Currículo e Avaliação
uma perspectiva integrada
Maria Palmira Carlos Alves
Reflexões de:
ALVES, Mª Palmira (2004). Currículo e Avaliação:
Uma perspectiva integrada. Porto: Porto Editora, Lda.
2005
Carlos Manuel Veiga
Lina Patrícia Antunes
Maria Isabel Reis
Maria Julieta Malafaia
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Renovação conceptual da
avaliação
As alterações
legislativas
2005
A viragem da
escola em
direcção às
competências
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Os desafios da reorganização
Da reforma
curricular de
1989 ao
despacho
normativo
30/2001
2005
O enfoque na
dimensão
formativa da
avaliação
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
• A reforma curricular vem modificar as funções e
os objectos da avaliação.
• O currículo era até então entendido como o
conjunto de matérias e de conteúdos a ensinar
e a transmitir.
• Em 1991 inicia-se a reforma, apoiada em
debates e sugestões da Comissão de Reforma
do Sistema Educativo (CRSE).
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
Inicia-se uma época de mudança baseada em princípios
essenciais:
• alteração dos planos curriculares
• introdução da componente curricular área-escola e
de uma componente não curricular (actividades de
complemento curricular)
• formação transdisciplinar (língua materna, formação
pessoal e social, valorização da dimensão humana
do trabalho)
• articulação vertical e horizontal dos programas e
revisão dos conteúdos
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
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2005
estabeleceram-se objectivos curriculares por ciclo e
objectivos mínimos de aprendizagem por disciplina
alteraram-se metodologias didácticas
os manuais escolares passam a ser considerados
instrumentos de trabalho
a avaliação formativa passou a ser a principal
modalidade de avaliação do ensino básico
no ensino secundário regulamenta-se a avaliação
sumativa interna (provas globais) e externa (exames
nacionais)
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
• O Despacho Normativo n.º 98 A/92 regulamentou o
sistema de avaliação dos alunos do ensino básico, com
mudanças significativas nas modalidades de avaliação.
• A avaliação formativa passou a ter o dever de:
• proporcionar uma formação geral, comum a todos
os alunos
• promover o sucesso escolar
• Foram introduzidas novas modalidades de avaliação
• sumativa extraordinária
• aferida
• especializada
• provas globais no final do 3.º ciclo
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
Finalidades da avaliação no ensino secundário:
• estimular o sucesso educativo dos alunos
• certificar os saberes adquiridos
• promover a qualidade do sistema educativo
Instituem-se, neste nível de ensino, novas modalidades de
avaliação:
• formativa (progressos realizados pelo aluno ao longo
da aprendizagem)
• Aferida (cumprimento dos objectivos curriculares
mínimos)
A avaliação sumativa ocupa, no entanto, lugar de destaque.
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Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
• A Comissão de Reforma do Sistema educativo (CRSE)
vem insistir na função formativa da avaliação
• concebida como uma ajuda à aprendizagem
• acompanhar o processo de aprendizagem
• valorizar os progressos efectuados pelo aluno
• Na necessidade de as mudanças legislativas implicarem
• transformação das práticas avaliativas dos
professores.
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Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
• Verifica-se que as práticas avaliativas
• continuam a medir ou validar as competências
adquiridas no final de um período de aprendizagem
• não são permeáveis às intenções legislativas
• O acto de avaliar é ainda encarado como:
• uma actividade profissional pouco complicada
• uma actividade que não percebe até que ponto as
experiências de aprendizagem produzem ou não os
resultados pretendidos.
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Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
• Reclama-se responsabilização partilhada nas decisões
educativas
• com projectos de reflexão partilhada do currículo
• com a flexibilização curricular
• O Dec.Lei n.º 6/2001 traz novos desafios na reorganização
curricular
• “integração do currículo e da avaliação, assegurando que esta
constitua o elemento regulador do ensino e da aprendizagem”
(art.º 3.º, alínea b)
• orientar o percurso escolar do aluno
• certificar as aquisições realizadas pelos alunos ao longo do
ensino básico
• avaliação do desenvolvimento do currículo nacional
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Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
• O currículo nacional deve contemplar os grandes
objectivos para a aprendizagem dos alunos:
• principais competências a desenvolver
• definição das áreas e componentes curriculares nos diversos
ciclos
• Deve ser concebido como um processo flexível de
acordo com:
• cada contexto de trabalho
• os recursos disponíveis
• tomadas de decisão apropriadas
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Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Da reforma curricular ao Despacho Normativo 30/01”
• A reorganização curricular vem colocar desafios ao nível
da diferenciação, da adequação e da flexibilização
curriculares, preconizando:
• diferentes possibilidades de percursos
• diferenciação pedagógica, através da diversificação de
estratégias
• flexibilização dos processos ao contexto educacional
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
A AVALIAÇÃO FORMATIVA é constituída por várias
fases:
 1ª FASE: Recolha de informações
 2ª FASE: Interpretação das informações
 3ª FASE: Adaptação das actividades de ensino e
aprendizagem
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
A AVALIAÇÃO FORMATIVA TEM DUAS FUNÇÕES
IMPORTANTES:
 A função de DIAGNÓSTICO
Precede a sequência de formação
 Verificar as “performances” dos alunos
 Detectar as suas dificuldades
A função de REGULAÇÃO e AJUSTAMENTO
 Durante a acção de formação
 “Ajustar o tratamento didáctico à natureza
das dificuldades encontradas”
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
EXISTEM DOIS TIPOS DE REGULAÇÃO:
A REGULAÇÃO INTEGRADA OU INTERACTIVA
 Interacção professor – aluno
 Professor deve multiplicar situações de avaliação
com diferentes interacções.
 A REGULAÇÃO DIFERENCIADA OU
RETROACTIVA
 “Implementação de dispositivos pedagógicos
destinados a ultrapassar as dificuldades ou a corrigir erros
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
A AVALIAÇÃO FORMATIVA é reguladora:
Do processo de ensino e de aprendizagem…
 Quer para o aluno
 Quer para o professor
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
AVALIAÇÃO FORMADORA
 Posicionar melhor os papeis de professores e
alunos
 Parte de 2 postulados
 Centrada no aluno
 Os critérios de avaliação têm uma importância
“capital no dispositivo de avaliação formadora”
 Auto avaliação – dispositivo avaliativo preferencial
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
AS PRÁTICAS CURRICULARES DE
AVALIAÇÃO
 Nas escolas a avaliação é claramente de cariz sumativo.
 “Interpretação, reflexão, informação e decisão dos
processos de ensino – aprendizagem”
 “Consistência dos procedimentos de avaliação…”
 “ Carácter essencialmente formativo e positivo da
avaliação…”
 “Necessidade de promover a confiança social na
informação que a escola transmite…”
 Deve permitir verificar a evolução global do aluno
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Papel do professor
Alteração
práticas
pedagógicas
Cultura
de diálogo
Auto-avaliação
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Cultura
Organização
Professores
Alunos
Comunidade
educativa
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Cultura Dialógica
É necessário desenvolver no aluno um espírito crítico e
competências para que possa dar resposta às novas
exigências sociais. Isto torna o papel do professor mais
complexo.
●Será necessário um diálogo professor/aluno que permita
o desenvolvimento do pensamento dos alunos.
●É preciso colocar os alunos em interacção, através do
diálogo para permitir a confrontação de ideias.
●É preciso assegurar o desenvolvimento do pensamento
dos alunos, através da modificação das suas
representações.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Evolução ou ruptura?
Planificar situações
complexas
aprendizagem
A pedagogia
situações-problema
A oferta curricular
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Evolução ou ruptura da prática pedagógica?
Competências
• Saber fazer e não habilidade;
• Capacidade estratégica, capaz de ser aplicada;
• Não é um conhecimento aprendido com regras;
• Não se reduz a conhecimentos procedimentais codificados.
● Podemos afirmar que as competências já estão implementadas nas
escolas, mas ainda não ocupam um lugar de destaque devido ao lugar
ocupado por todo o conhecimento disciplinar. Esta viragem não implicará
uma ruptura nem uma revolução, mas sim uma alteração das práticas de
ensino e aprendizagem, o que será uma mudança lenta e gradual.
● Os professores, não podem encarar esta reforma como não sendo
uma baixa de nível, de que se sacrifica o saber e de que se volta as
costas à cultura.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Planificar situações complexas de
aprendizagem
● A avaliação deve ser uma ferramenta a utilizar no acto de
planificar;
● Pensamento reflectivo no acto de planificar (cultura
reflexiva);
● Proporcionar ao aluno um “leque” numeroso e
diversificado de actividades.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
A pedagogia de situações-problemas e de famílias de
problemas privilegia uma prática de desenvolvimento de
competências em situações de aprendizagem significativa
para o aluno, ultrapassando o mero saber-repetir ou saberrefazer.
Teremos uma situação-problema, se:
•Interpelar e envolver o aluno para que não fique no
estádio da obediência de executar.
•Levar o aluno a tomar consciência que pode ultrapassar
um obstáculo através das suas representações mentais.
•Colocar os alunos a questionar.
•Conduzir os alunos a desconstruirem os modelos
explicativos iniciais, para verificarem a sua aplicabilidade.
•Corresponder a situações complexas, de preferência
ligadas a situações do real e quotidiano.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
A Oferta Curricular
O currículo centrado nas competências reclama uma
pedagogia de integração progressiva;
A oferta curricular da escola deve privilegiar actividades
de integração e articulação de experiências de
aprendizagem diversificada, actividades significativas,
integradas e socializadoras, em que o aluno se vai
implicar para adquirir novas competências.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Alteração
práticas
pedagógicas
O que muda?
Como muda?
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
“Trata-se de aprender, fazendo-a, a fazer o que não se sabe fazer.”
Meirieu, 1996
Mudar a linguagem de objectivos para competências e
exigir aos professores que se adaptem, não muda só por si o
modelo de desenvolvimento do ensino. A mudança terá de
ser simultânea dos discursos da Administração Central, com
concepção de programas em termos de desenvolvimento de
competências, com introdução de ciclos de aprendizagem
plurianuais, redução dos conteúdos programáticos,… e, das
práticas do professor, com trabalhos por problemas e por
projectos, com apresentação de tarefas complexas e
desafios que incitem os alunos a mobilizar os
conhecimentos, a completá-los e a desenvolver
aprendizagens significativas.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Ao professor será exigido que:
•gerir a turma como uma comunidade educativa;
•saiba organizar o trabalho no meio dos mais vastos
espaços-tempos de formação (ciclos, projectos de
escola)
•saiba colaborar com os colegas, os pais e outros
adultos;
•saiba conceber e dar vida aos dispositivos pedagógicos
complexos;
•saiba suscitar e animar as etapas de um projecto como
modo de trabalho regular;
•saiba identificar e modificar aquilo que dá ou tira sentido
aos saberes e actividades escolares;
•saiba criar e gerir situações-problema, identificar os
obstáculos, analisar e reordenar as tarefas;
•saiba observar os alunos nos trabalhos;
•saiba avaliar as competências em construção.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Este novo papel do professor implica:
● Colocar os alunos no centro e não os conteúdos
● Excluir o simples mecanismo de memorização
●”Cultivar”um pensamento crítico e reflexivo
● Estimular o diálogo e a interacção dentro da escola
● Construir o saber em contextos que atribuam sentido a
quem os adquire
● Aprender a questionar e a observar
● Desenvolver o pensamento e o saber metacognitivo
● Devem encarar a mudança como um desafio
profissional (melhoria das suas práticas pedagógicas)
● Não devem oferecer resistência à mudança para não
permanecem estanques no aperfeiçoamento e melhoria da
sua prática pedagógica
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Requisitos a ter em conta por parte dos
professores:
• Serem conhecedores dos conteúdos curriculares;
• Saber planear e desenvolver situações de
ensino/aprendizagem;
• Estimular as interacções sociais dos alunos e
administrá-las com tranquilidade;
• Respeitar diversidades culturais;
• Valorizar o saber produzido no quotidiano;
• Dominar princípios científicos e tecnológicos;
• Ser capaz de trabalhar em equipas
multidisciplinares.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
autonomia
Auto-avaliação
Construção
2005
Regulação
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
●O aluno deverá construir-se, por si mesmo, aprendendo
a auto-avaliar-se, a olhar para si criticamente, apoiado em
critérios de avaliação negociados e apropriados
●Os critérios traduzirão a base de orientação do aluno,
que conduzirão a uma atitude reflexiva, indispensável para
qualquer aprendizagem significativa, que só o aluno poderá
realizar
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
A aprendizagem da auto-avaliação permite ao
aluno passar do saber-fazer não reflectido, para o
saber-fazer reflectido, que lhe vai permitir intervir e
agir conscientemente.
Poderá tomar conhecimento dos seus pontos
fortes e fracos, regulando o seu processo de
aprendizagem.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
Saber avaliar é uma pedra angular do processo
de desenvolvimento de competências.
Desenvolver a autonomia do aluno é impulsionar
uma aprendizagem que lhe atribui a
responsabilidade de se olhar criticamente.
Conceber e implementar processos de autoavaliação permitirá deixar o aluno encontrar os seus
próprios caminhos para a autonomia.
2005
Mestrado em Educação
Desenvolvimento Curricular
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A Oferta Curricular