Efeito da Administração Sistêmica de Midazolam em Camundongos Machos Avaliados no Step-Down e no Labirinto em Cruz Elevado Autor: Marjorie Regina Martins Orientador: Profa. Dra. Azair Liane Matos do Canto de Souza Palavras - chave: Camundongos, Midazolam, Step-Down, Labirinto em Cruz Elevado, Ansiedade. Este estudo teve por objetivo investigar se o efeito ansiogênico promovido pela estimulação elétrica (SD) em camundongos machos submetidos ao LCE, poderia ser revertido com a administração prévia do agonista benzodiazepínico, midazolam (MDZ). Além disso, avaliamos o papel do midazolam no SD. Para isso, foram realizamos cinco experimentos utilizando camundongos machos da linhagem Suíço-albino. No Experimento 1, os animais foram habituados ao procedimento de injeção por 3 dias e em seguida separados em 2 grupos e expostos ao SD para avaliação da latência de descida da plataforma (L1): sem choque (S/Ch) e com choque nas patas (0.5mA, 15 s, C/Ch). Após 24 horas, todos os animais receberam MDZ (0, 0,5, 1,0 e 2,0 mg/Kg, i.p.) e após 30 minutos foram reexpostos ao SD sem choque (L2). Em os camundongos foram submetidos ao LCE para o registro dos índices de ansiedade [porcentagens do número de entradas (%EBA) e do tempo gasto nos braços abertos (%TBA) do LCE] e o número de entradas nos braços fechados (EBF), como atividade locomotora e avaliação de risco (total de esticadas e % esticar protegido). A análise de variância (ANOVA) mostrou que ocorreu aumento da L2 para todos os grupos expostos ao SD, mostrando que ocorreu aprendizagem do evento aversivo (choque). Entretanto, o MDZ (3 doses) não reverteu o efeito do choque, mas as doses de 1,0 e 2,0 mg/Kg, produziram aumento da %EBA e %TBA enquanto somente MDZ 2,0 mg/Kg, diminuiu EBF no LCE. Como não ocorreu alteração nos grupos controles do LCE (S/Ch e C/Ch), realizamos o Experimento 2, onde os animais foram habituados nos dias (0, 3, 5 e 7) ao procedimento de injeção. Foram expostos ao SD, S/Ch e C/Ch e após 4 horas receberam salina (i.p.), ao SD e ao LCE. A ANOVA mostrou aumento de L2 para os animais sem habituação e com 3 e 5 dias de habituação. Nenhum dos índices de ansiedade e atividade locomotora foram alterados. No Experimento 3, foi alterado o intervalo de tempo para exposição ao LCE após a exposição ao SD. Após 3 dias de habituação ao procedimento de injeção os animais receberam salina e foram expostos ao SD para avaliação de L1 (S/Ch e C/Ch). Em seguida ou 30 minutos depois, estes animais foram expostos ao LCE. A ANOVA mostrou que a exposição ao LCE após 30 minutos do SD ou imediatamente após, não altera nenhuma das medidas no SD e no LCE, exceto que a exposição após 30 minutos aumentou no grupo S/Ch e diminuiu no grupo C/Ch as EBF. No Experimento 4, após a habituação de 5 dias ao procedimentop de injeção, os animais foram expostos ao SD para medida de L1. Depois de 24 horas receberam salina e foram reexpostos ao SD sem choque e em seguida ao LCE. A ANOVA mostrou efeito choque na medida de L2 (SD) e ausência de efeito para as medidas de ansiedade e EBF, avaliadas no LCE. O Experimento 5, foi semelhante ao Experimento 1, exceto que a administração foi por gavagem e a reexposição ao SD (L2) ocorreu após 4 horas da medida de L1. A ANOVA mostrou efeito do choque, com aumento da L2 nos grupos MDZ 0,5 e 2,0 mg/kg, sem efeito do tratamento. O MDZ 2,0 mg/Kg, aumentou %EBA no grupo C/Ch e a %EBA e %TBA no grupo S/Ch. Concluímos que o MDZ pode modular os índices de ansiedade no LCE, mas não os comportamentos no SD. Apesar dos diferentes dias de habituação ao procedimento de injeção, e de diferentes intervalos para exposição ao LCE após o SD, os grupos salina sem choque e com choque se mantem semelhantes. Entretanto, novos estudos devem ser realizados para esclarecer a perda do efeito ansiogênico no grupo com choque exposto ao LCE, após o tratamento.