TEORIA DO AGENTE-PRINCIPAL – O ESFORÇO
DO AGENTE COMBINADO COM OUTRAS
VARIÁVEIS NÃO OBSERVÁVEIS
IAN DOBBS (2000, p.421-423) E BSZ (2000, CAP. 15)
TEORIA MICROECONÔMICA II
NOTAS DE AULA
PROF. GIACOMO BALBINOTTO NETO
A Compensação por Incentivos
The term incentive pay conjures up images of piece rate, commissions,
and cash bonus plans, with the employee being paid on the basis of some
measure of output. Broadly speaking however, any compensation plan,
either explicit or implicit, that rewards employees for good performance
(or punishes them for poor performance) can appropriately be considered
incentive compensation. Rewards do not have be monetary – they consist
of anything that employees value. The fundamental purpouse of incentive
pay is to increase shareholder value by motivating value-adding effort on
the part of employees. A closely related purpose is to reinforce the firm’s
value creation formulas and strategic objetives... The important question is
how to design an incentive plan whose benefits outweigh its potencial
disadvantages.
Brickley, Smith, Zimmermann e Willett (2003, p. 209)
2
A Compensação por Incentivos
Os problemas de incentivo existem porque os conflitos
de interesse entre os agentes (empregados) e o principal
(empregador).
Tais problemas podem ser resolvidos quando as ações
são facilmente observáveis (ou quando a informação é
simétrica).
As firmas podem observar as ações mais eficientes
tomadas pelos agentes e paga-los somente se aquelas
ações são tomadas.
3
A Compensação por Incentivos
Contudo, na maioria das situações, as ações dos
agentes não são observáveis a um abaixo custo
(há assimetria de informações).
Neste caso as firmas podem motivar os agentes
através de incentivos de compensação.
4
A Compensação por Incentivos
Os problemas de incentivo surgem porque
a maioria dos custos de exercer o esforço
são
incorridos
pelos
empregados
(agentes), enquanto que a maioria dos
ganhos vai para os empregadores
(principal).
5
Aumento no Pagamento por Incentivos
Figure 2: HRM Practices in Large Firms,
Incentive Pay
100
90
80
1987
70
1990
1993
60
50
40
1996
30
1999
20
10
0
Individual
Incentives
More than
20% of
Em ployees
Have
Individual
Incentives
Gains haring
More than
20% of
Em ployees
Have
Gains haring
Skill-bas ed
Pay
More than
20% of
Em ployees
Have Skilled
Bas ed Pay
(Source: Lawler, Mohrman, and Ledford, 1995; Lawler, Mohrman, and Benson, 2001))
6
A Teoria da Agência
- A teoria do agente-principal, assume que os indivíduos
são criativos, mas egoístas e maximizadores de utilidade;
- A teoria da agência reconhece que nas relações
hierárquicas os principais são apenas parcialmente
capazes de observar o comportamento e a produtividade
de seus subordinados (agentes) e portanto, eles fazem
face ao problema de moral hazard (hidden action).
7
A Relação de Agência
[(Jensen & Meckling (1976)]
We define an agency relationship as a contract under
which one or more persons – the principal(s) – engage
another person – the agent – to perform some service on
their behalf which involves delegating some decision
making autority to the agent. If both parties to the
ralationship are utility maximizers, there is good reason
to believe that the principal can limit divergences from
his interests by establishing appropriate incentives for
the agent and by incurring monitoring costs designed to
limit the aberrant activities of the agent.
8
A Relação de Agência
[(Jensen & Meckling (1976)]
Since the relationship between the stockholders and
managers of a corporation fits the definition of a pure
agency relationship, it should come as no surprise to
discover that the issues associate with the separation of
“ownership and control” in the modern diffuse
ownership corporation are intimately associated with the
general problem of agency.
9
Os Custos de Agência são Reais
Agency costs are as real as any other costs. The level of agency cost
depend, among other thing, on statutory and commom law and human
ingenuity in devising contracts. Both the law and the sophistication of
contracts relevant to the modern corporations are the products of a
historical process in which there where strong incentives for individuals to
minimize agency costs. More over, there were alternative organizational
forms available, and oortunities to invent new ones. Whatever its
shorthcoming, the corporation has thus far survived the market test
against potential alternatives.
Jensen & Meckling (1976)
10
Michael Jensen e a Teoria da Agência
http://vocesa.abril.com.br/edicoes/59/pgart_01_20052003_5043.shl
A agency theory explica como as relações humanas
inevitavelmente levam a conflitos de interesse. É simples de
entender se você for casado, tiver um parceiro, for sócio de
alguém... Em qualquer ocasião em que duas pessoas ou mais
tentam se engajar em esforços cooperativos, inevitavelmente vai
surgir algum conflito. É um fato da vida inerente às relações
humanas quando elas exigem cooperação entre as partes. No caso
das empresas, em especial nas de capital aberto, isso costuma
acontecer entre os executivos responsáveis pela gestão e os
acionistas. Tento entender os custos resultantes desses conflitos e
como eles podem ser controlados e reduzidos. Há muitos benefícios
no esforço cooperativo. A saída é estruturar as relações para que
os
conflitos
sejam
mitigados.
11
Os Custos de Agência
1- gastos de monitoramento pelo principal (monitoring
costs);
2- custo de implantação e adesão aos mecanismos de
controle (bonding costs);
3- perda residual (residual loss)– refere-se a riqueza
perdida pelos acionistas em função do comportamento
inadequado dos agentes.
Os custos de agência surgem em qualquer situação que
envolva um esforço cooperativo por duas ou mais
pessoas mesmo se não houver uma relação clara de
agente-principal.
12
Teoria da Agência
Um problema de agência ocorre quando:
-Os desejos ou objetivos do principal e dos
agentes estão em conflitos e é caro e dificil
monitorar o comportamento dos agentes.
-Os conflitos de agência têm sua origem na
pulverização do capital das corporações e na
consequente separação entre propriedade e
gestão, bem como na relação entre acionistas
minoritários e majoritários numa firma.
13
A Origem dos Conflitos de Agência
Os conflitos e os custos de agência se
manifestam quando, por exemplo, se dá a
separação entre a propriedade e a gestão
e quando se estabelece um conflito de
interesses entre eles, principalmente num
contexto de assimetria de informação.
14
A Origem dos Conflitos de Agência
Acionistas (principais)
Gestores (Agentes)
Foco:
Foco:
- Decisões financeiras;
- Decisões empresariais;
- Alocação de recursos;
- Domínio do negócio;
- Carteiras com retorno máximo;
-Conhecimento da gestão;
- Diversificação do risco.
- Estratégia e Operações.
Relação de Agência:
Decisões que maximizam a riqueza dos acionistas (principais)
X
Decisões que maximizam os interesses dos gestores (agentes)
15
Teoria do Agente-Principal
Principal
Agente
Definição
Uma parte que delega a outra para
desempenhar alguma tarefa que irá
beneficiar a outra parte. O principal
contrata uma agente para executar
tal tarefa.
Informação
assimétrica
Moral hazard
O principal sabe que o agente têm
informação superior.
O principal incorre em custos para
ter certeza que o agente está agindo
de modo apropriado.
a. Restrição orçamentária,
auditoria;
b. participação nos lucros, stock
options e planos de incentives
similares para alinhar os autointeresses dos agentes como os
interesses do principal.
A parte que executa a tarefa
contratada e que irá beneficiar o
principal. O principal delega uma
determinada autoridade ao agente
para que este execute as tarefa
contratada.
O agente têm informação superior
Custos de
monitoramento
O agente pode agir de modo não
apropriado ou não aprovado pelo
principal – corpo mole, fraude etc.
Os agentes também se beneficiam
das atividades de monitoramento,
tal como a auditoria, visto que tais
mecanismos lhes permitem
demonstrar sua efetividade e cobrar
por isto.
16
Modelo Geral de Agente-Principal
Pagamento
por serviços
Proprietário
(Principal)
Administração
Corporativa
(Agente)
Serviços
Custos de agência
17
O Problema de Agência
The agency problem is an essential element of the so-called contractual view
of the firm, developed by Coase (1937), Jensen and Meckling (1976), and
Fama and jensen (1983). The essence of the agency problem is the
separation of management and finance, or – in more standard terminology of owernership and control. An entrepreneur, or a manager, raises funds from
investors either to put them to productive use or to cash out his holdings in
the firm. The financiers need the manager needs the financiers’ funds, since
he either does not have enough capital of his own to invest or else wants to
cash out his holdings. But how can financiers be sure that, once they sink
their funds, they get anything but a worthless piece of paper back from the
manager? The agency problem in thsi context refers to the difficulties
financiers have in assuring that their funds are not expropriate or washed
onm unattractive projects.
Shleifer and Vishny (1997, p. 740-741)
18
Modelo de Agente-Principal e o
Papel da Governança Corporativa
A governança corporativa cuida do alinhamento
dos interesses numa relação agente-principal.
Quando ocorrem conflitos de agência, a
governança envolve-se com a mobilização de
forças de controle, interna e externas, voltadas
para a harmonização de interesses entre as
apartes.
19
O conflito principal agente
e sua resolução
PRINCIPAL
AGENTE
MECANISMOS DE
GOVERNANÇA
DESEMPENHO
CONTROLES
EXTERNOS
20
A Teoria da Agência
Um dos problemas mais comuns de agência
surge quando o produto de um indivíduo
depende não somente do seu próprio esforço,
mas também de outros fatores, alguns dos
quais podem ser mensuráveis, mas outros não.
21
Origens da Teoria da Agência
Berle and Means (1932): The Modern Corporation
Pratt and Zeckhauser (1985): Principals and Agents
Arrow (1985): “The Economics of Agency”
Levinthal (1988): “Agency Models of Organizations”
Jensen and Meckling (1976): “Theory of the Firm: Managerial
Behavior, Agency Costs, and Capital Structure
22
Importantes papers sobre
a teoria do agente-principal
Ross (1973)
Mirrless (1974)
Stiglitz (1974, 1975)
Grossman & Hart (1983)
23
Berle e Means (1932):
A Moderna Sociedade por Ações
Argumentam
propriedade
condição
que
do
onde
a
separação
controle
produz
uma
interesses
dos
os
da
proprietários e administradores geralmente
diverge
e
que
existe
um
poder
discricionários dos administradores.
24
As Corporações Modernas e a
Separação entre Propriedade e Controle
Berle & Means (1932) – A Moderna Sociedade Anônima
e a Propriedade Privada
Foram os primeiros a especificar e identificar a
assimetria de informação com um problema para a
administração das empresas quando havia a separação
entre a propriedade e o controle das empresas – o que
hoje em dia denominamos como o problema do agenteprincipal (um problema clássico de assimetria de
informação).
25
As Corporações Modernas e a
Separação entre Propriedade e
Controle e os Problemas de Agência
Mas será que há alguma razão para supor que os
indivíduos que controlam uma sociedade anônima
moderna também queiram movimenta-la no interesse
dos proprietários? A resposta a essa questão depende
do grau em que os interesses próprios dos indivíduos
que dispõe do controle possam coincidir com os
interesses dos proprietários e, a medida que divirjam, a
resposta depende dos entraves ao uso do poder
estabelecido por condições políticas, econômicas e
sociais.
Berle e Means (1932, p. 124)
26
As Corporações Modernas e a
Separação entre Propriedade e
Controle e os Custos de Agência
A separação entre propriedade e controle
produz uma situação na qual os interesses do
proprietário e os do executivo podem divergir –
e muitas vezes divergem realmente – e muitas
restrições, que antes limitavam o uso do poder,
desaparecem.
Berle e Means (1932, p. 36)
27
As Corporações Modernas e a
Separação entre Propriedade e
Controle e os Custos de Agência
O controle físico dos meios de produção é entregue,
num grau crescente, a grupos centralizados que
administram a propriedade – supostamente, mas não
necessariamente – em benefício dos acionistas. O poder
sobre a propriedade industrial tem se afastado da
propriedade usufrutuária – ou numa linguagem menos
técnica do direito legal de desfrutar seus benefícios.
Berle e Means (1932, p. 37)
28
Pratt e Zeckhauser (1985):
Agentes e Principais
Dada a assimetria de informação – os agentes
geralmente conhecem mais sobre suas tarefas
do que os principais – nós não podemos esperar
que qualquer firma ou organização funcione do
mesmo modo que se a informação fosse sem
custos ou que os incentivos dos principais e
agentes estivessem alinhados.
29
Pratt e Zeckhauser (1985):
Agentes e Principais
As perdas de agência são mais severas qunado os
interesses econômicos ou os valores econômicos dos
principais e agentes divergem substancialmente, a os
custos de monitoração são elevados.
Os benefícios econômicos de qualquer redução nos
custos de agência serão divididos pelos principais e
agentes na maioria das situações de mercado.
30
Pratt e Zeckhauser (1985):
Agentes e Principais
O principal e o agente têm um interesse
econômico comum em definir uma estrutura de
incentivos e monitoração que produza
resultados econômicos os mais próximos do
que seriam produzidos se o custos de
monitoração e a informação fossem sem
custos.
31
Arrow (1985):
Teoria da Agência
Distingue dois tipos de problemas de agência:
Hidden action models (moral hazard):
- Moral hazard and observability (Holmstrom, 1979)


Hidden information models (adverse selection)
 The market for lemons - (Akerlof, 1970)
32
Levinthal (1988): Agency
Models of Organizations
Provê uma instigante perspectiva segundo a qual o
paradigma da agência pode ser visto como uma resposta
neoclássica as questões levantadas muitos anos antes por
March e Simon (1958) e Cyert e March (1963) referentes ao
comportamento de uma organização de agentes auto-
interessados cojm objetivos conflitantes num mundo de
informação incompleta.
33
Levinthal (1988): Agency
Models of Organizations
Importância do Tempo
Levinthal (1988) nota que a repetição de uma
relação de agência ao longo do tempo tende a
melhorar sua eficiência.
Quando a relação de agência se repete ao longo
do tempo, os efeitos da incerteza tendem a ser
reduzidos e o comportamento disfunfional é mais
acuradamente relvelado, aliviando então o
problema de moral hazard.
34
Levinthal (1988): Agency
Models of Organizations
Modelos multi-agentes e contratos de torneio
(Tournament contracts)
Levinthal (1988) sustenta que o risco imposto a
um agente pode ser reduzido baseando-se o
desempenho individual relativo ao desempenho
de outros agentes que fazem face a estados de
natureza similares.
Por exemplo, em torneios (tournaments), a
recompensa é função da classificação do
desempenho relativo dos outros agentes.
35
Teoria da Agência
Jensen e Meckling (1976)
desenvolveram uma teoria da firma
baseada sobre a teoria da agência.
A teoria da agência é uma ramo da economia
relacionado com o comportamento do
principal e seus agentes.
36
Teoria da Agência
Principal deve prover incentivos de modo que
os administradores tomem ações no melhor
interesse do principal e então monitorem os
resultados.
Incentivos incluem, stock options,
participação nos lucros e resultados, e
bônus.
37
O objeto da teoria do agente-principal
[cf. Stiglitz (1988, p.241-253)]
A literatura principal-agente está preocupada com o fato
de como um indivíduo, o principal (digamos o
empregador), pode estruturar um sistema de
compensação (um contrato), o qual motive um outro
indivíduo, seu agente (o empregado), a agir no interesse
do principal.
A origem do termo principal-agente é devido a Ross
(1973) na AER.
38
O modelo básico de agente-principal
[MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise
alto
aceita
A2
P
N
baixo
A1
Esforço não observado
rejeita
contrato
39
O modelo básico de agente-principal
[MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise
P estrutura um
contrato
A aceita
(ou
rejeita)
A oferta um esforço
não verificável
Resultado e pay-offs
N determina o
estado do mundo
40
O modelo básico de agente-principal
[MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise
o problema do principal
O problema de principal-agente é um tipo de problema
que envolve um esforço que não pode ser monitorado e
medido pelo principal e, portanto, não pode ser
diretamente recompensado.
A solução para este tipo de problema, como veremos,
está em se requerer algum tipo de alinhamento de
interesses de ambas as partes (principal e o agente).
41
Exemplo de problema principal-agente:
acionistas e administradores
Os proprietários de uma firma são os acionistas que
adquiriram ações como um investimento ou
simplesmente investidores que adquiriram participações
em fundos mútuos ou pensionistas que investiram em
firmas.
A maioria dos investidores está interessada na
maximização do valor se seus investimentos, o qual se
traduz na maximização de suas renda (valor da ação e
dividendos).
42
Mecanismos que reduzem
os problemas de principal agente
a) externos
Mecanismos
que reduzem os
problemas de
principal agente
1)
Mercado de aquisição
hostil
2)
Mercado de trabalho
competitivo para
executivos
3)
Relatórios contábeis
fiscalizados externamente
1)
b) internos
Conselho de
administração
2) Sistema de
remuneração
3)
Estrutura de propriedade
43
Mecanismos que reduzem os
problemas de principal agente
Os sistema de remuneração - os contratos de incentivo
e remuneração são mecanismo que buscam alinhar os
interesses
dos
executivos
e
dos
acionistas,
especialmente quando os executivos tomam muitas
decisões cujo custo de monitoração, medição e
desempenho são de difícil execução por parte dos
acionistas e do conselho de administração.
44
Mecanismos que reduzem
os problemas de principal agente
1) Salário base;
Componentes
básicos de um
sistema de
Remuneração
Por incentivos
2) Bônus atrelado ao desempenho
contábil;
3) Stock options
4) Planos de incentivos de longo
prazo baseados na
contabilidade em vários anos
45
A TEORIA DA AGÊNCIA:
O MODELO DE DOBBS (2000)
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000)
(i) suponha que um agente despenda um esforço em conjunção com
outros fatores, estes aleatórios, para determinar o nível de produto
(Q). Portanto, o produto produzido, somente em parte é devido ao
esforço do agente.
(1)
média -
Q = e + v
E (v) = 0
variância - var (v) = 
2
e = esforço exercido pelo agente
>0
47
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000)
(ii) o principal é assumido ser incapaz de observar o
esforço do agente (ou seja, há um problema de hidden
action que irá gerar um problema de moral hazard por
parte do agente), que deseja maximizar o seu lucro
líquido esperado, escolhendo um produto relacionando a
estrutura de pagamento de incentivos do agente.
48
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000)
(iii) aqui assumimos que o principal é neutro ao
risco e o agente avesso ao risco.
Isto significa que o principal faz face a um
dilema (trade-off ), adicionado uma comissão ou
um pagamento por peça a estrutura de
remuneração, aumenta-se o incentivo do agente
a despender esforço, o qual aumenta o produto,
mas também torna o seu pagamento mais
arriscado.
49
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000)
A aversão ao risco do agente significa que um elevado
salário médio deve ser pago ao agente que faz face a um
emprego arriscado, em termos de remuneração.
Em outras palavras, é necessário pagar um salário
médio mais elevado para compensar o agente pelo maior
risco associado com o pagamento de incentivo.
50
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000)
(iv) assumimos que o agente tem um nível de
utilidade reserva Ur (abaixo do qual ele escolhe
encontrar um emprego em qualquer lugar).
Ur = salário reserva do agente.
51
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000)
(v) o principal (P) somente observa o produto
e, portanto, ele somente pode compensar o
agente com base no seu produto corrente
(observado);
52
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000)
Aqui, por simplificação analítica, nós nos
concentramos nos esquemas de pagamento
lineares. Assim, temos que ao agente [A] é
ofertado um esquema de pagamento (um
esquema de incentivo) no qual o pagamento Y
varia com o produto, isto é:
(2)
Y = o + 1Q
53
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) –
O PROBLEMA DO PRINCIPAL
- O problema para o principal é selecionar as
constantes o e 1 a fim de maximizar os lucros
esperados do principal [E()].
o – representa o pagamento básico;
1 – representa o pagamento por incentivo;
se 1 = 0, temos que o salário do agente será
fixo.
54
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS
DO MODELO DE DOBBS (2000) –
O PROBLEMA DO PRINCIPAL
(vi) o principal é capaz de vender o seu produto (Q) a
um preço fixo [p].
(vii) o lucro líquido do principal é dado por:
(3)
 = p.Q – Y
(viii) o lucro esperado do principal é dado por:
(4)
E() = p.E(Q) – E[Y]
55
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) –
O PROBLEMA DO PRINCIPAL
De (1) temos que:
E(Q) = E [e + v] = e
pois E(v)= 0
e
(5) E(Y) = E = (o + 1Q)
(6) E(Y) = E (o + 1e)
56
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) –
O PROBLEMA DO PRINCIPAL
Portanto, o lucro esperado é dado por:
(7)
E() = [(p - 1) e] - 0
57
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) –
O PROBLEMA DO PRINCIPAL
(ix) em qualquer problema do tipo agenteprincipal, o primeiro passo é obtermos a
resposta ótima do agente a uma dada estrutura
de recompensas oferecidas pelo principal, P;
58
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) –
O PROBLEMA DO PRINCIPAL
(x) seja a função utilidade do agente:
(8)
U= uo E(Y) – u1 var(Y) – e
2
Esta função de utilidade média-variância utilizada
também em mercados financeiros sugere que a renda
média aumenta a utilidade do agente a uma taxa uo
enquanto a variância da renda reduz a utilidade a uma
taxa u1 e a mesma diminui também com o esforço
exercido (e).
59
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO
PRINCIPAL
Seja:
var (Y) = var (o + 1Q)
var (Y) =
2
1
var (Q)
2
2
var (Y) = 1 var (e + v) = 1 var (v)
2
2
var (Y) = 1 
60
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO
PRINCIPAL
- A utilidade do agente pode ser escrita usando E(Y) e var (Y)
como:
2
U = uo (0 + 1e) – u1 1 
2
- e
2
(9)
Os parâmetros 0 e 1 são tomados como sendo dados pelo agente,
visto que são parte do contrato oferecidos pelo principal.
O pressuposto da separabilidade aditiva para ao utilidade do agente
implica que sua aversão ao risco não varia com o esforço que ele
oferta.
61
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) –
O PROBLEMA DO AGENTE
(xi) O problema do agente é o de decidir se trabalha ou
não para o principal (isto é, se aceita ou não o contrato
proposto) e qual o nível de esforço a ser alocado na
execução das tarefas.
É assumido que o agente possui uma utilidade reserva
Ur. Portanto, o agente irá escolher um nível de esforço e
> 0 somente se isto produzir uma utilidade U  Ur.
62
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO
AGENTE
- se o agente escolher um nível positivo de esforço,
então temos que a condição de primeira ordem deve
prevalecer para o esforço. Assim, temos que:
U/e = uo  1 – 2e = 0
uo 1 – 2e = 0
uo 1 = 2e
e* = (uo 1)/2
(10)
63
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO MODELO
DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO AGENTE
Para satisfazer a equação de participação do problema,
temos que a seguinte condição deve prevalecer:
U* = uo ( o +  1e*) – u11

2
2
- e*  Ur
(11)
64
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO MODELO
DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO AGENTE
Se o agente aceita o contrato de trabalho, a equação
acima nos diz que o agente é induzido a exercer mais
esforço quanto maior for o pagamento por peça (isto é,
quanto maior for 1), quanto mais importante for a renda
para o agente (isto é, quanto maior for uo) e quanto
mais o esforço aumentar o produto ().
(12)
e/uo > 0 ; e/ 1> 0 ; e/ > 0
65
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO MODELO
DE DOBBS (2000) – NOVAMENTE O O PROBLEMA DO
PRINCIPAL
- O problema do principal é o de maximizar o lucro
esperado sujeito a restrição de que o contrato salarial
oferecido ao agente (A) permita a ele, na escolha do
nível ótimo de esforço (e*), atingir, no mínimo, o seu
nível de utilidade reserva.
Portanto, o objetivo do principal é o de maximizar seus
lucros esperados sujeito a restrição de que o contrato
oferecido ao agente lhe permita escolher e*.
66
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO MODELO
DE DOBBS (2000) –
O PROBLEMA DO PRINCIPAL
Formalmente temos que o problema do principal é o
seguinte:
(13) Max E() = (p- 1) e - o
s.a
2
2
U* = uo(o +1e*) – u11  - e*  Ur
2
(14)
Assim, o contrato ótimo irá manter o agente com o seu nível de utilidade
reserva, satisfazendo a restrição de participação e ao mesmo tempo a
restrição de incentivo.
67
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO MODELO
DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO PRINCIPAL
Substituindo e* tanto na função objetivo como na restrição de
participação e formando uma função de Lagrange, temos que:
L = E() +  (U* - Ur)
2
2
= (p-1)e* - o + [o uo (o + 1e*) – u1 1
Ur)
2
 - e* -
= (p-1) * [uo1/2] - o + 
68
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO MODELO
DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO PRINCIPAL
O principal tem como variáveis de escolha o e 1,
portanto, as condições de primeira ordem para um
máximo são tais que:
L/o = -1 + uo = 0   = 1/uo
2
2
L/1=(uo/2) (p-21) +  [ uo1 –
2
2 2
2u1 1  - uo 1/2 ] = 0
2
2
69
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO MODELO
DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO PRINCIPAL
Substituindo  = (1/uo), simplificando e resolvendo para 1, temos
que:
2
2
1* = p/ [1+ (4u1 / uo  ) ]
2
Isto implica que o esforço implícito realizado por A é dado pela
substituição de 1 em e* =uo 1 / 2, o que resulta em:
2
2
2
e* = uo  p/ 2 [1+ (4u1 / uo  ) ]
70
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO
PRINCIPAL – A ANÁLISE DE 1*
2
2
2
1* = p/ [1+ (4u1 / uo  ) ]
1* - indica o grau de sensibilidade do pagamento dos
agentes ao produto, quanto maior for 1*, mais
relacionado estará o pagamento ao produto produzido
pelo agente.
71
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO
MODELO DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO
PRINCIPAL – A ANÁLISE DE 1*
(i) 1* será maior quanto mais avesso ao risco for o
agente [quanto mais alto o valor de uo, menor o valor
de u1];
(ii) 1* será maior quanto menor for a variação
aleatória, isto é, quanto menor for o risco que o agente
estiver correndo por aceitar e firmar tal contrato, no que
diz respeito as variações de sua remuneração;
72
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO MODELO
DE DOBBS (2000) – O PROBLEMA DO PRINCIPAL – A
ANÁLISE DE 1*
(iii) 1* será maior quanto mais o produto
responder ao esforço do agente, isto é,
quanto maior for ;
73
A TEORIA DA AGÊNCIA – PRESSUPOSTOS DO MODELO DE DOBBS
(2000) – O PROBLEMA DO PRINCIPAL – A ANÁLISE DE 1* E SUAS
IMPLICAÇÕES NA DETERMINAÇÃO DOS INCENTIVOS
Assim vemos que:
(i) quanto mais avesso ao risco for o agente, maiores
serão suas preferências por um salário fixo (estável);
(ii) a solução ótima para o modelo de agente principal
é uma solução de second best.
74
A TEORIA DA AGÊNCIA E INCENTIVOS –
UMA AVALIAÇÃO
- os modelos de agente-principal como os vistos acima
sugerem que, se apropriadamente estruturados, os
incentivos podem melhorar o desempenho de uma
organização;
- os modelos analíticos de agente principal são úteis na
medida em que mostram quais são os dilemas
envolvidos na estruturação de incentivos para as
empresas;
75
A TEORIA DA AGÊNCIA E INCENTIVOS –
UMA AVALIAÇÃO
Os modelos
de agência sugerem que pela
estruturação apropriada, os incentivos de
pagamento podem melhorar o desempenho de
uma organização.
Contudo, existem sérias dificuldades com a
implementação de tais esquemas na prática.
76
A TEORIA DA AGÊNCIA E INCENTIVOS –
UMA AVALIAÇÃO
Em empregos que envolvem muitas tarefas, se
somente um subconjunto de elementos são
explicitamente recompensados através de
pagamentos por incentivos, então o indivíduo irá
tender a se concentrar sobre aqueles aspectos
do trabalho e exercer pouco esforço sobre
aqueles aspectos que não são monitorados.
77
A TEORIA DA AGÊNCIA E INCENTIVOS –
UMA AVALIAÇÃO
Isto sugere então que os pagamentos de incentivo
tendem a funcionar melhor para empregos simples (onde
as tarefas envolvidas podem ser monitoradas e
recompensadas na estrutura de pagamento e pode ser
contra-produtivo em tarefas complexas que envolvem
diversos procedimentos onde o produto de importantes
elementos no trabalho são difíceis de medir).
78
Exemplo – BSZ (cap.15)
Exemplo – BSZ (cap.15)
- Aqui consideramos um único período, onde há um empregador
(principal) que deseja que o empregado (agente) trabalhe em seu
benefício;
- o principal é neutro ao risco e o agente é avesso ao risco;
- o produto do agente é função do seu esforço e de um nível
aleatório v (com média zero e
2
variância ( )
80
Exemplo – BSZ (cap.15)
Q=e+v
O termo v (termo randômico) reflete o fato de que ele
pode afetar o produto e que está fora do controle do
agente.
Quanto maior for a variância, mais provável é que o
produto experimente grandes choques.
81
Exemplo – BSZ (cap.15)
A divisão ótima dos riscos sugere que há benefícios em
ter o principal fazendo frente aos riscos (ou em outras
palavras assumindo os riscos) e que pague ao agente um
salário fixo.
Por exemplo, o agente pode concordar em ofertar um
esforço [ê] e ser pago um salário fixo w por exercer seu
esforço.
82
Exemplo – BSZ (cap.15)
O principal iria receber a diferença
salário pago.
entre o valor do produto e o
 = (ê + v) – w
Contudo, há aqui um problema de incentivos com este arranjo, se
não se puder observar nem o esfoço do agente ê e nem v. O agente
tem o incentivo de concordar com o esforço ê, mas exercer um
esforço menor. O principal irá tender a observar um menor nível de
produto quando o agente faz corpo mole, contudo, devido ao
problema de ação oculta (hidden action), o agente sempre pode
afirmar que este resultado observado foi devido a sua má sorte, isto
é que v foi negativo.
83
Exemplo – BSZ (cap.15) –
os contratos de incentivo lineares
- é possivel prover o agente com incentivos nos quais parte de
seus rendimentos se baseiem sobre o produto realizado, isto é:
W = wo + Q
01
wo= $1000
 = 0,2
Q = $100e + v - produto
2
C(e) = e
- custo do esforço
84
Exemplo – BSZ (cap.15) –
os contratos de incentivo lineares
O contrato de compensação é dado por:
W = $1000 + 0,2 ($100e + v)
Um contrato ótimo implica em que BMg = CMg, assim,
temos que:
B/e = C/e
20 = 2 e
e* = 10
85
Exemplo – BSZ (cap.15) –
os contratos de incentivo lineares
2
C= e
$
W= 1000+ 20 e
1200
1000
0
ê = 10
e
86
Exemplo – BSZ (cap.15) –
os contratos de incentivo lineares
W= 1000 + 30e
W= 1200 + 20e
$
W= 1000+ 20 e
1200
2
C= e
1000
0
ê = 10
ê`= 15
e
87
Exemplo – BSZ (cap.15)
Os contratos de incentivo lineares
- Mudanças nos salários fixos resultam apenas
em mudanças ou deslocamentos paralelos na
compensação, mas não implicam numa
mudança do nível ótimo de esforço;
88
Exemplo – BSZ (cap.15)
os contratos de incentivo lineares
- Um salário fixo mais elevado não provê
incentivos para trabalhar mais duro, visto que
ele não afeta os benefícios marginais do esforço
do agente.
- Contudo, quando os incentivos ou o coeficiente
de incentivo aumenta, o agente tende a
selecionar níveis mais elevados de esforço.
89
Exemplo – BSZ (cap.15)
Os contratos de incentivo lineares
A análise da figura nos mostra que os
pagamentos elevados não proveêm incentivos a
menos que os mesmos estejam relacionados a
um bom desempenho (maior esforço).
90
Fatores que favorecem os
pagamentos por incentivo
1 - quando o valor do produto é sensível ao
esforço do empregado ou ao esforço adicional;
2 - quando o agente não é muito avesso ao risco;
3 - quando o risco que está fora do controle do
agente é baixo;
91
Fatores que favorecem os
pagamentos por incentivo
4 - quando as respostas dos agentes ao
aumento dos incentivos é elevada;
5 - o produto do agente pode ser medido a um
baixo custo.
92
Fatores que favorecem os
pagamentos por incentivo
1 - A sensibilidade do valor do produto () ao esforço
adicional do empregado equivale neste modelo a
produtividade marginal do agente.
Um elevado valor de () implica que os incentivos de
pagamento, ceteris paribus, é efetiva porque os
benefícios de motivar o esforço são elevados;
93
Fatores que favorecem os
pagamentos por incentivo
2 - uma elevada aversão ao risco do agente
implica custos elevados de uma divisão
ineficientes de riscos e então, reduz a
propensão a usar-se incentivos de pagamento
aos agentes;
94
Fatores que favorecem os
pagamentos por incentivo
3 - O nível de risco que está além do controle do agente
também é um fator que afeta o uso dos incentivos.
Quando o nível de riscos é baixo, o produto é
determinado principalmente pelo esforço do agente e
assim faz sentido pagar-se elevados níveis de
compensação por incentivo. Mas quando os riscos são
elevados, a compensação por incentivos impõe altos
custos para uma divisão ineficiente dos riscos.
95
Fatores que favorecem os
pagamentos por incentivo
4 - O quarto fato que afeta o uso de pagamentos
por incentivo é quanto do esforço adicional que o
agente exerce como incentivo é aumentado.
Se o agente não responde aos aumentos de
incentivo, altos incentivos impõe mais riscos
sobre o agente enquanto induzem pouco ou
nenhum esforço adicional. Portanto, haveria
poucas razões para prover-se pagamentos por
incentivos.
96
Fatores que favorecem os
pagamentos por incentivo
5 - Quanto mas caro for medir o produto
do agente, menor a probabilidade de que
será oferecido pagamentos por incentivo.
97
Controvérsia sobre os efeitos de
pagamento por incentivos
Alfie Kohn (1993). Why Incentive Plans Cannot
Work. HBR (sept-oct): 54-63.
G. Baker (1993). Rethinking Rewards. HBR (novdec): 44-45
98
Controvérsia sobre os efeitos de
pagamento por incentivos
Os argumentos de que os planos de
compensação motivam os agentes,
embora sejam aceitos por muitos
economistas, há controvérsias sobre sua
efetividade.
99
Controvérsia sobre os efeitos de
pagamento por incentivos
Uma das principais críticas é que as compensações
monetárias não motivam as pessoas.
Este argumento, contudo, parece ser inconsistente com
algumas evidências recentemente acumuladas na qual
os incentivos monetários afetaram de modo dramático o
comportamento dos agentes.
100
Controvérsia sobre os efeitos de
pagamento por incentivos
Um segundo argumento com relação ao papel do
pagamento por incentivos é que é difícil (se não
impossível) estruturar planos de compensação por
incentivos efetivos.
Este argumento parece estar correto, pois a
estruturação e o desenvolvimento de incentivos
apropriados, na prática, raramente é algo fácil. Contudo,
o ponto importante é termos em conta que tais planos
podem ser estruturados onde os benefícios forem
maiores que os custos
101
Controvérsia sobre os efeitos de
pagamento por incentivos
A teoria econômica dos incentivos, do agente principal e
da assimetria de informação, tem a intenção de prover
insigths sobre como os administradores podem estruturar
contratos ótimos que maximizem o valor da firma e
maximizem a função utilidade dos agentes num contexto
de conflito de interesses (agente-principal) e assimetria de
informação (hidden action – moral hazard).
102
Estudo de casos
sobre incentivos
Estudo de casos sobre incentivos
Du Pont – BSZ (2000, p.368)
Allen-Edmont Shoes Company – BSZ (2000, p.378)
IBM-Brasil (BSZ, 2000, p.386)
Rodman Case – Besanko, Dravone & Shanley (2000,
p.509-510)
104
O Caso de Dennis Rodman
[Besanko, Dravone & Shanley (2000, p.509)]
105
O Caso de Dennis Rodman
[Besanko, Dravone & Shanley (2000,p.509)]
No verão de 1997, o gerente geral do Chicago Bulls,
Jerry Krause, negociou um novo contrato para Dennis
Rodman.
A temporada anterior havia sido muito tumultuada para
Rodman. Ele havia sido o principal roboteiro na NBA em
rebotes por jogo, mas ele também foi o que mais
cometeu faltas, desqualificações e obteve suspensões.
106
O Caso de Dennis Rodman
[Besanko, Dravone & Shanley (2000,p.509)]
Muitos torcedores do Chicago Bulls
achavam que ele ira uma má influência
para o time nos “payoffs” e quando o
Chicago Bulls venceu o seu quinto
campeonato, apesar do seu jogo errático,
alguns pensaram que o “Bulls” não
deveria renovar com Dennis Rodman.
107
O Caso de Dennis Rodman
[Besanko, Dravone & Shanley (2000, p.509)]
Jerry Krause renovou com Rodman e ofereceu a ele um
contrato com incentivos. Rodman receberia um salário
base de US$ 4,5 milhões, com o potencial para dobrar
até US$ 9,0 milhões se ele cumprisse certos incentivos.
A maioria dos incentivos que Rodman deveria cumprir
foram de caráter individual e não estavam relacionados
ao desempenho do time.
Muitos dos incentivos comportamentais estipulavam que
ele não deveria ter problemas que o levassem
a
suspensões desqualificações como no ano anterior.
108
O Caso de Dennis Rodman
[Besanko, Dravone & Shanley (2000, p.509)]
Ninguém pode saber ao certo se os incentivos foram a causa do
sucesso de Rodman na temporada de 1997-1998, mas Dennis
Rodman foi virtualmente um jogador exemplar em 1997-1998.
Ele não somente reduziu significativamente suas faltas, ele não
bateu nos câmeras e nada que o sujeitasse a uma suspensão. Como
conseqüência, ele acabou recebendo a maior parte dos incentivos
de seu contrato e acabou sendo também o líder dos rebotes na
NBA.
O contrato de Rodman ilustra um caso da teoria da agência, a qual
estuda o uso de incentivos financeiros para motivar os
trabalhadores.
109
O Caso Allen-Edmont Shoes Company
BSZ (2000, p.378) & WSJ (1993, march, 4)
O Caso Allen-Edmont Shoes Company
BSZ (2000, p.378) & WSJ (1993, march, 4)
Allen-Edmont Shoes Company é um fabricante de sapatos
de alta qualidade.
Por muitos anos ela pagou seus funcionários com base no
produto individual através de um sistema de pagamento
por peças [piece rate].
Em 1990, contudo, seguindo os conselhos de experts em
qualidade, a companhia abandonou o seu sistema de
pagamentos por peça e começou a pagar seus
trabalhadores com base num salário fixo por hora.
111
O Caso Allen-Edmont Shoes Company
BSZ (2000, p.378) & WSJ (1993, march, 4)
A
intenção
era
encorajar
os
empregados a se esforçar sobre a
qualidade e no trabalho de equipe, com
a idéia de que eles iriam trabalhar duro
(work harder) porque eles estariam
mais felizes com o trabalho.
112
O Caso Allen-Edmont Shoes Company
BSZ (2000, p.378) & WSJ (1993, march, 4)
www.allenedmonds.com
113
O Caso Allen-Edmont Shoes Company
[BSZ (2000, p.378) & WSJ (1993, march, 4)]
A produtividade cai significativamente e a companhia perdeu cerca
de US$1 milhão
Após ela perder um milhão de dólares, ela restaurou o sistema de
pagamento por peças. Como resultado, a produtividade e os lucros
aumentaram imediatamente.
Um executivo da companhia afirmou – Our people needed the
discipline the the piecework system gives to them.
Contudo BSZ (2000) sugerem que o problema era muito mais de
incentivos do que de simples disciplina.
114
Incentivos Importam ?
115
Resumo dos Principais Pontos
1 - A abordagem principal-agente é utilizada para
analisar as interações da firma com seus
empregados. Um agente é contratado por seu
principal para realizar ou tomar alguma decisão
que afete o payoff recebido pelo principal.
116
Resumo dos Principais Pontos
2 - Na relação de agência os problemas surgem quando
a ação tomada pelo agente ou a informação disponível
não puder ser usada como base para um contrato de
incentivo.
Nestes casos, o principal não pode recompensar o
agente diretamente pelas ações que ele toma, e
portanto, ele deve basear-se em outra medida de
desempenho para prover incentivos ao agente.
117
Resumo dos Principais Pontos
3 - os agentes respondem os incentivos de pagamentopor-desempenho tomando ações que maximizam seus
benefícios pessoais líquidos. Isto é, eles comparam os
benefícios pessoais de suas ações com relação aos custos
pessoais.
Os agentes adotam a ação que maximiza o valor de sua
função utilidade somente se ele receber todo o benefício
marginal de sua ação.
118
Resumo dos Principais Pontos
4 - O pagamento por desempenho é dispendioso se a
medida de desempenho for “fraca” (ou inadequada).
5- Se a medida de desempenho contiver muito ruído
(noise), relacionar o pagamento com ela implica em
aumentar os riscos para o agente. Assumindo que os
agentes são avessos ao risco, e eles não gostam de
empregos que envolvam riscos de pagamento, temos que
a firma deverá compensar o agente por fazer face a este
risco. Isto torna as provisões de incentivo caras e significa
que há um dilema (trade-off) entre riscos e incentivos.
119
Resumo dos Principais Pontos
6 - As medidas de desempenho podem falhar em refletir
as atividades que as firmas desejam que os agentes
busquem na medida em que eles executam várias
tarefas.
De acordo com o princípio da multitarefa [H & M (1982)],
fortes incentivos irão fazer com que os agentes se
foquem mais sobre aquelas atividades que são
mensuradas as custas das atividades que não são
medidas.
120
FIM
IAN DOBBS (2000, p.421-423) E BSZ (2000, CAP. 15)
TEORIA MICROECONÔMICA II
NOTAS DE AULA
PROF. GIACOMO BALBINOTTO NETO
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TEORIA DO AGENTE-PRINCIPAL – O ESFORÇO DO AGENTE