NOVA LINHA DE PESQUISA NO CONFINAMENTO EXPERIMENTAL FMVZ/UNESP Fernando Salvador Parra João Ricardo Ronchesel
PROTOCOLOS DE ADAPTAÇÃO ÀS DIETAS DE ALTO CONCENTRADO PARA BOVINOS NELORE EM TERMINAÇÃO: DESEMPENHO, CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA E SAÚDE RUMINAL Ojetivo: avaliar os efeitos da duração de protocolos de adaptação à dieta de alto teor de concentrado sobre o desempenho, características de carcaça, incidência de abscessos hepáticos e rumenites, e morfologia das papilas do rúmen de bovinos Nelore terminados em confinamento.
HIPÓTESES • Animais Nelore: – Tipo de protocolo; – Duração do protocolo; Animais bem adaptados apresentam menos problemas metabólicos??? Como será o desempenho dos animais conforme a adaptação estabelecida???
INTRODUÇÃO • Exportações brasileiras de carne bovina; • Número de animais confinados; • Inclusão de grãos e/ou concentrados nas dietas; • Intensificou e melhorou a eficiência do sistema de produção; • Aparecimento de distúrbios digestivos.
INTRODUÇÃO O uso de dietas com maior teor de concentrado requer que tanto a formulação das dietas como o manejo alimentar sejam observados com grande atenção. Adaptação às dietas, horários dos tratos, frequência e seqüência de fornecimento nos currais de engorda e monitoramento de consumo são fatores fundamentais (Cervieri et al., 2009).
PROGRAMA DE RECEBIMENTO DOS ANIMAIS NO CONFINAMENTO % Nenhum 35,5 Cocho com feno + concentrado 19,4 Alguns dias no pasto 19,4 Pasto + concentrado 12,9 Cocho contendo apenas volumoso 6,5 Alguns dias no pasto e pasto + concentrado 3,2 Alguns dias no pasto e cocho contendo apenas volumoso 3,2
Millen et al, 2009 ADAPTAÇÃO DE BOVINOS À DIETAS DE TERMINAÇÃO (Nutr icionistas Br asileir os) Pr otocolo % Dietas em escadas (step­up) 48,4 Dieta final limitada por quantidade 19,4 Apenas uma dieta com menos energia que a dieta final 9,7 Mistura de duas dietas 6,5 Outras 12,8 Nenhuma 3,2 Millen et al, 2009
ADAPTAÇÃO A DIETAS DE ALTO CONCENTRADO Counette e Prins (1981) propuseram uma definição prática de quando o ruminante pode ser considerado adaptado para consumir aqueles ingredientes denominados “concentrados”: seria quando o animal fosse alimentado com este tipo de dieta, sem efeitos adversos e a um nível de ingestão que provocaria o aparecimento de acidose ruminal em bovinos não adaptados.
ADAPTAÇÃO A DIETAS DE ALTO CONCENTRADO • Segundo Brown et al. (2006), bovinos que receberam dietas que foram de 55 para 90% de concentrado na MS em 14 dias ou menos resultaram em redução do desempenho durante a adaptação ou durante todo o período de alimentação. • Bevans et al. (2005) mostrou que valores de pH ruminal teve uma variação muito maior para uma rápida adaptação (5 dias) do que para uma adaptação mais gradual (17 dias), o que representa uma maior oportunidade de ocorrência de acidose em alguns animais.
MATERIAL E MÉTODOS • • 120 machos não castrados Nelore PV médio inicial de 380 kg TRATAMENTOS RESTRIÇÃO ‐ 14 T RESTRIÇÃO ‐ 21 T ESCADAS ‐ 14 dieta 1 ESCADAS ‐ 21 RECEBIMENTO Dias T dieta 1 dieta 2 T dieta 3 dieta 2 PROTOCOLOS DE ADAPTAÇÃO T dieta 3 T TERMINAÇÃO (T) 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 ...
MATERIAL E MÉTODOS Tratamento Dietas Nível de Concentrado (% ) Ingredientes (% MS) Bagaço in natura Feno de Coast cross Silagem de Grãos Úmidos de Milho Casca de soja Farelo de Amendoim Caroço de algodão Uréia Suplemento Mineral Conteúdo Nutricional Matéria Seca (MS) Nutrientes Digestíveis Totais (%MS) Proteína Bruta (%MS) Fibra (%MS) peNDF 1 (%MS) Ca (%MS) P (%MS) S14 ou S21 S14 ou S21 S14 ou R14 ou R21 S21 3 Ter minação Pr é­ adaptação 25 1 2 55 65 75 85 15,00 60,00 ­ ­ 22,7 ­ ­ 2,30 15,00 30,00 23,6 7,80 18,10 3,00 0,30 2,20 15,00 20,00 34,00 8,90 12,20 7,00 0,70 2,20 15,00 10,00 42,2 11,6 7,00 11,00 1,00 2,20 15,00 ­ 53,20 12,30 1,30 15,00 1,20 2,00 72,0 56,6 16,3 54,0 53,3 0,037 0,033 74,4 66,0 16,0 36,0 34,0 0,043 0,032 74,4 70,0 15,5 31,0 29,0 0,044 0,031 74,4 72,0 15,0 31,0 23,3 0,047 0,031 76,5 76,0 13,8 27,0 18,1 0,063 0,028
Parâmetros a serem avaliados • Manejo da Ingestão dos Animais Confinados: – CMS será medido para cada baia; – Pesagem do alimento fornecido diariamente; – Pesagem da sobra; • Desempenho produtivo dos animais: – Pesagem (sem jejum) a cada 28 dias; – GMD; – CA; (Baker e Guilbert, 1942; Stock et al., 1983)
Parâmetros a serem avaliados • Avaliação da Seleção de ingredientes usando­se Penn State Particle Separator (PSPS): ­ Nos 7 primeiros dias da dieta de terminação ­ Amostras da dieta total e das sobras das 24 baias Índice de seleção (IS) = Ingestão atual/Ingestão esperada IS = 1; ausência de seleção. IS < 1; seleção contra. IS > 1; seleção a favor. (Leonardi e Armentano, 2003)
Parâmetros a serem avaliados • Avaliação da Seleção de ingredientes usando­se Penn State Particle Separator (PSPS): F DNfe = FEF x FDN – FEF (fator de efetividade física) = soma das 3 peneiras ÷ peso da amostra – FDN = analisado quimicamente
1,18 mm
8,0 mm 19,0 mm Parâmetros a serem avaliados • Ultrassom: – No iníco e no final do período de confinamento; – Acompanhamento do crescimento do tecido adiposo e muscular; – EGS – AOL – P8 Perkins (1992) • Características de carcaça: – RC; – Gordura visceral;
....essa turma dá um trabaio.....
trabaio..... Parâmetros a serem avaliados • Avaliação da Saúde do Rúmen: – 24 animais ao final do período de adaptação – O restante dos animais (n=96) ao final do período experimental. • Incidência de Rumenite: Área da parede ruminal lesionada (cm 2 ) x 10 = Escala de 0 a 10 pontos Área total da parede do rúmen (cm 2 ) Bigham et al. (1975)
Parâmetros a serem avaliados • Incidência de Abscesso Hepático: (0) – fígados sem abscessos; (A­) – fígados com um ou dois pequenos abscessos (bem menores que 2.5 cm de diâmetro) ou cicatrizes de abscessos; (A) – fígados com dois a quatro abscessos ativos (pouco menores que 2.5 cm de diâmetro); (A+) – fígados com um ou mais, grandes abscessos (maiores que 2.5 cm de diâmetro) e porções do diafragma aderidos a superfície do fígado. Brink et al. (1990)
Parâmetros a serem avaliados • Morfologia das papilas do rúmen: ­ Número médio de papilas por cm 2 de parede (NMP) ­ Área média das papilas (AMP) ­ Área total de superfície absortiva por cm 2 de parede (ASA) ­ Participação das papilas ruminais na área total de superfície absortiva (PSA) (Daniel et al., 2006)
Parâmetros a serem avaliados • Avaliação do Custo de Ganho de peso: Custo do Ganho (R$) = Ingestão de MS (kg) x Custo/kg de MS da Dieta (R$) Ganho de Peso Vivo Diário (kg)
COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BOVINOS NELORE CONFINADOS COM DIFERENTES PROTOCOLOS DE ADAPTAÇÃO A DIETA DE ALTO CONCENTRADO
Hipóteses • ­ 14 dias x 21 dias; • ­ Animais com o protocolo de restricão mudam o seu comportamento ingestivo????; • ­ Analisar se dois tratos (08:00 e 14:00) ao dia para a dieta de restricão são suficientes ou não; • ­ Ao fazer a Penn State, analisar a seletividade dos animais devido ao tipo de protocolo (step up e restritivo).
Revisão e Justificativa
• Albright (1993) ­ 1) Estudar os efeitos do arraçoamento ou quantidade e qualidade nutritiva de forragens sobre o comportamento ingestivo; ­ 2) Estabelecer a relação entre comportamento ingestivo e consumo voluntário ­ 3) Verificar o uso potencial do conhecimento a respeito do comportamento ingestivo para melhorar o desempenho animal. Revisão e Justificativa • Conrad et al. (1964) observaram que o consumo de rações de baixa densidade energética aumenta com o aumento de digestibilidade da ração, devido a este mecanismo de controle físico do consumo; • Segundo Faria e Mattos (1995), a ingestão máxima de MS ocorre quando a digestibilidade da dieta se encontra entre 66 e 68% e, dificilmente, uma forrageira tropical apresenta digestibilidade superior a 60%, constatando­se que o consumo nessas condições é sempre limitado por enchimento.
• Thiago et al. (1992), a quantidade de alimento consumido por um ruminante, em determinado período de tempo, depende do número de refeições nesse período e da duração e taxa de alimentação de cada refeição. • Cada um desses processos é o resultado da interação do metabolismo do animal e das propriedades físicas e químicas da dieta, estimulando receptores da saciedade.
• Segundo Dado e Allen (1995), o comportamento ingestivo do animal é constituído pelos tempos de alimentação, ruminação, ócio, eficiência de alimentação e ruminação. • O controle do consumo de alimentos está diretamente relacionado ao comportamento ingestivo (Chase et al., 1976).
Objetivo O objetivo deste trabalho será estudar os efeitos de diferentes protocolos de adaptação à dietas de alto concentrado sobre o comportamento ingestivo de bovinos Nelore confinados.
Material e Métodos
Parâmetros a serem avaliados no dia de observação • Período de observação ­ 24 horas ­ Observação a cada 5 minutos. • Durante as observações irão ser coletados dados para determinação do tempo despendido em ingestão, ruminação e ócio, expressos em minutos, conforme descrito por Johnson e Combs (1991), números de refeições e de visitas ao bebedouro.
Cronograma de Observação
Período 1 S14 S21 1 2 3 4 5 6 7 R14 R21 1 2 3 4 5 Inicio Observacao 6 7 2 3 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 1 2 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 6 7 7 8 B 8 5 6 5 2 4 5 4 1 3 4 3 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Parâmetros a serem avaliados • Manejo da Ingestão dos Animais Confinados: – CMS será medido para cada baia; – Pesagem do alimento fornecido diariamente; – Pesagem da sobra; • Análises bromatológicas da dieta ­ FDN, MS e Digestibilidade • PSPS
Cálculo das Eficiências Alimentação e Ruminação
1. EALMS = TAL/CMS; 2. EALFDN = TAL/CFDN;
Carvalho et al. (2006): 3. ERUMS = TR/CMS; 4. ERUFDN = TR/CFDN; 5. TMT = TAL + TR 6. TALREF = TAL/REF; 7. CMSREF = CMS/REF; Interesse de estágio
Procurar um dos dois :P
Obrigado
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