Turma, não se assustem com o tamanho dos casos clínicos. Não há a menor necessidade
de escrever um ensaio ou dissertação sobre o assunto.
Estou à disposição para dúvidas, lembrando que vou discuti-los no sábado, dia 03/10, às
14h, no HPS mesmo. NÃO SERÁ MAIS NA FACULDADE DE MEDICINA!
Questões
O que é carvão ativado? Qual o seu mecanismo de ação? Quando deve ser usado? Cite
cinco indicações de seu uso e cinco situações em que ele não está indicado.
Atendimento de telefone (casos adaptados):
Caso 1: Trata-se de um paciente, do sexo masculino, com 19 meses de idade. O médico
assistente relata que a criança fez ingestão de cerca de 50 ml de acetona comercial, por
acaso, quando brincava no chão do banheiro da mãe. O fato ocorreu há cerca de uma
hora. A criança foi levada com urgência para a UPA Final Feliz, onde foi realizada
lavagem gástrica e carvão ativado dose de ataque (1g/kg) via CNG. Você, depois de
acalmar o médico, pergunta se houve alguma manifestação clínica e ele te responde que
a criança estava sialorréica à admissão. A criança vomitou uma vez um pouco de carvão
ativado. FC = 130bpm, chorosa, FR: 48 irpm, Tax: 37,1°C, ausculta cardíaca normal,
abdome contraído devido ao choro, ausculta respiratória, sons inspiratórios normais.
Comente a conduta inicial.
Caso 2: Trata-se de uma paciente de 16 anos, com rebaixamento súbito do sensório,
sem história pregressa deste quadro. Foi encontrada na rua e levada por uma pedestre à
UPA Final Feliz. À primeira avaliação, encontrava-se sonolenta e confusa, sem outras
alterações relatadas. Foi levantada a hipótese de quadro toxicológico e o plantonista
optou por realizar 03 ampolas de hidantal (0,25g/5ml) EV. A paciente evoluiu com
agitação psicomotora e midríase bilateral, sem outras alterações. Então, o médico optou
por aplicar uma ampola de diazepam (10mg/2ml) EV. A paciente teve maior
rebaixamento do sensório e evoluiu com espasmos musculares e midríase paralítica, fato
que levou o plantonista a realizar um total de 250 ampolas de atropina (0,25mg/ml) EV.
Neste momento, ele liga para o CIAT perguntando o que mais deve fazer. Comente este
caso.
Casos de ambulatório:
Caso 3: Trata-se de um paciente de 40 anos de idade trazido por parentes para o
HPSJXXIII, depois de ter bebido dois frascos de 100ml de malathion 50% como
tentativa de auto extermínio, cerca de 3h antes. Passou pela triagem e foi encaminhado
ao ambulatório 3. O paciente estava acordado, confuso e extremamente diaforético.
Apresentava odor de hidrocarbonetos em sua respiração, mas não havia evidência de
líquido em suas vestes. Seus dados vitais à admissão eram: PA:210/120mmHg, FC =
100bpm, FR: 22irpm, Tax = 37°C, e SpO2 = 95%, ventilando em ar ambiente. Ao
exame: pupilas de tamanho médio, crepitações finas em todos os campos pulmonares, e
vômitos abundantes e diarréia. Paciente se apresentava sialorréico entre os episódios de
vômito. Qual a conduta adequada até a estabilização deste paciente?
Caso 4: Trata-se de um paciente de 28 anos trazido pelo Corpo de Bombeiros com
história de ingestão acidental de substância desconhecida há menos de uma hora.
Admitido para a Sala 7. O paciente relata que se sente mal, com dor no peito e medo da
morte. Apresenta-se extremamente agitado, falando rápido, Tax = 39,1°C. Exame físico
sem outras alterações. Você indicaria lavagem gástrica para esse paciente? Justifique.
Caso 5: Às 8h15, uma criança do sexo masculino de 11 meses foi encontrada pelos pais
comendo cigarros no chão da sala. Os pais lavaram a boca e os lábios da criança com
água fria. Cerca de 20 minutos depois, a criança vomitou três vezes. Os pais decidiram
trazer o filho imediatamente para o HPS. No caminho para o hospital, a criança vomitou
novamente. Admitida às 9h no Ambulatório 5 e foi constatado que a criança estava
trêmula, diaforética e sialorréica. Estava com um olhar fixo e não estabelecia contato
com os pais. Seus sinais vitais eram: PA: 128x78 mmHg, FC = 150bpm, FR = 28 irpm,
Tax = 37, 6°C e SpO2 = 96%, ventilando e mar ambiente. As pupilas estavam
isocóricas, fotorreativas e mediam 3 mm. A pele estava pálida, sem exantemas ou lesões
hemorrágicas. A fontanela anterior estava aberta (1 cm) e não distendida. A cavidade
oral estava limpa e livre de quaisquer partículas. Os exames físicos do tórax, coração e
abdome estavam normais. Os pulsos estavam cheios, amplos, rítmicos e simétricos. Não
havia déficits focais neurológicos. Entretanto, às 9h10, a criança teve uma crise
convulsiva tônico-clônica generalizada, com duração inferior à 10s. Não há
incontinência urinária ou distúrbios oculares. É possível identificar alguma síndrome
toxicológica neste caso? Justifique e dê a conduta inicial mais adequada.
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