Política Agrícola Hildo Meirelles de Souza Filho Por que é necessária a política agrícola? Estratégia Especificidades do setor Objetivos gerais da política agrícola: Estabilizar preços: alimentos e matérias-primas Defesa e melhoria da renda rural Racionalizar comercialização Proteger determinados produtos e regiões Estimular produção e produtividade Reduzir dependência externa Instrumentos de política que afetam a agricultura: Instrumentos macroeconômicos Política monetária Política fiscal Política cambial e comercial Instrumentos setoriais Política de preços Política de comercialização Política de preços para insumos Política de crédito Política de comércio exterior Política de gasto público POLÍTICA DE PREÇOS AGRÍCOLAS Intervir nos mercados agrícolas mais importantes Como medir a importância de uma mercadoria agrícola? Bem salarial Fonte significativa de renda agrícola Importante no comércio exterior Importante no orçamento público: como receita ou gasto Importante para as cadeias produtivas Objetivos das políticas de preços Distribuição de renda Incentivos à produção Estabilização de preços Receitas fiscais Desenvolvimento econômico Critérios para a fixação dos preços agrícolas Custos de produção Termos de troca Preços de fronteira ou internacional O dilema dos preços Preços elevados para produtores X Preços baixos para consumidores Solução: Elevar produtividade Reduzir margens de comercialização Subsídio Efeitos da política de preços Produção Orçamento público Distribuição de renda Alocação de recursos POLÍTICA DE COMERCIALIZAÇÃO Objetivos: Reduzir margens de comercialização Proteger pequenos produtores Assegurar abastecimento Apoiar elevação de quantidade e qualidade Execução da política de preços depende da política de comercialização INSTRUMENTOS DA POLÍTICA DE PREÇOS E COMERCIALIZAÇÃO Instrumentos de estabilização de preços Fixação de preços oficiais: produtor e/ou consumidor Pagamentos compensatórios Intervenção nos mercados de fatores e insumos Comercialização eficaz Sistemas de comercialização de insumos: Intervenção nos preços Competitivos Cooperativos Governamentais Alternativa à política de sustentação de preços dos produtos Evitar margens abusivas Compensação por uma política de baixos preços ao produtor Efeitos dos subsídios Composição da produção: favorece cultivos que utilizam mais insumos subsidiados Técnico:leva à modificação das doses de insumos Nível de produção:a expansão da produção agrícola pode estimular o uso dos outros fatores de produção Quando se deve subsidiar um insumo? Utilização menor que o ‘ótimo’ Apoio a produtores deficientes ou deficitários Resolver o dilema dos preços Estabilizar preços de insumos importados POLÍTICA AGRÍCOLA: PAÍSES DESENVOLVIDOS Objetivos gerais: renda dos produtores, êxodo rural, preços estáveis, autosuficiência Âmbitos de atuação: preços, volume de produção, área cultivada, comércio exterior Instrumentos Preços internos dissociados dos externos: impostos às importações, subsídios às exportações, quotas Medidas internas: pagamentos compensatórios, preços de intervenção, subsídios ao consumo, cotas de produção Problemas atuais: excedentes, custo de sustentação da política, set aside, decoupling POLÍTICA AGRÍCOLA: PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO Estabilização e regulação da comercialização política de preços Problema: ausência de critérios claros para os preçospiso e preços-teto Política de comercialização: intervenções erráticas, fora do tempo e fora de lugar, saída dos agentes privados e estatização, preço único para produto heterogêneo (ausência de sistemas de classificação). Programas de apoio aos produtores Subsídios a insumos, à mecanização e ao crédito para produção = Revolução Verde Aumentou as desigualdades POLÍTICAS DE PREÇOS E COMERCIALIZAÇÃO EUA Dois preços de referência: loan rate, target price Excedentes = subvenção às exportações, quotas importação, set aside Marketing loans Após a colheita, o produtor pode receber um empréstimo do governo de acordo com uma loan rate por unidade de produção (um preço mímino) A produção é usada como colateral O empréstimo pode ser pago de 3 formas: No valor da loan rate + juros (US treasury + 1%) Entregando a colheita a CCC (Commodity Credit Corporation) no vencimento Por meio e uma loan rate alternativa Loan rates alternativas Marketing loan – baseada nos preços locais, publicados diariamente: (PCPs posted county price) for wheat, feed grains, and oilseeds Preços internacionais para rice and upland cotton – calculados semanalmente O produtor paga o empréstimo por meio dessas taxas quando elas estao mais baixas do que as loan rates Nesse caso, a diferença entre elas e a loan rate é chamada de marketing loan gain: um benefício do programa LDP (loan deficiency payments) Essa alternativa permite os produtores receberem diretamente o marketing loan gain sem ter que tomar e, subseqüentemente, pagar um empréstimo. LDP rate é o montante em que a loan rate excede o PCP (posted county price) ou o preço do mercado internacional LDP é equivalente ao maketing loan gain que é obtido para os casos de empréstimos. eliminados os pagamentos de deficiência ligados ao “Target Price” criados os contratos de flexibilidade da produção (production flexibility contracts) produtores elegíveis (trigo, grãos forrageiros e arroz) podiam entrar nos contratos de “transição de mercado” de sete anos. substituiu o sistema de pagamentos de deficiência para os produtos que tinham “target price” (trigo, “feedgrains”, arroz e algodão), cujo volume dependia dos preços de mercado, por um sistema de pagamentos garantidos, fixados nos contratos de flexibilização. limite de US$ 40.000,00 por pessoa Exemplo: Farm Bill 2002 Pagamentos Diretos (Direct Payments) Pagamentos Contra – Cíclicos (Counter-cyclical Payments) recriaram os “Target Price” sem os controles de área: sempre que o preço efetivo for abaixo dos “Target Prices” o Governo cobre a diferença Preços Suporte ( Loan Rates ) substituiu os Production Flexibility Contracts (PFC) pagamentos baseados em variáveis como área e produtividade, antes era fixo Além de servir como base dos tradicionais empréstimos de comercialização, eles passaram também a ser a base de cálculo para os pagamentos contra – cíclicos. Loan Deficiency Payments - mantidos Empréstimos de Comercialização (Marketing Loans) – mantidos e extendidos Programas de Conservação (Conservation Programs) – mantidos e extendidos Comunidade Européia Unidade dos mercados Preferência comunitária Solidariedade financeira Intervenção comum Preços relevantes: preço indicativo, preço de acesso, preço de intervenção Comércio exterior: variable levy, quotas, restituições às exportações Excedentes Três tipos de preços de administração do sistema target price: preço-guia, indicativo ou de orientação. É um índice político, “justo” para as trocas comerciais no interior do mercado comum. Níveis bem mais elevados do que os dos mercados mundiais. intervention price, o preço de intervenção. ligeiramente inferior ao target price e servia de referência para disparar os mecanismos de garantia. Era o preço mínimo garantido produtos comprados pelo mecanismo de garantia podiam ser destruídos, doados ou vendidos, no mercado interno ou externo. threshold price, ou preço mínimo à importação. Ligeiramente superior ao do intervention price, de forma a preservar a margem de preferência dos fornecedores intra-zona. Sempre que o produto importado chegava à fronteira a um preço inferior ao arbitrado, a diferença era cobrada sob a forma de taxa variável (variable levies). Variable levies foram transformadas em tarifas fixas com o acordo da OMC. Recolhia fundos para financiar os mecanismos de garantia. Políticas Set aside O sistema de pagamento único é aplicado igualmente às terras mantidas em set aside. 10% das áreas destinadas ao plantio de COP(cereals, oil crops and protein/legume crops) Podem ser utilizadas para produção de biocombustível. Áreas destinadas aos “produtos orgânicos” (BIO) estão isentas da obrigação de set aside. Algumas comentários sobre a Rodada EUA e a CEE tornaram-se “legalmente”capazes de manter suas exportações a preços artificialmente reduzidos Segundo estimativas da OCDE, a tarifa média aplicada a produtos agrícolas após o período de implementação da Rodada Uruguai chegou a 40%, comparada a 4% de tarifa média para produtos industrializados. “dirty tariffication”: ao converter suas medidas nãotarifárias (quotas), os países industrializados estabeleceram tarifas de tal forma elevadas que, em muitos casos, representavam proteção ainda maior. Para os produtos sensíveis, os picos tarifários teriam crescido em 56% para o trigo, 87% para carne bovina e 86% para milho. Continuou “salvaguarda especial agrícola”, aplicável aos produtos tarificados cuja importação ultrapasse limites quantitativos ou níveis de preços estabelecidos, sem necessidade de comprovação de dano grave. Escalada tarifária cacau - com tarifas que vão de 0% para a matéria-prima, 9% para a manteiga a 21% para a pasta café – com tarifas de 4% para café cru e de 11% para o processado soja – 0% para o grão e 6% para o óleo. países industrializados aumentaram a participação das exportações de PAPS-Produtos Agrícolas Processados no total de sua pauta agrícola de 41% para 54%. Os cinco principais exportadores de PAPS são Alemanha (5% do total mundial), EUA, França, Canadá e Países Baixos, enquanto o Brasil (maior exportador de produtos agrícolas do mundo em desenvolvimento) ocupa apenas o 12o lugar, com 2,8% do total das exportações de PAPS.