VEÍCULO AUTOMÁTICO PARA TRANSPORTE Ricardo Rípoli (Orientador)*,Edílson Aparecido Martins de Barros**, Osvaldo Ribeiro da Silva**, Rodrigo Akihiro Irizawa** Resumo Devido ao grande avanço tecnológico a que os meios organizacionais de produção vêem passando, com o surgimento da robótica industrial, aprimorou-se a forma de produção seriada com as células de manufatura, as quais agrupam - se os processos em equipamentos automatizados que são capazes de executar diversas operações que antes eram feitas em várias etapas e equipamentos diferentes. Com isso, as formas de movimentar os materiais dentro dessas células teriam que se modernizar para conseguir acompanhar os ciclos produtivos. A partir dessa nova necessidade, viabilizou-se o estudo de um veículo que automatizasse o transporte dos materiais entre os almoxarifados, equipamentos, estoque, bem como o transporte de ferramentais, enfim, todos os insumos necessários para as células de manufatura. Este projeto consiste na elaboração de um veículo automático para transporte dotado de um sistema autoguia, capaz de identificar e seguir uma trajetória previamente demarcada por uma faixa de contraste de cores e etiquetas com códigos de barra fixadas no piso. A leitura da faixa é feita através de sensores fotoelétricos dispostos à frente do veículo e ligados a uma unidade lógica digital. Esta unidade é também responsável pelo acionamento de um sistema de segurança, monitorado por um sensor de presença, sendo ativado sempre que houver um obstáculo que impossibilite o seu deslocamento e em condições onde se faz necessário cessar o movimento do veículo, emitindo um sinal sonoro para que um operador ou o funcionário mais próximo possa desobstruir sua passagem. Para executar as tarefas a ele atribuídas o veículo foi provido de um sistema de leitura de código de barras. A cada um destes códigos está associado um ou mais itens de um banco de dados com as fichas de procedimentos que contém a descrição detalhada da operação que estiver realizando, sempre interagindo com o ciclo produtivo. Todo esse aparato está alocado a uma plataforma IBM-PC, que é responsável pelo processamento dos dados e disponibilização das informações em uma tela de cristal líquido. A proposta deste projeto se mostra eficaz na aplicação industrial, podendo também abranger outros seguimentos onde possa se automatizar o transporte de objetos, devido a sua simplicidade de instalação e seu funcionamento, com autonomia suficiente para suprir o turno de trabalho, o protótipo possibilita a integração de todos os processos. Podendo transportar e entregar materiais em diversos pontos de uma empresa, bem como executar a alimentação de palets em uma indústria com segurança e confiabilidade. Com uma autonomia em média de 12 horas, transportando cargas de até 50 quilos, em sua configuração de protótipo, demonstrou ser viável em regimes de 8 horas/ turno. Introdução O interesse no estudo do processo de autoguiar um veículo é encontrado desde a criação dos veículos propriamente ditos. Com a evolução dos mecanismos e dos sistemas de controle baseados em computadores, este interesse tem evoluído numa proporção ainda maior. Exemplo desse interesse estão nos constantes desenvolvimentos de sistemas de produção, transporte e entretenimento que possuem algum tipo de automação. A movimentação de materiais tem sido um dos componentes primordiais na modernização e flexibilização nos modernos métodos de manufatura, que em muitos casos, são colocados em uma indústria como uma atividade crítica. Uma capacidade de movimentação avançada de materiais é essencial, uma vez que sem esta habilidade de suprir adequadamente às requisições de materiais para as estações de trabalho no tempo exato e na exata quantidade com extrema facilidade levariam a um menor proveito da produção e a uma menor eficiência, além de a um maior custo operacional. Uma tecnologia corrente de movimentação de materiais aponta para os veículos guiados automaticamente (AGV). Um AGV é um transportador móvel de materiais em geral, projetado e desenhado para receber e executar instruções, receber e entregar materiais através de um caminho pré - determinado. Os AGV's, também conhecidos como Veículos automáticos para Transporte, são, como o próprio nome indica, veículos sem condutor e começaram a ser utilizados a partir da década de 50. São freqüentemente usados em indústrias, geralmente para transportar peças ou componentes em ambientes bem conhecidos (dentro de um galpão, por exemplo). Esses veículos podem ser muito úteis em ambientes nocivos ao ser humano, ou para realizar tarefas cansativas e repetitivas(1). Os AGVs modernos são veículos controlados por computadores com * Formado pela FEI em Engenharia Automobilística **Formandos do Curso de Tecnologia em Mecânica de Precisão pela FATEC – SP microprocessadores on board. A maioria dos sistemas AGV têm também computadores para a gerência do sistema, otimizando sua utilização dando ordens de transporte, seguindo o material em transferência e dirigindo o tráfego. A manipulação automática da carga é usada em muitos sistemas e hoje podem ser equipados com os braços e os prendedores de robôs e executar funções de manipulação robótica (2). Diversos métodos de orientação e de navegação podem ser executados. Os mais usuais andam seguindo um fio indutivo de guia, por imãs permanentes, sistemas laser e sistemas óticos feitos com fita adesiva no piso. Wire Guidance A navegação por fio elétrico (wire guidance) é baseada no fato que um condutor elétrico quando percorrido por uma corrente alternada cria um campo eletromagnético à sua volta. Este campo é mais forte junto do condutor e diminui à medida que se afasta do condutor. Por outro lado, quando um campo eletromagnético atravessa uma bobina induz uma diferença de potencial aos seus terminais, esta diferença de potencial é proporcional à intensidade do campo eletromagnético. O AGV possui uma antena que detecta o campo eletromagnético gerado pelo condutor elétrico. Esta antena possui duas bobinas, colocadas uma de cada lado do condutor que se encontra instalado no chão. A diferença de potencial entre as duas bobinas, após ser amplificada, será o sinal de direção dado ao motor de direção. Quando a antena encontra –se centrada sobre o fio o potencial eletromagnético é igual nas duas bobinas, mas de sinal oposto, sendo a resultante nula e, portanto o sinal de direção igual a zero. Quando a antena se posiciona mais para um dos lados, a tensão numa das bobinas aumenta e diminui na outra, criando uma resultante não nula. Assim sendo, é gerado um sinal de direção que controla a rotação do motor de direção. Quando se pretende fazer caminhos com bifurcações é necessário que existam, nessa bifurcação fios com correntes em freqüências diferentes para que o veiculo possa saber o caminho que deve seguir e possuir no mínimo uma antena para navegação e outra perpendicular a esta para detectar condutores perpendiculares ao fio principal. Estes condutores cruzados são utilizados para o AGV atualizar a sua posição exata. Pode-se utilizar outras antenas no caso de se andar em marcha ré, etc. A instalação dos condutores no chão está hoje facilitada, devido à existência de empresas especializadas no corte do chão. Máquinas de corte especializadas conseguem sulcar o chão sem produzir excessivo barulho, poeira ou salpicos de água. Estas empresas fazem a instalação completa dos condutores, incluindo as marcações no chão, a colocação dos fios, revestimentos, selagem dos sulcos e polimentos. O fio condutor normalmente usado possui uma secção de 1,5mm2 do tipo flexível. Este fio é colocado numa pequena fenda aberta no chão. A profundidade da fenda normalmente é de 20mm, e a sua largura é determinada pelo número de condutores colocados. A largura normal é de 4mm e para fendas onde se colocam mais de três fios é de 8mm. O fio é colocado no fundo da fenda e coloca-se uma fita esponjosa por cima do fio para proteção. O resto da fenda é preenchido com um produto especial de cor neutra e bastante resistente a condições atmosféricas adversas. Os condutores não devem ser colocados junto de construções metálicas porque estas distorcem o campo magnético. Os condutores instalados no chão são ligados em circuito fechado a um gerador de freqüências. Normalmente podem existir quatro freqüências, uma para cada condutor. A navegação por fio ("Wire Guidance") é uma tecnologia bem conhecida e comprovada. Este sistema utiliza componentes standard, o que reduz os custos. O sistema é fácil de instalar e programar. Alguns sistemas possuem métodos de navegação onde o corte do chão é minimizado. Não é necessário cortar as curvas no chão, estas são programadas usando funções de ensino do AGV. É possível instalar junto com o fio de navegação um fio de controle que permite a parada imediata de todos os veículos no sistema. Por vezes, o local e os requisitos do sistema podem tornar difícil e dispendiosa a instalação dos condutores no chão, sob estas condições é preferível utilizar outros métodos de navegação. Magnet-Gyro Guidance O sistema "Magnet-Gyro Guidance”, desenvolvido pela AGV Electronics, combina um sistema com um sensor de ímãs permanentes e um giroscópio para manter o AGV numa direção precisa. Possui ainda um sistema odométrico e um sistema de "feed back" do ângulo de direção. O sensor magnético dá a informação sobre a posição do AGV e atualiza a contagem da distância odométrica à medida que passa pelos ímãs. Tudo isto combinado, cria um sistema que guia os veículos com a ajuda de pequenos ímãs colocados no chão, ao longo do caminho a ser percorrido pelo AGV. Um par de ímãs em cada 5 a 10 metros é o necessário e suficiente para construir o caminho. O custo de instalação deste "caminho" é cerca de quatro a oito vezes menor quando comparado com o sistema "Wire Guidance”. Os ímãs podem ser facilmente instalados no chão onde é difícil instalar o "Wire Guidance", tais como, em pisos de madeira, etc. O sensor magnético contém elementos de efeito Hall para detectar os campos magnéticos criados pelos ímãs. O sensor detecta pequenos ímãs com grande precisão. Este sensor indica as coordenadas X e Y do AGV quando passa por um ímã colocado no chão. Os ímãs permanentes são, normalmente, em forma de disco e têm cerca de 10mm de diâmetro e 15mm de espessura. São instalados em furos feitos no chão e cobertos com epóxi dando um acabamento liso e suave. A distância entre os imãs depende do tipo de veículo e precisão pretendida. Tipicamente coloca-se um par de ímãs todos com 5 a 10 metros de distancia, nos locais onde se fazem curvas colocam-se mais próximos. Quando comparado com o "Wire Guidance" o sistema "Magnet-Gyro Guidance" apresenta desvantagens: nos custos do sistema de navegação a bordo do AGV, o que provoca um aumento do preço do AGV em cerca de 5 a 10 %; menor precisão na navegação e mais programação na parte fixa do sistema, além de que os ímãs colocados no chão podem atrair pequenas partículas magnéticas existentes no local, o que, no entanto, em condições normais, não perturba o bom funcionamento do sistema. Laser Guidance O sistema de navegação por laser ("Laser Guidance") pode ser comparado ao sistema de navegação noturna dos navios. O capitão do navio consegue determinar a posição do navio medindo a distancia a cada farol visível com um sextante, a posição do navio muda, mas a dos faróis não, podendo-se assim definir uma rota para o navio. Na navegação por laser trocamos o sextante por um scanner rotativo a laser e os faróis são tiras de um material refletor que se colocam nas paredes da fábrica. O laser detecta os refletores e calcula a posição exata do veiculo 20 vezes por segundo. Como os refletores estão fixo podemos calcular a posição absoluta do veículo em tempo real. À medida que o veiculo se move também se move a sua posição absoluta. Temos, assim, a capacidade de saber a posição exata do veículo em tempo real, em qualquer parte do sistema, com uma tolerância de ± 2mm. A navegação por laser toma partido de componentes standard. Como é o caso do scanner a laser que fornece as coordenadas X e Y usada no sistema de navegação. O scanner a laser é montado numa parte alta do AGV. O scanner deve ter boa visibilidade para os refletores que são colocados nas paredes do local a percorrer. Os refletores são feitos de um material com elevada capacidade de reflexão dos raios laser. Um mínimo de três refletores têm que ser detectáveis simultaneamente pelo scanner, mas devem sempre existir cinco refletores visíveis pelo scanner. Os refletores podem ser colocados até trinta metros de distância do AGV. O scanner usa um emissor de laser de GaAs por impulsos e monitora a área circundante com a ajuda de um espelho interno que roda a 10 Rot/s. O scanner possui um microprocessador que funciona a 133 Mhz. O sistema de laser é fácil de instalar e programar. É muito mais versátil e flexível quanto à definição dos "caminhos" sendo muito mais fácil fazer atualizações. Não é necessária calibração. Fácil instalação dos refletores. Tolerância elevada à não detecção de um refletor devido à falha do sistema ou por este se encontrar tapado, o que não acontece com o sistema por ímãs, que no caso do AGV falhar um ímã, fica descontrolado. As desvantagens deste sistema são o seu custo que quando comparado com o "wire guide", o preço do veiculo é cerca de 15 a 30 % mais caro.(1) Tipos de AGVS Há vários tipos diferentes de AGVS todos operando principalmente de acordo com a descrição precedente. Os tipos podem ser classificados, mecanicamente, como segue: - Driverless trains. Este tipo consiste em um veículo de reboque (que é o AGV) que puxa um ou mais reboques formando o equivalente a um trem. Foi o primeiro tipo de AGV a ser introduzido no mercado, sendo usualmente aplicado em casos onde cargas pesadas devem ser movidas por grandes distâncias, em armazéns ou fábricas com pontos de cargas e descarga intermediários ao longo da rota. - AGVS pallet trucks. São usados empilhadeiras de palets guiadas automaticamente para mover cargas paletizadas ao longo de rotas predeterminadas. Na aplicação típica os palets são carregados atrás do veículo por um trabalhador humano que guia a empilhadeira e usa seus garfos para elevar a carga ligeiramente. Então o trabalhador dirige a empilhadeira de palets ao caminho guia, programa seu destino e o veículo procede automaticamente ao destino para descarregar. Alguns caminhões são capazes de manipular dois palets em lugar de um. Uma introdução mais recente relacionada ao caminhão de palets é o forklift AGV. Este veículo pode alcançar um movimento vertical significante de seus garfos para alcançar cargas em estantes. - AGVS unit load carriers. Este tipo de AGV é usado para mover cargas unitárias de uma estação de trabalho para outra. Estes AGVS são utilizados freqüentemente para serem carregados automaticamente e descarregados por meio de transportadores de rolos, de correia, plataformas de elevação mecanizadas, ou outros dispositivos. Variações de AGVS unit load carrier (AGV unidade portadora de carga) incluem uma AGVs para cargas leves e montagens de linhas de AGVs. O AGV para cargas leves é um veículo relativamente pequeno com uma capacidade de carga clara correspondente (tipicamente 225 Kg ou menos). Não sendo necessária as mesmas dimensões e largura como as de um AGV convencional Os AGVS para cargas leves são projetados para mover pequenas cargas por plantas de tamanho limitado se empenhadas em manufaturas leves. A linha de montagem AGVS é projetada para levar um subconjunto parcialmente completo por uma sucessão de estações de trabalho de montagem para a construção do produto. A Tecnologia de AGVS está longe da maturidade, e a indústria está trabalhando para desenvolver sistemas novos com respeito às contínuas exigências de novas aplicações. Um exemplo de um novo desígnio de AGVS que vem se desenvolvendo envolve a colocação de um manipulador robótico em um veículo com guia automatizado de forma a prover um robô móvel da capacidade de executar tarefas de manipulação complexas em vários locais em uma planta. Estes veículos - robôs são vistos como equipamentos úteis em salas limpas na indústria de semicondutores. Aplicações Sistemas de veículo com guia automatizados são usados em um número crescente de aplicações. As aplicações tendem a comparar os tipos de veículo descritos anteriormente. Podemos agrupar as aplicações em cinco categorias seguintes: 1. Operação e direção de trens. Estas aplicações envolvem o movimento de quantidades grandes de materiais por distâncias relativamente grandes. Por exemplo, as movimentações dentro de um armazém grande ou montadoras, ou entre edifícios em um grande depósito de armazenamento. Para a movimentação de trens constituídos por 5 a 10 reboques, este sistema se torna um método de manipulação eficiente. 2. Sistemas de armazenamento e distribuição. As unidades portadoras de carga e empilhadeiras de palets são tipicamente usadas nestas aplicações. Estas operações de armazenamento e distribuição envolvem a movimentação de materiais em unidade de carregamento (às vezes os itens são movidos individualmente) de ou para locais específicos. As aplicações conectam freqüentemente o AGVS com alguma outra manipulação automatizada ou sistema de armazenamento, como um sistema de estocagem/distribuição automatizado (AS/RS) em um centro de distribuição. O AGV entrega artigos entrantes ou unidade carregada (contidas em palets) na doca receptora para o AS/RS que coloca os artigos em armazenamento e o AR/RS entrega ou carrega palets individuais ou artigos de armazenamento e os transfere a veículos para entrega na doca de remessa. Quando as taxas de cargas entrantes e as cargas de partida estão em equilíbrio, este modo de movimentação de cargas permite a operação de transporte em ambas as direções pelos veículos AGVS, aumentando assim a eficiência de manipulação do sistema. Este tipo de operação de estocagem/distribuição também pode ser aplicado em pequenas fábricas e operações de montagem nas quais a produção em curso é armazenada em uma área central de armazenagem, distribuindo para estações de trabalho individuais para montagem ou processamento. A montagem eletrônica é um exemplo destes tipos de aplicações. Componentes são “soldados” sobre a área de armazenamento e entregues em bandejas pelos veículos com guia para as estações de trabalho de montagem na planta. Sistemas de AGVS de cargas leves são usados nestas aplicações. 3. Operações de linha de montagem. Sistemas de AGVS estão sendo usados em um número crescente de aplicações de linhas de montagem, baseado em uma tendência que começou na Europa. Nestas aplicações, a taxa de produção é relativamente baixa (talvez 4 a 10 minutos por estação na linha) e há uma variedade de modelos diferentes feitas na linha de produção. Entre as estações de trabalho, os componentes são soldados e colocados no veículo para as operações de montagem que serão executadas no produto parcialmente completo na próxima estação. As estações de trabalho geralmente são organizadas em configurações paralelas para acrescentar flexibilidade à linha. Os AGVS unidades portadoras de cargas leves são usados nestas linhas de montagem. 4. Sistemas industriais flexíveis. Outra aplicação crescente de tecnologia de AGVS está em sistemas industriais flexíveis (FMS). Nesta aplicação, os veículos com guia são usados como sistema de controle de manipulação de materiais. Os veículos entregam o produto de uma área de plataforma (onde os produtos são colocados em instalações de palets, normalmente manualmente) para as estações de trabalho individuais no sistema. Os veículos também movem produtos entre estações no sistema industrial. Em uma estação de trabalho, o produto é transferido da plataforma de veículos na área de trabalho da estação (normalmente, a mesa de uma ferramenta elétrica) para processamento. Ao concluir o processo por aquela estação o veículo volta a apanhar o produto e transporta este à próxima área. Sistemas de AGV provêem um sistema versátil de manipulação de material para complementar a flexibilidade da operação de FMS. 5. Aplicações diversas. Outras aplicações de sistemas de veículo com guias automatizados incluem produtos não manufaturados e de aplicações de não industriais, como entrega de correio em edifícios comerciais, hospitais e operações de manipulação de materiais. Nos hospitais veículos guias transportam bandejas de refeição, roupas, suprimentos médicos e hospitalares, e outros materiais entre os vários departamentos no edifício. Estas aplicações requerem movimento dos veículos tipicamente entre pisos diferentes do hospital, sistemas de hospitalares de AGV têm a capacidade para chamar e usar elevadores para este propósito. Devido ao grande avanço tecnológico a que os meios organizacionais de produção vêem passando, com o surgimento da robótica industrial, aprimorou-se a forma de produção seriada com as células de manufatura, nas quais agrupam - se os processos em equipamentos automatizados, que são capazes de executar diversas operações que antes eram feitas em várias etapas e em equipamentos diferentes. Para tanto, focamos nosso estudo para o seguimento da indústria eletrônica de montagem de placas de produtos em SMD (Sistema de Montagem Direta). No processo de SMD, as células de produção são dispostas em stand-alone, onde se dividem nos processos automáticos e manuais. Pelo sistema automático são realizadas as montagens dos TOP e BOTTOM já o sistema manual comporta a montagem dos componentes em PTH, ou seja, aqueles que não podem ser construídos com tecnologia SMD por motivos técnicos aos quais atualmente limitam esse processo. Tal limitação se dá porque não há como compactar elementos eletrônicos que dissipam muito calor. Entretanto existe à necessidade de interligar esses processos, a fim de otimizar a produção e compensar a velocidade de produção dos equipamentos de SMD em relação aos trabalhos manuais de montagem. Portanto, o VAT vem de encontro a essa necessidade transportando o SHELF, (magazine onde ficam armazenados os componentes eletrônicos, após saírem dos equipamentos de SMD), dentro do ciclo produtivo do produto. Materiais e Métodos Nosso projeto consiste na elaboração de um AGV, capaz de identificar e seguir uma trajetória demarcada por uma faixa de contraste de cores e etiquetas com códigos de barra fixadas no piso. A leitura da faixa é feita através de sensores dispostos à frente do veiculo e ligados a uma unidade lógica. A unidade é também responsável pelo acionamento de um sistema de segurança, monitorado por um sensor de presença e ativado sempre que houver um obstáculo que impossibilite o seu deslocamento ou em condições onde se faz necessário parar o veículo, emitindo um sinal sonoro para que se possa desobstruir sua passagem. Para executar as tarefas a ele atribuídas. Provemos-o de um sistema de leitura de código de barra, ao qual está associado a um banco de dados com as fichas de procedimentos que contém a descrição detalhada da operação que estiver realizando, sempre interagindo com o ciclo produtivo. Todo esse aparato está alocado a uma plataforma IBM-PC, que é responsável pelo processamento dos dados e da disponibilização das informações em uma tela de cristal líquido. Sua construção estrutural é feita em aço e com acionamento de motores de corrente contínua, alimentados com bateria de 12 Volts. Seu sistema de segurança demostrou - se muito eficaz em evitar acidentes, sem comprometer o lead-time. Conclusão Diante de tantas propostas de AGVs optamos por um sistema guia totalmente diferente dos descritos neste trabalho pois estudávamos uma construção de AGV mais barata mas com a qualidade dos demais, isto foi conseguido mas com algumas ressalvas. Com uma autonomia em média de 12 horas, transportando cargas de até 50 quilos, em sua configuração de protótipo, demonstrou ser viável em regimes de 8 horas/ turno. O projeto VAT teve méritos na obtenção de resultados, foi conseguido tudo o que foi declarado mas os resultados poderiam ter sido muito mais satisfatórios. Bibliografia Groover, Mikell P., Automation Production Systems, Prentice Hall, USA, 383pp, 1980 Norrie, D. H., Guand, P., Intelligent Manufacturing Planning, Chapman & Hall, Great Britain, 323-329 pp, 1995 Referência Bibliográfica (1) Alves, Calos Alberto Fernandes Coelho, Luís Miguel, Departamento Engenharia Eletrotécnica – Faculdade Ci6encias e Tecnologia da Universidade Coimbra – Outubro de 1998. e de de de (2) AGV School, AGV Eletronic WEB Site, 1999, por AGV Electronics AB (3) Leon Bing-Shiun Chuang, Industrial Engineering, 352650,University of Washington