FISIOTERAPIA Avaliação do desenvolvimento pulmonar e neuromotor em crianças prematuras portadoras de displasia broncopulmonar Raquel Cristina Koyama Pesquisadora Ana Damaris Gonzaga Orientadora Resumo Objetivo: Analisar as conseqüências da displasia broncopulmonar sobre o desenvolvimento neuromotor e pulmonar de crianças nascidas prematuras. Método: Estudo observacional, transversal e analítico realizado em uma maternidade pública de Osasco. A amostra foi composta por 10 crianças nascidas prematuras: 05 portadoras de displasia broncopulmonar e 05 sem a DBP. Foi realizada uma avaliação motora e respiratória após consentimento livre e esclarecido do responsável. Resultados: Foi observado que no grupo portador de displasia broncopulmonar houve maior ocorrência de internações hospitalares, redução da atividade física, atraso no desenvolvimento neuromotor, alteração de ausculta pulmonar, tônus, audição e fala e menor ocorrência de chiado no peito e alterações visuais, muito embora essas diferenças não tenham atingido significância estatística. Conclusão: A displasia broncopulmonar parece comprometer o desenvolvimento pulmonar e motor da criança nascida prematura. De qualquer modo, pesquisas multicêntricas, envolvendo um grupo maior de crianças são necessárias para confirmação dessa tendência. Palavras-chave: Prematuridade. Displasia. Broncopulmonar. Oxigênio. Ventilação mecânica. Abstract Objective: The objective of the present study was to analyze the consequences of the bronchopulmonary dysplasia concerning the neuromotor and pulmonary development in premature born children. Method: Observational, transversal and analytic study made at a public maternity in Osasco. 10 premature born children composed the sample: 05 bronchopulmonary dysplasia carriers and 05 without bronchopulmonary dysplasia. A motive and respiratory evaluation was made after free and elucidated consent by the responsible. Results: It was noticed that in the group with bronchopulmonary dysplasia, there was bigger occurrence of the hospitalization, reduction physic activity, retrogression in the neuron motor development, disturb of the pulmonary auscultation, tonus, audition and speech, small occurrence of the shrill sound in the thorax and visual alteration, but this differences did not reach expressive statistics. Conclusion: The bronchopulmonary dysphasia seems to compromise the pulmonary and motor development of children born premature, however, multicentrical research involving a bigger group of children are necessary to confirm this tendency. Key words: Prematurity. Bronchopulmonary dysplasia. Oxygen. Mechanical ventilation. Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 1, 2006, p. 55-63 55 Raquel Cristina Koyama Crianças que desenvolvem DBP apresentam, durante 1 Introdução a infância, sintomas respiratórios e sibilâncias com maior A displasia broncopulmonar (DBP) pode ser definida como uma injúria pulmonar em recém nascidos (RN) pré-termos, resultante da ação de diversos fatores como: imaturidade do pulmão, toxicidade do oxigênio, ventilação com pressão positiva, infecções pulmonares e desnutrição(1). Foi descrita pela primeira vez por Northway et al. freqüência do que as que não desenvolvem a doença. As complicações tardias mais comuns incluem retardo no desenvolvimento neuropsicomotor com vários graus de paralisia cerebral, maior probabilidade de pneumonias, broncoespasmos, com internações hospitalares freqüentes(5). (2) associada à necessidade de alta concentração de Devido à alta incidência da DBP em RN pré-termos e as conseqüências tardias desta doença, surgiu o oxigênio (O2) por mais que 150 horas. interesse em realizar essa pesquisa. Sendo ela uma (3) Essa definição foi atualizada por Jobe e Bancalari , patologia que pode ser prevenida, inclusive com a considerando-se o uso de O2 por 28 dias de idade pós- participação dos fisioterapeutas, tal estudo torna-se natal para RN com idade gestacional igual ou superior importante para a conscientização dos profissionais, a 32 semanas, e aqueles nascidos com idade gestacional implicando numa melhora da qualidade de vida para inferior a 32 semanas, considera-se a suplementação de essas crianças. O2 na 36ª semana de idade pós-concepção. 56 O presente estudo tem o objetivo de analisar as A incidência da DBP aumenta com a diminuição do conseqüências da DBP sobre o desenvolvimento peso ao nascimento e da idade gestacional, sendo cerca neuromotor e pulmonar em crianças nascidas de 30% para crianças com peso, ao nascer, menor que prematuras. 1.000 gramas e idade gestacional inferior a 36 semanas. A melhora dos cuidados intensivos neonatais e a 2 Métodos terapêutica com surfactante exógeno também contribuíram para o aumento da incidência de DBP por tornar crônicas insuficiências respiratórias como a Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) (4). O estudo apresenta caráter observacional, transversal e analítico, composto por uma coorte de 10 crianças (6 meninas e 4 meninos), com idade entre 2,6 e 3,6 anos, nascidas na maternidade pública na cidade de Osasco, A DBP interfere no desenvolvimento e crescimento no período de janeiro a dezembro de 2002. Todas as do pulmão, ocorrendo edema pulmonar seguido por crianças eram prematuras e com peso de nascimento fibrose intersticial, com áreas de atelectasia e enfisema. inferior a 1.500 gramas. Crianças com óbito antes dos Os vasos pulmonares ficam com sua luz estreitada, 28 dias de vida foram excluídas do estudo. Os sujeitos levando à hipoperfusão e à hipertensão pulmonar. As foram divididos em dois grupos: 5 crianças com DBP e trocas gasosas são afetadas, resultando em hipoxemia e 5 crianças sem a doença. Para o diagnóstico de DBP, hipercapnia, aumentando o esforço respiratório do RN(1). definiu-se como a necessidade de suplementação de O2 no 28° dia de vida(3). Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 1, 2006, p. 55-63 Avaliação do desenvolvimento pulmonar e neuromotor em crianças prematuras portadoras de displasia broncopulmonar As variáveis analisadas foram: número de procura a atividade física foi investigada por meio do tipo de pronto socorros, número de internações, presença de brincadeira da criança, isto é: com outras crianças, chiado no peito, alteração na ausculta pulmonar, considerando-se hipo ou hiperatividade. Analisou-se, ainda, alteração no desenvolvimento neuromotor, atividade o tônus muscular. Alterações na visão e audição foram física reduzida, alteração no tônus, visão, audição e fala, relatadas pelo responsável da criança, segundo diagnóstico além de idade gestacional, número de consultas pré- médico. A fala foi avaliada através da capacidade da criança natal, peso de nascimento, Apgar, FiO2 máxima utilizada, em formar frases completas ou apenas palavras. tempo de oxigenoterapia e tempo de internação. Para a criação do banco de dados e análises Após o contato com o responsável pela criança, via utilizou-se o programa SPSS versão 10.0. As principais telefone e telegrama, apenas 5 sujeitos foram localizados características da população foram descritas por meio e agendadas as avaliações (2 com DBP e 3 sem DBP). Os de médias e respectivos desvios padrão distribuídos dados dos outros 5 sujeitos restantes foram obtidos no conforme a ocorrência de DBP. ambulatório de acompanhamento de RN prematuros na maternidade de estudo, através do prontuário médico, onde todas as crianças possuíam no mínimo 7 consultas médicas com relatos referentes à evolução neuromotora e respiratória. Após consentimento livre e esclarecido do responsável, realizou-se avaliação motora e respiratória desenvolvida especialmente para o estudo. Calcularam-se as taxas de incidência das alterações respiratórias e neuromotoras de acordo com a presença de DBP. 3 Resultados As características dos grupos estudados encontramse na Tabela 1. A média do peso ao nascimento e idade gestacional foram menores no grupo com DBP, apesar O desenvolvimento neuromotor foi avaliado, com de não apresentar diferença estatisticamente significante. base na idade em que a criança firmou a cabeça, rolou, Valores de Apgar no 1° e 5° minutos mostraram uma sentou e andou, de acordo com a idade corrigida. A associação com o desenvolvimento de DBP. O número Tabela 1 – Distribuição da amostra conforme ocorrência da DBP, Osasco, 2005. Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 1, 2006, p. 55-63 57 Raquel Cristina Koyama de consultas realizadas no pré-natal não influenciaram a ocorrência de DBP. O período de utilização de O2 foi significativamente maior no grupo com DBP, quando comparado com os RN sem DBP, além disso, a FiO2 máxima utilizada também foi maior nesse grupo. Quanto ao tônus, foi observada hipotonia de membros inferiores em apenas uma criança com DBP e hipertonia em membros superiores em outra, também do grupo com DBP. O distúrbio visual encontrado foi estrabismo. Duas crianças utilizavam poucas palavras para se comunicarem, indicando incapacidade de formar frases completas. A Tabela 2 mostra a relação das morbidades pulmonares e neuromotoras apresentadas com a presença de DBP. Alteração da ausculta pulmonar esteve presente em duas crianças com DBP; os ruídos encontrados foram roncos e sibilos inspiratórios. Outros sintomas relatados com freqüência no grupo estudado: coriza (2 crianças sem DBP), obstrução nasal (2 crianças sem DBP), gripe (1 criança com DBP) e crises convulsivas (1 criança com DBP). 4 Discussão Em nosso meio, existem poucos trabalhos que discutem a morbidade respiratória e neuromotora pósnatal de prematuros de muito baixo peso com DBP. Semelhante a estudos internacionais(6,7,8), também encontramos uma tendência a maiores índices de morbidades em crianças com DBP, quando comparados a prematuros sem a doença. Em recente estudo(9), foram acompanhadas durante 58 um ano crianças nascidas prematuras com peso de nascimento inferior a 1.500 gramas; verificou-se que crianças com DBP apresentaram mais sibilos de repetição (54,2%) no primeiro ano de vida do que as que não fizeram uso prolongado de oxigênio (19,2%). Apesar da diferença no número de RN da amostra entre o estudo e o nosso, 97 e 10, respectivamente, verificamos que 100% das alterações na ausculta pulmonar estiveram presentes no grupo com DBP. O mesmo estudo não mostrou diferença significativa entre as taxas de internação. Contrariamente, em nosso estudo verificamos que 66,7% das internações por causas respiratórias Tabela 2 – Relação das morbidades apresentadas com a presença de DBP. (pneumonia, bronquite) foram de crianças pertencentes ao grupo com DBP. Efetuaram-se considerações semelhantes em estudo(7) com amostra composta de adolescentes e Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 1, 2006, p. 55-63 Avaliação do desenvolvimento pulmonar e neuromotor em crianças prematuras portadoras de displasia broncopulmonar jovens adultos, verificando que o grupo displásico de atendimento a pronto-socorro entre o grupo com apresentou sintomas respiratórios recorrentes, chiado DBP (50%) e sem a doença (50%), onde as crianças no peito, episódios de pneumonia, limitação da que não tiveram DBP possuíam riscos significantes capacidade de exercícios e uso freqüente de medicação, para doenças respiratórias até os dois anos de idade. em comparação ao grupo controle (prematuros sem DBP) e ao grupo controle normal (recém-nascidos a termo, sem história de doença pulmonar crônica e não fumantes). Com base na espirometria, 75% dos sujeitos com DBP apresentaram disfunção pulmonar e Estes dados contrariam os resultados encontrados por Hakulinen et al. (8) que demonstraram diferença entre as readmissões hospitalares em crianças com DBP: 44% com DBP obtiveram de 1 a 5 readmissões contra 31% do grupo sem DBP. presença de hiperreatividade das vias aéreas. Obstrução aérea esteve presente em 68% dos displásicos, Provavelmente algumas re-hospitalizações poderiam ter sido evitadas, se considerarmos as influências manifestada pela diminuição do fluxo expiratório. ambientais na ocorrência de morbidades respiratórias Alguns autores(9,10) utilizaram-se da presença de sibilos durante a ausculta pulmonar, já que o termo chiado seria bastante subjetivo, levando-se em conta que é relatado pelas mães. Apesar disso, encontramos valores opostos ao esperado: 60% da presença de chiado no peito eram pertencentes ao grupo sem DBP. Esses valores como: exposição das crianças a pessoas fumantes, contato com infecções virais, presença de muitas crianças na mesma residência, umidade e mofo encontrados no quarto da criança. Infelizmente esses dados só puderam ser observados em 5 sujeitos, submetidos à entrevista realizada pessoalmente no próprio domicílio. podem não ser verdadeiros, já que as mães podem ter relatado chiado no peito, fazendo referência a obstruções Os dados citados acima enfatizam que a DBP, como uma complicação da prematuridade, continua sendo nasais ou outros ruídos semelhantes. uma causa comum de conseqüências negativas ao Vale assinalar que a freqüência de internação por desenvolvimento pulmonar, resultando em morbidades problemas respiratórios nos primeiros dois anos de respiratórias, principalmente nos dois primeiros anos vida, também se apresentou aumentada entre os recém- de vida. nascidos prematuros sem DBP, quando comparados com crianças a termo (11) . Cunningham et al. (6) demonstraram que a incidência de procura a prontosocorros por morbidades respiratórias é significativamente aumentada, como resultado da prematuridade e baixo peso e, não somente, da DBP, apesar de as crianças com a doença requererem hospitalização mais cedo que as outras. Confirmando os resultados de Cunningham et al. (6), podemos verificar que não houve diferença entre a necessidade O período de internação na UTI neonatal e o tempo de uso de ventilação mecânica também foram fatores determinantes para as intercorrências respiratórias durante os dois primeiros anos de vida. Verificou-se que os principais fatores que influenciaram as taxas de morbidade respiratória foram tempo de internação prolongado, uso prolongado de O2 e uso de ventilação mecânica. Assim, como descrevem Korhonen et al. (12), associando ainda o uso de surfactante e corticoterapia, Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 1, 2006, p. 55-63 59 Raquel Cristina Koyama as crianças que fizeram uso de ventilação mecânica gestacional e peso ao nascimento no grupo com DBP apresentaram significativamente maiores taxas de foram de 30,4 e 1.220, respectivamente, enquanto no morbidade respiratória. Esses achados foram confirmados grupo de prematuros sem a doença as médias foram em nosso estudo, mostrando que crianças que 31,4 e 1.322. permaneceram hospitalizadas por mais tempo apresentaram maior risco de desenvolver a DBP e, conseqüentemente, maiores índices de pneumonia, sibilos e internação. 60 Verificamos, também, que crianças com DBP apresentaram alterações do tônus, audição, fala e atraso no desenvolvimento neuromotor (idade esperada para rolar, engatinhar, andar), muito embora no grupo sem a Hakulinen et al. (8) consideraram, ainda, os valores doença não tenha sido observada nenhuma dessas do Apgar 5° minuto, ao avaliar 16 crianças com DBP e alterações. Holditch-Davis et al.(16), analizando crianças 75 sem a doença. Chegaram à conclusão que valores com até 16 meses de idade, relataram que a linguagem menores que 7 são predisponentes ao desenvolvimento e o comportamento motor mostraram valores inferiores da DBP. Nosso estudo confirmou as considerações feitas aos normais, apesar de não apresentarem diferenças por Hakulinen et al. (8), onde a média de Apgar 5° minuto significativas entre os dois grupos. É possível, contudo, foi de 6,4 no grupo dos displásicos, enquanto que no que estágios particulares do desenvolvimento em outro grupo a média foi de 8,6. crianças com DBP possam mostrar-se diferentes de outras Resultados semelhantes ao nosso estudo foram crianças prematuras. obtidos por Cunha et al. (4), analisando o número de Outros autores(2,7,8) também verificaram que os sujeitos consultas pré-natais com a ocorrência de DBP. Ambos com DBP apresentam atraso no desenvolvimento escolar, não encontraram influência do número de consultas anormalidades na coordenação, marcha e tônus muscular pré-natais com a ocorrência de DBP. Ao contrário, as e, pelo menos, um terço dos displásicos possui algum mães das crianças com DBP realizaram mais pré-natais tipo de seqüela neurológica. que o grupo controle. O tipo de parto, do mesmo modo, não foi fator determinante para a doença, o maior número por via cesárea, provavelmente ocorrido em decorrência das complicações materno e fetais (por exemplo, infecções do trato urinário e pré-eclampsia). Quanto à idade gestacional e peso ao nascimento, os resultados confirmaram as definições de DBP encontradas na literatura Alterações no desenvolvimento motor e cognitivo também estão presentes em crianças prematuras e com restrição de crescimento intra-uterino, independente da presença de DBP(17,18). Entretanto, em nosso estudo não verificamos déficit do desenvolvimento neuromotor em crianças do grupo sem DBP. A pesquisa realizada por Holditch-Davis et al. (16) (4,13,14,15) , nas quais essas duas variáveis são inversamente proporcionais à ocorrência da doença, constituindo-se fatores dependentes fortemente associados com a ocorrência de DBP. A média da idade Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 1, 2006, p. 55-63 sugere complicações neurológicas associadas à DBP, especialmente hemorragia intraventricular e leucomalácia periventricular, que são as causas primárias para problemas do desenvolvimento Avaliação do desenvolvimento pulmonar e neuromotor em crianças prematuras portadoras de displasia broncopulmonar neuromotor. Apesar de não termos encontrado essas fato de considerarmos uma amostra muito pequena, complicações em nosso estudo, podemos associar as devido à dificuldade na localização das crianças para alterações neuromotoras encontradas com parada melhor avaliação. Nosso trabalho realizou-se, sobretudo, cardiorrespiratória, já que uma criança displásica que a partir dos prontuários médicos do ambulatório. Uma apresentou déficit no desenvolvimento motor teve, outra razão para uma pequena amostragem refere-se à durante período neonatal, duas paradas cardior- alta mortalidade de RN prematuros na fase hospitalar e respiratórias, o que explica as alterações atuais. mesmo pós-alta, embora não tenhamos encontrado esse Concordamos com as conclusões de Holditch-Davis et índice de nossa amostra inicial por meio dos comitês al. (16), no que se refere ao atraso do desenvolvimento de mortalidade municipal e estadual. neuromotor, não sendo conseqüência exclusiva da DBP. Mesmo assim, os achados de nosso estudo Nenhum estudo foi encontrado em relação às confirmaram nossa hipótese de que a DBP é um fator de alterações visuais presentes em portadores de DBP. risco para morbidades respiratórias e neuromotoras em Entretanto, autores como Graziano e Leone(19) associam crianças. Elas apresentaram maior número de alterações oftalmológicas como conseqüência da complicações respiratórias e internações por pneumonia prematuridade, baixo peso e imaturidade do sistema e bronquite, durante os dois primeiros anos de vida, nervoso central. A retinopatia da prematuridade, o além de freqüentes alterações na ausculta pulmonar. A estrabismo e os erros de refração são as principais alterações oftálmicas secundárias à prematuridade displasia broncopulmonar também parece comprometer a atividade física da criança, tônus, audição e fala. descritas na literatura. Portanto podemos concluir que crianças com DBP também são prematuras e baixo peso, O prognóstico tardio de seqüelas pulmonares em apresentando os mesmos riscos de desenvolver adultos com DBP ainda não pôde ser totalmente alterações visuais que as prematuras sem DBP. Nosso confirmado, já que a doença foi reconhecida somente estudo concordou com a literaturas ao encontrar 66,7% há 33 anos. Estudos longitudinais, com metodologia das alterações visuais (estrabismo) no grupo sem a rigorosa e com amostras maiores de crianças com DBP, doença. incluindo adolescentes e adultos jovens, são necessários, além da necessidade de técnicas apuradas para avaliação Nossa pesquisa apresenta algumas limitações devido da estrutura e função pulmonar. ao tipo de estudo, retrospectivo e transversal, além do Referências 1 MALINOWSKI, C.; WILSON, B. Terapia respiratória neonatal e pediátrica. In: SCANLAN, CL. Fundamentos da terapia respiratória de Egan. 7. ed. São Paulo: Manole, 2000. p. 1072-1073. 2 NORTHWAY, W. H.; ROSAN, R.C.; PORTER, D.Y. Pulmonary disease following respirator therapy of hyaline- membrane disease. N Engl J Med, v. 276, p. 357-368, 1967. Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 1, 2006, p. 55-63 61 Raquel Cristina Koyama 3 JOBE, A. H.; BANCALARI, E. NICHD/NHLBI/ORD Workshop summary: bronchopulmonary dysplasia. Am J Respir Crit Care Med, v.163, p.1723-1729, 2001. 4 CUNHA, G. 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