DICAS DO ENEM LÍNGUA PORTUGUESA TEMA 2: Morfologia AUTOR: Nayara Moreira Santos Mais próxima, para você ir mais longe. TEMA 2: Morfologia Autor: Nayara Moreira Santos SANTOS, Nayara Moreira. Língua Portuguesa: Morfologia. Valinhos, 2014. TEXTO E CONTEXTO Pag. 03 GLOSSÁRIO Pag. -- VOCÊ ESTÁ PRONTO? Pag. -- REFERÊNCIAS Pag. 18 GABARITO Pag. 19 © 2014 Kroton Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. TEXTO E CONTEXTO Nos estudos da Morfologia, são focalizados os constituintes das palavras, isto é, trata-se de uma parte da gramática que estuda a estrutura e a formação das palavras. Se voltarmos para a origem da palavra Morfologia, com a junção do grego morphé (forma) + logos (estudo), podemos notar que sua função está intrinsecamente ligada a sua própria formação. Aliás, esse tipo de análise histórica também faz parte da Morfologia. Veja abaixo seus objetivos mais gerais: • estudar a estrutura da palavra para identificar os elementos que a constituem; eleg ar pens máx ante imo para , diferente se balho melhor tra no pala vras que viver • descobrir o mecanismo linguístico que deu origem à palavra, ou seja, seu processo de formação; • estabelecer a que classe gramatical a palavra pertence; • analisar as possíveis flexões (variações) que uma palavra pode ter. Você já ouviu falar de um personagem chamado Odorico Paraguaçu? Ele ficou famoso na novela O Bem Amado por inventar palavras com muita desenvoltura. Observe uma de suas pérolas: “Vamos dar uma salva de palmas a esta figura trepidante e dinamitosa que foi o seu Nonô.” Veja que o personagem criou um neologismo, isto é, uma palavra nova: dinamitosa. Se procurarmos no dicionário tradicional, onde são encontradas as palavras oficiais da língua, certamente essa não estará presente. Porém, ainda que não haja um verbete oficial que explique o sentido dela, é possível, a partir dos elementos Que coisa, não? Odorico Paraguaçu foi um personagem cômico criado pelo dramaturgo e romancista Dias Gomes (1922 – 1999) nos anos 70, fazendo parte da novela O Bem Amado. Era autoritário e dado a demagogias. Atuação até hoje lembrada de Rolando Boldrin, o primeiro ator a dar vida a Odorico na TV. 3 TEXTO E CONTEXTO significativos mínimos, saber o que Odorico quis dizer. dinam(i) t os(o) a elemento indicador (elemento de ligação, (elemento formador de (elemento indicador de força, potência, relaciona-se a dinamite) para facilitar a pronúncia) adjetivo) do gênero feminino, concordando com o substantivo “figura”) Assim, podemos afirmar que essa palavra é formada por quatro elementos significativos mínimos, que, juntos, formam seu significado. Uma figura “dinamitosa”, portanto, seria uma pessoa vigorosa, intensa, cheia de energia. As menores unidades de sentido que se combinam para formar uma palavra são chamadas de morfemas. Processo de formação de palavras: como nossos vocábulos surgem? Quer saber de um fato curioso? Segundo os grandes dicionários de língua portuguesa, nós temos por volta de 400.000 palavras na nossa língua, sem contar as inúmeras palavras técnicas e científicas que temos e os dicionários comuns não abarcam. Não viu como isso pode ser interessante? Pois tente imaginar então a quantidade de palavras que nascem e morrem na história da língua portuguesa! De modo geral, compreender o processo de formação de palavras é importante por três motivos: • para (re)conhecermos melhor seus significados; • para conseguirmos perceber com que intencionalidade algumas palavras são usadas em determinada prática de linguagem (em um bate-papo com amigos, no noticiário, no anúncio publicitário...); • para refletirmos sobre o modo como as palavras vêm e vão, do uso na fala e na escrita. A fim de saber como esse processo formador ocorre na língua portuguesa, clique na Web Aula abaixo. 4 TEXTO E CONTEXTO Que coisa, não? Nem toda palavra com acréscimo de prefixo e sufixo é parassintética. Para ter certeza, retire o prefixo ou o sufixo. Se a palavra mantiver algum sentido com um ou outro, trata-se apenas de uma derivação prefixal e sufixal. Já se ela não mantiver sentido nenhum, aí sim será parassintética. Veja os exemplos: Imparcialmente: Existe imparcial e parcialmente. Logo, é uma derivada prefixal e sufixal. Desalmado: Não existe desalm(a), nem almado. Portanto, é uma derivada parassintética. Como vimos na Web Aula, a palavra pode ser primitiva, derivada ou composta. As palavras derivadas dividem-se em cinco subgrupos: Derivação prefixal Acréscimo de um prefixo em uma palavra primitiva ou radical. Ex: infeliz (in + feliz) Derivação sufixal Acréscimo de um sufixo em uma palavra primitiva ou radical. Ex: menininha (menin – inha) Derivação parassintética Acréscimo simultâneo de um prefixo e de um sufixo a um radical. Ex: entristecer (en + trist + ecer) Processo de deslocamento no qual uma palavra é transferida de sua classe gramatical usual para outra classe sem alteração da forma. Ex: Vejamos a palavra jantar como parte de certa classe gramatical: Derivação imprópria Para você jantar naquele restaurante, só fazendo reserva. (jantar = verbo) Agora observe outra frase: O jantar saiu tarde porque o restaurante estava lotado. (jantar = substantivo) 5 TEXTO E CONTEXTO Processo que origina sobretudo substantivos de ação, com o acréscimo das vogais –a, –e ou –o ao radical de algum verbo. Ex: Derivação regressiva Combater (verbo no infinitivo) combat (radical) + e (vogal) = combate (derivado regressivo) Já as palavras compostas são divididas em: Composição por justaposição As palavras que se unem não sofrem alteração e continuam a ser usadas separadamente da mesma forma como antes da composição. Ex: passatempo (passa + tempo) Composição por aglutinação Ao menos uma das palavras que se unem sofre alteração na pronúncia e/ou na grafia. Ex: aguardente (água + ardente) QUESTÃO 01 Leia o texto abaixo, observando as palavras em negrito. Em seguida, selecione qual alternativa indica incorretamente o processo de formação da palavra: Seu passatempo era assoviar uma canção depois de todo aquele vaivém de discussões no corredor. Não queria mais ser infeliz com todos os ataques do chefe. a)passatempo – derivação parassintética b)vaivém – composição por justaposição c)corredor – derivação por sufixação d)infeliz – derivação por prefixação e)ataques – formação regressiva 6 TEXTO E CONTEXTO QUESTÃO 02 Leia a seguinte manchete de jornal: O EMPATE DO PALMEIRAS SIGNIFICOU UM AVANÇO NA PROCURA DE INGRESSOS PARA O CAMPEONATO Quais palavras na manchete indicam uma derivação regressiva? a) significou – procura – ingressos b)empate – avanço – procura c) campeonato – empate – levou d)ingressos – avanço – para e) empate – significou – campeonato Principais classes de palavras: como se classifica o quê A linguagem verbal acontece na prática com o uso das palavras. Quando essas palavras se juntam para compor o texto, tanto falado quanto escrito, elas adquirem determinados significados: podem indicar características de algo ou alguém, nomear os seres, esclarecer a quantidade de seres ou objetos referidos etc. Partindo dessas significações, as classes de palavras dividem-se em dez, podendo ser variáveis ou invariáveis: Que coisa, não? Existem ainda outros três processos de formação de palavras: Sigla: palavra que é formada pelas letras iniciais de outras. Ex: CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Onomatopeia: palavra que imita um som. Ex: miau, tic-tac, atchim. Hibridismo: palavra que veio da junção de elementos de outros idiomas. Ex: tele (grego) + visão (latim) = televisão. 7 TEXTO E CONTEXTO PALAVRAS VARIÁVEIS Substantivo (pode variar em gênero, número e grau) PALAVRAS INVARIÁVEIS Advérbio Verbo (pode variar em número e pessoa) Conjunção Adjetivo (pode variar em gênero, número e grau) Preposição Numeral (pode variar em gênero e número) Interjeição Artigo (varia em gênero e número) Pronome (varia em número, gênero e pessoa) Nesta oficina, retomaremos brevemente os conceitos de artigo, preposição, substantivo, adjetivo, verbo e advérbio. QUESTÃO 03 Leia as frases observando as palavras em negrito: 1 - Durante a campanha eleitoral, o candidato propôs o pacto pela educação. 2 - Durante uma campanha eleitoral, um candidato propôs um pacto pela educação. Agora imagine que as frases acima tenham sido noticiadas por um repórter na televisão. Em que situação, ou seja, em que contexto ele teria empregado a frase 1? E a frase 2? a) Na frase 1, o âncora do jornal está falando de um candidato específico que propôs um pacto determinado pela educação. Já na frase 2, subentende-se que o telespectador já saiba que candidato e a que situação o repórter se refere. b)Tanto na frase 1 quanto na frase 2 subentende-se que o telespectador não saiba nada ainda sobre o que o repórter está 8 TEXTO E CONTEXTO noticiando, muito menos de que eleição e que candidato ele se refere. c) Tanto na frase 1 quanto na frase 2 subentende-se que o telespectador já saiba o contexto, o assunto e o candidato ao qual o repórter se refere. d)Na frase 1, o telespectador já deve saber, antecipadamente, a respeito de que eleição, de que candidato e de qual pacto pela educação o repórter está falando. Já na frase 2, o sentido é mais genérico, vago, indefinido. As palavras em negrito nas frases que você leu acima são chamadas de artigo. O artigo é a palavra colocada antes do substantivo para determiná-lo, seja de modo mais particular, individual (definido, como o, a, os, as), seja de modo mais geral, vago (indefinido, como um, uma, uns, umas). Porém, podemos afirmar que o artigo faz mais do que isso. Além de generalizar ou especificar determinado substantivo, ele pode produzir outros efeitos de sentido. Por que é importante saber isso? Ora, a escolha do artigo denuncia (e muito!) o que nós e os outros querem destacar e que efeito causar. No geral, os artigos podem indicar: • Intensificação • Cálculo aproximado • Familiaridade/intimidade • Depreciação • Indefinição 9 TEXTO E CONTEXTO QUESTÃO 04 Leia as frases abaixo e preste atenção nos artigos destacados. Analisando os efeitos de sentido produzidos por eles, assinale quais deles indicam: ( ) 1 - Passamos um frio tão intenso na ponte! A - Intensificação ( ) 2 - Faz uns dez anos que eu não o vejo. B - Cálculo aproximado ( ) 3 - Umas mães fizeram um lindo discurso. C - Familiaridade/intimidade ( ) 4 - Tivemos um trabalho para preparar o bolo! D - Depreciação ( ) 5 - O Machado de Assis escreveu Dom Casmurro. E - Indefinição ( ) 6 - Temos uns três quilômetros ainda a percorrer. ( ) 7 - Aquele garoto é só mais um na minha vida. ( ) 8 - Uns alunos organizaram a festa junina. ( ) 9 - Hoje é só mais um dia de trabalho. ( ) 10 - O João não chegou a tempo no aeroporto. Outro conceito importante, sobretudo para o nosso trabalho com regência mais adiante, é o de preposição. Você se lembra de sua função? Observe a frase abaixo: Todas as viagens de Júlia foram feitas em terras brasileiras A palavra DE relaciona viagens e Júlia indica uma ideia de posse. Já a palavra EM relaciona feitas e terras, indicando ideia de lugar. As palavras DE e EM são exemplos comuns de preposição, ou seja, de palavras invariáveis que ligam duas outras palavras, estabelecendo entre elas certas relações de sentido e de dependência. Se observarmos as principais preposições e as relações mais comuns de sentido que elas podem estabelecer, podemos 10 TEXTO E CONTEXTO ter a seguinte tabela: Preposição Relações de sentido Tempo À vinda do governador, fez-se barulho. Modo Aqui as coisas só podem ser ditas a meia voz. Distância Ele trabalha a duas quadras de casa. Lugar Ele curtia as férias ao sol. Companhia Terminei o trabalho com a ajuda de amigos. Causa Com sua distância, acabei me entristecendo. Instrumento Ela só era capaz de pensar com o computador. Oposição Hoje é o jogo decisivo com Flamengo e Vasco. Modo Todos olhavam para ele com medo. Lugar Voltei ontem de Manaus. Assunto Na reunião, falamos de você. Causa Joana morreu de anorexia. Tempo De manhã, sou incapaz de acordar bem-humorado. Tempo Em uma hora quero você pronto! Modo A professora pediu que ficássemos em silêncio. Lugar Ele nunca quis morar em São Paulo. Finalidade Todos estão te esperando para a festa. Lugar (de destino) Ainda volto para Trancoso. a com de em Exemplos para 11 TEXTO E CONTEXTO Preposição por Relações de sentido Exemplos Lugar (por onde) A trilha que fizemos passava por cachoeiras. Tempo Ela viveu por dois anos em São Mateus. Causa Por ser idoso, permitia-se viajar. Lugar A mesa quase caiu sobre o cachorro. Assunto Pode ficar tranquila, não falamos sobre você. sobre QUESTÃO 05 Na frase “Maria Antônia se aborrece com a cobrança sobre a sua participação nas Olimpíadas”, a preposição em negrito estabelece a relação de: a)Companhia b)Modo c)Meio d)Consequência e)Causa Agora dê uma olhada ao seu redor: o que você vê? Quantas coisas e/ou pessoas estão diante de seus olhos? Você consegue nomeá-las? Uma estante, uma parede, uma lâmpada, uma criança? O que você sente olhando para essas coisas/pessoas? Alegria? Desespero? Amor? O crítico já dizia: O poder de nomear significava para os antigos hebreus dar às coisas a sua verdadeira natureza, ou reconhecê-la. Esse poder é o fundamento da linguagem e, por extensão, o fundamento da poesia. BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Cultrix, 1983. 12 TEXTO E CONTEXTO Basicamente, tudo o que vemos, sentimos e imaginamos tem nome. A esses nomes classificamos como substantivos. Contudo, não basta para a linguagem verbal nomear as coisas e os seres. Veja a frase: Veio o vento frio, e depois o temporal noturno, e depois da lenta chuva que passou toda a manhã caindo e ainda voltou algumas vezes durante o dia, a cidade entardeceu [...]. BRAGA, Rubem. O mato. In: A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Record, 2008. 7ª ed. p. 20. Não bastou para o cronista dizer que o vento veio, precisou dizer que ele estava frio. Não bastou falar sobre o temporal, precisava dizer que era noturno. Também não foi de seu interesse dizer apenas da chuva que passou, afinal, o leitor devia saber também que ela foi lenta. Todos nós sentimos necessidade de expressar as características, as qualidades ou o estado daquilo que vemos, sentimos e imaginamos. As palavras que possuem essa função são chamadas de adjetivos. Que coisa, não? Alfredo Bosi, nascido em 1936, é um dos imortais da Academia Brasileira de Letras. Professor universitário, crítico e historiador literário, escreveu dezenas de livros sobre a literatura brasileira, sua grande paixão, ganhando também diversos prêmios por elas. Apesar de sempre se referirem ao substantivo, os adjetivos não têm de estar obrigatoriamente ao lado deste. Eles podem estar relativamente distantes, separados por outra(s) palavra(s). Por exemplo: Adjetivo que caracteriza o substantivo esportista. O esportista ficou feliz com a medalha nas Olimpíadas. Se você ainda acha que classificar as palavras é coisa chata, que ninguém além de gramáticos se importa com isso, leia o trecho abaixo, escrito por um homem que foi advogado, jornalista, radialista, escritor, professor e político brasileiro (ufa!): [...] Proponho como exercício uma atitude de troca. [...] Onde se lê sofrer leia-se feliçar (por que a felicidade não tem verbo?). 13 TEXTO E CONTEXTO [...] Fica inventado o verbo feliçar para dar existência, ação, vida, movimento, liberdade, à felicidade, da mesma forma que o sofrimento tem o verbo sofrer para espalhá-lo entre os homens. [...] Curiosa e masoquista a vida. O verbo sofrer é complicado. Feliçar é simples. Por que conjugar o sofrer? TÁVOLA, Artur da. Alguém que já não fui. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. De modo literário, o escritor reflete sobre o próprio conceito de verbo, ou seja, a palavra que exprime um fato (que pode ser, grosso modo, relativo a uma ação, estado ou fenômeno) e localiza-o no tempo (passado, presente, futuro...). Portanto, não é à toa que no texto acima temos o verbo relacionado à vida, ao movimento. Afinal, ele representa o que acontece. Mas da mesma forma que o local (substantivo) pode ser perigoso (adjetivo) ou bonito (adjetivo), o homem (substantivo) pode ser inteligente (adjetivo) ou horroroso (adjetivo), pode-se abrir (verbo) vagarosamente uma porta ou abri-la repentinamente. Pode-se andar (verbo) devagar ou depressa. Que coisa, não? Atenção! A classe gramatical de uma palavra muitas vezes não é fixa. Ela depende das relações que estabelece com as outras. Veja: • chuva local (chuva = substantivo; adjetivo) local = • local perigoso (local = substantivo; perigoso = adjetivo) Leia as frases abaixo: O Rodolfo trabalha pouco. O Rodolfo trabalha muito. Apenas o uso do verbo trabalhar nos indica que sim, o Rodolfo trabalha. Porém, você deve ter observado que a mudança de uma simples palavra por outra após o verbo foi o suficiente para alterar nossa perspectiva sobre o quanto Rodolfo trabalha. A essas palavras que se relacionam com o verbo para indicar as circunstâncias (no caso, de intensidade) em que ocorre o fato verbal, chamamos de advérbios. Por vezes, essa circunstância não é dada somente por uma palavra, mas sim por várias. Veja: O Rodolfo trabalha sem nenhuma vontade. 14 TEXTO E CONTEXTO O conjunto de palavras que representa a circunstância (no caso, de modo) que Rodolfo trabalha nesse caso é sem nenhuma vontade. A essa ideia complementar do verbo denominamos locução adverbial. Na tabela abaixo, você confere alguns advérbios e locuções adverbiais classificados de acordo com o sentido que possuem: Classificação Afirmação Dúvida Intensidade Advérbios e/ou locuções adverbiais mais usadas sim, sem dúvida, realmente, certamente eventualmente, talvez tão, demais, quase, pouco, muito, bastante Lugar perto, longe, aqui, lá, por dentro, por fora Modo bem, mal, assim, às pressas, rapidamente Negação Tempo não, de modo algum sempre, nunca, brevemente, de vez em quando, de dia, à noite Para responder as questões 6, 7 e 8, leia o texto a seguir. Você verá que ele possui algumas palavras inventadas: O caso da cerupeta lidoiosa Durante uma assuleção em homenagem aos deduentes do Brasil, no meio de todas aquelas pessoas que asselavam, umas mais vemelantemente do que outras, belejando honatudamente as faixas e as prozaidações nas fachadas dos prédios, belejei uma cerupeta lodoiosa, com as patas manchadas de raboi. Ela parecia nofecada. Mesmo de longe, eu conseguia tulir seus lamentos, então guli às pressas em sua direção para porçá-la. Enquanto eu gulia entre os asselentes, gritando, pedindo licença, belejei um garado muito veloz indo em direção a cerupeta, mais lidoiosa do que nunca, apesar de todo aquele raboi. Tentei o máximo que pude, mas o garado chegou primeiro e, com uma de suas quatro rodas, assuleou em cima da já minha mexada cerupeta, que nunca mais latiu. 15 TEXTO E CONTEXTO QUESTÃO 06 Qual é o grande conflito do texto? a)Um motorista perde o controle do carro e atropela uma senhora de muletas que via de longe a passeata. b)Uma pessoa vê uma cadela machucada no meio de uma passeata e não consegue resgatá-la, pois um carro a atropela. c)Uma pessoa escuta o som de uma pomba com a asa machucada caída no chão, mas antes que consiga resgatá-la, alguém pisa nela. d)Uma criança vê um cachorro machucado no meio da cerimônia de posse do novo prefeito e decide pegá-lo para criar. QUESTÃO 07 I. Embora algumas palavras do texto tenham sido inventadas, elas possuem semelhanças em relação a palavras existentes em Português, de forma que é possível saber a que classe gramatical as palavras inventadas pertenceriam se existissem na língua portuguesa. Escolha a alternativa que possua apenas os substantivos inventados do texto. Se necessário, volte ao texto para ver a palavra no contexto em que aparece. a) cerupeta - assuleção - deduentes - prozaidações - raboi - asselentes – garado b)belejar - tulir - gulir - porçar –assuleção – assuler – honatudamente c) raboi - asselentes – garado - lodoiosa - nofecada – mexada - deduentes d)assuleção - deduentes - prozaidações – raboi – mexada - tulir – gulir II. Escolha a alternativa que possua apenas os adjetivos inventados do texto: a)lodoiosa - asselentes – garado – raboi b)deduentes – prozaidações - nofecada – teraldo 16 TEXTO E CONTEXTO c)deduentes - gulir – porçar – mexada d)lodoiosa - nofecada - teraldo – mexada QUESTÃO 08 I. Escolha a alternativa que possua apenas os verbos do texto: a) deduentes - prozaidações - raboi - asselentes - garado b)belejar - tulir - gulir - porçar – assuler c) honatudamente – belejar – asselentes – garado – assuler d)raboi – tulir – cerupeta – porçar – assuler II. Escolha a alternativa que possua apenas os advérbios do texto: a)cerupeta – raboi b)asselente – teraldo c)vemelantemente – honutadamente d)prozaidações – garado 17 REFERÊNCIAS BASILIO, Margarida. Formação e classes de palavras no português do Brasil. São Paulo: Contexto, 2004. PILLA, Éda Heloísa. Os Neologismos do Português e a Face Social da Língua. Porto Alegre: AGE, 2002. Saiba Mais O Bem Amado (filme nacional) Diretor: Guel Arraes Ano: 2010 Gênero: Comédia dramática Marco Nanini dá vida ao político corrupto que sonha com a inauguração de um cemitério numa cidade fictícia chamada Sucupira. A versão cinematográfica para o texto de Dias Gomes, que já foi novela de sucesso nos anos 70, estreou nos cinemas em 2010. CLIQUE AQUI Trailer disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ChmKFr1TQT8. Acesso em: 27 jun. 2013. 18 GABARITO Questão 1 Resposta: a) passatempo – derivação parassintética A palavra PASSATEMPO é uma composição por justaposição. Questão 2 Resposta: b) empate – avanço – procura Veja como essas palavras tornaram-se derivadas regressivas: empatar (exclusão de –ar; empat- + e = empate) avançar (exclusão de –ar; avanç- + o = avanço) procurar (exclusão de –ar; radical procur- + a = procura) Questão 3 Resposta: d) Na frase 1, o telespectador já deve saber, antecipadamente, a respeito de que eleição, de que candidato e de qual pacto pela educação o repórter está falando. Já na frase 2, o sentido é mais genérico, vago, indefinido. Questão 4 Resposta: 1. A- Intensificação 2. B - Cálculo aproximado 3. E - Indefinição 4. A - Intensificação 5. C - Familiaridade/Intimidade 6. B - Cálculo aproximado 7. D - Depreciação 19 GABARITO 8. E - Indefinição 9. D - Depreciação 10. C - Familiaridade / Intimidade Questão 5 Resposta: e) Causa Questão 6 Resposta: b) Uma pessoa vê uma cadela machucada no meio de uma passeata e não consegue resgatá-la, pois um carro a atropela. Questão 7 Resposta: I. a) cerupeta - assuleção - deduentes - prozaidações - raboi - asselentes – garado II. d) lodoiosa - nofecada - teraldo – mexada Questão 8 Resposta: I. b) belejar - tulir - gulir - porçar – assuler II. c) vemelantemente – honutadamente 20 Mais próxima, para você ir mais longe. unopar.br