Acta Bioethica
ISSN: 0717-5906
[email protected]
Universidad de Chile
Chile
Lobato, Lucas; Gazzinelli, Maria Flávia
O CONSENTIMENTO INFORMADO NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO É
REALMENTE AUTÔNOMO? UM ESTUDO DESCRITIVO COM PARTICIPANTES DE
UM ENSAIO CLÍNICO SOBRE HELMINTOSES
Acta Bioethica, vol. 21, núm. 1, junio, 2015, pp. 127-136
Universidad de Chile
Santiago, Chile
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=55439315016
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Acta Bioethica 2015; 21 (1): 127-136
O CONSENTIMENTO INFORMADO NOS PAÍSES EM
DESENVOLVIMENTO É REALMENTE AUTÔNOMO? UM
ESTUDO DESCRITIVO COM PARTICIPANTES DE UM ENSAIO
CLÍNICO SOBRE HELMINTOSES
Lucas Lobato1, Maria Flávia Gazzinelli1
Resumo: Este estudo demonstra que a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido não representa uma decisão
autônoma para todos participantes de um ensaio clínico sobre Helmintoses. Os resultados desse estudo evidenciam que a
maioria dos participantes de um ensaio clínico desconhecem diversas informações sobre a pesquisa e seus direitos. O desconhecimento dessas informações é influenciado pelas características individuais dessas participantes, sendo associado negativamente
pela idade dos participantes de pesquisa e positivamente pela renda mensal, o acesso a meios eletrônicos de comunicação e a
educação formal. Realizamos um estudo transversal, descritivo, com 70 participantes de um ensaio clínicos sobre Helmintoses
realizado no Nordeste de Minas Gerais. Utilizamos a regressão linear múltipla para análise de associação. Os resultados deste
estudo apontam para a necessidade de se criar estratégias capazes de melhorar o conhecimento dos participantes de ensaios
clínicos, sobretudo naqueles com características individuais que atuam como barreiras para esse conhecimento.
Palavras-chave: bioética, ensaios clínicos, consentimento informado, ética em pesquisa, conhecimento
¿Es verdaderamente autónomo el consentimiento informado en los países en desarrollo? Un estudio descriptivo con
los participantes en un ensayo clínico de helmintiasis
Resumen: Este estudio demuestra que la firma del consentimiento informado no es una decisión autónoma para todos los
participantes en un ensayo clínico de helmintiasis. Los resultados del estudio muestran que la mayoría de los participantes en
un ensayo clínico desconocen distintas informaciones acerca de la investigación y de sus derechos. El desconocimiento de esas
informaciones está influenciado por las características individuales de los participantes, y se asocia negativamente con la edad
de los participantes en el estudio y positivamente con el ingreso mensual, el acceso a los medios electrónicos y la educación
formal. Se realizó un estudio descriptivo, con 70 participantes en un ensayo clínico sobre helmintiasis en la región noreste
del Estado de Minas Gerais. Se utilizó la regresión lineal múltiple para el análisis de asociación. Los resultados de este estudio
apuntan para la necesidad de crear estrategias para mejorar el conocimiento de los participantes de los ensayos clínicos, especialmente de aquellos cuyas características individuales actúan como obstáculos para este conocimiento.
Palabras clave: bioética, ensayos clínicos, consentimiento informado, ética de la investigación, conocimiento
The Informed Consent in developing countries is truly autonomous? A descriptive study of participants in a
helmintiasis clinical trial
Abstract: This study demonstrates that the signing of the consent form is not an autonomous decision to all participants in
a clinical trial of helminths. The results of this study show that the majority of participants in a clinical trial unaware various
information about the research and their rights. The lack of such information is influenced by the individual characteristics of
these participants, being negatively associated with age of the research participants and positively by monthly income, access
to electronic media and formal education. We conducted a descriptive study, with 70 participants in a clinical trial conducted
on helminths in the Northeast of Minas Gerais. We used multiple linear regression analysis of the association. The results
of this study point to the need to create strategies to improve knowledge of clinical trial participants, particularly those with
individual characteristics that act as barriers to this knowledge.
Key words: Bioethics, clinical trials, informed consent, ethics in research, knowledge
1
Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Correspondência: [email protected]
127
Conhecimento sobre as informações do consentimento informado - Lucas Lobato, Maria Flávia Gazzinelli
Introdução
O Consentimento Informado é a pedra angular
para a condução ética de pesquisas com seres humanos e possui o objetivo de promover a autonomia de participantes de pesquisas(1). Um Consentimento Informado implica em um acordo
voluntário entre o pesquisador e o participante de
uma pesquisa, sem qualquer elemento de coerção,
e que esse ultimo possua conhecimento sobre as
informações da pesquisa(2). Nesse sentido, um
Consentimento Informado válido deve representar uma decisão autônoma do participante de
pesquisa.
Diversas diretrizes nacionais e internacionais sobre a conduta ética em pesquisas com seres humanos estabelecem requisitos específicos para a obtenção do Consentimento Informado(3-5). Apesar da promulgação dessas diretrizes, a obtenção
de um Consentimento Informado válido pode ser
considerado um desafio na prática, sobretudo em
países em desenvolvimento.
Estudos recentes evidenciam que diversos participantes não fornecem um Consentimento
Informado válido(6-9). Em diversos países no
mundo, investigações demonstraram que muitos
participantes de pesquisas clínicas possuem compreensão incompleta ou imprecisa sobre diversas
informações da pesquisa(10). Essa situação tem
sido atribuída a vários fatores que atuam como
barreiras no conhecimento das informações do
Consentimento Informado, a saber: idade elevada, baixo nível socioeconômico, falta de acesso a
informações da mídia, a falta de hábito de leitura
de livros e revistas(11-14).
Alcançar um Consentimento Informado válido
pode ser um desafio em pesquisas clínicas realizadas nos países em desenvolvimento(15). Esses
países são reconhecidos por, geralmente, apresentarem grande parcela de sua população com
baixos níveis socioeconômicos, características que
podem influenciar negativamente a compreensão
sobre as informações de um ensaio clínico. Nesse
sentido, os participantes de pesquisa estão mais
vulneráveis à exploração, haja vista que podem
não conseguir proteger seus direitos(16).
Nesse contexto, torna-se importante a reflexão so-
128
bre a validade do Consentimento Informado de
participantes de pesquisas cujo objeto de investigação são as doenças tropicais, sobretudo as que
são negligenciadas. As investigações sobre essas
doenças, em sua maioria, são realizadas em países em desenvolvimento, tais como os países da
América do Sul, África e Sudeste Asiático(17-22).
Apesar desse contexto, pouco se tem estudado sobre a qualidade ética do Consentimento Informado de pesquisas realizadas nesses países.
No Brasil, por exemplo, existem evidências suficientes para afirmar a hipótese de que os participantes de ensaios clínicos sobre Helmintoses
têm conhecimento incompleto e / ou inadequado
sobre as informações de pesquisas que participam(23-24). Essa hipótese torna-se mais consistente ao considerar que nesse país um terço de sua
população vive em situação de pobreza extrema e
porção dilatada dos brasileiros é analfabeta funcional ou possui baixa educação formal(25-26).
Perante esta hipótese, este estudo buscou responder a seguinte pergunta: no Brasil, os participantes de ensaios clínicos sobre helmintoses fornecem
um Consentimento Informado válido? Quais são
os fatores que afetam o conhecimento das informações divulgadas durante o Consentimento Informado dos participantes de um ensaio clínico?
Um ensaio clínico realizado em Minas Gerais /
Brasil, de 2011-2012 constituiu uma oportunidade para analisar o quão bem os participantes do
estudo e entendido as informações para medir o
seu entendimento. O “estudo randomizado duplo
cego, controlado sobre a tolerabilidade do consumo regular de uma mistura de óleos em adultos
que vivem em área endêmica helmintos (ABS00-02),” foi um estudo duplo-cego randomizado,
controlado por placebo e de limitado dois meses
entre os adultos que vivem em áreas endêmicas
helmintíases. Este estudo permitiu investigadores
avaliar a tolerância de um alimento funcional,
com propriedades anti-helmínticas.
Neste cenário, este manuscrito possui dois objetivos: 1) descrever o conhecimento de participantes
de um ensaio clínico sobre as informações divulgadas no Consentimento Informado e 2) identificar os fatores associados ao conhecimento das
informações divulgadas no processo de Consen-
Acta Bioethica 2015; 21 (1): 127-136
timento Informado em um ensaio clínico. Este
estudo é exclusivo porque as investigações sobre
este tema são realizadas em países africanos e asiáticos(7-9,13-14). No Brasil, a investigação sobre
esse tema foi realizada exclusivamente no contexto hospitalar(27-28).
Apesar desta situação, os projetos de pesquisa de
grande porte estão cada vez mais sendo realizados
em países da América Latina e da África, especialmente no Brasil(29). Neste país, onde os direitos
do participante da pesquisa são explicitamente
protegidos pela Constituição(3), é essencial estudar o conhecimento dos participantes sobre as
informações divulgadas no processo de Consentimento Informado e os fatores que afetam esse
conhecimento. Neste sentido, falhas de Consentimento Livre e Esclarecido podem resultar em violações dos direitos humanos dos participantes, o
que torna o problema uma questão de relevância
pública.
Método
Trata-se de um estudo descritivo, com configuração transversal e abordagem quantitativa. Foi realizado em Outubro de 2011, uma semana após
os voluntários do ensaio clínico ABS-00-02 assinarem o TCLE para participação nessa investigação. Este estudo foi realizado em Americaninhas,
distrito do município de Novo Oriente de Minas,
localizado na mesorregião do Vale do Mucuri,
Nordeste de Minas Gerais /Brasil.
1. População e amostra
A população deste estudo foi constituída pelos
174 voluntários da investigação clínica ABS-0002, sendo a assinatura do TCLE para participação
nessa investigação o critério de inclusão adotado.
Este estudo utilizou o critério de amostragem
intencional, em que 69 voluntários foram convidados para participar desta investigação. Esse
critério foi adotado por selecionarmos apenas os
voluntários que assinaram o TCLE do ensaio clínico, sem que tenham participado de atividades
educativas acerca das informações do ensaio clínico, atividade realizada pela equipe de pesquisadores.
Não houve diferenças estatisticamente significativas entre a amostra deste estudo e o restante
da população em relação às características que
podem afetar o conhecimento das informações
da pesquisa, a saber: escolaridade, renda familiar mensal, estado civil e idade. Os testes foram
Mann-Whitnney e qui-quadrado, quando as variáveis eram contínuas ou categóricas, respectivamente. Em todas essas análises foi fixado em um
nível de significância de 5%.
2. Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada uma semana após
a assinatura do TCLE para participação no ensaio
clínico ABS-00-02 (Novembro/2011). Os dados
foram coletados por meio de um questionário estruturado, composto por 12 questões que buscaram medir o conhecimento dos indivíduos sobre
as informações detalhadas no TCLE da investigação clínica. Foram abordadas as informações
necessárias para o fornecimento de um Consentimento Informado de acordo com as “Diretrizes
e Normas para pesquisa envolvendo seres humanos”. Essas informações foram: o conhecimento
sobre os propósitos e a natureza do ensaio clínico,
os direitos dos sujeitos da pesquisa, os procedimentos clínicos a serem realizados na investigação, os riscos e benefícios, o patrocinador do estudo, a duração e a possibilidade de alternativas
de tratamento além da participação na pesquisa.
O conteúdo dessas questões foi baseado em
questionários usados para a mesma finalidade(6,11,24-25,30) nas diretrizes internacionais e
nacionais sobre ética em pesquisa(3-5) e na experiência dos pesquisadores que trabalham nesta
área há mais de 10 anos. Foi realizado um estudo
piloto na população de Americaninhas e correções foram feitas para melhorar a compreensão
das questões. A aplicação deste instrumento durou, em média, 10 minutos e foi realizada na casa
dos participantes, sem a interferência de outras
pessoas ou ruídos que possam prejudicar o desempenho ou desviar a atenção.
3. Variáveis mensuradas
A variável dependente será o nível de conhecimento dos participantes sobre as informações
abordadas no TCLE do ensaio clínico. Esta va-
129
Conhecimento sobre as informações do consentimento informado - Lucas Lobato, Maria Flávia Gazzinelli
riável foi calculada pelo percentual de acerto dos
participantes nas doze questões. As variáveis independentes foram: estado civil (casado e união
estável/solteiro), escolaridade formal (Analfabeto
e Ensino Fundamental incompleto / Ensino Médio), renda mensal familiar (Abaixo de R$545,00
/ Acima de R$545,00 - salário mínimo vigente
na data do estudo de acordo com a Lei Federal n°
12.382), acesso à mídia eletrônica semanal (2-4
vezes / 5-7 vezes), idade (18-45 anos), cor da pele
(branco/não branco), e sexo (Masculino/Feminino).
4. Análise estatística
Os questionários foram corrigidos pelo pesquisador e conferidos individualmente com os entrevistados. Após essa etapa, realizou-se a dupla
entrada de dados por dois digitadores independentes, em caso de discordância entre as entradas
foi realizada a conferência com o questionário original. Após todas as correções, procedeu-se a análise estatística descritiva e univariada dos dados.
Foram calculadas frequências para variáveis categóricas e médias para variáveis contínuas. Para
comparação de médias foi utilizados os teste-t
student para amostras independentes. O teste de
correlação de Pearson para medir a correlação entre idade e nível de conhecimento. Os resultados
da análise bivariada foram considerados estatisticamente significativos para p: 0,05. Foi realizada
análise de regressão linear para examinar o efeito
das variáveis do estudo. O método utilizado foi
BackWard, que consiste na entrada de todas as
variáveis que apresentaram associação com p:0,25
na análise bivariada. As variáveis que apresentaram p>0,05 foram retiradas uma a uma do modelo e consideradas definitivamente excluídas, se
o decréscimo na explicação do desfecho não era
estatisticamente significativo. Optou-se por essa
análise, dado que o conhecimento global dos participantes sobre o TCLE não apresenta um ponto
de corte que o defina como adequado para uma
decisão autônoma.
A significância do modelo final foi avaliada pelo
teste F da análise de variância e a qualidade do
ajuste pelo coeficiente de determinação ajustado
(R2). Foi verificada a possível ocorrência de interações significativas entre as variáveis que per-
130
maneceram no modelo final. Ademais, todos os
pressupostos referentes ao modelo foram cuidadosamente avaliados e nenhum deles foi violado.
O programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 17.0 for Windows foi utilizado
para as análises.
A principal justificativa para o estudo foi produzir conhecimentos que irão ajudar a melhorar a
forma de obtenção do Consentimento Informado
a partir de potenciais participantes da pesquisa.
O estudo não apresenta nenhum benefício direto ou risco para os participantes. Este estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade George Washington e do Centro de
Pesquisa René Rachou. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais – Protocolo n°
01743412.3.0000.5149.
Resultados
Os 66 participantes deste estudo possuíam idade
média de 32,9 anos (mínima e máxima de 19 e
45 anos), predominância de indivíduos: do sexo
feminino (69,6%), casados (74,7%) e negros ou
pardos (76,7%), com renda familiar acima de R$
545,00 (52,7%), analfabetos ou com ensino fundamental incompleto (68,44%), com hábito de
acessar a mídia eletrônica de 5 a 7 vezes por semana (69,6%) e trabalhavam fora de casa (59,3%)
(Tabela 1). Nenhum desses participantes possuía
experiência prévia como voluntário de outra pesquisa.
Tabela 1. Distribuição da amostra estudada segundo variáveis socioeconômicas e demográficas. Americaninhas,
Novo Oriente de Minas, Minas Gerais (n=66).
Variáveis
n
%
Masculino
20
30,4
Feminino
46
69,6
Solteiro
17
30,4
Casado / União estável
49
69,6
Branco
12
23,3
Pardo/Negro
50
76,7
Sexo
Estado Civil
Raça
Renda Familiar
Acta Bioethica 2015; 21 (1): 127-136
Abaixo de R$545,00
31
47,3
Acima de R$545,00
35
52,7
Analfabeto / Ensino fundamental
45
68,4
Ensino Médio / Ensino superior
21
31,6
2-4 vezes
20
30,4
5–7 vezes
46
69,6
Sim
39
59,3
Não
27
40,7
Escolaridade Formal
Acesso à mídia eletrônica (semanal)
Trabalha fora de casa
A tabela 2 detalha o percentual de conhecimento
dos participantes sobre as informações do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido. O conhecimento médio dos participantes foi 52,16%,
sendo o mínimo e máximo 8,3% e 100%, respectivamente. A maior parcela dos participantes
acertou 6 questões (19,6%), ou seja, 50% do total. Por outro lado, a parte inferior dos participantes (1,10%) apenas conhecia uma questão ou
as 12 questões - 8,3% de perguntas corretas.
Tabela 2. Porcentagem de acerto sobre as informações do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do ensaio
clínico ABS-00-02. Americaninhas, Novo Oriente de
Minas, Minas Gerais. (n=66)
multivariada (Tabela 3). A idade também esteve
associada a variável dependente quando analisada
pela correlação de Spearman (r: -0.212, p: 0,022).
Tabela 3. Comparação da média do nível de conhecimento dos participantes sobre as informações do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido de acordo com as
variáveis socioeconômica e demográficas. Americaninhas,
Novo Oriente de Minas, Minas Gerais (n=66)
Variáveis
x (%) a
Analfabeto/
Ensino fundamental
51,12
Ensino Médio
/ Ensino superior
70,66
Abaixo de
R$545,00
46,56
Acima de
R$545,00
61,23
Solteiro
62,50
Casado /
Mora junto
(a)
53,93
Acesso à mídia
eletrônica
1 acerto – (8,3)
1
1,10
2 a 4 vezes
45,13
3 acertos (25,0)
7
10,6
5 a 7 vezes
60,45
4 acertos- (33,3)
8
12,12
Raça
5 acertos – (41,7)
10
15,15
Branco
56,95
6 acertos - (50,0)
13
19,60
Pardo/Negro
58,33
7 acertos- (58,3)
12
18,18
8 acertos – (66,7)
7
10,6
Trabalhar fora
de casa
9 acertos – (75,0)
2
3,0
11 acertos - (91,6)
2
3,0
12 acertos -(100,0)
1
1,10
A renda familiar, o acesso à mídia eletrônica, a
escolaridade e trabalhar fora de casa foram significativamente associados ao nível de conhecimento
sobre as informações do TCLE. Apesar de não ser
estatisticamente significativa com a variável dependente, o “estado civil” foi utilizada na análise
13,085;
24,872
-7,275
>0,0001
6,804;
18,481
-4,383
>0,0001
-0,807;
13,013
1,743
0,083
8,1252;
20,388
-4,525
0,0001
-8,538;
5,885
0,708
0,788
7,804;
14,271
1,924
0,075
-9,311;
3,573
-0,890
0,310
Estado Civil
%
4,5
p
Renda Familiar
n
3
t
Escolaridade
Acertos – n (%)
10 acertos - (83,3)
IC 95%
Sim
Não
52,17
61,27
Sexo
Masculino
58,33
Feminino
59,80
Nota: a Média aritmética nível de conhecimento sobre as
informações do TCLE; IC 95% = Intervalo de Confiança
de 95%; t = Teste t para amostras independentes.
131
Conhecimento sobre as informações do consentimento informado - Lucas Lobato, Maria Flávia Gazzinelli
No modelo final de regressão linear múltipla, observamos a associação do nível de conhecimento
sobre as informações do TCLE com a escolaridade (b1 = 8,477, p <0,001), idade (b2 = -0,182, p
= 0,09), o acesso à mídia eletrônica (b3 = 4,506,
p <0,014), renda mensal (B4 = 7,231, p <0,001)
e do Conhecimento de termos técnicos (b5 =
8,211, p <0,001) (Tabela 4).
Tabela 4. Modelo de Regressão Linear Múltipla com o
nível de conhecimento sobre as informações do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido como variável dependente e demais variáveis explicativas. Americaninhas,
Novo Oriente de Minas, Minas Gerais (n=66)
Variáveis
Bª
R e n d a
7,321
Mensal
Idade
t
p
8,612
0,001 1,982; 10,215
-0,189 -3,468
IC 95%
0,009 -0,721; -0,197
Escolarida8,477
de
3,405
0,001 3,716; 11,977
Acesso a mídia eletrôni- 7,321
ca e
8,612
0,001 1,982; 10,215
Nenhuma das variáveis independentes no modelo
final de regressão linear múltipla apresentou Fator
de Inflação da Variância (FIV) acima de 10. Os
resíduos possuiam distribuição normal pelo teste
de Kolmogorov-Sminorv e teste de Shapiro-Wilk,
com nível de significância de 5% e não foram
correlacionados. Todas as outras premissas para
o modelo de regressão linear foram cuidadosamente inspecionadas e nenhum deles foi violado.
Entre elas estão: a ausência de multicolinearidade
entre as variáveis independentes; independência
serial entre os erros; ausência de casos influentes
no modelo, analisados pela distância de Cook, a
ausência de quantidades significativas de valores
discrepantes, e o tamanho da amostra necessária
para a validação de efeitos estatísticos.
mento sobre as informações desse documento são
influenciadas pelas características dos participantes do ensaio clínico.
Os resultados deste estudo mostram que a partir
das variáveis independentes, inicialmente incluídos na análise univariada, quatro variáveis mostraram associação com o conhecimento sobre as
informações do TCLE, a saber: a educação formal, a idade, o acesso à mídia eletrônica e a renda
mensal.
Essas quatro variáveis, não obstante, foram fortemente capazes de explicar a variação da variável
dependente, uma vez que aproximadamente 63%
da variação dessa variável foi explicada pelo modelo de regressão linear múltipla final. Não menos
importante, a utilização deste modelo mostrou
ser 42 vezes melhor explicar a variação da variável dependente do que utilizar a média aritmética
para essa finalidade.
De todas as variáveis analisadas, a educação formal apresentou maior influência no nível de
conhecimento médio sobre as informações do
TCLE. Esta associação também foi observada
em estudos realizados em países em desenvolvimento(7,31-32) nos países desenvolvidos(12), na
prática clínica(14) e na maioria das investigações
discutidas em uma revisão de estudos sobre intervenções para melhorar a qualidade de Consentimento Livre e Esclarecido(33).
Discussão
Em vista deste resultado é possível inferir que o
conhecimento de sujeitos menor escolaridade
pode ter sido prejudicado pelo baixo questionamento durante o ensaio clínico ABS-00-02. Esta
conclusão é corroborada por estudo realizado na
África do Sul, no qual se observou que os pais
de menor escolaridade realizaram menor questionamento durante o Consentimento Informado
para um ensaio clínico pediátrico sobre tuberculose(34).
Podemos concluir que a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido não significa
que todos os participantes de um ensaio clínico
compreenderam as informações detalhadas nesse documento. Nesse sentido, depreende-se que
a decisão autônoma desses participantes pode ser
prejudicada. Também concluímos que o conheci-
A frequência em que os participantes do ensaio
clínico ABS-00-02 costumam assistir televisão
ou escutar rádio também foi importante para um
maior nível de conhecimento sobre as informações do TCLE. Observou-se que os indivíduos
que tinham o hábito de ouvir rádio ou assistir TV
de 5-7 vezes por semana, tiveram um maior nível
132
Acta Bioethica 2015; 21 (1): 127-136
de conhecimento sobre as informações sobre o
consentimento livre e esclarecido do que os indivíduos que tinham esse hábito apenas 2-3 vezes
por semana.
Este resultado é corroborado por um estudo realizado no Brasil, no qual foi constatado que os
indivíduos que tinham o hábito ler revistas ou
assistir televisão apresentou maior compreensão
sobre informações sobre o Consentimento Informado(11). Em um estudo realizado nos Estados
Unidos, também foi evidenciada a associação positiva entre maior frequência no acesso à informação e o conhecimento sobre as informações sobre
o Consentimento Informado(29). Este resultado
é importante porque os veículos de comunicação
de rádio e televisão estão disponíveis na maioria dos lares brasileiros, incluindo em áreas rurais(35).
A idade dos sujeitos de ensaio clínico ABS-0002 também foi associada ao conhecimento sobre
as informações sobre do TCLE, no entanto, esta
associação foi negativa. Observa-se que quanto
maior a idade, menor é o conhecimento que os
participantes demonstram sobre a informação sobre o consentimento livre e esclarecido. Este achado não foi exclusivo deste estudo, uma vez que foi
demonstrado em investigação realizada em um
país em desenvolvimento(13).
Esperava-se que o sexo e estado civil dos participantes fosse associado ao conhecimento das
informações divulgadas no TCLE. Os resultados
deste estudo, no entanto, não demonstraram essa
associação. Essa presunção decorria de estudos
realizados na África, em que as decisões das mulheres de participar em pesquisas clínicas foram
diretamente afetadas por sua estrutura familiar,
seja por seu pai ou seu marido(36). Em Americaninhas, sendo uma comunidade predominantemente rural, esperava-se que a decisão das mulheres, especialmente as mulheres casadas, foi afetada
pela relação de dominação masculina, porque, no
Brasil, as formas de organização familiar das comunidades rurais são estruturas sobre a desigualdade de gênero, sendo predominante a ótica da
dominação masculina(37-38).
A validade dos resultados deste estudo pode ser
suportada por estratégias adotadas para minimi-
zar os vieses e assegurar a validade interna dos
dados coletados. Para evitar viés de informação,
optamos por utilizar perguntas abertas para mensurar o conhecimento dos participantes, já que
este formato é capaz de medir com mais precisão
o conhecimento real sobre o assunto(39). Também procuramos garantir que o conhecimento
sobre as informações do TCLE decorresse apenas
da leitura desse documento e não de outras fontes, uma vez que aplicamos o questionário uma
semana após a assinatura. Sabe-se que a distancia
temporal entre a coleta de dados e a leitura do
documento não influencia o conhecimento sobre
os temas avaliados(29).
Acreditamos que os resultados deste estudo podem contribuir para novas perspectivas no campo
da bioética. Essas possibilidades decorrem da necessidade de desenvolver estratégias para melhorar a qualidade do Consentimento Informado,
especialmente em estudos realizados em países em
desenvolvimento.
Esta pesquisa também pode colaborar com o início da reflexão sobre a definição de vulnerabilidade, considerando que evidenciamos vários fatores
que podem afetar a expressão da autonomia do
participante. Sabemos que essas definições são
baseadas em reflexões teóricas, embora fosse mais
pragmática se fosse exclusivamente baseada em
pesquisa empírica(25). Assim, os Centros de Ética em Pesquisa podem usar estes resultados para
avaliar o perfil de amostra de ensaios clínicos e, de
acordo com este perfil, sugerir que os pesquisadores responsáveis implantem estratégias para melhorar o conhecimento desses participantes sobre
a pesquisa.
A relevância deste estudo é destacada quando
consideramos que a pesquisa com seres humanos
nos países em desenvolvimento está se tornando
cada vez mais frequente, especialmente na América Latina. Neste sentido, o recrutamento desses
participantes deve considerar não só as características desejáveis para inclusão num ensaio clínico,
mas também as características dos participantes,
como o contexto socioeconômico em que esta
pesquisa é conduzida.
Estudos que investigam o nível de conhecimento
de participantes de ensaios clínicos sobre as in-
133
Conhecimento sobre as informações do consentimento informado - Lucas Lobato, Maria Flávia Gazzinelli
formações do TCLE devem possuir uma abordagem ampla e capaz de também incluir os aspectos
cognitivos e emocionais desse processo. Considerando que este estudo explicou 63% da variação
do conhecimento sobre as informações do TCLE,
os 37% restantes podem ser explicados pela utilização de outras variáveis, como a confiança no
médico responsável pela pesquisa, experiência do
responsável pela aplicação do TCLE, a autoavaliação do participante de seu conhecimento e sua
ansiedade durante esse processo.
Conclusão
Nosso estudo representa a primeira investigação
empírica no Brasil que o conhecimento sobre as
informações do TCLE para os participantes de
ensaios clínicos em contextos que não sejam o
ambiente hospitalar. É também o primeiro estudo
a identificar os fatores que afetam o conhecimento das informações do TCLE. A partir desta perspectiva, nosso estudo aumenta o conhecimento
sobre o Consentimento Informado em uma área
previamente examinada e entre as populações que
foram sub-representadas em estudos deste tema.
Com base nos resultados deste estudo, conclui-se
que o processo de Consentimento Informado é
insuficiente para o conhecimento da informação
num ensaio clínico. Concluímos também que as
características individuais e fatores relacionados
ao contexto em que o experimento foi conduzido são capazes de influenciar o conhecimento das
informações divulgadas no processo de Consentimento Informado.
134
Sugerimos que sempre sejam incluídas estratégias educativas no processo de consentimento de
participantes de ensaios clínicos. Também sugerimos que essas atividades sejam adequadas a idade
dos participantes, o desenvolvimento cognitivo
e, mormente, o contexto. Nesse ultimo caso, a
preocupação se faz na realização de pesquisas com
populações vulneráveis, em que devem ser protegidos em seu processo de escolha. Inclui-se, portanto, as pesquisas com doenças negligenciadas
que, invariavelmente, necessitam desse contexto
para que sejam realizadas.
Com efeito, ressaltamos que o processo de Consentimento Informado seja individualizado,
considerando as características dos potenciais
participantes, seu anseio duvida e necessidades.
Acreditamos que, dessa forma, os participantes de
pesquisa podem decidir de forma autônoma sobre
sua participação em um ensaio clínico.
Agradecimentos
Agradecemos a todos que, direta ou indiretamente, participaram na preparação deste artigo e a
construção destes resultados.
Declarações de Conflitos de interesse: Todos os
autores declaram que não há conflito de interesses
Financiamento: Este trabalho foi apoiado financeiramente pela Kraft Foods®. O financiador não
teve nenhum papel no desenho do estudo, coleta
de dados e análise, decisão de publicar ou preparação do manuscrito.
Acta Bioethica 2015; 21 (1): 127-136
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Recebido: 19 de novembro de 2013
Aceito: 7 de março de 2014
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