiratórias Bacterianas: O Desafio para o Futuro
Pat J. Blackall - Animal Research Institute - Austrália
Política da OIE para Estabelecimento de Normas Sanitárias
para Facilitar o Comércio Internacional de Produtos Avícolas
Luiz Carlos de Oliveira – MAPA, Brasília, DF
Fundamentos químicos para a ação dos antioxidantes na
melhoria da qualidade nutricional das rações
Arnaldo da Silva Junior – Kemin, Indaiatuba, SP
Programa do Codex Alimentarius para Controle de
Salmonella e Campylobacter em Carne de Aves
Alexandre Pontes – MAPA, Brasília, DF
Manejo Adequado para reutilização de Cama
Virginia Santiago Silva – Embrapa, Concórdia, SC
Perspectivas de Alteração no Custo de Produção de Frangos
em Função da Utilização de Grãos para a Produção de
Etanol e Biodisel
Paulo Tabajara C. Costa – Vitagri, Curitiba, PR
Qualidade de Água para Aves
Susan E. Watkins - Univ. Arkansas, EUA
Perspectivas do Melhoramento Genético do Frango para
Médio e Longo Prazo
Danny Lubritz – Cobb, EUA. Yves Jego – Hubbard, França.
Gosse Veninga – Hybro. Eduardo Mendonça Souza –
Aviagen, EUA.
Produção Animal | Avicultura 7
POSTURA EM FOCO
Grupo de Trabalho revi
de inspeçã
Objetivo da revisão é o melhoramento
do setor através da padronização
da inspeção oficial para garantir a
segurança alimentar. A legislação
revista e aprimorada permitirá uma
maior valorização do ovo.
N
o mês de seu 18º aniversário, a
Portaria nº1 de 21/02/1990, que
rege as normas gerais de inspeção de
ovos e derivados teve concluído o trabalho de revisão desenvolvido por um
dos seis Grupos de Trabalho (GT) da
União Brasileira de Avicultura (UBA)
que fazem sugestões na legislação.
Após um ano o GT formado por
profissionais ligados às associações
de classe e docentes de todo o País
apresentou as sugestões para o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), que após
análise deve convocar uma reunião
com o grupo.
Silvana Laudanna, coordenadora
do GT, explica: “O objetivo do trabalho
de revisão é o melhoramento do setor
através da padronização da inspeção
oficial para atingir a segurança alimentar, considerando-se, sempre, o estágio de desenvolvimento dos estabelecimentos e a infra-estrutura do País”.
A Portaria 1 estabelece as exigências quanto à instalações, equipamentos, procedimentos e programas de controle dos estabelecimentos
do segmento de ovos e derivados. As
8 Produção Animal | Avicultura
to destinado ao recebimento e inprincipais atualizações a serem feitas
dustrialização de ovos, não se dedidizem respeito a termos ultrapassacando a ovos “in natura”) e outros
dos, algumas considerações que não
estabelecimentos
(determinadas
mais condizem com a realidade deviinstalações de outros estabelecido aos avanços tecnológicos e a dementos industriais de produtos de
finição dos Programas de Controle
origem animal para produção de
que não constam na portaria.
ovos desidratados e liofilizados).
Pela Portaria 1, os estabeleciCom a revisão, a fábrica de conmentos recebem as seguintes denoserva de ovos, pode ter sua designaminações: Granja Avícola (local desção atualizada para indústria de
tinado ao recebimento, classificação,
ovoprodutos.
ovoscopia, acondicionamento, idenO GT também propõe que para a
tificação e distribuição de ovos em
granja avícola e entreposto de ovos
natureza), Entreposto de Ovos (estabelecimento
destinado ao recebimento, classificação, acon1 - Especificar detalhadamente as características de cada
dicionamento,
tipo de estabelecimento. Com isso, estabelecimentos
identificação e
que não forem realizar alguns processos passam a ter
distribuição de
as exigências diferenciadas.
ovos em natureExemplo: A Portaria 1 determina que o Entreposto
za, dispondo ou
de Ovos deve dispor de local e equipamento para a
não de instalaclassificação de ovos, mas a maioria dos entrepostos
ções para sua inrecebe o ovo já classificado das granjas de postura.
dustrialização),
Assim, a sugestão estabelece exigências quanto a
Fábrica de Coneste ovo recebido e elimina a obrigatoriedade de
serva de Ovos
equipamento de classificação.
(estabelecimen-
Principais sugestões proposta
sa legislação que trata
ã o de ovos
seja obrigatória a implantação de
Boas Práticas de Higiene (BPH) e Procedimentos Padrão de Higiene Operacional (PPHO). A Análise de Perigos
e Pontos Críticos de Controle (APPCC)
seria obrigatória apenas para a indústria de ovoprodutos (ou fábrica de
conserva de ovos) e empresas que exportam. Silvana explica que a utilização do termo BPH, ao invés de BPF
(Boas Práticas de Fabricação), é adequada, já que em granjas avícolas e
entrepostos de ovos não ocorre processo de fabricação.
Silvana Laudanna :
interação entre MAPA e
setor privado é fundamental
“O que solicitamos é que seja
considerado como controle factível
para granjas e entrepostos o BPH,
pois proporcionará o fornecimento à
população do produto com segurança alimentar básica. A exigência de
APPCC é inviável no atual estágio de
desenvolvimento dos estabelecimentos e infra-estrutura do país”,
ressalta.
O Ministério
2 - Estabelecer para Granja Avícola e Entreposto de Ovos
da
Agricultura
exigências diferentes do que para Fábrica de Conserva
também iniciou a
de Ovos. Nos dois primeiros, os processos realizados
revisão, há temsão apenas de manipulação do ovo enquanto na Fábripos
solicitada
ca ocorrem processos de industrialização.
pela avicultura,
3 - Quanto aos Programas de Controle, a sugestão é a
do Regulamento
implantação de Boas Práticas de Higiene (BPH) na
de Inspeção InGranja Avícola e Entreposto de Ovos. E para a Fábrica
dustrial e Sanitáde Conserva de Ovos sugere-se a implantação do proria de Produtos
grama de Análise de Perigos e Pontos Críticos de
de Origem AniControle (APPCC).
mal (RIISPOA).
as na revisão e seus objetivos
As alterações sugeridas para a
Portaria 1 implicam necessariamente
na revisão, alteração e/ou revogação
de artigos do RIISPOA e o Ministério
já programou a participação da iniciativa privada.
Silvana se diz muito satisfeita
com a abertura que o MAPA está
dando para a interação com a iniciativa privada na revisão da legislação existente. “Ao trabalhar junto
com os órgãos oficiais, como Ministério da Agricultura e Saúde, DIPOA
(Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal) e ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é possível proporcionar um
padrão de qualidade maior e uniforme. A legislação revista e aprimorada vai permitir uma maior valorização do ovo”, afirma a
coordenadora.
O Grupo de Trabalho objetiva
colaborar fazendo a integração da
teoria com a prática, ou seja, analisando tecnicamente a viabilidade
real da implantação da teoria no
“campo” e fazendo as sugestões
pertinentes.
•
Produção Animal | Avicultura 9
NOTÍCIAS
Francisco Turra assume presidência da ABEF em abril
A
exemplo da Abiec, Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, presidida por Marcus Vinícius Pratini de Moraes há seis
anos, a ABEF, que reúne os exportadores de carne de frango, passa a ter
em sua presidência um ex-Ministro
da Agricultura: Francisco Turra, que
deixou o cargo de Diretor de Operações do BRDE, Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo Sul.
De acordo com a entidade, a posse
está programada para acontecer em
Brasília, dia 16 de abril.
Natural de Marau, cidade essencialmente agrícola no Rio Grande do
Sul e sede de importante unidade exportadora da Perdigão, da qual foi prefeito, Turra é formado em
direito e comunicação social.
Além de Ministro da Agricultura no último mandato de Fernando Henrique Cardoso, o político também foi presidente da
Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, entre 1996 e
1997 e deputado federal entre 2003 e 2006.
Christian Lohbauer, que passou a fazer parte da equipe da
ABEF no início de 2006, como Gerente de Relações Internacio-
nais, ocupava a presidência interina da entidade desde maio de
2007.
Em entrevista à equipe do AviSite, Turra falou mais sobre o
novo cargo:
AviSite - Qual é a sua principal meta à frente da associação que representa os exportadores de frango brasileiros?
Francisco Turra - Há vários e grandes desafios para manter o
setor com toda a vitalidade, crescendo nas exportações, mantendo-o competitivo e permitindo que, cada vez mais, o produto continue sendo referência de qualidade e sanidade. A ampliação de mercado será importante, especialmente no caso da
China, além de manter e ampliar os mercados conquistados.
AviSite - Recentemente, a União Européia impôs barreiras comerciais para a carne bovina brasileira. Que atitudes
podem ser tomadas para que a avicultura não sofra sanções como esta?
Turra - Temos que agir pro-ativamente. Não podemos ter surpresas. Para tanto, devemos manter os padrões de sanidade e
agir com absoluta transparência. Aceitar as imposições dos mercados como tem acontecido é fundamental. No caso da carne
bovina, os acordos fitossanitários pressupunham que a rastreabilidade fosse implementada, fato que não ocorreu na amplitude
necessária. Também há que se considerar a pressão política da
própria União Européia. As barreiras tinham por finalidade acomodar interesses de produtores.
ABEF e APEX homenageiam, em livro, os 100
anos da imigração japonesa
A
Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (ABEF) em
parceria com a Agência Brasileira
de Promoção de Exportações e
Museu Histórico da Imigração Japonesa
sa
10 Produção Animal | Avicultura
Investimentos (APEX-Brasil) lançaram na Foodex Japan 2008, em Tóquio, o livro “A presença japonesa
na avicultura brasileira de exportação”, com que homenageiam o primeiro centenário da imigração japonesa no Brasil.
A edição bilíngüe (português/japonês) do livro
mostra a contribuição dos descendentes japoneses
para o desenvolvimento da avicultura brasileira e,
em especial, do segmento dedicado à exportação.
trajetória que auxiliou
Uma
trajetóri
Brasil a consolidaro Brasi
como o maior
se co
exportador de carexpor
ne de aves do
mundo e princimun
pal fornecedor
de carne de
frango para o
fra
m e r c a d o
jjaponês.
Registro de granjas em MG
depende de recadastramento no IMA
O
Instituto Mineiro de Agropecuária
(IMA) vai recadastrar, até 31 de julho, os estabelecimentos avícolas comerciais do estado. O trabalho é realizado
anualmente pelo órgão e visa a atualização dos dados referentes aos 2.400 já
cadastrados.
Este ano o Instituto pede mais atenção ao produtor, uma vez que durante o
recadastramento serão passadas informações referentes ao registro das granjas. O registro é uma exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) para as granjas
avícolas comerciais dos estados participantes do Programa Nacional de Sanidade Avícola.
O registro dos estabelecimentos comerciais deve seguir os procedimentos
descritos na Instrução Normativa nº 56,
publicada pelo Mapa em dezembro de
2007.
De acordo com a legislação, o proprietário que deseja registrar sua granja,
deve procurar o escritório do IMA mais
próximo ao seu estabelecimento, para
solicitar o registro e providenciar a documentação necessária. Serão pedidos, por
exemplo, cópia do cartão de CPF ou
CNPJ e memorial descritivo das medidas
higiênico-sanitárias e de biossegurança,
dentre outros.
Os documentos devem ser entregues
no local em que a solicitação foi feita. A partir de então, o Instituto fará uma inspeção
físico-sanitária nas granjas e será elaborado
um laudo para a emissão da “Certidão de
Registro de Estabelecimento Avícola”.
O IMA ressalta que é obrigatória a
existência de um médico veterinário
como
responsável
técnico
pelo
estabelecimento.
Avicultura do Paraná passa a ser licenciada pelo IAP
O
setor avícola paranaense passou a
ser mais uma das atividades licenciadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Até então a atividade era disciplinada
pela resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A
portaria ainda trouxe a possibilidade de
integradores agilizarem a regularização
das propriedades que os abastecem. O
tempo de espera pelo procedimento será
reduzido de um ano, em média, para cerca de 45 dias.
Para que Integradores e responsáveis
técnicos estejam aptos a auxiliar no processo de licenciamento, o IAP irá capacitálos para cadastrar as informações de cada
propriedade e elaborar o Plano de Controle Ambiental, por exemplo. Eles também serão responsáveis por assegurar o
cumprimento da legislação estadual em
todas estas etapas do processo.
Em caso de irregularidades, integrado,
responsável técnico e integrador serão autuados seguindo o princípio da coresponsabilidade.
Os empreendimentos com aviários de
até 1.200 metros quadrados em área rural
estão dispensados do procedimento, mas
devem solicitar junto ao IAP uma declaração de Dispensa de Licenciamento Ambiental Estadual (DLAE).
Para aviários com área construída entre 1201 e 2000 metros quadrados é necessário solicitar a autorização ambiental;
já para áreas superiores a 2000 metros
quadrados, deve ser solicitado o licenciamento ambiental.
Produção Animal | Avicultura 11
NOTÍCIAS
A relação entre o salário mínimo, os produtores e
os consumidores de frango e ovos
2001
2008
Para pagar o atual Salário Mínimo, avicultor necessitou
de 92% mais frangos (quase o dobro!) que em 2001
Pois ainda assim o poder de compra se
ampliou, já que um SM permitia adquirir,
praticamente, 134 dúzias de ovos, 16,5%
a mais que em 2004.
Já o frango abatido resfriado apresentou, no varejo, preço médio de R$2,92/
kg. Assim, um SM foi suficiente para adquirir 142 kg do produto, 9% a mais que
em 2004.
O consumidor, portanto, ganhou. Mas
tudo indica que seu ganho foi bem menor
que a perda do avicultor. Indício de que
segmentos intermediários também se beneficiaram dos preços decrescentes de
frango e ovo.
2001
adquiridos com
um salário mínimo
Ovo
8,25 caixas
adquiridos com
um salário mínimo
320 Kg
adquiridos com
um salário mínimo
166 Kg
Frango
que 22%, enquanto o SM sofreu reajuste
de 130%.
Em 2001, o produtor de ovos precisou
(preços na granja, interior paulista) de perto
de 7,8 caixas do produto para cobrir um salário mínimo, volume que em 2007 apresentou forte deterioração, pois o SM que
vigorou a partir de abril solicitou quase 12
caixas de ovos – 53% a mais que em 2001.
A valorização mais recente do ovo reverteu essa situação. Assim, o valor médio
recebido pela caixa de ovo branco extra
(média de R$ 50,30 em março) faz com
que 8,25 caixas cubram um salário mínimo
– quase 30% menos que no ano passado.
Já em comparação a 2001, ainda é necessário um volume cerca de 6% maior.
E o consumidor? Ganhou ou perdeu?
Infelizmente, os preços do setor (levantados pelo Procon-SP) permitem um retrospecto até, somente, 2004. E, neste
caso, constata-se que um SM
(R$260,00) adquiria então 130 kg
de frango abatido resfriado ou, então, 115 dúzias de ovos.
Em março passado, o mesmo
Procon-SP levantou para o ovo um
preço médio de R$3,10/dúzia – o
maior valor registrado pelo produto desde que o órgão de defesa do consumidor
realizou seus primeiros levantamentos.
adquiridos com
um salário mínimo
o início deste século, 2001, o produtor de frangos precisou destinar
166,6 kg do produto para cobrir o salário
mínimo (SM) então em vigor (R$180,00).
Em 2008, com o SM fixado em
R$415,00 e o frango cotado em R$1,30/kg,
para cada salário mínimo pago o produtor
necessita de quase 320 kg de frango vivo,
ou seja, 92% a mais que em 2001. Tudo
apenas porque o preço pago pela ave viva
evoluiu não mais
7,8 caixas
N
2008
Apesar dos preços recordes alcançados em março, um
Salário Mínimo solicitou 9% mais ovos que em 2001
Goiás caminha para o 5º lugar na avicultura de corte
H
á pelo menos duas décadas o ranking dos cinco principais produtores brasileiros de frango se mantém
inalterado, salvo pequenas trocas de posição entre os estados líderes. Porém, a qualquer momento, a quinta posição ocupada por Minas Gerais pode ter a presença de outro estado, já que em Goiás o alojamento de pintos de
corte (indicador do volume de frangos criado nas diferentes UFs da União) vem se expandindo mais rapidamente
que nos demais estados.
Numa avaliação da variação ponta a ponta (de 2001
para 2008), constata-se que enquanto o alojamento
mineiro aumentou 70%, o goiano se expandiu não menos de 215%. Com isso, o alojamento de Goiás, correspondente, em janeiro de 2001, a somente 37% do alojamento de Minas Gerais, subiu em janeiro passado
para 69%.
12 Produção Animal | Avicultura
Minas Gerais e Goiás
Evolução de criação de frangos* entre 2001 e 2008
MILHÕES DE CABEÇAS
Fonte dos dados básicos: APINCO - Elaboração e análise: AVISITE
* Base: alojamento de pintos de corte em janeiro de cada ano
Mercado internacional de carnes foi
tema da aula inaugural do Didatus
C
om uma apresentação de Ariel
Mendes,
presidente
da
Associação Latino-Americana
de Avicultura (ALA), da Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas
(FACTA) e vice-presidente técnico científico da União Brasileira de Avicultura
(UBA), o Instituto Didatus de Ensino e
Qualificação, com sede em Curitiba,
inaugurou, em Campinas, SP, seu curso
de MBA em Avicultura.
O projeto tem programação inédita
e visa não apenas à formação técnica,
mas também ao crescimento de seus
alunos dentro das empresas.
Wilson Mendes, diretor e fundador da Didatus, também presente na
aula inaugural, explica: “Quando surgir uma oportunidade de gerente
agropecuário, o aluno formado pela
Didatus vai estar preparado e será o
candidato ideal”.
Com aulas mensais durante 20
meses, o curso - certificado pelas Faculdades Spei - tem carga horária de
520 horas, sendo 400 horas de aulas
teórico-práticas e 120 horas para elaboração e apresentação de monografia.
O Instituto vai premiar com
US$2.000,00, para uma visita técnica
ao exterior, o aluno que apresentar melhor aproveitamento da turma. Entre
outros critérios para seleção, estão aná-
lise do currículo e a avaliação do trabalho de conclusão do curso.
Discorrendo sobre as barreiras sanitárias no mercado internacional de carnes, Ariel Mendes evidenciou as vantagens competitivas da carne de frango
brasileira, competitividade que pode
motivar embargos protecionistas.
Utilizando o exemplo do embargo
imposto pela União Européia sobre a
importação de carne bovina brasileira,
o professor observou que muitas vezes
informações divulgadas de forma incorreta pela imprensa de países importadores podem afetar as exportações.
“Em alguns momentos, o Brasil
pode, eventualmente, perder mercados
na exportação de carne de frango, setor
em que superou poderosos ‘players’ do
mercado internacional. Entretanto, o
País deve sempre trabalhar para evidenciar a qualidade da carne de frango
brasileira”.
Ariel Mendes lembrou ainda que as
faculdades brasileiras têm formado ótimos profissionais para atuar “da porteira para dentro” (produção e características da integração) mas não é tão bem
sucedida na formação “para fora da
porteira” (frigoríficos e comercialização), daí a importância de cursos como
o oferecido pela Didatus.
Mais informações:
www.didatus.com.br
Wilson Mendes, do Didatus:
MBA unindo formação
técnica aos conceitos de
administração e marketing
na avicultura
Produção Animal | Avicultura 13
Produção Animal | Avicultura 13
NOTÍCIAS
Cargill espera dobrar de
tamanho até 2015
Anhambi investe mais R$37
milhões no médio norte de MT
D
O
e acordo com informações do jornal Valor Econômico, a
americana Cargill, maior empresa de agronegócios e alimentos do mundo, estabeleceu a meta de duplicar de tamanho
em 7 anos. Os aportes totais dos últimos sete anos somaram US$
18 bilhões e que existe uma boa expectativa de crescimento para
2015. Com a consolidação desse número a Cargill pretende ampliar suas ações em multinacionais espalhadas por 66 países.
No Brasil, a empresa está presente desde 1965 e hoje conta
com 30 fábricas. Dentre os produtos comercializados no país estão as carnes de frango e suína (produzidas pela Seara) e alimentos para a nutrição animal (produzidos pela Purina).
Banco do Brasil e a empresa Anhambi Alimentos assinaram
convênio da ordem de R$37 milhões, que prevê ampliação
de crédito para a construção de mais 150 aviários integrados na
região de Sorriso, Sinop e Vera e outros 50 em Tangará da Serra,
cidades ao norte e médio norte de Cuiabá.
De acordo com a Anhambi esta ampliação de crédito poderá proporcionar o aumento do número de abates diários do
frigorífico, que é de 140 mil aves, para 280 mil aves/dia até
2009. Atualmente, o frigorífico de Sorriso emprega aproximadamente 300 funcionários diretos e poderá gerar cerca de mil
empregos diretos após a expansão.
Nova unidade da Aurora deve
abater 300 mil aves por dia
A
Aurora Alimentos, anunciou a construção da nova fábrica
avícola no município de Carazinho, noroeste do Rio Grande
do Sul, até o final de 2008. Com uma planta de médio porte,
espera-se uma produção de 300 mil aves por dia, num investimento inicial de R$ 300 milhões. A expectativa de faturamento
anual da empresa é de R$ 1 bilhão.
A construção vai compreender todo o ciclo de produção da
ave, desde os incubatórios até as fábricas de ração e o local de
abate. O projeto envolve 940 cooperativados da Cotrijal, Cooperativa Agropecuária e Industrial, e de outras cooperativas locais.
A perspectiva é de que 2,5 mil empregos diretos sejam criados.
Perdigão vai investir
R$1,1 bilhão em Goiás nos
próximos três anos
Sadia busca novas
áreas para granjas
em Santa Cruz, RS
C
A
om estimativa de investimento de R$1,1 bilhão até 2011, a
Perdigão anunciou oficialmente os planos de expansão dos
sistemas de integração de aves e suínos na região de Mineiros,
Jataí e Rio Verde, em Goiás.
Os produtores integrados receberão recursos do Fundo Constitucional do Centro – Oeste (FCO), por intermédio do Banco do
Brasil. Com o recurso, o projeto de Jataí pretende contemplar até
2010 cerca de 308 granjas. Já em Mineiros, com a ampliação da
integração de perus espera-se aumentar para 163 o número de
núcleos de granjas.
Até o inicio de 2008, os projetos desenvolvidos pela Perdigão
geraram em Goiás mais de 9,2 mil empregos diretos e cerca de
27,9 mil indiretos.
14 Produção Animal | Avicultura
Sadia vai implantar granjas destinadas à produção de ovos
férteis em Santa Cruz do Sul, RS. As famílias interessadas se
cadastraram e os técnicos da empresa estão avaliando as propostas. Os levantamentos têm como objetivo identificar a viabilidade
dos produtores para a construção dos aviários, avaliados em cerca de R$600 mil.
A previsão é de que os 15 aviários, com capacidade para até 25
mil matrizes, sejam instalados até 2010. O investimento deve chegar
a R$ 9 milhões. As unidades devem ser localizadas nos vales do Rio
Pardo e Taquari. De Santa Cruz, os ovos serão levados de caminhão até Estrela, onde já funciona o incubatório da Sadia. Pelo
acordo firmado com o município, a Prefeitura entrará com o licenciamento e apoio na infra-estrutura de implantação das granjas.
Produção Animal | Avicultura 15
DEFESA ANIMAL
Simulado do MAPA
capacita veterinários
para ação em suspeitas
de Influenza Aviária e
Doença de Newcastle
C
om o objetivo de capacitar os fiscais federais agropecuários e médicos veterinários que atuam nos órgãos estaduais de defesa sanitária animal para agir
em possíveis focos da Doença de Newcastle e Influenza
Aviária, conforme as etapas do Plano de Contigência para
Influenza Aviária e Doença de Newcastle, o Ministério de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) realizou em
março o 2ª Simulado de Emergência Sanitária.
De acordo com Regina D’Arce, nova Coordenadora de
Sanidade Avícola da Secretaria de Defesa Agropecuária
(SDA), o simulado é uma ferramenta de capacitação importante para o setor avícola no País. “Esse tipo de simulado
possibilita aos técnicos envolvidos ações de atendimento e
contingência de focos de enfermidades avícolas emergenciais, além de um treinamento para agilidade e precisão em
tomada de decisão e atuação nesses casos” comenta.
O treinamento simulou focos em alguns municípios e
os participantes foram divididos, conforme a especificidade da tomada de decisão diante de uma suspeita de foco
da doença: de logística, de documentação, de investigação epidemiológica, de biossegurança e controle de trânsito, de taxação, de compensação, despovoamento e
destruição, de limpeza e desinfecção, de repovoamento e
de comunicação social e educação sanitária.
Em entrevista à assessoria de comunicação do MAPA, a
fiscal estadual agropecuário, da Secretaria de Estado de De-
Medidas a serem tomadas em caso d
1
Â
Â
Â
Notificação de suspeita e comunicação ao órgão estadual de defesa sanitária
2
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Â
Encaminhamento de amostra ao Laboratório Nacional Agropecuário
16 Produção Animal | Avicultura
Atendimento à notificação e visita à propriedade
Coleta de Material
Investigação Epidemiológica
Sacrifício preventivo das aves suspeitas
Capacitação para ações
do plano de contingência:
resposta rápida contra IA
e Newcastle
senvolvimento Agropecuário e da Pesca da Paraíba, Samy
Bianchini, afirmou que o simulado é uma experiência importante para os coordenadores estaduais do Programa de Sanidade Avícola. “Com ele temos a oportunidade de treinar
os procedimentos e medidas que devemos adotar durante
uma emergência sanitária por IA no País”, afirma.
Regina explica quais medidas (ver quadro) devem
ser tomadas em caso de suspeita de foco das doenças:
O estabelecimento avícola é interditado e o trânsito de
aves, seus produtos e subprodutos fica proibido; pessoas, animais, veículos, produtos avícolas, ração animal, ou qualquer agente que possa transmitir o vírus
da IA não podem ser deslocados de e para a proprieda-
de sem autorização do serviço de defesa sanitária animal; medidas de biosseguridade, como desinfecção de
vestimentas, veículos e equipamentos, devem ser
realizadas.
A coordenadora lembra que apesar de o Brasil ser um
país livre da doença de Newcastle e Influenza Aviária, as
ações de prevenção, de rápida contenção e encerramento de um foco dessas enfermidades devem ser frequentemente treinadas.
O Plano de Contingência é atualizado periodicamente pelo MAPA e tem a finalidade de prevenir a disseminação da doença, descrevendo ações de investigações de
suspeitas e de contenção de um foco.
•
e suspeita de foco de IA e Newcastle
3
4
Â
Limpeza e desinfecção das instalações, veículos e qualquer equipamento contaminado
Â
Â
Eliminação de carcaças e resíduos
Â
Â
Â
Â
Vazio sanitário, introdução de aves sentinelas e repovoamento
Descontaminação da propriedade
Adoção de zona de proteção de 7KM
Ações estratégicas em veículos na zona de vigilância
Encerramento do foco
Produção Animal | Avicultura 17
CiaCo
DEFESA ANIMAL
Credenciamento do CEDISA, no Sul, dá a
largada à implantação de uma rede oficial de
diagnóstico mais pertinente com as dimensões
da avicultura brasileira e com a extensão
territorial do País. Próximos credenciamentos
devem atender à avicultura das Regiões
Nordeste e Centro-Oeste.
MAPA inicia descentralização de
laboratórios oficiais
de diagnóstico
A
CiaCom
pós visitar o Brasil, em março de 2007, para mais uma
avaliação do grau de controle sanitário no setor avícola, a missão veterinária européia que aqui esteve concluiu – e registrou em relatório oficial - que o credenciamento
de somente um laboratório de patologia aviária (o LANAGRO
de São Paulo) para as análises sorológicas, isolamento e identificação dos vírus da Influenza Aviária e da Doença de Newcastle era inadequado, especialmente “em um país do tamanho
do Brasil”.
Exatamente um ano depois dessa constatação, o governo
federal começou a dar resposta à crítica, sem dúvida pertinente: através da Portaria nº 51, datada de 19 de março de 2008 e
18 Produção Animal | Avicultura
assinada pelo Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério
da Agricultura, médico veterinário Inácio Afonso Kroetz, oficializou-se o credenciamento do Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal (CEDISA, instalado em Concórdia, SC) para a realização de análises “na área de Diagnóstico Animal, em
amostras oriundas do Controle Oficial e programas específicos
do MAPA”.
A uma primeira vista genérica, a Portaria não só corresponde ao início do processo que o MAPA denomina de “política
estratégica de descentralização dos exames de rotina hoje realizados pelos Laboratórios Nacionais Agropecuários – LANAGROs”, como também compartilha com o CEDISA a responsabilidade pela realização de análises sorológicas para monitoria
da Influenza Aviária e da Doença de Newcastle - até agora uma
atribuição exclusiva do LANAGRO Campinas.
Informando que as tarefas a serem executadas pelo CEDISA incluem alguns exames necessários para a certificação de
granjas avícolas exportadoras de material genético, o MAPA
também observa que os resultados das análises executadas
pelo laboratório estarão disponíveis em seu site, na Internet. E
explica que, com o credenciamento, o LANAGRO-Campinas
“diminuirá as análises de rotina executadas até hoje e poderá
se preparar para uma produção estratégica de insumos de referência para o diagnóstico da Influenza Aviaria”, cuja ocorrência na avicultura brasileira “causaria impacto na saúde pública
e perdas econômicas expressivas, já que o setor emprega direta
e indiretamente quatro milhões de brasileiros”.
CiaCom
O CEDISA – que funciona nas instalações da Embrapa Suínos e
Aves, em Concórdia, SC – foi criado no início dos anos 90, a partir
de uma parceria que reuniu agroindústrias, produtores, Secretaria
Estadual da Agricultura de Santa Catarina e o Ministério da Agricultura. A Cidasc, órgão catarinense que responde pela defesa agropecuária estadual, e a Embrapa Suínos e Aves ficaram responsáveis
pela concretização do laboratório.
Em 2005, o laboratório passou por uma mudança jurídica e se
transformou numa OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Estavam criadas as condições para que viesse o reconhecimento como centro de diagnóstico independente credenciado
pelo MAPA e associado, via convênios, à Cidasc e à Embrapa.
Lauren Ventura Parisotto, Gerente Técnica e da Qualidade do CEDISA, dá mais detalhes:
Estrutura, equipamentos e tecnologia do CEDISA
O Laboratório CEDISA possui uma área de 660 m², divididos
em setor administrativo (recepção, financeiro, sala de reuniões e
sala da gerência técnica e da qualidade) e setor de laboratório
(sorologia, bacteriologia, patologia, biologia e molecular, este último em implantação), leptospirose, virologia I e II, parasitologia e
setores complementares.
O CEDISA também atende aos requisitos da NBR ISO/IEC 17025
para Laboratórios de Ensaio, que estabelece os critérios para demonstrar sua competência técnica, possuindo um sistema da qualidade efetivo e capaz de produzir resultados tecnicamente válidos.
Profissionais envolvidos
O CEDISA conta com quatro médicos veterinários, sendo um
na área administrativa, um responsável técnico pela virologia,
bacteriologia e patologia.
Representatividade para a avicultura e sinergia com a
Embrapa
O CEDISA realiza ensaios voltados às monitorias ativas e passivas para suínos e aves. Por fazer parte da área física e, principalmente, por fazer parceria técnica
com a Embrapa, há a possibilidade de
receber novas tecnologias e repassálas aos clientes (produtores, agroindústrias, defesa sanitária animal).
Além disso, o laboratório participa de
projetos da Embrapa Suínos e Aves.
Com o credenciamento do CEDISA, a
avicultura nacional, e, sobretudo a
catarinense, terá um maior número
de ensaios oferecidos com resultados
validados e reconhecidos pelos órgãos oficiais e internacionais.
Além de proporcionar melhor e mais direto
atendimento ao Sul do País, com o CEDISA o
Ministério da Agricultura libera o Lanagro de
São Paulo para outras atividades. A produção
de insumos de referência para o diagnóstico
da Influenza Aviária é uma delas.
•
CEDISA terá a responsabilidade
pela realização de análises
sorológicas para monitoria da
Influenza Aviária e da
iaCom
Doença de Newcastle
Produção Animal | Avicultura 19
CIÊNCIA AVÍCOLA
Casca de ovos é alternativa natural para a indústria
U
m novo estudo demonstrou
que as propriedades físico-químicas do carbonato de cálcio extraído da casca do ovo apresentam
maior estabilidade e resistência térmica quando comparado ao carbonato de cálcio produzido industrialmente – amplamente utilizado como
diluente sólido em produtos farmacêuticos, odontológicos, cosméticos
e em suplementos alimentares.
Compostas por
Pesquisa pode levar a 94% de carbonato
futuro aproveitamento de cálcio, as cascas
de ovos são excepara resíduos de lente fonte dessa
incubatórios e substância e podem
processadores de ovos ser uma alternativa
ao produto de origem industrial. O trabalho, feito na
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi publicado pela revista Ciência e Tecnologia de
Alimentos.
De acordo com Fábio Murakami,
do Laboratório de Controle de Qualidade da UFSC e primeiro autor do
estudo, o principal objetivo foi investigar reações físico-químicas e o
comportamento térmico do carbonato obtido da casca de ovo em
comparação ao industrial.
“As principais vantagens do derivado da casca de ovo são o aproveitamento do resíduo da agroindústria, que é um desafio ambiental, e a
maior estabilidade em temperaturas
superiores às investigadas para o carbonato de origem industrial”, disse à
Agência FAPESP
“O composto obtido da farinha
de ossos não tem a mesma disponibilidade do cálcio extraído de fontes
sintéticas. Nas conchas de ostras, o
carbonato tem vestígios de chumbo,
entre outros elementos potencialmente tóxicos como alumínio, cádmio e mercúrio. Nesse cenário, a casca de ovo tem a vantagem de não
conter elementos tóxicos”, afirmou
Murakami. Há grande interesse no
mercado em encontrar novas fontes
puras de carbonato de cálcio.
De acordo com o pesquisador, a
qualidade de apresentar maior estabilidade térmica poderá ser relacionada ao processamento tecnológico
de farmacêuticos, dentifrícios, antiácidos, suplementos alimentícios, entre outros.
“O composto que apresentar
maior estabilidade à temperatura
poderá resistir a processos mais
agressivos quando o elevado calor
for considerado, além de apresentar
um melhor prazo de validade”, explicou Murakami.
Para o estudo, os pesquisadores
utilizaram métodos como análise térmica – que avalia as mudanças físicas
dos compostos por meio de um programa controlado de temperatura –,
difração de raios X e microscopia. Esses foram empregados para investi-
Casca de ovo é melhor e mais resistente que o
carbonato de cálcio industrial
20 Produção Animal | Avicultura
gar a cristalinidade, aspectos estruturais, dimensão, textura, forma e
comportamento das partículas tanto
no carbonato de cálcio de origem industrial como no da casca de ovo.
A análise térmica do carbonato
de cálcio industrial indicou sua decomposição a temperaturas entre
601°C e 770°C, ao passo que o composto extraído da casca de ovo sofreu o mesmo processo entre 636°C
e 795ºC.
“Os resultados demonstraram
que o carbonato de cálcio de origem
industrial se decompõe a cerca de
30°C a menos do que o obtido da
casca de ovo, que se mostrou mais
resistente ao calor e, por isso, mais
estável em relação ao composto industrial”, disse pesquisador.
A difração de raios X e a microscopia revelaram que, em ambas as
fontes, as partículas de carbonato de
cálcio apresentaram aspectos de cristalinidade semelhantes, e que no
composto obtido da casca de ovo as
partículas tinham tamanho maior, o
que pode estar relacionado à maior
estabilidade térmica.
“Nos dois casos, os compostos
apresentaram parâmetros físico-químicos similares, indicando que o carbonato de cálcio extraído da casca
de ovo pode ser uma nova opção
como excipiente farmacêutico, ou
seja, uma promissora área a ser explorada”, destacou Murakami.
Produção Animal | Avicultura 21
CIÊNCIA AVÍCOLA
Nutricionista avalia Boas Práticas em granjas de postura
A
nalisar os hábitos de higiene no
manejo ovos desde a coleta,
classificação, transporte, armazenamento e distribuição dos mesmo
tentando identificar pontos de possível contaminação
cruzada
Pesquisa checou com ocorrência
aplicação de de surtos de
enterobactéBoas Práticas na rias. Foi este o
produção e manejo objetivo do trabalho
“Boas
de ovos em granjas Práticas de Produção no Manejo de Ovos de Granja como Prevenção de Enterobactérias”.
De autoria principal de Evelise
Caprara, nutricionista e pós-graduada em Higiene e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Caxias do
Sul, a pesquisa analisou granjas e os
locais de manejo dos ovos a partir
de um check list (baseado nas Boas
Práticas de Produção - BPP) que verificou itens com edifícios e instala-
ções, localização da granja, piso da
área de postura, forros e tetos da
área de postura, iluminação e ventilação da área de postura, lavatórios
exclusivos para higiene das mãos,
abastecimento de água, higiene e
saúde dos manipuladores, área da
coleta de ovos.
Foram realizadas visitas a granjas
gaúchas (região de Caxias do Sul) e
de Mato Grosso, nas quais se avaliaram as condições higiênico-sanitárias
dos estabelecimentos. Após a aplicação da lista de verificação, foram
avaliados os itens mais críticos, assim
como as principais ações que deverão ser implantadas pelos estabelecimentos, a fim de melhorar a qualidade e o nível de segurança alimentar.
A tabela mostra os resultados da
análise higiênico-sanitária de 7 granjas visitadas em novembro de 2007
na região de Caxias do Sul, RS. A
granja 7 é única localizada em MT.
De acordo com a análise, verificou-se que a maioria das granjas ti-
nha maior percentual de conformidades que não-conformidades. Porém
houve estabelecimentos com um percentual acentuado de não-conformidades, o que sugere uma necessidade
de melhoria e ampliação em programas de garantia da qualidade. (N.R.:
vide nesta edição, página 8, matéria
sobre revisão da portaria do MAPA
quanto às boas práticas na postura
comercial).
A pesquisa também observou
que nas empresas familiares, onde a
atividade é alicerce de subsistência,
a introdução das Boas Práticas ainda
é vista com desconfiança. As nãoconformidades têm papel importante pois abrem a possibilidade de
contaminação cruzada na manipulação de ovos, podendo causar desde alterações nutricionais bem
como até potencial risco para o
consumidor.
Mais informações sobre a pesquisa
com a autora:
[email protected]
Resultados do Check list realizado nas granjas
Granjas
Granja 1
Granja 2
Granja 3
Granja 4
Granja 5
Granja 6
Granja 7 (MT)
Conforme
52,38%
71,43%
28,57%
61,90%
28,57%
61,90%
90,48%
Não-conforme
47,61%
28,57%
71,43%
38,09%
71,43%
38,09%
9,52%
22 Produção Animal | Avicultura
Produção Animal | Avicultura 23
PERSPECTIVAS
Tendências da avicultura de corte
frente ao elevado preço dos grãos
Ainda que nas últimas duas
décadas tenha se expandido à
dé
eexcepcional média de 5% ao
ano, a indústria mundial da
ca
carne de frango não dá sinais
de esgotamento e, mesmo em
ritm
ritmo mais lento, deve alcançar
a marca dos 100 milhões de
ttoneladas por volta de 2020.
No momento, porém, uma
da
das três pernas de sustentação
de
dessa forte indústria apresenta
um grau de fragilidade que
afeta todo o setor e indica
desaceleração no ritmo de
Foto: Aviagen
incre
incremento até agora registrado.
24 Produção Animal | Avicultura
Independente dos desafiantes rum
rumos
que a economia mundial vem tomando
em 2008 e que, de alguma forma, devem
repercutir na atividade, já se sabia que o
ano continuaria (como foi 2007) problemático para a avicultura, devido à explosão dos preços dos grãos que servem de
base para a alimentação das aves, especialmente o milho. Aliás, em visita ao
Brasil em novembro do ano passado,
quando participou do I Seminário Internacional Aviagen, o próprio Paul Aho,
autor deste artigo, alertou sobre “a exis-
tência de nuvens no horizonte” – ocasionadas, exatamente, pelo custo dos
grãos.
Paul Aho (www.paulaho.com) é, na
atualidade, o mais conceituado analista
econômico, em nível mundial, da indústria do frango. Presidente da Poultry Perspective, também atua como Consultor
de Negócios Internacionais da Aviagen.
A matéria ora reproduzida foi extraída do
“Broiler Economics”, boletim mensal da
Arbor Acres, uma das linhagens Aviagen
(www.aviagen.com).
O
Esse banquinho de três pernas
chamado “indústria do frango”
U
Nas últimas décadas a indústria do frango experimentou, mundialmente, um rápido aumento da produção.
De 27 milhões de toneladas métricas (mtm) em 1985, a
produção mundial saltou para 70 mtm em 2005 e pode
chegar aos 100 mtm em 2020.
O sucesso da indústria do frango pode ser visualizado
como um banco de três pernas, comum entre os gaúchos, representado na ilustração. Uma das pernas representa o custo do frango, outra a renda do consumidor e
outra a vontade desse consumidor de comer frango. Para
avaliar as possibilidades a curto e longo prazo da indústria, em qualquer lugar do mundo, é preciso conhecimento do custo, das preferências e da renda.
Produção Mundial de Carne de Frango 1985 a 2020
Milhões de toneladas
Custo
No decorrer do tempo, a indústria do frango vem demonstrando particular eficiência na redução de custos.
Uma combinação de instrumentos – aí inclusos genética,
controle de doenças, economia de escala e disponibilidade de grãos a preços acessíveis – contribuiu para isso. Os
leitores deste texto conhecem muito bem os grandes
avanços da genética avícola, sintetizados no quadro
abaixo.
Em 1925, eram necessárias 16 semanas para conseguir apenas um quilo de peso vivo. Hoje, 2,5 quilos podem ser alcançados em 42 dias. Igualmente importante
foi o aumento da eficiência na conversão alimentar, de
4,7 kg de ração para cada quilograma de peso vivo produzido para apenas 1,7:1. Há vários indicativos de que o
melhoramento genético deve continuar evoluindo nas
próximas décadas, mas não tão significativamente quanto no século XX.
Embora menos destacadas, foram igualmente notáveis as melhorias na genética e na produção de grãos. A
feliz combinação de sementes melhoradas, cultivo em
larga escala, equipamentos modernos e fertilizantes mais
baratos derrubou o preço do milho em cerca de 75% no
século XX.
Preço do milho em Chicago, EUA
(Valor de 1 tonelada a dólar de 2000)
ANO
VALOR (U$)
1900
400
2000
100
2010
200
Infelizmente, mal iniciado o século XXI, os preços dos
grãos voltam a percorrer um caminho totalmente equivocado (não por culpa da genética) devido à destinação de
quantidades massivas do produto para a fabricação de
combustíveis. O súbito desaparecimento de 30% da colheita de milho dos Estados Unidos dobrou os custos de
todos os grãos e pôs em choque a produção animal em
todo o mundo.
Melhoramento genético do frango em oito décadas
ANO
PESO
VIVO
Kg
CONVERSÃO
ALIMENTAR
Kg ração/kg peso vivo
MORTALIDADE
%
IDADE
DE ABATE
Dias
1925
1,0
4,700
18%
112
1965
1,6
2,400
6%
63
2005
2,4
1,700
4%
42
Produção Animal | Avicultura 25
PERSPECTIVAS
Evolução do custo do frango vivo
(USS/Kg deflacionado a valores de 2000)
A perfeita combinação do que há de melhor em genética avícola e agrícola com todos os demais avanços
tecnológicos derrubou o preço do frango vivo de U$3,00
em 1940 para apenas U$0,55/quilo em 2000. Infelizmente, a repentina explosão no custo do grão foi muito mais
significativa do que todos os ganhos anteriores, na gené-
tica e nas demais áreas. Em conseqüência, até
2010 o custo do frango vivo pode muito bem
retornar aos níveis alcançados nos anos 1980.
Graças a esse confisco de alimentos para a fabricação de combustível subsidiado, liquidaramse no curto espaço de três anos pelo menos 20
anos de esforços dedicados à redução do custo
do frango. E embora estes números sejam dos
Estados Unidos, outros países tiveram experiências semelhantes com o custo do frango vivo.
No curto prazo, a perna do “banco gaúcho”
correspondente ao custo mantém-se como problema. E mesmo que todo o resto continue
igual, com os altos custos a predisposição do
consumidor em adquirir frango vem diminuindo. Em especial, pessoas de menor renda irão,
em decorrência do preço maior, adquirir menos
frango e outras carnes. A longo prazo, só podemos torcer que os políticos recobrem o bom senso e reduzam o
elevado ônus imposto aos grãos e alimentos pelos massivos subsídios ao biodiesel. Enquanto isso não for equacionado, a questão dos custos elevados continuará sendo
um grande desafio.
Renda
aspecto, menos atrelados à economia norte-americana
A renda do consumidor é um fator tão importante
do que no passado. Assim, não serão os problemas ecoquanto o custo do frango na predisposição do consuminômicos da América do Norte que puxarão para baixo a
dor para continuar adquirindo carne de frango. Se a reneconomia mundial.
da crescer rápido o suficiente, os custos mais altos do
De toda forma problemas ocorrerão, o que pode ser
frango não irão afetar o consumo. Entretanto, se a renda
considerado um ciclo de mercado perfeitamente normal:
cair durante o período de alta dos custos, o consumo será
no curto prazo, a renda do consumidor deve crescer mais
mais seriamente afetado.
lentamente do que o normal e, depois de certo espaço de
Utilizando o Produto Interno Bruto (PIB) mundial
tempo, deve voltar a crescer de forma mais rápida.
como um mensurador da renda do consumidor é possível constatar (gráfico ao
lado) que a renda munProduto Interno Bruto Mundial
dial evoluiu vigorosamente entre 2003 e
(Variação percentual anual)
2007. O ruim é que um
enfraquecimento
na
América do Norte e Europa tende a puxar para
baixo a expansão da renda mundial neste e no
próximo ano, até o advento de um novo ciclo
de aceleração, por volta
de 2010.
Felizmente, os países
em desenvolvimento se
encontram hoje mais fortalecidos de um ponto de
vista econômico e, nesse
26 Produção Animal | Avicultura
As preferências do consumidor
Não foi em todos os países do mundo que o frango
se tornou a carne favorita dos consumidores. No entanto
ele apresenta duas vantagens significativas que outras
carnes não têm:
1 - É aceito em todas as culturas;
2 - Converte os grãos de forma mais eficiente.
Índices de
BOI
8:1
SUÍNO
3:1
FRANGO
2:1
conversão
(quilogramas de ração
necessários para a produção
de um quilograma de carne)
Em tempos de altos preços do grão e menor renda, a
popularidade da carne de frango cresce à medida que os
consumidores trocam o consume de carne suína e bovina
por frango. Com uma melhor taxa de conversão de grão
para carne, o custo da carne de frango sobe num ritmo
menor que o custo de outras carnes. Quanto mais tempo
os preços dos grãos permanecerem elevados, mais o poder de barganha do frango será comparado com outras
carnes.
A carne de frango deve ganhar mercado rapidamente sobre as carnes bovinas e suínas enquanto o custo destas cresce substancialmente. Não obstante, num espaço
de tempo relativamente curto, os preços de suínos e bovinos devem cair na medida em que os plantéis sejam liquidados em decorrência dos altos preços dos grãos.
Uma vez que a redução esteja concretizada, os preços
crescerão para níveis muito mais elevados.
Doenças animais também podem afetar as preferências do consumidor. Em 2006, o temor da Influenza Aviária reduziu o consumo mundial de carne de frango de
maneira poucas vezes observada. Porém, o problema foi
rapidamente superado: depois que os consumidores se
conscientizaram do pequeno risco que a doença apresentava para o homem, os níveis de consumo voltaram ao
normal.
Previsões mundiais
Aparentemente, duas das três pernas do banquinho
(custo e renda do consumidor) irão apresentar certa fragilidade nos próximos anos. A terceira perna se
mantém firme e forte, já que o frango ganha
mercado perante as outras carnes. Como resultado, prevalece a possibilidade de um
menor crescimento no consumo de frango no decorrer deste ano. Ou seja:
após um robusto crescimento de 4%
no consumo mundial de carne de
frango no ano que passou, o ritmo de incremento de 2008 deve
ser bem mais modesto, ao redor
de 2,5%.
Após 2008, a produção de
carne de frango tende a experimentar aceleração. Todas as
três pernas do banquinho devem se tornar mais fortes.
Quando os preços dos grãos
pararem de subir, o custo do
frango deve se estabilizar e começar a cair outra vez. Depois de
uma leve desacelerada, em 2009
também a renda do consumidor
deve voltar a crescer. A preferência
pela carne de frango deve, igualmente,
crescer no futuro, graças às vantagens
únicas que sua produção apresenta.
Tendências da indústria do frango
Perna do banco
Curto Prazo
Médio Prazo
Custo do frango
Em elevação
Estabilização ou
queda
Renda do consumidor
Lenta evolução
Rápida evolução
Preferência
Rápido ganho de
participação no
mercado
Ganho de mercado
mais lento
CONCLUSÃO
LIGEIRAMENTE
MENOS FAVORÁVEL
MAIS FAVORÁVEL
Índices de incremento da carne de frango
g
(Variação
(Variaç o percentual
p rcentual anual)
•
Produção Animal | Avicultura 27
PERSPECTIVAS
VI Congress
Consumo co
Sucesso da VI Edição do
Congresso de Ovos reflete
momento de valorização
do alimento. Após anos
difíceis para os produtores,
cenário em 2008 é favorável
à recuperação de preços
C
ontando com mais de 350 inscritos, a Associação
Paulista de Avicultura (APA) realizou entre os dias
25 e 27 de março a VI edição do Congresso de
Produção, Comercialização e Consumo de Ovos. Diferentemente de edições anteriores, este ano o setor teve
bons motivos para manter o otimismo.
Basta recordar que em março de 2007 a Ovos Brasil,
organização criada para desenvolver o consumo e a produção deste alimento, ainda estava no papel e o setor
buscava sincronia para estabelecer melhores preços.
Já neste ano a avicultura de postura mostra coesão
no ajuste da produção, e trouxe para discussão no Congresso, além de temas técnicos, um enfoque maior em
comercialização e comunicação com o consumidor.
José Roberto
Bottura, coordenador do Congresso e também
diretor-executivo
da Ovos Brasil,
não deixou de
ressaltar a atual
valorização nos
José Roberto Bottura
preços alcançados pelos ovos.
Após dois anos difíceis para os produtores, 2008 aparece
como um bom cenário de recuperação de preços, resultado do ajuste entre oferta e demanda.
Mesa de abertura;
ao centro, Zoé D’Ávila
28 Produção Animal | Avicultura
o de Produção, Comercialização e
roa ano de valorização para o ovo
PNCRC/Ovos
Para discutir o controle de qualidade da produção de
ovos e a educação sanitária, Leandro Feijó, responsável
pela Coordenadoria de Controle de Resíduos e Contaminantes (CCRC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), apresentou o Programa Nacional
de Controle de Resíduos e Contaminates (PNCRC) para
Ovos.
As novas metas propostas pelo
Ministério da Agricultura e pela
CCRC procuram garantir a segurança
em todos os processadores de ovos
registrados sob SIF
O PNCRC fiscaliza e procura garantir a segurança em
todos os processadores de ovos registrados no Serviço de
Inspeção Federal (SIF).
Além de explicar os detalhes do Programa, Feijó ressaltou diversas vezes que o setor produtivo de ovos deve
compreender a importância do PNCRC para seu pleno
funcionamento. “Não adianta existir a legislação se a
base não é estruturada”, afirma.
A palestra aconteceu na manhã do primeiro dia do
evento, 25 de março, e foi antecedida por uma reunião
entre representantes do MAPA, Associação Paulista de
Avicultura (APA) e outros participantes do segmento.
Para Leandro Feijó, este foi um dia importante para a avicultura de postura, já que os setores produtivos, público
e privado se uniram com o objetivo
de qualificar a produção para o mercado interno e externo.
O PNCRC monitora, semanalmente, através de um sorteio, o
uso de medicamentos veterinários
e de contaminantes ambientais.
Após a detecção de anormalidades são realizadas análises para saber o que ocorreu e evitar novas
ocorrências.
Na implantação do PNCRC/Ovos
o Ministério da Agricultura está investindo R$500 milhões, verba que
inclui a inserção no monitoramento
do produto consumido internamente e o processo de contratação de
laboratórios para análise.
Leandro Feijó
O controle de qualidade da
produção, educação sanitária
e segurança de alimentos na
produção de ovos se mostra
importante frente às exigências
sanitárias impostas pelo mercado
internacional
Legislação para o setor de ovos
Regina D’arce, coordenadora de sanidade avícola da
Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do MAPA apresentou para o setor produtivo de ovos os novos regulamentos na área de sanidade avícola.
Falando sobre a Instrução Normativa nº 56 de 4 de
dezembro de 2007, que estende os procedimentos de
registro, fiscalização e controle oficial também aos estabelecimentos avícolas comerciais (granjas de produção de
frangos e de ovos de consumo), Regina lembrou que
muitas polêmicas surgiram antes mesmo da publicação
da proposta do MAPA.
Umas delas é a obrigatoriedade das telas com malha
não superior a 2 centímetros para as granjas comerciais,
instaladas de forma a impedir a entrada de pássaros, animais domésticos e silvestres. Apesar, porém, da obrigatoriedade já em vigor, os estabelecimentos comerciais preexistentes têm um prazo de cinco anos para o atendimento
dessa exigência. O setor avícola argumenta que o uso da
tela pode se transformar em mero paliativo, não em medida adicional de biosseguridade, já que pássaros entram
nos galinheiros por pequenas frestas.
A IN 56 substitui a IN 4, de dezembro de 1998, que
tratava do mesmo assunto e considerava os estabelecimentos produtores de frangos e de ovos comerciais “de
controle eventual” (ou não-obrigatório) e, assim, as determinações em torno desse segmento eram mínimas.
Produção Animal | Avicultura 29
PERSPECTIVAS
Entre os procedimentos exigidos para registro de
granjas de postura comercial e de reprodução estão: licença ambiental, descrição das medidas higiênico-sanitárias e de biossegurança a serem adotadas e distância mínima de 3 km entre estabelecimento avícola de reprodução
a abatedouros, fábrica de ração e outros estabelecimentos de reprodução ou comercial. Outras medidas, como
permitir o acesso do veterinário oficial aos documentos,
registros e instalações e comunicar ao serviço oficial, por
meio do veterinário habilitado, sinais repentinos, acentuados e fora da normalidade, como queda da produção de
ovos e aumento da mortalidade dentro de 72 horas, também devem ser adotadas.
Sobre a IN 17, de abril de 2006, que instituiu o Plano
Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle
e Prevenção da Doença de Newcastle e avaliou os sistemas de resposta a um desafio sanitário, Regina D’arce
reiterou que alguns Estados, como Rio Grande do Sul e
São Paulo, ficaram próximos de alcançar uma classifica-
ção acima da obtida pelos sistemas estaduais de defesa
sanitária animal. Além disso, novas auditorias devem ser
realizadas no 2º semestre deste ano.
Todas as Unidades Federativas que
aderiram voluntariamente ao Plano
tiveram seus sistemas de defesa
sanitária animal auditados e os
resultados da avaliação realizada
abrangeram um total de 22 UFs.
Ou seja: apenas cinco estados
não participaram (pelo menos
inicialmente) da regionalização
Grãos
Para Elcio de Angelis, da Cargill/
Purina, que discutiu o mercado de
grãos e suas perspectivas, a utilização
do milho para etanol nos Estados Unidos vai continuar crescendo e conseqüentemente, os preços vão continuar
altos.
Entretanto, nos Estados Unidos, o
aumento do consumo de milho para
etanol gerou excesso de oferta do
DDG (Distillers Dried Grains), subproduto da produção de etanol à base de
milho, que substitui parcialmente a ne-
Nos EUA, o aumento do
consumo de milho para
etanol gerou excesso
de oferta do DDG, que substitui
parcialmente a necessidade de
nutrientes que o milho em grão
oferece às rações
Elcio de Angelis
cessidade de nutrientes que o milho em grão oferece às
rações para suínos, bovinos e aves. Com isso, a região
Nordeste do Brasil e outros países próximos podem ser
eventualmente beneficiados com a possível importação
do DDG excedente.
Comparação entre milho e DDG
Milho
DDG
Proteína
8,00%
27,50%
Gordura
3,70%
11,00%
Cinza
1,30%
4,30%
Umidade
13,50%
9,00%
Fibra
1,70%
6,30%
Cálcio
0,03%
0,20%
NDF
0,25%
0,70%
ADF
1,90%
7,60%
Energia TDN
81,90%
87,50%
Preço – U$/ton
237
215
Ovos Brasil
Através da empresa de pesquisa MKT-STAT, a Ovos
Brasil está realizando uma pesquisa qualitativa junto a
consumidores e formadores de opinião, para definir as
ações de marketing para valorizar o ovo junto ao consumidor final (classes A, B, C e D) e formadores de opinião
(nutricionistas e médicos), de acordo com a real qualidade deste alimento e seus benefícios à saúde.
30 Produção Animal | Avicultura
A estratégia da Ovos Brasil está dividida em três fases
que englobam a pesquisa qualitativa, o planejamento da
campanha e a pesquisa quantitativa para mensurar os
efeitos da mesma. Atualmente, os trabalhos se encontram na fase 1.
Sérgio Seyssel, da MKT-STAT, apresentou os resultados da pesquisa qualitativa que, através da técnica de
Primeiro passo dado pela Ovos
Brasil foi pesquisar o que pensam
os consumidores. Nos resultados
da Grande São Paulo é evidente a
necessidade de desfazer o mito do
colesterol. Porto Alegre e Recife serão
as próximas regiões avaliadas
discussão em grupo, identificou os principais hábitos de
consumo de ovos in natura.
A pesquisa realizada na Grande São Paulo evidenciou
que ainda existem lacunas no conhecimento das propriedades e qualidades do ovo entre consumidores e formadores de opinião.
A análise concluiu, entre outros pontos, que os três
perfis analisados (consumidores, médicos e nutricionistas)
necessitam de mais e melhores informações sobre o consumo de ovo e que o maior problema está localizado no
consumidor, que ainda acredita que o ovo é o vilão do
colesterol.
Além disso, a equipe identificou que os consumidores vêem o ovo como um alimento das classes mais baixas. Para desfazer este conceito, a proposta é a divulgação de receitas e pratos mais elaborados utilizando o
ovo.
A MKT-STAT fez algumas sugestões de campanhas,
todas com o objetivo de enfatizar as propriedades e os
aspectos positivos do ovo e desfazer o mito do colesterol
e o rótulo de alimento “sem classe”.
Para donas de casa a sugestão é passar dicas de receitas em emissoras de
TV’s, rádios e escolas. Já para adultos solteiros os veículos de comunicação ideais
seriam rádio, TV’s e jornais com matérias
mais aprofundadas e embasamento
científico utilizando profissionais da saúde como comunicadores. Quanto aos
médicos, a sugestão é se valer de revistas
semanais para publicar estudos científicos, de universidades renomadas, através de profissionais já conhecidos da mídia, como o dr. Dráuzio Varela.
Rogério Belzer, diretor do Setor de
Ovos da União Brasileira de Avicultura
(UBA) e presidente do Conselho Diretor
da Ovos Brasil, acredita que os resultados
obtidos ficaram dentro do esperado.“Não
houve propriamente uma surpresa, mas
constatamos que ainda há muita desinformação em relação ao ovo, por parte
dos consumidores e também de médicos e nutricionistas.
Informar parece ser a palavra chave para as futuras ações”,
afirma.
O próximo passo da MKT-STAT é realizar as pesquisas
qualitativas na região de Porto Alegre e Recife.
•
“Ainda há muita desinformação em relação ao
ovo, por parte dos consumidores, de médicos
e nutricionistas. Informar parece ser a palavra
chave para as futuras ações”
Merial debate biosseguridade
Jeovane Pereira, gerente técnico da
Merial Saúde Animal, uma das patrocinadoras do VI Congresso de Produção,
Comercialização e Consumo, apresentou no Espaço Empresarial o selo de
identificação criado para certificar e registrar a imunidade de pintos e pintainhas de um dia contra as doenças de
Marek e Gumboro.
O selo identificará as caixas de
transporte de aves dos incubatórios que
utilizam a vacina Vaxxitek HVT+IBD,
que proporciona imunização simultânea contra as duas doenças (Marek e
Gumboro), com dose única, ainda no
incubatório.
A Vaxxitek foi apresentada ao setor
na V edição do Congresso e possui tecnologia vetorial, ou seja, utiliza um vetor
modificado em sua estrutura para conferir imunidade contra um segundo vírus.
À apresentação de Jeovane se seguiu a palestra da Dra. Nair Katayama
Ito, do Laboratório Spave, que abordou a produção de ovos em seus diferentes aspectos e discutiu diversos assuntos que influenciam e interferem
no desenvolvimento das pintainhas no
período de recria, como manejo, instalações, nutrição e controle de enfermidades através de medidas de
biosseguridade.
Nair Katayama
Produção Animal | Avicultura 31
AVIGUIA: EMPRESAS, PRODUTOS E SERVIÇOS
Linha de Avicultura da Fort Dodge realiza treinamento na Globoaves
A
equipe da Fort Dodge Saúde Animal
visitou a unidade de Paraíba do Sul,
RJ, da Globoaves para promover palestra
sobre técnicas de vacinação para controle
da Salmonella Enteritidis em reprodutoras
pesadas. No evento, o palestrante e assistente técnico da companhia de saúde animal, Dr. Ludio Gomes, discutiu aspectos
teóricos e práticos da vacinação.
O encontro foi acompanhado por
toda a equipe de recria, produção e vacinação da Globoaves, uma das principais
empresas produtoras de pintos de um dia.
Entre os conceitos importantes abordados
durante a palestra, estão o uso de vacinas
inativadas contra Salmonella, a redução
da transmissão vertical e a proteção passiva à progênie.
Para o gerente de área da Fort Dodge
para Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e
Rio de Janeiro, Dalmo Arantes, o treinamento de vacinadores é um dos fundamentos mais importantes para a boa proteção das aves. “A Fort Dodge sente-se
honrada em poder participar da capacitação de um grande número de pessoas todos os anos”, afirma.
Nova ração da Linha Natural Purina
deixa as gemas mais amarelas
A
Cargill Nutrição Animal-Purina lança um
novo diferencial para o produto “Natural
Ovos” de criações caseiras. O produto apresenta agora um pigmentante natural de gema,
tornando-a mais amarela e mais atrativa aos
consumidores.
Diversas pesquisas indicam a preferência dos
criadores e consumidores por gemas de coloração mais intensa. Segundo a percepção geral, a
cor da gema mais forte está relacionada ao valor
mais nutritivo e mais saudável. Gemas douradas
e brilhantes demonstram que as galinhas recebem um suprimento adequado de carotenóides
essenciais. Além de conferir à gema sua cor
amarela, essas substâncias protetoras previnem
a oxidação e a destruição de substâncias vitais
frágeis como as vitaminas do ovo.
O produto pode ser encontrado a partir de
abril nas principais revendas Purina de todo o
país.
Mais informações:
www.nutrimentospurina.com.br
Elanco tem novo Gerente
de Marketing e Técnico –
Avicultura
Equipe técnica de avicultura
do Biovet ganha reforço
no Sul do País
D
C
esde o dia 1º de fevereiro a Elanco possui um novo gerente
de marketing e técnico para avicultura, Giankleber S. Diniz,
que terá como foco apoiar a equipe de aves na entrega de soluções confiáveis para os clientes da empresa.
Giankleber está há 19 anos inserido no mercado de saúde
animal, onde atuou não somente no Brasil como também
na América Latina nas áreas de
marketing e suporte técnico
para avicultura, suinocultura e
bovinocultura.
O medico veterinário é formado pela Universidade para o
Desenvolvimento do Estado de
Santa Catarina. Além disso, é especialista em Marketing e Desenvolvimento Gerencial pela
Embrape/ FGV e mestre em Ciência Animal pela Universidade
Estadual de Londrina.
32 Produção Animal | Avicultura
ontando com grande
equipe técnica no segmento de biológicos para
avicultura, o Laboratório
Biovet reforça ainda mais
seu quadro profissional na
região Sul do Brasil.
A partir deste mês, o
médico veterinário Carlos
Adelino Dalle Mole assume a assistência técnica
aos clientes paranaenses e
da região oeste de Santa
Catarina.
Graduado pela Universidade Federal do Paraná Campus Palotina, Carlos é especialista em Avicultura pela UNOCHAPECÓ. Em seu currículo constam cinco anos de atuação na
Sadia S.A, na unidade de Faxinal dos Guedes (SC), onde atuou na
área de sanidade e manejo de avós e matrizes de corte.
Bayer lança limpador e desinfetante
A
unidade de Aves e Suínos da Bayer
HealthCare lançou os novos produtos do Programa de Biossegurança da empresa: o limpador Cleanagol e o desinfetante Delegol.
Os lançamentos acontecem em eventos voltados ao mercado de aves e suínos
em vários estados do país.
O desinfetante Delegol possui amplo espectro de atividades contra os microorganismos. É indicado como desinfetante geral, para uso em pedilúvios e
rodolúvios, e desinfecção de caminhões,
equipamentos e instalações.
Já o limpador Cleanagol é de uso geral, capaz de remover as sujidades impregnadas em veículos, equipamentos, instala-
ções, pisos, beirais dos galpões,
plásticos e chapas galvanizadas, entre outros. Ambos os produtos são
biodegradáveis e de base aquosa,
o que garante a segurança do
meio ambiente.
“Agora oferecemos um programa de biossegurança completo, com a combinação ideal de
modernos princípios ativos, inovadores no mercado”, afirma Rogério
Petri, gerente da unidade Aves e Suínos
da Bayer.
Mais informações:
www.bayer.com.br
Paraibuna Embalagens inaugura fábrica de papelão ondulado no RJ
A
Paraibuna Embalagens inaugurou, em Sapucaia, RJ, a sua nova unidade industrial de papelão ondulado. A cerimônia teve a presença
de representantes do Governo federal, do vice-governador do Estado do
Rio de Janeiro, Luiz Fernando de Souza, do prefeito de Sapucaia, Paulo
Coelho e de autoridades regionais, além de clientes e fornecedores. A
fábrica conta com maquinário de alta tecnologia para a produção de papelão e impressão de caixas.
A unidade industrial, chamada de Projeto Sapucaia, recebeu investimentos de R$20 milhões, para a construção da fábrica com 22 mil metros
quadrados e a aquisição de equipamentos de última geração. Com isso
espera-se um crescimento na produção de cerca de 8 mil toneladas. Já a
fábrica de Juiz de Fora com mais de 40 anos de atuação no mercado terá
investimentos de R$15 milhões de reais para a modernização do parque
industrial e a fabricação de todo o papel que for necessário para a Unidade de Sapucaia.
Merial cria selo de qualidade para garantir imunização
contra Marek e Gumboro
U
m selo de identificação criado pela Merial Saúde Animal vai certificar e registrar a imunidade de pintos e pintainhas de
um dia contra as doenças de Marek e
Gumboro. O selo identificará as caixas
de transporte de aves dos incubatórios
que utilizam a vacina Vaxxitek®
HVT+IBD, recente lançamento da multinacional franco-americana, que proporciona imunização simultânea contra as duas doenças (Marek e Gumboro),
com dose única, ainda no incubatório.
Segundo Jeovane Pereira, gerente de
produtos e serviços técnicos em avicultura
da Merial, o selo funciona como um atestado de
qualidade da imunização, que garante, portanto,
a sanidade das aves e, por extensão, a qualidade
dos produtos finais (carne de frango e ovos) ao
consumidor.
Lançada em 2006 no Brasil, Vaxxitek®
HVT+IBD é considerada a vacina mais avançada
do mundo contra doenças de Marek e Gumboro.
O produto possui exclusiva tecnologia vetorial,
ou seja, utiliza um vetor modificado em sua estrutura para conferir imunidade contra um segundo vírus.
Informações adicionais podem ser obtidas pelo
SAC 0800 888-8484 ou no site www.merial.com.br.
Produção Animal | Avicultura 33
ASSOCIAÇÕES
Ministro da Agricultura se mostra sensível
às reivindicações do setor avícola
Audiência com Ministro
discutiu liberação da
importação do milho OGM e
paridade tributária entre o grão
exportado e o transferido entre
Estados
“Sem a paridade fiscal, o governo federal está, sem dúvida, favorecendo o
competidor internacional em detrimento
do produtor interno”. A afirmação é do
secretário executivo da União Brasileira de
Avicultura (UBA), João Tomelin.
Em audiência com o Ministro da Agricultura Reinhold Stephanes, a avicultura
brasileira, representada pela UBA e entidades de classe de 12 Estados brasileiros e
empresas do setor, reivindicou auxílio a
dois entraves que podem tirar a capacidade de concorrência do segmento: a liberação das importações do milho transgênico
e a paridade tributária entre o milho exportado e o transferido entre Estados.
O produto exportado não recolhe PIS,
COFINS ou ICMS e ainda recebe subsídio
no frete. Enquanto isso, os grandes Estados produtores de milho acabam sendo
obrigados a importar o produto de outros
estados ou regiões e são, neste caso, onerados pelo ICMS.
Tomelin explica que o Ministro se
mostrou surpreso e considerou que as regras estão desencontradas. O secretário
de Política Agrícola, Edílson Guimarães,
estava presente na reunião, juntamente
com o secretário de Defesa Agropecuária,
Inácio Kroetz, e foi incumbido de examinar esta questão.
“Somos a favor das exportações de
milho. Entretanto, as regras têm que ser
as mesmas para a importação. A avicultura vai continuar lutando pela livre comercialização do milho”, completa Tomelin.
Quanto à importação de milho geneticamente modificado, único disponível
para compra no mercado internacional,
Stephanes entende que não existem mais
entraves para a importação de milho
transgênico e instruiu o setor a realizar
novo pleito, que deve ser aprovado pela
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
A preocupação do setor é se resguardar de uma possível falta de oferta de milho no mercado interno. A necessidade
ou não da importação depende do consumo durante o ano e a expectativa da
colheita.
Em 2008, o consumo de milho previsto para a avicultura, deve atingir 23 milhões de toneladas para um consumo total nacional entre 44 e 45 milhões de
toneladas. A estimativa de produção da
safra 2007/2008 é de cerca de 53 milhões
de toneladas do grão.
Em 2007 foram exportadas quase 11
milhões de toneladas de milho; o Brasil se
transformou no último País do mundo onde
ainda há milho não-OGM. Caso se mantenham volumes dessa ordem para o corrente
ano, devem ser registradas dificuldades de
abastecimento e custos, principalmente,
para o segundo semestre de 2008.
Com a possibilidade de importação o
abastecimento fica garantido e os preços
internos do grão tendem a manter valores
acessíveis com o aumento da competição.
Outro assunto abordado pelo setor na
reunião foi a necessidade de uma política
de estocagem de milho, de cerca de 8 milhões de toneladas, para garantia do consumo nacional (avicultura e suinocultura à
frente) de dois meses.
“O estoque regulador deve existir, pois
é uma proteção para os produtores internos. Um problema climático na safra de
milho, por exemplo, pode alterar o quadro
de suprimento e pôr em risco a produção”,
finaliza o secretário da UBA.
•
Stephanes e representantes da avicultura brasileira
34 Produção
34 Animal
Produção
| Avicultura
Animal | Avicultura
Pernambuco
AVIPE busca isenção de ICMS para milho importado
AVIP
A diretoria da Associação Avícola de
Pernambuco (AVIPE) pleiteia uma reunião
com o governador do Estado, Eduardo
Campos. A intenção da entidade é conseguir o apoio do governo para a volta de
um programa regular de importação de
milho, procedimento que existiu no Estado até 2000, para abastecer a avicultura
local, que ano passado produziu 300 mil
toneladas de carne.
O setor avícola pernambucano, que
adquire milho a quatro mil quilômetros
de distância, tem poucas esperanças
que o governo federal troque parte do
milho exportado por uma venda desonerada de tributos para a produção de
aves no País, mas acredita que voltando
a importar, o governo de Pernambuco
possa abrir mão dos 3% de ICMS que
cobraria.
O presidente da AVIPE, Saulo Perazzo
Valadares, explica que a avicultura deseja
importar 600 mil toneladas por ano de
milho, substituindo as compras que faz
no mercado interno, onerada com 12%
de ICMS e 9,20% de PIS/Confins.
Perazzo lembra que o milho exportado com dólar baixo e isenção de imposto
é também vendido no mercado interno
com 21,2% de imposto para a indústria.
A chegada de empresas como Sadia e
Perdigão, que já possuem benefícios fiscais através de suas Centrais de Distribuição, é vista como mais uma chance de
fortalecer a atividade e buscar menores
preços de insumos.
A AVIPE ainda não foi procurada pelas
empresas e espera informações sobre as
condições oferecidas aos integrados.
Rio Grande Sul
A
Avicultura
gaúcha quer ampliar vendas para Oriente Médio
Em reunião, dirigentes da Associação
Gaúcha de Avicultura (ASGAV) avaliaram
a situação do setor diante da alta dos
custos e também a grande procura de
carne de frango por parte de representantes de importadores do Oriente
Médio.
De acordo com o secretário-executivo
da entidade, José Eduardo dos Santos, a
perspectiva é de que se inicie ainda neste
semestre uma série de operações de ex-
portação de carne de frango para ampliar
as vendas a alguns países.
Atualmente, o RS exporta 29% da produção para o Oriente Médio e os principais
compradores são Arábia Saudita, Barein,
Catar, Emirados Árabes, Iêmen, Irã, Iraque,
Israel, Jordânia, Omã, Tadisquistão, Turcomenistão, Turquia, e Uzbequistão.
“A persistir a alta dos insumos, milho,
soja e outros complementos da ração do
frango e mesmo com o dólar em queda, a
tendência é intensificar as exportações
para amenizar os prejuízos”, afirma o secretário-executivo.
E completa: “A avicultura gaúcha
está passando por um momento delicado, mas acreditamos que a redução da
produção e o redirecionamento em larga
escala para o mercado externo devem estabilizar o mercado, valorizando a carne
de frango em sintonia com o custo dos
grãos”.
Minas Gerais
Tarcísio Amaral é reeleito presidente da Avimig
Será que os empresários avícolas
de seu Estado sabem o que a
O empresário Tarcísio Franco do Amaral foi reeleito
em Assembléia-Geral Ordinária, presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) para cumprir mandato de dois anos. A vice-presidência conta
agora com a empresária Maria Luíza Assunção
Pimenta.
A diretoria executiva da entidade teve algumas alterações, como a saída do diretor financeiro Luís de Cássio da Paixão. Em seu lugar assumiu o empresário Antônio Carlos Vasconcelos Costa.
No cargo de diretor administrativo, continua José
Maria Salgado, tendo como vice o empresário José Aparecido Ferreira.
entidade de classe do setor vem
fazendo por eles?
Divulgue as atividades de sua
Associação – reuniões, iniciativas,
eventos, pleitos oficiais,
necessidades,etc. – através da
Produção Animal – AVICULTURA.
Basta enviar
e-mail para
imprensa@
avisite.com.br.
Produção Animal | Avicultura 35
ESTATÍSTICAS E PREÇOS
Produção e mercado em resumo
Trimestre beneficiou o ovo, mas não o frango, em
desvalorização desde 2007
O
primeiro trimestre de 2008 terminou sem que o frango vivo
interrompesse a trajetória de baixa
iniciada em setembro de 2007. Após
brevíssimo interregno em dezembro
(absolutamente natural) e sem ter registrado nenhuma valorização neste
ano, o produto alcançou, em março
último, seu pior desempenho dos últimos sete meses. Um comportamento que – ao contrário de vezes anteriores – refletiu a situação também
do frango abatido. E como, no período, os preços das demais carnes permaneceram bem melhores e as exportações de frangos caminharam
acima das expectativas iniciais, só se
pode concluir que os problemas enfrentados pelo frango resultaram de
um excesso de produção ou, mais
provavelmente, do fato de o setor ter
ignorado que todo início de ano é desafiante em termos de consumo. Assim, apenas paga-se (caro) a conta de
manter o mesmo nível de produção
do final do ano, época em que o consumo é bem mais significativo.
Já o ovo experimentou desempenho inverso, visto que seus preços
superaram não só os do mesmo trimestre do ano passado, mas também o do último trimestre de 2007,
geralmente um dos mais favoráveis
períodos do ano para o produto. Na-
Avicultura de corte
ignorou o fato de que
todo início de ano é
desafiante em termos
de consumo
turalmente, pesou no resultado do
trimestre a Quaresma “prematura”,
que permitiu fossem alcançados, em
fevereiro, os melhores preços de todos os tempos. Mas o que, verdadeiramente, contribuiu para que o setor
alcançasse um bom desempenho – a
ponto de neutralizar os elevados aumentos de custos enfrentados pelo
setor – foi a perfeita adequação da
oferta ao consumo, fato raro na his-
MATRIZES DE CORTE
tória do setor, mas que hoje serve de
exemplo aos demais segmentos da
avicultura brasileira.
No tocante à produção e ao alojamento – especialmente na área de
corte – seguem batendo recordes, o
que, em vez de alvissareiro, é motivo
de preocupação. Assim, a produção
brasileira de carne de frango mantém, nos últimos 12 meses, expansão de quase 13%, índice excepcionalmente elevado até mesmo para
uma exportação quase 25% maior,
porquanto a oferta interna evolui à
razão de quase 8%, nível extremamente superior ao do crescimento
vegetativo da população.
Porém, o mais desafiante até
aqui é a evolução do alojamento de
matrizes de corte. Elas, já há algum
tempo, vêm apresentando (considerado o alojamento acumulado em 12
meses) expansão média muito próxima de 1,5% ao mês. E isso projetado
para a totalidade do ano sugere volume acima dos 50 milhões de cabeças. Há espaço para tanto?
Evolução do alojamento acumulado em 12 meses e tendência em 2008
(mantida a evolução média dos últimos doze meses)
MILHÕES DE CABEÇAS
36 Produção Animal | Avicultura
Alojamento de matrizes de corte
Volume acumulado em 12 meses já chega aos 44,5 milhões de cabeças
O
levantamento mensal da UBA
revela que em fevereiro passado foram alojadas no País 3.851.818
matrizes de corte, 30% a mais que o
registrado em fevereiro do ano passado, mês em que, ainda sob os influxos da crise de 2006, o setor alojou o menor volume de 2007.
Note-se, ainda, que há um ano o alojamento de matrizes de corte apresentou redução de quase 6% sobre
fevereiro de 2006. E isso considerado, o incremento bienal foi de, aproximadamente, 22,5% - perto de
11% anuais.
Mesmo assim é inegável que os
índices de expansão do setor vêm
sendo elevados, fato ressaltado pelo
incremento de 33% no primeiro bimestre de 2008. É verdade, aqui,
que a base anterior era relativamente baixa. Mas uma retrospectiva até
o primeiro bimestre de 2006 (quando a crise externa ainda não havia se
refletido no alojamento interno de
matrizes de corte) mostra que o volume alojado no último bimestre se
expandiu a uma média anual superior a 12%.
O fato principal é que, depois de
ter fechado 2007 com um volume da
ordem de 42,482 milhões de cabeças, dois meses depois o número de
matrizes de corte alojadas em um período de 12 meses sobe para 44,500
milhões – incremento de quase 5%
em relação ao fechamento do ano
que passou. Comparativamente ao
mesmo período anterior, a expansão
é bem mais significativa, visto que
em relação aos 38,004 milhões de
matrizes de corte alojados entre março de 2006 e fevereiro de 2007 o
atual volume é 17% superior.
MATRIZES DE CORTE
Alojamento mensal em 24 meses
MILHÕES DE CABEÇAS
MÊS
2006/2007
2007/2008
VAR. %
Março
3,099
3,674
18,55%
Abril
2,635
3,444
30,73%
Maio
3,110
3,863
24,20%
Junho
3,022
3,358
11,12%
Julho
3,263
3,601
10,36%
Agosto
3,152
3,527
11,90%
Setembro
3,105
3,347
7,77%
Outubro
3,444
3,945
14,56%
Novembro
3,490
3,858
10,55%
Dezembro
3,585
3,766
5,05%
Janeiro
3,137
4,265
35,97%
Fevereiro
2,962
3,852
30,06%
EM 2 MESES
6,098
8,117
33,10%
EM 12 MESES
38,004
44,500
17,09%
Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE
Apesar da redução em relação
a janeiro, volume acumulado nos
últimos 12 meses é muito superior
ao do mesmo período de 2007
Produção Animal | Avicultura 37
ESTATÍSTICAS E PREÇOS
Produção de pintos de corte
Pintos de corte mantêm o mesmo ritmo da abertura do ano
D
epois de iniciar o ano com incremento anual de 9,56%, em fevereiro último a produção brasileira
de pintos de corte voltou a apresentar
índice de crescimento praticamente
similar, pois, conforme a APINCO, o
volume do mês totalizou 427,892 milhões de cabeças, 9,48% a mais que
em fevereiro de 2007. Em comparação ao mês anterior, janeiro de 2008,
houve uma queda de 7,12%.
Em valores reais, porém, essas
variações são ligeiramente diferentes. Por exemplo, fevereiro de 2008
teve um dia a mais. Assim, a variação
anual foi ligeiramente menor, de
5,72%. Já a queda em relação ao
mês anterior (de 31 dias) não foi tão
significativa, pois ficou em 0,7%. O
que também significa que o volume
alcançado em fevereiro foi apenas
1,3% menor que o registrado em
outubro de 2007, até aqui recorde
absoluto do setor.
E uma vez que em janeiro e fevereiro o volume produzido teve variações de 9,56% e 9,48% sobre os
mesmos meses do ano passado, o
volume do primeiro bimestre foi, lógico, 9,52% maior que o de idêntico
bimestre de 2007, ou seja, somou
888,6 milhões de cabeças, projetando para o ano um volume global da
ordem de 5,330 bilhões de cabeças,
3,5% a mais que o produzido no decorrer de 2007.
Uma vez, porém, que o primeiro
bimestre é o mais curto do ano, é
certo que os números vindouros serão bem maiores e, com eles, também a produção anual. Nos últimos
12 meses (março de 2007 a fevereiro
de 2008) a produção cresceu mais
de 13%, totalizando agora 5,229 bilhões de cabeças.
Apenas aparentemente menor,
a produção de pintos de corte em
fevereiro manteve o ritmo
apresentado na abertura do ano
38 Produção Animal | Avicultura
PINTOS DE CORTE
Produção brasileira em 24 meses
MILHÕES DE CABEÇAS
MÊS
2006/2007
2007/2008
VAR. % ANUAL
Março
340,8
423,4
24,24%
Abril
333,0
414,3
24,41%
Maio
376,4
433,5
15,17%
Junho
379,8
418,8
10,27%
Julho
387,6
434,6
12,12%
Agosto
396,4
444,8
12,22%
Setembro
388,3
424,4
9,30%
Outubro
412,6
463,4
12,30%
Novembro
394,1
431,5
9,50%
Dezembro
405,4
451,8
11,44%
Janeiro
420,5
460,7
9,56%
Fevereiro
390,8
427,9
9,48%
EM 2 MESES
811,3
888,6
9,52%
EM 12 MESES
4.625,7
5.229,1
13,04%
Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE
Produção de carne de frango
Em fevereiro de 2008 o segundo maior nível histórico do setor
B
aseando-se na produção anterior de pintos de corte e no volume de frangos inteiros e cortes exportados no mês, a APINCO estimou
que em fevereiro passado o Brasil
produziu 866.302 toneladas de carne de frango, volume 15,5% maior
que o registrado um anos antes, em
fevereiro de 2007.
Em relação ao mês anterior, janeiro de 2008, houve uma queda de
5,2%. Mas isso, em valores absolutos, porquanto considerado o número de dias de um e outro mês o que
ocorreu, na realidade, foi um acréscimo de 1,32%. Ou, dito de outra forma, enquanto a produção média
diária de janeiro foi de 29.484 toneladas, a de fevereiro subiu para
29.872 toneladas – um volume só
superado pela produção de dezembro passado, da ordem de 30,5 mil
toneladas/dia.
Com esses resultados, a produção brasileira de carne de frango do
primeiro bimestre de 2008 alcança a
marca de 1,780 milhão de toneladas,
superando em 12,77% a produção
do mesmo bimestre do ano passado.
Esse volume, projetado para a totalidade do ano, sugere produção global de não menos de 10,680 milhões
de toneladas em 2008, quase 4% a
mais que o produzido em 2007.
Mas, sabe-se muito bem, a produção do bimestre inicial do ano é
pouco expressiva. E não só porque o
bimestre é mais curto que os demais.
Assim, no presente passo, pode-se
esperar incremento de produção
bem mais significativo que o ora
projetado.
Por enquanto, nos últimos 12
meses (março de 2007 a fevereiro de
2008), a produção brasileira de carne de frango está próxima dos
10,507 milhões de toneladas, volume 12,73% superior ao produzido
nos 12 meses imediatamente
anteriores.
CARNE DE FRANGO
Produção em 24 meses
MIL TONELADAS
MÊS
2006/2007
2007/ 2008
VAR. % ANUAL
Março
814,9
843,7
3,54%
Abril
708,8
835,3
17,85%
Maio
707,1
859,7
21,58%
Junho
727,2
851,6
17,10%
Julho
802,2
872,6
8,78%
Agosto
764,4
871,8
14,04%
Setembro
777,3
866,9
11,53%
Outubro
797,5
891,4
11,78%
Novembro
790,7
887,9
12,29%
Dezembro
851,4
945,5
11,05%
Janeiro
828,9
914,0
10,26%
Fevereiro
749,8
866,3
15,53%
EM 2 MESES
1.578,7
1.780,3
12,77%
EM 12 MESES
9.320,2
10.506,7
12,73%
Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE
Produção Animal | Avicultura 39
ESTATÍSTICAS E PREÇOS
Exportação de carne de frango
292,5 mil toneladas embarcadas em fevereiro surpreendem
R
esultados consolidados divulgados pela ABEF apontam a exportação, em fevereiro passado, de
292.538 toneladas de carne de frango, um volume quase 26% maior
que o exportado em fevereiro do
ano passado. E, a despeito do mês
mais curto, o resultado foi também
melhor que o de janeiro/08, quando
foram embarcadas perto de 274.897
toneladas de carne de frango. O incremento em fevereiro foi, pois, de
6,4% em valores nominais e de
23,2% em valores reais (embarques
diários).
Com esse resultado, o volume
exportado no primeiro bimestre do
ano totalizou 567.435 toneladas.
Correspondendo a 28,50% de aumento sobre idêntico bimestre de
2007, esse volume, projetado para a
totalidade do ano, sugere embarques anuais da ordem de 3,4 milhões
de toneladas, 3,5% a mais que o exportado em 2007.
O desempenho no bimestre, entretanto, não corresponde à melhor
forma de se projetar os eventuais resultados das exportações no decorrer do ano – em particular, porque
esse bimestre apresenta fraco desempenho e, ainda, porque, em termos de dias úteis (fator que pesa nas
exportações mensais), é dos mais
curtos do ano.
Porém, mesmo tomando como
base os embarques diários do primeiro bimestre (567.435 toneladas ÷
40 dias úteis = ±14.186 toneladas/
dia), os resultados são bastante promissores, apontando um total anual
da ordem de 3,617 milhões de toneladas (±14.186 toneladas/dia x 255
dias úteis), 10% a mais que o embarcado em 2007.
Até agora, as estimativas de crescimento vindas do próprio setor exportador não iam além dos 8% no
exercício de 2008.
40 Produção Animal | Avicultura
CARNE DE FRANGO
Exportação brasileira em 24 meses
MIL TONELADAS
MÊS
2006/2007
2007/2008
VAR. % ANUAL
Março
225,5
303,6
34,61%
Abril
211,5
264,0
24,82%
Maio
196,5
275,2
40,07%
Junho
194,9
259,3
33,06%
Julho
186,2
284,0
52,54%
Agosto
300,6
304,7
1,36%
Setembro
210,6
242,1
15,00%
Outubro
256,9
313,4
20,57%
Novembro
284,1
298,9
5,32%
Dezembro
238,1
299,9
25,95%
Janeiro
209,2
274,9
31,40%
Fevereiro
232,4
292,5
25,89%
EM 2 MESES
441,6
567,4
28,48%
EM 12 MESES
2.746,5
3.412,6
24,25%
Fonte: ABEF - Elaboração e análises: AVISITE
Disponibilidade interna de carne de frango
Oferta interna aumentou quase 11% em fevereiro
E
mbora a produção brasileira de
carne de frango tenha registrado
aumento de mais de 15% em fevereiro passado, a disponibilidade interna apresentou evolução próxima
(mas abaixo) de 11%. Graças, naturalmente, ao bom desempenho das
exportações, que em fevereiro tiveram incremento superior a 25%.
No segundo mês de 2008, a disponibilidade interna aparente de carne de frango foi de 573.764 toneladas, volume que, à primeira vista,
representa queda de 10% sobre o
mês anterior. Mas fevereiro é mais
curto, o último teve 29 dias. Com
isso, a queda efetiva foi de 4%.
Com o último resultado, a oferta
interna de carne de frango do primeiro bimestre de 2008 ficou próxima de 1,213 milhão de toneladas,
aumentando 6,66% em relação ao
mesmo período do ano passado.
Projetado para a totalidade do ano,
esse volume sugere oferta interna
total da ordem de 7,278 milhões de
toneladas, cerca de 4% a mais que o
ofertado em 2007.
Estamos, porém, apenas iniciando o ano. Portanto, volumes ainda
maiores podem ser aguardados para
os próximos meses. Por ora, em 12
meses, a disponibilidade aparente de
carne de frango já anda próxima de
7,1 milhões de toneladas e apresenta incremento de aproximadamente
8% sobre os doze meses imediatamente anteriores.
CARNE DE FRANGO
Disponibilidade interna em 24 meses
MIL TONELADAS
MÊS
2006/2007
2007/2008
VAR. % ANUAL
Março
589,4
540,1
-8,35%
Abril
497,2
571,3
14,89%
Maio
510,6
584,5
14,46%
Junho
532,3
592,2
11,26%
Julho
616,5
588,6
-4,52%
Agosto
465,3
567,0
21,87%
Setembro
567,7
624,7
10,04%
Outubro
541,6
578,1
6,73%
Novembro
506,9
589,0
16,20%
Dezembro
613,6
645,6
5,21%
Janeiro
619,7
639,1
3,13%
Fevereiro
517,5
573,8
10,88%
EM 2 MESES
1.137,2
1.212,9
6,66%
EM 12 MESES
6.578,3
7.094,0
7,84%
Fontes dos dados básicos:
APINCO e ABEF - Elaboração e análises: AVISITE
Produção Animal | Avicultura 41
ESTATÍSTICAS E PREÇOS
Alojamento de matrizes de postura
Volume alojado cresce 100% no bimestre
D
e acordo com levantamento da
UBA, em fevereiro passado foram alojadas no Brasil 98.130 matrizes destinadas à produção de poedeiras, quase 86% delas de linhagens
produtoras de ovos brancos. O volume alojado no mês correspondeu a
aumentos de 182,90% e de 5,67%
sobre os volumes alojados, respectivamente, em fevereiro de 2007 e em
janeiro de 2008.
Como mostra o quadro, depois
de registrar alojamento médio de
55 mil matrizes em 22 dos últimos
24 meses, em janeiro e fevereiro
passados o alojamento mensal das
reprodutoras de postura superou as
90 mil cabeças, ficando, em fevereiro, muito próximo das 100 mil matrizes. Isso fez com que o primeiro
bimestre de 2008 fosse encerrado
com um total de, praticamente, 191
mil matrizes de postura, 101,76% a
mais que o alojado no mesmo período de 2007.
Isso, naturalmente, significa que
o setor de postura já esqueceu todo
o esforço anterior (responsável, hoje,
pela boa remuneração obtida pelos
ovos) e agora parte para o alojamento pleno, certo? Nem tanto, pois o
alto índice de incremento ora observado tem por base os baixos números do bimestre inicial de 2007. Tanto assim que, comparado ao
alojamento do mesmo bimestre de
2006 (184.493 matrizes), o alojamento atual é apenas 3,5%
superior.
Mesmo assim é impossível deixar de alertar que o alojamento acumulado nos últimos 12 meses (perto
de 793 mil matrizes de postura) se
encontra quase 30% acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores. Nos 12 meses encerrados em dezembro de 2007
essa diferença era negativa – 1,23%
menor que a do mesmo período
anterior.
42 Produção Animal | Avicultura
MATRIZES DE POSTURA
Alojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)
MILHARES DE CABEÇAS
2006/
2007/
2007
2008
Mar
18,159
100,664
454,35%
37,89%
64,12%
Abr
46,747
23,304
-50,15%
83,81%
56,66%
MÊS
VAR. %
% OVO BRANCO
2006/2007
2007/2008
Mai
23,223
83,167
258,12%
77,62%
74,63%
Jun
42,489
95,915
125,74%
72,49%
63,49%
Jul
93,053
53,253
-42,77%
76,50%
64,66%
Ago
43,751
63,392
44,89%
66,41%
85,02%
Set
31,827
67,212
111,18%
34,56%
43,68%
Out
78,400
24,339
-68,96%
66,45%
55,63%
Nov
80,900
40,126
-50,40%
73,42%
91,92%
Dez
62,143
50,503
-18,73%
73,13%
80,03%
Jan
59,975
92,858
54,83%
83,33%
56,45%
Fev
34,687
98,130
182,90%
59,64%
85,95%
EM 2
MESES
94,662
190,988
101,76%
74,65%
71,61%
EM 12
MESES
615,354
792,863
28,85%
70,48%
68,86%
Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE
Alojamento de pintainhas de postura
Plantel acumulado em 12 meses continua a registrar lenta expansão
C
onforme a UBA, em fevereiro
passado foram alojadas no Brasil
5,048 milhões de pintainhas comerciais de postura, 73% delas representadas por linhagens produtoras
de ovos brancos. O volume alojado
representou aumentos de 6,29% sobre fevereiro de 2007 e de pouco
mais de 3% sobre o mês anterior, janeiro de 2008.
Como, nos meses iniciais do
ano, foi registrado maior alojamento que no mesmo período do ano
anterior, o volume alojado no primeiro bimestre apresenta evolução
de 3,91% sobre janeiro e fevereiro
de 2007, projetando para a totalidade do ano alojamento total próximo (mas ainda abaixo) dos 60 milhões de cabeças.
Por ora, o volume acumulado
em 12 meses é um pouco superior,
somando 60,585 milhões de cabeças. Mas permanece 2,84% abaixo
do que foi alojado nos 12 meses
imediatamente anteriores, março de
2006 a fevereiro de 2007.
De toda forma, o plantel acumulado em 12 meses vem, desde novembro de 2007, apresentando uma
expansão contínua, que, embora
lenta e inferior a meio por cento ao
mês pode, antes do final de 2008,
elevar o plantel para números acima
dos 62,5 milhões de cabeças registrados em abril do ano passado.
PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA
Alojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)
MILHÕES DE CABEÇAS
MÊS
2006/
2007/
2007
2008
VAR. %
% OVO BRANCO
2006/2007
2007/2008
Mar
5,343
5,028
-5,91%
76,67%
73,73%
Abr
4,472
4,980
11,36%
72,86%
73,53%
Mai
5,483
4,960
-9,53%
74,44%
74,17%
Jun
5,478
5,142
-6,14%
74,68%
74,39%
Jul
5,669
5,078
-10,44%
74,57%
74,30%
Ago
5,543
5,091
-8,16%
72,91%
74,48%
Set
5,034
5,074
0,80%
73,43%
72,28%
Out
6,086
5,166
-15,13%
75,33%
73,26%
Nov
4,882
5,105
4,57%
72,55%
73,80%
Dez
4,792
5,017
4,71%
75,16%
75,79%
Jan
4,821
4,897
1,57%
76,98%
75,11%
Fev
4,749
5,048
6,29%
77,81%
73,17%
EM 2
MESES
9,570
9,944
3,91%
77,39%
74,12%
EM 12
MESES
,
62,353
,
60,585
,
-2,84%
,
74,78%
,
74,00%
Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE
Produção Animal | Avicultura 43
ESTATÍSTICAS E PREÇOS
Desempenho do frango vivo em março de 2008
Apenas baixas de preços nos primeiros 91 dias do ano
O
frango vivo comercializado no
interior paulista encerrou o primeiro trimestre de 2008 em condições similares às observadas no mesmo período de 2006 (ou seja, há dois
anos), quando a atividade enfrentou
sua mais séria crise de demanda no
mercado internacional. A única grande diferença é que desta vez não há
crise de demanda - nem externa
(muito pelo contrário), nem interna,
apenas excesso de oferta em um período de baixo consumo.
Dessa forma, como ocorreu em
2006, o produto fechou o trimestre
registrando apenas baixas de preços.
Que, em relação ao valor de abertura
do ano (R$1,65/kg) totalizam 45
centavos, desvalorização global de
27% em menos de 90 dias.
O preço médio do mês também
retrocedeu para R$1,24/kg, o menor
valor deste ano, e também o segundo pior desempenho dos últimos 15
meses. Em relação a março de 2007
apresenta queda de 20% e, em comparação ao mês anterior, de 10%.
Já o preço médio do primeiro trimestre de 2008, de R$1,38/kg, foi
11,53% abaixo da média de R$1,56/
kg alcançada no mesmo período de
2007. É verdade, aqui, que em comparação a idêntico trimestre de 2006
(época da “grande crise”), a média
atual é 45% superior, o que soa consolador. Mas esse significativo ganho
é insuficiente para cobrir o custo adicional do milho atualmente.
Assim, se em 2006 precisava-se
de pouco mais de 13 quilos de frango
vivo para adquirir uma saca de milho
(R$12,95/saca em 31 de março de
2006), a atual média corresponde a
quase 19 quilos de frango vivo
(R$25,50/saca no final de março).
Ainda que o preço recebido pela ave
viva tenha evoluído 45% em relação
à época da crise, atualmente o avicultor precisa de um terço a mais de aves
para obter a mesma saca de milho.
44 Produção Animal | Avicultura
FRANGO VIVO
Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/kg
MÊS
MÉDIA
R$/KG
VARIAÇÃO %
ANUAL
MENSAL
Março/2007
1,55
89,02%
-13,41%
Abril/2007
1,36
38,78%
-12,26%
Maio/2007
1,20
4,35%
-11,76%
Junho/2007
1,40
25,00%
16,66%
Julho/2007
1,68
82,60%
20,00%
Agosto/2007
1,84
55,93%
9,52%
Setembro/2007
1,68
9,80%
-8,69%
Outubro/2007
1,60
-9,09%
-4,76%
Novembro/2007
1,55
21,09%
-3,12%
Dezembro/2007
1,65
41,02%
6,45%
Janeiro/2008
1,52
14,28%
-7,88%
Fevereiro/2008
1,38
-22,90%
-9,21%
1,24
-20,00%
-10,14%
Março/2008
Médias Anuais entre 2000 e 2007
ANO
R$/KG
VAR. %
ANO
R$/KG
VAR. %
2000
0,91
14,57%
2004
1,49
2,75%
2001
0,97
6,47%
2005
1,35
-8,72%
2002
1,13
16,49%
2006
1,16
-14,70%
2003
1,45
28,31%
2007
1,55
33,62%
Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)
MÉDIA JAN-MAR
R$1,38/KG
-11,53%
Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE
FRANGO VIVO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008
PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano
anterior igual a 100
PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/KG, granja, interior paulista)
Desempenho do ovo em março de 2008
Trimestre mostra início de ano ajustado para postura comercial
OVO BRANCO EXTRA
Evolução de preços no atacado paulista – R$/Caixa de 30 dúzias
MÊS
MÉDIA
R$/CXA
VARIAÇÃO %
ANUAL
MENSAL
Março/2007
41,18
58,87%
4,92%
Abril/2007
37,83
43,90%
-8,14%
Maio/2007
37,21
45,29%
-1,64%
Junho/2007
43,56
59,09%
17,06%
Julho/2007
42,13
63,16%
-3,28%
Agosto/2007
43,34
73,22%
2,87%
Setembro/2007
38,42
42,03%
-11,35%
Outubro/2007
37,29
28,36%
-2,94%
Novembro/2007
36,64
26,12%
-1,74%
Dezembro/2007
45,30
27,43%
23,64%
Janeiro/2008
38,69
27,69%
-14,59%
Fevereiro/2008
50,71
29,20%
31,07%
Março/2008
50,30
22,14%
-0,81%
Médias Anuais entre 2000 e 2007
ANO
R$/CXA
VAR. %
ANO
R$/CXA
VAR. %
2000
23,12
16,89%
2004
34,47
-13,11%
2001
24,07
4,11%
2005
33,48
-2,87%
2002
27,88
15,83%
2006
27,48
-17,92%
39,67
42,29%
2007
39,37
43,27%
2003
Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)
MÉDIA JAN-MAR
R$46,56/CAIXA
26,16%
Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE
OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008
PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano
anterior igual a 100
D
epois de alcançar, na segunda
quinzena de fevereiro, preços
historicamente recordes – média de
R$ 54,50 por caixa, o que significou,
também, superar pela primeira vez a
marca dos R$ 50,00/caixa – o ovo
abriu março passado no mesmo passo, trazendo a impressão de que novos recordes seriam atingidos no
mês.
Mas o estágio de altas cotações,
típico do período de Quaresma, se diluiu rápida e sensivelmente no decorrer do período. Tanto que, com uma
cotação média, de R$ 41,00/caixa, o
produto encerrou março com perda
de 25% de seu valor inicial.
A despeito, porém, desse recuo,
raras vezes visto com tal intensidade,
o produto manteve, no mês de março, um preço médio que, embora menor que o alcançado em fevereiro,
permaneceu ligeiramente acima dos
R$ 50,00/caixa, apresentando uma
evolução de 22% em relação a março
do ano passado.
Também recorde para o período
(R$ 46,56/caixa), o preço médio do
primeiro trimestre de 2008 se encontra 26% acima da média registrada
no mesmo trimestre do ano passado
(R$ 36,91/caixa), além de manter-se
significativamente acima das médias
anuais alcançadas nos últimos anos.
PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/caixa, no atacado paulista)
Produção Animal | Avicultura 45
PONTO FINAL
Importação de milho:
o melhor é começar já!
S
egundo líderes avícolas da vizinha Argentina, a falta de ração
enfrentada pelo setor logo nos primeiros dias do locaute dos agropecuaristas foi suficiente para afetar,
além da produção imediata de frangos, a dos próximos seis meses.
Essa constatação proporciona
breve, mas ainda pálida, idéia do
risco com que a avicultura brasileira
conviveu nos primeiros meses deste
ano frente à perspectiva de enfrentar um “vazio entressafras” no
abastecimento de milho – que, para
felicidade geral da Nação, não se
confirmou.
Para quem olha a questão de
fora, tudo fica extremamente fácil:
não tem milho (quase um sinônimo
de ração, já que para ele não há, praticamente, substitutivos) reduz-se a
produção. Mas o que está em produção não são apenas os frangos e os
ovos do curto prazo, mas também os
do médio e longo prazos. Ou seja: o
criatório é composto não apenas de
aves comerciais que amanhã ou depois estarão transformadas em carne
Até aqui as indicações de safra
apontam para um novo recorde
de produção e para um volume de
milho capaz de atender o mercado
interno e a forte demanda externa.
Portanto, talvez a controversa (e,
por isso, indesejada) importação
se torne dispensável. Mesmo
assim se pergunta: é possível
confiar? Pois parte significativa do
abastecimento depende da safrinha,
cujo desempenho ninguém pode
assegurar: e se São Pedro
cismar de não colaborar?
46 Produção Animal | Avicultura
de frango ou produzindo ovos, mas
também de reprodutores – avós, bisavós, tataravós, linhas puras, de
onde sairão o que se vai consumir ou
exportar em 2008, 2009, 2010,
eventualmente até em 2012. Portanto, não é pouco o que pode ser colocado em risco pela inépcia oficial.
À primeira vista esse risco está,
hoje, superado. Pois, com a liberação
do plantio de alguns tipos específicos
de milho geneticamente modificado
(o que pressupõe liberação, também,
da comercialização dessas espécies),
entende-se que não haverá maior entrave à importação, perspectiva corroborada até pelo Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (vide
matéria da página 34).
Mas nada é tão simples assim.
Porque, além da aprovação de importação a que o setor ainda está sujeito, podem ser aguardados outros
obstáculos antes que, já como ração,
o milho importado chegue às granjas
brasileiras. Assim, até mesmo a obtenção de um “sim” da parte da
CTNBio deve ser considerada apenas
primeiro passo. Pois - recentes experiências anteriores apontam nessa direção – o processo tende a ser obsta-
do e muitas vezes subvertido por
ações de caráter burocrático ou,
mesmo, de ordem jurídica.
Até aqui, todas as indicações de
safra apontam para um novo recorde de produção e para um volume
de milho capaz de atender o mercado interno e a forte demanda externa. Assim, é bem provável que, mais
uma vez, a controversa (e, por isso,
indesejada) importação se torne dispensável. Mesmo assim se pergunta:
é permitido confiar? Pois parte significativa do abastecimento depende
da safrinha, cujo desempenho ninguém pode assegurar: e se São Pedro cismar de não colaborar?
Uma atividade econômica que
responde pela maior parte da proteína animal consumida pela população, que gera cerca de quatro milhões de empregos diretos e indiretos
(são números do próprio setor) e espera alcançar, ainda em 2008, uma
receita cambial de seis bilhões de dólares não pode viver sob o risco de, a
qualquer momento, ficar sem a sua
principal matéria-prima.
Por isso, os trâmites para importação de milho precisam começar já!
PONTO
PONT
PO
NTO
O FI
FINA
FINAL
NALL
46 Produção Animal | Avicultura
Produção Animal | Avicultura 47
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