Administrador
267
PROFISSIONAL
ano
XXI
nº
setembro 2008
ÓRGÃO INFORMATIVO DOS ADMINISTRADORES PROFISSIONAIS DE SÃO PAULO
Os caminhos dA
Administração
Administrador Profissional - Setembro - 2008
1
2
Administrador Profissional - Setembro - 2008
Graças à versatilidade e facilidade de se adaptar às mais variadas situações, o administrador
brasileiro é considerado um dos profissionais mais capacitados do mundo. Mais do que conduzilo aos principais postos das grandes organizações, esse reconhecimento enaltece a Administração
e mostra porque ela é tão importante para o desenvolvimento do País. A criatividade e a
competência adquiridas por esse profissional para fazer frente às instabilidades econômicas de
15, 20 anos atrás foi responsável pela criação de um novo estilo de administrar, o de apresentar
constantemente novas soluções. Esse perfil se encaixou como uma luva no gerenciamento das
“intermináveis” mudanças de mercado, a partir da globalização da economia, na qual as empresas
têm de ser competitivas diante de recursos cada vez mais escassos.
Esse novo estilo também é reflexo da interdisciplinaridade da Administração, que proporciona
ao profissional uma visão mais integrada do ambiente corporativo. Ou seja, ao ser capaz
de integrar os aspectos humanos e materiais com as práticas organizacionais, ele se
torna peça-chave aos desafios impostos. E é isso que vem fazendo com que a boa
Administração, seja ela pública ou privada, gere riquezas, melhore a distribuição de
renda e preserve o meio ambiente e a cultura.
EDITORIAL
A IMPORTÂNCIA DA
ADMINISTRAÇÃO
É claro que cultuar a boa Administração significa também imaginá-la dentro de
conceitos éticos que, além de direcionar a atividade para o desenvolvimento,
proporciona ao administrador as ferramentas necessárias para que o seu
desempenho seja mais eficaz diante da sociedade.
É com esse espírito que homenageio o administrador profissional, ou seja,
o bacharel em Administração com o devido registro no CRA, cuja data é
festejada em 9 de setembro. Ao mesmo tempo, conclamo para que participe do
processo eleitoral que irá escolher, dia 15 de outubro, os novos conselheiros
da entidade. Mais do que uma obrigatoriedade, o ato representa um passo de
responsabilidade rumo ao fortalecimento da classe.
Adm. Carlos Eduardo Uchôa Fagundes
CRA-SP 21.929 - Presidente
EXPEDIENTE
CONSELHO EDITORIAL
Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRA-SP
Presidente: Carlos Eduardo Uchôa Fagundes
Vice – Presidente Administrativo: Cid Nardy
Vice – Presidente para Relações Externas: Antônio Geraldo Wolff
Vice – Presidente para Assuntos Acadêmicos: Idalberto Chiavenato
Vice – Presidente de Planejamento: Mauro Kreuz
Diretor Secretário: Joaquim Carlos Dias
Diretor Secretário: José Alfredo Machado de Assis
Diretora Tesoureira: Teresinha Covas Lisboa
Diretor Tesoureiro: Paulo Roberto Segatelli Câmara
Conselheiros: Ademar Luiz Mendonça Júnior, Ana Josefina Guerra de
Andrade, Anna Luiza do Amaral Boranga, Carlos Antônio Monteiro,
Hamilton Luiz Corrêa, Luiz Carlos Vendramini, Luiz Eduardo Reis de
Magalhães, Sílvio Augusto Minciotti
Representantes no CFA
Roberto Carvalho Cardoso e Walter Sigollo
Entidade certificada NBR ISO 9001 pela SGS-ICS
________________________________________________________
ADM -Associação Brasileira de Administração
Presidente: Carlos Eduardo Uchôa Fagundes
Vice-Presidente: Walter Sigollo
1º Secretário: Cid Nardy
2º Secretário: Marcio Gonçalves Moreira
1º Tesoureira: Ana Josefina Ferraz Guerra de Andrade
2º Tesoureira: Teresinha Covas Lisboa
Conselho Fiscal: Joaquim Carlos Dias, Marcos Silveira Aguiar, Paulo
Roberto Segatelli Câmara
Suplentes: Ana Cristina Villares Barbosa, José Vicente Messiano e
Roberto Gouveia Quartim
Sindicato dos Administradores no Estado de São Paulo - SAESP
Presidente: Roberto Carvalho Cardoso
1º Secretário: Marcio Gonçalves Moreira
2º Secretário: José Vicente Messiano
1º Tesoureiro: Mauro José Aita
2º Tesoureiro: Waldecy de Carvalho
Suplentes: Edson José Diaféria, Dacio Penna César Dias e Francisco
Sylvio de Oliveira Mazzuca
Conselho Fiscal: Alain Florent Stempfer, Guilherme Quintanilha de
Almeida, Milton Huppert Monte Carmelo
Suplentes: Ralph Jordan, Roberto Gouveia Quartim e Ruy Marcello
Gomes Pinto
Entidade Certificada NBR ISO 9001 pela SGS-ICS
________________________________________________________
Sindicato das Empresas de Administração no Estado de São Paulo
- SINDAESP
Presidente: Carlos Eduardo Uchôa Fagundes
1º Secretário: Cid Nardy
2º Secretário: Joaquim Carlos Dias
1º Tesoureira: Ana Josefina Ferraz Guerra de Andrade
2º Tesoureira: Teresinha Covas Lisboa
Conselho Fiscal: Ana Akemi Ikeda, Antônio Geraldo Wolff e Paulo
Roberto Segatelli
Suplentes: Hamilton Luiz Correa, Jorge Elias Aoni e Luiz Eduardo Reis
de Magalhães
Publicação do Conselho Regional de Administração de São Paulo
CRA-SP, ADM - Associação Brasileira de Administração, Sindicato
dos Administradores no Estado de São Paulo – SAESP e Sindicato das
Empresas de Administração no Estado de São Paulo - SINDAESP
Marketing e Comunicação: Gláucia Pascoaleto Araújo Coordenação Editorial: Notas e Notícias Edit. S/C Ltda. Praça Alpha
de Centauro, 54 – Térreo – Conj 3 – Santana de Parnaíba (SP) – Editor
e Jornalista Responsável: Jorge Abduch (MTb 13.164) – Projeto
Gráfico: BCS Comunicação – Produção e Arte Final: Notas e Notícias
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Administrador Profissional - Setembro - 2008
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SUMÁRIO
Destaque
Em pouco mais de dez anos, Chieko
Aoki transformou a Blue Tree Hotels
numa das maiores operadoras de
hotéis do País. Um dos segredos do
sucesso é oferecer um serviço que
atende os conceitos de
qualidade a preços competitivos
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Carreira
Ao falar sobre os caminhos que o
levaram a ser dono da primeira empresa
de trabalho temporário do País,
Jan Wiegerinck afirmou que o
sucesso passa pela consciência das
responsabilidades
8
Mercado
Com cerca de 85 marcas em seu
portifólio, a Hypermarcas se
transformou, em seis anos, numa
das mais diversificadas companhias
brasileiras de bens de consumo
10
Administração
Pública
Administração
faz a diferença
Palestras no CRA-SP discutiram o
papel das agências reguladoras
e o da televisão pública
12
Gestão de Pessoas
Para o administrador Jorge Fornari
Gomes, ninguém escapa do seu lado
incompetente, responsável
por insucessos, infelicidades e
inefetividade de gestão
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Administrador Profissional - Setembro - 2008
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Empreendedorismo .
Eleições
.
Atividades do Conselho
Espaço do Administrador
Livros
.
Canal Aberto
-
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23
24
25
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destaque
A hotelaria faz
parte de sua vida
Chieko Aoki sabe transmitir o que deseja que as
pessoas entendam. Esse é o segredo do sucesso dos hotéis
que comanda
Conhecida como a dama da hotelaria
brasileira, pela inovação e talento,
Chieko Aoki transformou, em dez
anos, a Blue Tree Hotels numa
das maiores operadoras de hotéis
do País. Sob seu comando estão
25 estabelecimentos, dos quais
dois na Argentina (Buenos Aires e
Bariloche), que comportam mais de
cinco mil apartamentos e empregam
cerca de dois mil funcionários.
Parte desse sucesso vem do tempo
em que era diretora de Marketing
e de Vendas do Caesar Park São
Paulo e depois como presidente da
Caesar Park Hotels & Resorts e da
Westin Hotels & Resorts, a mais
antiga e uma das mais tradicionais
companhias hoteleiras dos Estados
Unidos. Mas também por ter
identificado uma oportunidade
de criar hotéis de categoria
superior, com riqueza em serviços
personalizados. “Víamos muitos
hotéis de luxo ou sem bandeira, que
não tinham padrões. Nesse sentido,
minha experiência na hotelaria
internacional foi fundamental
para a criação de um serviço que
atendesse aos conceitos de qualidade
demandados pelos clientes, a preços
competitivos”, afirma.
Para aplicar o “DNA” da excelência
na prestação de serviços, Chieko
Aoki diz que teve de focar
na elaboração de manuais de
procedimentos dentro dos padrões
que estava criando, além de
selecionar e treinar profissionais que
compreendessem a nova linguagem
e que desejassem compartilhar
do estilo de se levar alto nível de
satisfação aos hóspedes, investidores
e colaboradores. “O mais dif ícil foi
estabelecer e homogeneizar a cultura
única, própria da Blue Tree, ou,
como dizem, trocar o motor do avião
em pleno vôo”, ressalta.
Apesar de sua bagagem internacional,
Chieko disse que quando abriu o
hotel, não era vantajoso para ela
investir nesse ramo no exterior. “O
Brasil tinha e tem grande potencial
de crescimento em segmentos como
luxo, negócios e lazer. Também é
onde está a raiz da hotelaria que
conheço. O País tem muito
a desenvolver e isso é o
que instiga e incentiva.
O meu perfil inquieto
está sempre buscando
oportunidades e
criações, o que me levou
a expandir a rede e a
internacionalizá-la.
A Argentina foi o
primeiro passo
e já fechamos
outros projetos
de expansão na
América Latina”.
Além de trabalhar no
exterior, os estudos
Administrador Profissional - Setembro - 2008
5
destaque
Questão de
tempo
Uma das atividades de Chieko
é presidir o Grupo de Mulheres
Líderes Empresariais, o
Lidem, que luta para que
mais mulheres ocupem altas
posições nas empresas. Ela
lembra que apesar de estarem
há menos tempo no mercado
de trabalho, as mulheres já
ocupam praticamente 50%
dos níveis gerenciais. Chegar
ao topo é uma questão
de tempo. No entanto,
alerta que o equilíbrio
entre homens e mulheres é
fundamental para o sucesso.
“A mulher faz a diferença
com sua sensibilidade e foco
nas pessoas. Gosta e tem
facilidade de trabalhar
em equipe, de comunicar
adequadamente. Tem
aguçado senso de justiça,
emociona e sabe emocionar,
além de ter visão holística
e outras qualidades que se
compatibilizam com o estilo
dos homens. As empresas
que sabem distribuir essas
competências, ganham mais
confiança e crescimento
sólido de suas equipes”.
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Administrador Profissional - Setembro - 2008
também enriqueceram o currículo
de Chieko. Natural de Fukuoka,
Japão, chegou ao Brasil aos seis anos,
lá pelos idos da década de 50, indo
morar num tradicional reduto da
comunidade japonesa, a cidade de
Bastos, no interior paulista. Logo
que se formou em Direito, pela
Faculdade do Largo de São Francisco
(USP), voltou ao Japão. Lá cursou
Administração na Universidade de
Sofia, em Tóquio. Depois rumou para
os Estados Unidos, onde estudou
Administração Hoteleira na Cornell
University. A partir daí, como ela
define, a hotelaria passou a fazer
parte de sua vida.
Premissas
A vivência no exterior permitiu que
aprendesse a respeitar e a conviver
com culturas diferentes – a oriental
e a ocidental. “Mas, acima de tudo,
aprendi a me comunicar, a saber
transmitir o que desejo que as
pessoas entendam. Isso favorece
a familiarização com diferentes
hábitos, costumes e valores. A
hotelaria está intrinsecamente
relacionada a essas premissas. Em
um hotel, recebemos pessoas de
todas as partes do mundo e temos
de saber nos relacionar para atendêlas da melhor forma. Além disso,
sempre fui detalhista, perfeccionista,
crítica e sensível à percepção das
coisas. Aprendi também que é
preciso fazer isso com a alma e o
coração. É isso que faz a diferença e
o estilo de gestão da rede Blue Tree”,
define.
Como legítima representante da
colônia japonesa no Brasil, Chieko
acredita que muitos ingredientes
da cultura oriental podem
influenciar positivamente o mundo
dos negócios. Cita entre eles:
disciplina, credibilidade, seriedade,
responsabilidade, qualidade,
organização, método, dedicação e
compromisso. Outro aspecto valioso
que menciona é o tempo que os
japoneses levam para “amadurecer”
uma idéia. “Os brasileiros são
mais impetuosos, querem tudo
para ontem e, às vezes, acabam
fazendo sem a perfeição e a certeza
necessárias”, afirma, ao dizer que na
empresa aplica ao atendimento e à
administração conceitos baseados
na cultura japonesa. “Isso fortalece o
padrão de excelência”, afirma.
Chieko acredita que não existe
negócio próspero sem clientes
satisfeitos. “Crescer sem esse foco
é ilusão”, enfatiza, ao dizer que
somente produtos excelentes, que
encantam os clientes, têm
condições de sobreviver.
E esse encantamento,
ela ressalta, não pode
ser estático porque
as pessoas estão cada
vez mais informadas e
conhecedoras dos produtos
que consomem, e chegam
a propor mudanças que as
satisfaçam. “Hoje, a relação
é de parceria. O produtor
deve estar sempre à frente do
cliente em conhecimentos e
experiências para surpreendêlo e ser referencial para suas
novas demandas”, ressalta.
Sol escaldante e leões
Para a senhora Aoki, como é
carinhosamente chamada por seus
funcionários, os empreendedores
têm como característica a coragem,
por estarem sempre enfrentando
leões ao mesmo tempo em que
estão expostos ao sol escaldante.
“Comigo não é diferente. Além das
dificuldades do mercado interno,
dependemos de uma economia e
de uma situação mundial estáveis
e de paz. Porém, não adianta
reclamar que poderíamos ter melhor
infra-estrutura, como estradas,
aeroportos e segurança. Se assim
fosse, quem sabe não teríamos
tantas oportunidades de construir
e de fazer acontecer”, enfatizou, ao
lembrar que não teve problemas com
a estruturação da empresa, porque
sempre esteve cercada por um grupo
administrativo que complementasse
as suas competências.
coisa dar certo’ ficou no passado”,
ressalta.
Na sua visão, o Brasil tem
administradores extraordinários e
que fazem grandes negócios pelo
mundo. “São profissionais talentosos
que conseguem ser melhores do que
muitos expoentes internacionais. Por
isso, as empresas brasileiras bemadministradas – e que são muitas
– são comparáveis às melhores do
mundo”, afirma. No entanto, chama
a atenção para o fato de que ainda
muitas organizações não possuem
governança nem administração
profissional. “Elas precisam mudar
para não serem banidas do mercado.
A lei de sobrevivência no mundo dos
negócios é séria e cada vez mais não
tem espaço para incompetência em
administração. O tempo de ‘qualquer
“Ouvir o sinal interno” e fazer o
que se deseja com conhecimento,
profissionalismo, determinação,
responsabilidade e dedicação é o
recado que dá aos interessados em
abrir negócios próprios. A bem da
verdade, esclarece Chieko, cada
profissional desenvolve processos
distintos durante a caminhada, mas
que levam aos mesmos objetivos:
atingir metas quantitativas e
qualitativas. “Portanto, assim como
não tenho receita para felicidade, não
tenho para o sucesso profissional”. De
qualquer forma, recomenda seguir
as palavras de Madre Thereza de
Calcutá: “não deixe jamais que alguém
que achegou-se de ti vá embora sem
sentir-se melhor ou mais feliz”.
Administrador Profissional - Setembro - 2008
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carreira
QUEM MANDA SÃO
AS CIRCUNSTÂNCIAS
Ele queria ser
missionário para
ajudar a mudar o
mundo. Conseguiu
por meio de uma
empresa de trabalho
temporário
Não conseguimos mudar a
nossa personalidade, mas somos
transformados pelas circunstâncias.
São elas que fazem a nossa história.
Dessa forma, Jan Wiegerinck, iniciou
um “bate-papo” no CRA-SP promovido
pelo Comitê Jovens Admistradores,
da entidade, no qual falou sobre os
caminhos que o levaram a ser dono
da primeira empresa de trabalho
temporário do País, a Gelre. Lembrou
que, quando criança, queria ser
missionário, por entender que dessa
forma poderia resolver os problemas
do mundo. Em vez da carreira religiosa,
as circunstâncias o levaram a fazer
Direito. Holandês de nascimento,
chegou ao Brasil em 1955, depois de
passar pela Guiana Holandesa, onde
trabalhou por um ano e meio na
embaixada brasileira.
O seu primeiro emprego no País foi
em um banco, onde ficou até 1961. Foi
dispensado por insubordinação, por
não aceitar ser transferido de São Paulo
para Santos. Depois, foi parar em uma
empresa de exportação e importação.
Ao se desligar, dois anos depois, passou
a enviar cartas para empresas do País
e do exterior a procura de emprego.
Uma das respostas que recebeu era
de uma organização americana. Só
que em vez de emprego, a oferta era a
de uma franquia. Se pagasse, poderia
aprender como implantar um sistema
de trabalho temporário. Foi o que fez.
Assim nasceu a empresa, que este
ano completa quatro décadas e meia.
“Nesse período, cerca de 4 milhões de
brasileiros já receberam um cheque
da Gelre, pelo menos uma vez. Eu que
estudei Direito para ajudar o mundo,
não consegui por esse meio, mas faço o
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Administrador Profissional - Setembro - 2008
que posso dentro das circunstâncias a
que fui direcionado”, orgulha-se.
O caminho das pedras, de acordo com
Wiegerinck, passa pela consciência
das responsabilidades que, a seu ver,
se dividem em quatro estágios: a
própria pessoa; a família; a profissão;
e a sociedade. Para ele, as pessoas
não devem sacrificar o que está perto
em função do que se encontra longe.
“Ninguém pode pagar impostos, se
para isso tem de deixar a família passar
fome. A responsabilidade com a família
vem antes da que se deve ter com a
sociedade”, justificou.
Ser responsável consigo mesmo,
explicou Wiegerinck, é cuidar do
próprio corpo, desenvolver o intelecto,
por meio de leituras, estudos e outras
artes, alimentar relacionamentos
com pessoas e a sociedade. “Faz parte
do ser humano gostar de alguém
ou de alguma coisa. Do contrário, é
abandonar um aspecto importante
da vida. Por isso, acredito não fazer
sentido alguém dizer que sacrifica a
família em detrimento da carreira”,
enfatizou, ao lembrar ser preciso
também ter disciplina.
Na vida profissional, destacou
a importância de participar de
entidades. Além de ter presidido
a Câmara de Comércio BrasilHolanda, Wiegerinck é fundador da
Associação das Empresas de Trabalho
Temporário e presidente do sindicato
patronal da classe. “No Brasil há uma
carência muito grande desse tipo
de envolvimento. Os brasileiros são
muito cordiais, o que enfraquece
as associações. Como dirigente da
Associação Cristã de Empresas,
entidade espalhada por vários países,
participei de um almoço na Argentina,
com 250 empresários. Em São Paulo,
em evento semelhante conseguimos
reunir 70, com muita dificuldade”.
Para ele, o ser humano faz basicamente
três coisas: aprende, trabalha e se
diverte. “Para aprender é necessário
curiosidade. Cito uma frase de
Humberto Campos, que diz: Existem
três tipos de pessoas: as inteligentes,
que aprendem com as experiências
dos outros; os normais, que aprendem
com a sua própria experiência; e os
burros, que não aprendem. Todos têm
um pouco dos três tipos e é burrice
imaginar que ao fazer as coisas sempre
da mesma maneira teremos resultados
diferentes. Mas é o que fazemos”,
salientou.
Para Wiegerinck, é preciso ter
consciência de que o homem não
foi feito para trabalhar. “Se assim
fosse, nosso corpo seria diferente e
seríamos mais eficazes”, justifica, ao
ressaltar que embora essa prática seja
necessária, não pode ser o objetivo
da vida. “Porém, não se pode tirar de
ninguém o direito nem a possibilidade
de laborar”, disse. Lembrou que o
Brasil tem muitas leis que dificultam
a entrada das pessoas no mercado de
trabalho. Sua empresa, por exemplo,
já foi autuada por ter arrumado
colocação para uma pessoa que não
tinha inscrição no INSS. “Por que não
pode? Entendo que trabalhar é um
direito das pessoas e nenhuma lei pode
derrubar isso”.
De acordo com seus ensinamentos,
também não se deve lutar pela vida,
mas trabalhar para ela. “Luta quer
dizer que um ganha, outro perde.
E isso precisa ser mudado, porque
para ter uma atividade laboral não
se tira nada de ninguém. Outro
conceito que não pode ser cultivado
é o de classificar o concorrente como
inimigo. Na nossa empresa temos
sete públicos que merecem o nosso
respeito. Um deles é o concorrente.
Não lutamos contra, porque tem lugar
para todos”. O trabalhar para a vida,
explica Wiegerinck, é servir, fazer
algo para os outros. “Quem trabalha
em uma fábrica de carros não produz
veículos, mas utilidades para as pessoas
usufruirem”.
Confiança
Uma pesquisa do instituto Gallup com
mais de 3 milhões de trabalhadores em
todo o mundo, sobre o que querem
de seus chefes, aponta para uma
resposta quase unânime: confiança.
“Assim, ter confiança, autocontrole,
não ser agressivo, irradiar bom humor,
ser conciliador, paciente, cortês e
generoso, são itens que contribuem
para que as pessoas encontrem o
caminho”, sentenciou.
Sobre as pedras no caminho, diz
que quem atrapalha as pessoas são
elas mesmas, já que o homem é
preguiçoso por natureza e pouco faz
para combatê-la. Outro mal é o medo.
“Temos funcionários que tremem
quando os fiscais visitam as filiais.
É o medo do estranho”, justifica. No
entanto, continua, o pior defeito é o
orgulho. “Um padre argentino disseme que os empresários não têm motivo
para roubar ninguém, por já terem
dinheiro suficiente nem devem desejar
a mulher do próximo, por já terem
passado da idade. No entanto, têm
a tentação da vaidade. Querem ser
bajulados, elogiados. Ou, em outras
palavras: quem é vaidoso, orgulhoso
ou prepotente, está se atrapalhando.”
Daí, ele entender ser preciso que
essas pessoas formem equipes e
se socorram de pessoas melhores
que elas. Mas, no contexto geral,
não é o que acontece. Os chefes
não querem pessoas que saibam
mais que eles, para não se
sentirem ofuscados.
com maior índice de reclamações
trabalhistas do mundo. “Mas por
que isso?”, pergunta. E responde:
“os empresários brasileiros não são
melhores nem piores do que os demais.
O problema está no investimento
social, mal utilizado e deficiente. Para
se entrar em um prédio, é preciso
preencher fichas, deixar documentos,
ser fotografado. Isso não existe
em lugar algum. É sinal de falta de
confiança”.
A ética também é mal explorada. “Para
muitos, é não sonegar impostos. É
claro que faz parte, mas é mais que
isso. Do contrário, bastaria pagar
impostos em dia para adquirir essa
condição. Não acho ética, por exemplo,
a atitude de um policial que multa um
motorista de táxi que, para facilitar
o desembarque de uma pessoa com
deficiência, pára em local proibido”, diz.
E conclui: “para mim, ética é o que está
na consciência”.
A falta de capital social
é outro estorvo ao
desenvolvimento. Wiegerinck
diz que o Brasil é o país
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MERCADO
Colecionadora
de marcas
Por meio de marcas “adormecidas”, a Hypermarcas se tornou uma
das mais diversificadas companhias de bens de consumo
Leite de Colônia, Extrato de Tomate
Etti, Zero-Cal, Detergente em pó
Assim, Cenoura & Bronze, Melhoral,
Estomazil, Monange, Sabonete
Rastro, Palho de Aço Assolan. Muita
gente conhece esses produtos. No
entanto, o que a maioria não sabe
é que são apenas alguns dos nomes
que fazem parte de um portifólio
com 85 rótulos, que se encontra sob
o guarda-chuva da Hypermarcas, do
empresário João Alves de Queiroz, o
Júnior. A relação vai de amaciantes a
desorizadores sanitários, de gelatina
a maionese e de palhas-de-aço a
xampus. A empresa é tida como uma
das maiores e mais diversificadas
companhias de bens de consumo,
com capital 100% nacional.
Considerado um dos
mais bem-sucedidos
empreendedores
brasileiros, Júnior ficou
conhecido por ter
criado a Arisco
e depois tê-la
vendida em
2000 para a
norte-americana
Bestfoods por
US$ 760 milhões.
Dois anos depois
dessa negociação,
estava no
mercado
novamente
com a Prátika
Industrial.
O reinício se
deu com um
investimento
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Administrador Profissional - Setembro - 2008
de US$ 30 milhões utilizados na
aquisição da então pequena Assolan,
na época detida pela Unilever, e
de pequenas fábricas de lã de aço
em estado pré-falimentar. Depois
de consolidar a marca, que em
pouco tempo passou de 5% para
25% do mercado, a empresa ganhou
nova denominação: Hypermarcas.
Estavam abertas as portas para
investimentos em diversos
segmentos.
A idéia era criar um conglomerado
diversificado, sempre a partir
de marcas
“adormecidas”.
Atualmente,
com quatro
unidades
de negócios - higiene e limpeza,
beleza e higiene pessoal, alimentos
e medicamentos sem prescrição
médica –Júnior,
que raramente cria rótulos –
os sabões em pó Sim e Assim
são exceções -, quer continuar
investindo na ressuscitação de
marcas. No ano passado, por
exemplo, após um ano e meio de
negociação, adquiriu a DM por cerca
de R$ 1,4 bilhão. Com o negócio,
incorporou aos seus produtos
nomes como Biotônico Fontoura,
Gelol, Melhoral, Monange e Vitasay.
Ainda como parte de seu projeto
de comprar nomes “adormecidos”,
recentemente a empresa anunciou
a compra de quatro marcas da
multinacional americana Revlon,
entre elas a Bozzano, e das marcas
de gel para cabelo NY Looks e NY
Radical.
Com a ampliação do leque de
produtos, o objetivo é deixar a
Hypermarcas menos exposta ao
ataque de rivais. Um executivo da
concorrência diz que a empresa
pode até perder rentabilidade nos
segmentos de higiene, limpeza ou
alimentos, nos quais os oponentes são
muito fortes, mas pode compensála na área de medicamentos. De
fato, as empresas que não atuam de
forma global levam desvantagem
pela disputa no mercado de bens de
consumo, que se dá, invariavelmente,
via preço. Para competir é preciso
atingir a escala das multinacionais.
Esse é o tipo de contenda que Júnior,
um aficcionado por competição, terá
daqui para frente.
O modelo por ele empregado na
construção da Hypermarcas –
oferecer produtos que atendam
de modo completo o pequeno e o
médio comércio, de forma rápida -,
na opinião de consultores
econômicos, entre
eles Nelson Barrizelli,
professor de Marketing
da Universidade de
São Paulo, funciona
bem em
economias inflacionárias. Motivo:
a “corrosão” do dinheiro não pode
esperar pelo abastecimento das
gôndolas. Vai melhor ainda em
tempos de estabilidade, pois a
variedade de produtos e a garantia
de entrega e de preços são convites
para a fidelização de pequenos e
médios clientes. Daí a preferência
por empórios e redes médias de
supermercados, o que não significa
que seus produtos deixem de ocupar
espaços nas prateleiras dos grandes
varejistas.
Nas avaliações de analistas
especializados em empresas de
bens de consumo, a Hypermarcas,
que em abril deste ano abriu o
capital na bolsa, vale entre R$ 4
bilhões e R$ 6 bilhões. O dinheiro
que virá da emissão das ações será
utilizado na expansão dos negócios,
contribuindo assim para transformar
em realidade o sonho de Júnior:
criar uma espécie de “Unilever
brasileira”. Em 2007, a receita da
empresa foi de R$ 1,1 bilhão. Nos
últimos três anos, a companhia
cresceu a uma taxa média de 52,3%
ao ano, graças principalmente ao
alto volume de aquisições – 15
em seis anos – e a uma estratrégia
agressiva de Marketing.
E para quem acha que
as coisas vão parar por
aí, a empresa anunciou
que ainda tem R$ 400
milhões em caixa
para gastar. Ou seja,
deverá ir às compras
sempre que surgirem
oportunidades.
Cultura da
simplicidade
A direção da
Hypermarcas é
composta por
profissionais
que saíram
das melhores
universidades,
entre elas a
conceituada
Harvard
Marcas
milionárias
Com um faturamento
anual de R$ 1,5 bilhão, a
Hypermarcas opera cinco
complexos industriais com 13
diferentes linhas de produção,
localizados nos Estados de
Goiás, Santa Catarina, São
Paulo e Rio Grande do Sul.
Principais marcas que fazem
parte do portifólio:
• Alimentos: Etti, Finn e
Zero Cal
• Higiene Pessoal: Monange,
Cenoura & Bronze, Avanço e
Leite de Colônia
• Medicamentos: Gelol, Doril,
Engov, Melhoral e Biotônico
Fontoura
• Limpeza: Assolan, Assim e Sim
Business School. “Júnior não quis
repetir erros cometidos na Arisco,
por ter atrasado o processo de
profissionalização”, diz Nelson
Mello, presidente da empresa e
um dos homens de confiança do
“chefão”. Todos foram entrevistados
por Júnior e só permaneceu quem
mostrou que, além do conhecimento
administrativo, tem flexibilidade
para atuar numa empresa que cultiva
uma cultura de simplicidade. Essa
cultura é herança de seu pai, que
chegou a trabalhar, quando jovem,
como carregador de sacos em
Ipameri, interior de Goiás. De seus
ensinamentos, dois foram de grande
utilidade durante as negociações
das empresas incorporadas pela
Hypermarcas. O primeiro: “nunca
se deixe irritar durante uma
negociação”. O segundo: “só compre
de quem quer vender, só venda para
quem quer comprar”.
Administrador Profissional - Setembro - 2008 11
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Equilíbrio entre o
público e o privado
Um dos objetivos
das agências
reguladoras é
manter regras e
contratos de longo
prazo
O Brasil sempre lutou contra a falta de
recursos para investimentos em infraestrutura. Essa situação começou a
mudar, a partir da década de 90, com o
processo de desestatização implantado
pelo governo de Fernando Henrique
Cardoso. Parte do que representava
ônus pesados e poucos serviços ao
contribuinte foi privatizada, casos
das empresas de telecomunicações e
siderúrgicas. Outra parcela também
foi para as mãos da iniciativa privada,
só que por meio de concessões: as
rodovias, por exemplo, as quais
continuam como bens do governo,
que dita as melhorias que devem ser
feitas. Em ambos casos, porém, o
Estado deixou de ser o responsável pelo
desenvolvimento, porém assumiu a
regulação dos serviços.
Em palestra no CRA-SP, a convite do
Grupo de Excelência “Administração
Pública”, Alcides José Saldanha,
presidente da Agência Estadual de
Regulação dos Serviços Públicos
Delegados do Rio Grande do Sul
(Acergs), falou sobre a importância das
agências reguladoras. “Foram criadas
com o objetivo de gerar salvaguardas
institucionais e de manter regras e
contratos de longo prazo”, disse. Não
são órgãos governamentais. Estão
acima do governo e representam
o Estado. São independentes, uma
vez que buscam o equilíbrio
das relações entre o poder
público e o agente privado,
com o objetivo de assegurar
ao cidadão serviços com
qualidade, atualizados e
modicidade tarifária.
Saldanha, que já ocupou
o cargo de ministro dos
Transportes (1996/97),
lembrou que as pessoas
12
12 Administrador
Administrador Profissional
Profissional -- Setembro
Setembro -- 2008
2008
criticam os preços dos pedágios,
que são liberados pelas agências
reguladoras. “São caros, mas, graças
a eles, a qualidade das estradas
aumentou”. Aproveitou para criticar
o fato de os governantes investirem
apenas em um só tipo de transporte
nos últimos 30 anos, o rodoviário.
“Carrega-se toda a safra de soja de
caminhão. Não há estrada que agüente
nem dinheiro que chegue a tempo para
consertá-la”.
Ação preventiva
Ao explicar que a independência
das agências não significa liberdade,
lembrou que elas são a garantia que os
bancos necessitam na hora de liberar
créditos para as concessionárias.
Funcionam como uma ação
preventiva quanto às instabilidades
governamentais. Por isso, os mandatos
das agências não coincidem com
o governamental – geralmente
pega a metade de um governo e a
metade de outro. Além disso, de
acordo com Saldanha, o processo
regulatório tem início na elaboração
do edital que define os parâmetros da
contratação dos potenciais candidatos.
É responsável também pela análise
do plano de viabilidade econômicafinanceira, pela informação que
possibilita o usuário conhecer direitos
e deveres sobre o serviço concedido,
bem como exigir do concessionário
eficiência e qualidade.
“Não se trata de dizer se a concessão é
um bom ou mau negócio. Só lembro
que quando deixei o ministério, o
Brasil tinha 55 mil quilômetros de
rodovias federais asfaltadas. De lá para
cá, a população aumentou e só foram
acrescidos 4 mil quilômetros à malha.
Não é preciso dizer que o governo está
correndo atrás da máquina”, concluiu.
Governo paulista reduz investimentos
e Fundação Padre Anchieta busca
recursos no mercado
Para manter uma programação
de qualidade, a Rádio e Televisão
Cultura (RTC) tem um orçamento de
R$ 200 milhões. Até aí, nada demais.
O problema é que nos últimos anos,
a liberação de recursos pelo governo
paulista para a sua manutenção vem
diminuindo. Hoje é de 38%, o que
obriga a Fundação Padre Anchieta,
mantenedora das emissoras, a
buscar a diferença na iniciativa
privada, sob a forma de patrocínio,
ou por meio da prestação de serviços
para várias instituições, como a
Assembléia Legislativa, Tribunal
Superior Eleitoral e Secretaria
da Cultura. “Esse é o caminho”,
afirmou Paulo Markun, presidente
da fundação, também em palestra
promovida pelo Grupo de Excelência
“Administração Pública”.
No Brasil, de acordo com Markun,
a televisão pública nasceu com a
expectativa de ser uma emissora
educativa. Com o passar do tempo,
porém, o modelo se revelou
ineficiente. A Cultura sobressai-se
das demais emissoras mantidas pelo
governo, por seguir à risca o que
determina o estatuto da fundação:
contribuir para a formação crítica
do homem e para o exercício
da cidadania. “Dessa forma, sua
programação busca apresentar
entretenimento de qualidade,
formação cultural, debate, pluralismo,
inovação, experimentação, novos
personagens e produtores”, destacou,
ao lembrar que é a segunda televisão
mais admirada no País, a de maior
rentabilidade e a que mais contribui
para a educação e cultura.
“O ponto-chave é convencer a
sociedade de que precisa pagar
pelos serviços prestados pela
comunicação pública”, disse Markun.
Porém, lembrou que diante das
circunstâncias econômicas não existe
essa possibilidade, como ocorre
com a BBC (British Broadcasting
Corporation), de Londres. A emissora
é mantida pelo dinheiro de uma taxa
específica paga pelo contribuinte
inglês. “É chover no molhado falar
sobre o desafio que é montar uma
estrutura de gestão numa instituição
que estava acostumada a ser uma
espécie de repartição pública. Como
62% dos recursos vêm do mercado,
gastar bem é muito mais crítico do
que em uma instituição cujo custeio
é visto como uma obrigação do
governo”, finalizou.
Administração Pública
TV pública?
Administrador Profissional - Setembro - 2008 13
CAPA
EM CONSONÂNCIA
COM O MUNDO
MODERNO
Imprescindível em qualquer organização, a Administração
ganha espaços por contribuir para que as transformações sejam
absorvidas pela sociedade
A contribuição da Administração
para a modernização do mundo atual
é inequívoca. Sem ela, as mudanças
econômicas, sociais, políticas e,
principalmente, tecnológicas, que
tanto colaboram para alterar o
comportamento da sociedade, não
seriam absorvidas com rapidez.
Nesse contexto, o mérito do
administrador está em acompanhar
essa evolução, como forma de manter
viva as empresas e de promover a
integração do homem no espaço
em que trabalha. Mas, para que ele
chegue a este patamar, não basta estar
preparado para identificar e solucionar
problemas, ter conhecimento
e determinação, saber planejar,
organizar, dirigir e controlar. É preciso
ser ágil, criativo, ousado e ter em
mente que as decisões impostas pela
internacionalização da economia não
devem considerar apenas os interesses
internos da companhia, como o lucro
e a distribuição de dividendos aos
acionistas, mas também os externos,
como a promoção do bem-estar das
comunidades locais e a preocupação
constante com a sustentabilidade. Esse
é o perfil que faz a diferença na arte de
gerenciar.
14
Administrador Profissional - Setembro - 2008
Se antes a tarefa de administrar era
decorrência de uma qualificação
conseguida por meio de análises
baseadas no conhecimento científico,
agora faz parte de uma corrida que
busca com insistência soluções para
problemas cada vez mais complexos,
em que as análises mercadológicas
e financeiras são praticamente
instantâneas. A nova situação reforça
o papel do administrador como agente
de mudanças e de transformações,
principalmente depois que as empresas
perceberam que o caminho para
o sucesso passa pela colocação de
“pessoas certas” nos “lugares certos”.
Ou seja, os cargos administrativos e de
negócios passaram a ser preenchidos
por administradores, principalmente
com os dotados de visão estratégica.
Essa percepção começou a ganhar
força em meados dos anos 80, com
o fenômeno da globalização. As
empresas foram obrigadas a incorporar
ferramentas que as auxiliassem
a definir estratégias criativas e a
otimizar resultados para fazer frente
às imposições econômicas. O cenário
fortaleceu a carreira do administrador
que, em virtude de sua formação
ampla e heterogênea, tem condições de
apresentar diagnósticos, que rendam
maiores resultados em menor tempo,
para todos os setores da organização,
principalmente diante de desafios
e incertezas. Responsável pelo
planejamento de estratégias e de seu
gerenciamento geral, pelos processos
admissionais até a organização de
planos de carreira e programas de
benefícios, pela operacionalização
das áreas de custos, orçamentos,
fluxos de caixas e investimentos,
pelas estratégias de Marketing, entre
outras atividades, o administrador
prova que se antes sua participação
era importante para a sobrevivência
das organizações, agora ela se tornou
vital. Essa realidade explica porque a
Administração é o curso de graduação
com a maior oferta anual de vagas
no País e, de longe, a que mais atrai
estudantes. De acordo com o Censo
da Educação Superior, são ofertadas
anualmente 520 mil vagas em mais de
2.800 cursos.
Além de refletir o avanço da economia
do País, a crescente procura pelos
cursos de Administração – em 1970,
cinco anos após a regulamentação da
profissão (ver página 17), haviam 247
cursos; em 2000, 1.462 -, é resultado
de um processo de modernização que
transformou a profissão de burocrática
em estratégica. A estrutura dos cursos
tem acompanhado as necessidades
das empresas, que deixaram de ser
geridas por imposições hierárquicas
para serem comandadas por processos.
Assim, a exemplo do que ocorre no
mundo desenvolvido, a Administração
brasileira passou a explorar uma
infinidade de segmentos, daí chamar
a atenção dos jovens que desejam
ascensão profissional.
Novos modelos
Quando se fala em Administração, o
que vem à mente é que sua função é
a de cuidar de todas as operações de
uma empresa, desde a organização dos
recursos humanos, mercadológicos,
materiais e financeiros. Nos
últimos anos, por exemplo, não se
pode esquecer de sua importância
na implantação de medidas
radicais visando a manutenção da
competitividade das empresas, como
os processos de reengenharia, uma
espécie de reformulação do modo
de fazer negócios, de conduzir
atividades, tarefas ou processos, ou
de downsizing, prática que prevê o
“enxugamento” de pessoal, delegando
maior responsabilidade a gerentes
e funcionários mais baixos. Ou,
ainda, dos programas de qualidade,
sinônimo de melhoria contínua que,
além de levar em conta a adequação
do uso, observa critérios como custos,
controles internos, prazos e satisfação
do cliente.
Na condução dos processos de fusão,
incorporação, aquisição – e até mesmo
de internacionalização das
empresas -, a Administração
desempenha papel principal ao
analisar e impor novos modelos
de gestão, como também é útil na
implementação e reformulação das
culturas organizacionais. Atentos a
essa realidade, os investidores globais
passaram a considerar o administrador
brasileiro como uma “solução
inteligente” para a gestão dos negócios
no País. Ter um executivo local, mas
com senso global de realização, ajuda
a entender o ambiente cultural e as
questões básicas necessárias para os
negócios.
As empresas também modernizaram
a gestão com olhos direcionados
para a atração de investidores. Para
isso, tiveram de abrir e modificar
suas estruturas societárias, ou seja,
se adaptar às regras da governança
corporativa, que estabelece como
as sociedades devem ser geridas,
envolvendo relacionamentos
entre acionistas, Conselhos de
Administração, diretoria e demais
partes interessadas. O fenômeno,
que foi acelerado pelos processos
de globalização, privatização e
desregulamentação da economia, se
revela como um dos pontos mais altos
da Administração, ao proporcionar um
ambiente corporativo mais competitivo
e garantia de confiabilidade da empresa
para os seus acionistas.
que tais atitudes podem representar
economias e resultados financeiros
de curto prazo. “Outro avanço, em
tempos de produtividade, qualidade,
eficiência e competitividade, que
deve ser atribuído à área de Recursos
Humanos é o de tratar as pessoas como
diferenciais para tornarem as empresas
competitivas. Em outras palavras: em
vez de recursos, se tornam parceiras
do negócio”, afirma Walter Sigollo,
superintendente de Recursos Humanos
e de Qualidade da Companhia de
Saneamento Básico de São Paulo, exconselheiro do CRA-SP e ex-presidente
da Associação Brasileira de Recursos
Humanos, seccional São Paulo.
Segmentação
A Administração ganhou espaço
porque soube se segmentar. Hoje,
praticamente não há uma área em
Na área de Recursos Humanos, a
administração moderna
deixou para trás o conceito
de cuidar apenas das
relações entre empresas
e funcionários e de
criar mecanismos para
atrair e reter talentos
para desempenhar
papel estratégico para as
tomadas de decisões das
empresas. Se antes, o RH
era “massacrado” por conta
da adoção de programas
severos de redução de
despesas, que acabavam
resultando em demissões,
hoje tem a missão de provar
Administrador
Administrador
Profissional
Profissional
- Setembro
- Julho - 2008 15
CAPA
Michael Cayne: “Copa
pode atrapalhar o
sonho das Olimpíadas”
que ela não seja imprescindível,
ou que não esteja presente. Nesse
processo, destaca-se o papel do
Conselho Regional de Administração
de São Paulo, que por meio de
Grupos de Excelência em Assuntos
da Administração, promove o debate
sobre as tendências do campo de
atuação do administrador, com
a participação de profissionais
renomados. Algumas dessas áreas
foram desenvolvidas no Conselho,
caso da Administração Legal, que
tem a administradora Anna Luiza
do Amaral Boranga, conselheira da
entidade, como uma de seus principais
expoentes.
“A Administração Legal surgiu em
decorrência do crescimento da
demanda por serviços jurídicos.
Diante da necessidade de constantes
aprimoramentos e investimentos
no conhecimento, os advogados
deixaram de ter tempo para
se dedicarem às atividades
administrativas. Além disso,
a advocacia, ao deixar de ser
um ‘bom negócio’, por conta
da concorrência
16
Administrador Profissional - Setembro - 2008
acirrada, passou a conviver com o
achatamento dos lucros, obrigando-a a
uma nova forma de gerenciamento dos
recursos. Assim a Administração Legal
tem como finalidade supervisionar
e proporcionar o adequado suporte
administrativo e financeiro desse tipo de
escritório, analisar o seu desempenho,
fornecer subsídios e informações aos
sócios para a tomada de decisões”,
afirmou Anna Luiza.
Outro exemplo é o da administração
de um hospital. “Se já era difícil, em
função de abrigar um conjunto de
‘empresas’ como lavanderia, restaurante,
farmácia, clínicas médicas, consultórios
e pronto-socorro, ficou ainda mais
complexa com a incorporação dos
contínuos avanços tecnológicos
conquistados pela Medicina. Dessa
forma, a profissão de administrador
hospitalar, embora já exista há cerca
de três décadas, teve significativo
crescimento”, destaca o administrador
Paulo Roberto Segatelli Câmara,
presidente da Federação Brasileira
de Administradores Hospitalares e
conselheiro do CRA-SP. Lembrou que
os hospitais perceberam que a obtenção
da eficiência e do aumento da satisfação
de seus clientes estão diretamente
ligados à gestão eficaz. Nessa esteira,
reveste-se de importância também
a Administração Hoteleira, ao
permitir que esses clientes
tenham o mesmo tratamento que
receberiam em um hotel. É um
conceito que vem ganhando força
nas principais instituições de
saúde do Brasil e, sem dúvida,
um campo que pode ser
amplamente explorado pelo
administrador.
A Administração
também se mostra
promissora nas
empresas familiares.
Para continuarem
competitivas, cada vez mais elas
“acordam” para a necessidade
da profissionalização da gestão.
Quem ainda resiste teme perder o
controle gerencial. Na realidade,
é falta de visão, pois empresa e
família são assuntos que não podem ser
misturados, principalmente quando o
objetivo é fazer com que a organização
se perpetue. O profissional da área deve
saber administrar conflitos, preservar a
privacidade, conquistar a confiança dos
acionistas e ter habilidade política.
Futuro promissor
Com o setor de agronegócios em pleno
desenvolvimento – responde por cerca
de 1/3 do Produto Interno Bruto – e o
setor rural cada vez mais dependente de
novos conhecimentos, a Administração
Rural ou de Agronegócios também
mostra a sua força. Esse crescimento
impõe a contratação de um especialista
na área. A profissão é nova e em um
universo de 142 milhões de toneladas
de grãos – safra brasileira prevista para
2008 -, é preciso entender de produção,
tecnologia, marketing, finanças, saber
avaliar o mercado, ajustar o negócio
agrícola às mudanças tenológicas e
analisar custos de produção. Cabe
ainda a esse profissional a definição
de insumos e dos serviços necessários
às lavouras e à criação de rebanhos,
como número de empregados, horas
de trabalho e rotinas de serviço. Além
das fazendas, pode atuar também em
indústrias.
Outra área que impõe a contratação
de um especialista é a de Comércio
Exterior. Com os sucessivos recordes
das exportações brasileiras não se
pode prescindir de um profissional
que efetue trabalhos administrativos
e comerciais voltados para o
mercado de bens e de serviços, que
tenha familiaridade com as normas
mercantis, algandegárias e fiscais
de cada país, e que saiba planejar,
organizar e controlar os setores de
exportação e importação.
Também é nova e alvissareira a área
da gestão ambiental. Premissas como
a de proporcionar qualidade aos
clientes deixaram de ser diferenciais
para se tornarem obrigações. Hoje, os
consumidores querem quem respeita
o meio ambiente, o que estabelece
um novo tipo de relacionamento
entre as empresas e as organizações.
Por ser uma área estratégica, a gestão
ambiental concilia os negócios com
o desenvolvimento sustentável,
contribuindo para o menor impacto
possível na natureza, redução dos
custos, aumento da competitividade e
melhoria da imagem da empresa.
De acordo com o administrador
Itamar Revoredo Kunert, presidente
da Associação dos Administradores
de Santos e representante do CRA-SP
naquela cidade, uma área que está em
alta é a do perito judicial. Lembra que o
seu campo de atuação é múltiplo, desde
gestor de massa falida, em caso de
falências, ou de acompanhante ou fiscal
dos planos de negócios de empresas
em recuperação, até no auxílio da
Justiça Trabalhista no que se refere a
elaboração de laudos sobre isonomia
salarial e cálculos trabalhistas.
A Administração esportiva também é
ampla. Além de clubes esportivos, em
que o profissional pode participar das
ações administrativas de planejamento,
gestão econômico-financeira e
comercial dos departamentos e nos
processos de compra e venda de
atletas, seu campo de atuação pode ser
estendido às federações, associações,
empresas de marketing esportivo e
de consultoria. Nesses espaços têm
a função de analisar as tendências de
mercado, procurar novas áreas para
a prática de esportes, promover e
organizar torneios, buscar incentivos
fiscais para empresas que investem em
esportes, entre outras atribuições.
Muitos são os caminhos da
Administração. Alguns deles, apesar
da eficácia comprovada ainda não
decolaram. Mas é uma questão
de tempo, já que nada sobrevive à
desorganização administrativa. Em
4.000 a.C.,os egípcios também não se
importavam com a administração, até
descobrirem que para serem fortes
era necessário ter planejamento,
organização e controle. Em outras
palavras: a milenar herança
egípcia serviu de base para que os
empreendimentos ao longo do tempo
fossem bem-sucedidos.
Breve história da
Administração profissional
brasileira
A preocupação com a
administração profissional
no Brasil teve início em 1941,
quando o padre Sabóia de
Medeiros trouxe dos Estados
Unidos, em plena Segunda
Guerra Mundial, as receitas
e os gabaritos colocados
em prática pela “Graduate
School of Business”, da
consagrada Universidade de
Harvard, e fundou a Escola
Superior de Administração
de Negócios, a Esan. O
ensino da “Administração
Científica”, como se dizia na
época, durava dois anos, com
mais um de especialização.
A primeira turma formou 41
administradores em uma época
em que os Estados Unidos já
tinham cerca de mil cursos e
formavam 50 mil bacharéis, 4
mil mestres e cem doutores por
ano, em Administração.
Em 1954, a Fundação Getúlio
Vargas criava, em São Paulo, a
primeira escola com graduação
universitária em Administração
de Empresas. Além do marco
histórico, a escola fez do
Brasil o primeiro país a
ter um curso específico em
Administração fora da América
do Norte. Na Universidade
de São Paulo, o curso surgiu
apenas em 1963. Ainda assim,
para fazê-lo, era preciso cursar
Economia e depois optar pela
modalidade ao término do
segundo ano.
A criação dessas escolas nasceu
da necessidade de se formar
profissionais adequados ao
processo de industrialização
que se instalava no País. O
Brasil já havia registrado
em sua história nomes de
empreendedores de sucesso,
caso de Francesco Matarazzo,
que ao morrer em 1937 deixou
uma fortuna estimada em US$
10 bilhões. Porém, apesar do
brilhantismo na condução dos
negócios, esses empreendedores
não tinham qualquer formação
que os fizessem analisar
profundamente os campos em
que atuavam.
A colocação da profissão
no “bloco de elite” se deu
apenas em 9 de setembro de
1965, data em que se comemora
o “Dia do Administrador”,
quando a promulgação da
Lei 4.769 regulamentou a
profissão de “Técnico em
Administração”. No artigo 3.º,
ficava claro que o exercício
é “privativo dos bacharéis em
Administração Pública ou
de Empresas diplomados no
Brasil, em cursos regulares
de ensino superior, oficial,
oficializado ou reconhecido,
conforme currículo mínimo
fixado pelo Conselho Federal
de Educação, nos termos da
Lei 4.024, de 20 de dezembro de
1961”. Com a promulgação da Lei
7.321, de 13 de junho de 1985, a
denominação da profissão foi
alterada para Administrador.
Era uma antiga aspiração da
classe, que coincidiu com o
vigésimo aniversário de sua
regulamentação.
Administrador Profissional - Setembro - 2008 17
GESTÃO DE PESSOAS
TODOS POSSUEM UM
LADO INCOMPETENTE
Para consultor, traços pessoais negativos
podem comprometer a atuação profissional
É inegável a importância das
capacitações técnicas e funcionais
para quem quer crescer na carreira
profissional. Porém, para chegar ao
topo não basta apenas cuidar das
competências. É preciso controlar as
incompetências. O ensinamento é do
administrador Jorge Fornari Gomes,
professor de Cultura Organizacional
na Escola Superior de Propaganda
e Marketing e consultor na área
de gestão de pessoas. Para ele, o
desenvolvimento gerencial está
atrelado aos dois lados da mesma
moeda. A incompetência, explica, são
traços pessoais negativos, como medo,
vaidade, arrogância e tantas outras
coisas que “derrubam” as pessoas no
seu dia-a-dia. “Ninguém escapa do
seu lado incompetente, responsável
por insucessos, infelicidades e
inefetividade de gestão. Cada um de
nós tem um painel interno no qual
anota as bobagens que atrapalham
a vida”, afirma.
Fornari diz que entrar em
uma “roda de incompetência”
pode ser um jogo dif ícil de ser
vencido. Isso se dá basicamente
quando o lado emocional
começa a interferir nas
competências profissionais. Cita
o exemplo de um jogador futebol
que, embora seja reconhecido
como um dos melhores atletas
do mundo, de uma hora para
outra passa a apresentar baixo
rendimento e, por mais que
se esforce, não consegue
voltar ao patamar em
que se encontrava.
18
Administrador Profissional - Setembro - 2008
“Ele esqueceu de como se pratica o
esporte? Não. Apenas se envolveu
com besteiras que prejudicam sua
carreira e vida pessoal”. O termo que
melhor define esse descompasso, diz
o consultor, é descarrilar, sair dos
trilhos.
A origem das incompetências pode
ser genética, ou seja, as pessoas
nascem com elas, ou advém de
traumas adquiridos na infância.
Podem também ser oriundas do
ambiente em que vivem ou das
culturas que lhe são impostas.
A principal conseqüência é a
infelicidade, pois não conseguem
gerenciar a si mesmas. “Muitas,
por exemplo, não se sentem bem
em ambientes políticos. Quando
estão em espaços como esses, ficam
incompetentes porque não são
capazes de serem úteis, seja pelos
rituais a que não estão acostumados,
seja por coisas que nem sempre
sabem explicar”, ressaltou.
Algumas empresas suportam a
incompetência por conta dos
resultados positivos que os seus
portadores proporcionam. Em
outras palavras: as qualidades
superam os defeitos. Em ambientes
assim, a vaidade, por exemplo,
deixa de ser importante. Mas, se
ela se exarcebar em lugares pouco
dominados, é natural que todas
as qualidades individuais sejam
anuladas. “O gestor precisa ter essa
consciência e ajudar as pessoas
a gerenciar os traços pessoais
improdutivos, se possível com o
De acordo com Fornari, os indivíduos
têm dois sistemas que os dirigem: o
emocional e o racional. O emocional,
diz, não tem barreiras, “permite” que
sejam cometidas várias besteiras em
seu nome. O racional, que pondera o
certo e o errado, não muda a maneira
de ser, mas favorece a possibilidade
de controle.
Mosaico
Ele lembrou que as pessoas têm
três competências que precisam
ser desenvolvidas, daí ter escrito
o livro “A terceira competência”
(Editora Qualitymark). A técnica,
que determina os conhecimentos
necessários para a atuação
profissional; a humana, que prega o
bom relacionamento, a liderança, o
trabalho em equipe; e a conceitual
ou organizacional. Essa última,
segundo Fornari, é pouco percebida
pelos líderes gerenciais, apesar
de possibilitar que se tenha uma
concepção da organização. “Muitos
levam a gestão de forma intuitiva,
quando ela deveria ser mais
parametrizada, estudada, planejada,
premeditada. Da mesma forma que
ao fazer um projeto de uma casa,
tenho de premeditar quantos andares
ela terá, qual o peso que as fundações
terão de suportar, os processos de
gestão têm de ser mais arrumados.
A terceira competência é justamente
isso. Desenvolve no gestor uma
qualidade melhor de gerenciamento”,
enfatizou.
A terceira competência, segundo
Fornari, ajuda também os gestores
a entender e construir organizações.
Para isso, sugere a quem observar
uma empresa, que o faça como se
fosse um mosaico. “Como todo
mosaico, quando visto de longe
parece perfeito. É assim que as
empresas são analisadas. Mas,
quando é visto de perto, é possível
notar que faltam pedaços e as
ligações não são boas”, disse, ao
ressaltar que a mesma observação
se aplica às pessoas. Entende que
todos têm um mosaico pessoal, que
precisa ser melhorado para que se
produza um efeito fotográfico mais
preciso. E concluiu: “o gestor não
é um sábio, um antropólogo, um
sociólogo. É apenas gestor que, por
ter visão fragmentada das coisas,
atua de forma intuitiva. Se conseguir
organizar melhor seu pensamento,
certamente irá fazer um trabalho
melhor”.
CRA-SP perde o seu primeiro
administrador emérito
O Conselho Regional de
Administração de São Paulo registra,
com pesar, o falecimento de Olavo
Egydio Setúbal ocorrido em 27 de
agosto último, aos 85 anos.
Primeira personalidade a receber a
láurea de “Administrador Emérito”,
concedida por este Conselho em
1982, Setúbal era dotado de forte
espírito empreendedor. Após
juntar US$ 10 mil, fundou com
um amigo a Deca, fabricante de
fechaduras e de torneiras. Em 1953,
a empresa adquiriu uma indústria
de válvulas de descarga. O sucesso
fez com que seu tio Alfredo Egydio
Souza Aranha, do qual tinha como
referência desde a morte de seus
pais, aos 14 anos, o convidasse para
dirigir o Banco Federal de Crédito
Memória
auxílio de um coaching (consultor
cujo foco é o desenvolvimento e o
autodesenvolvimento de pessoas e
de empresas, visando o crescimento
profissional), que pode entrar em
aspectos mais profundos”.
e a Companhia Ítalo-Brasileira de
Seguros Gerais, que deram origem
ao Grupo Itaú.
Setúbal dirigiu o banco entre os
anos 1964 e 1988, quando passou
a presidir a Investimentos Itausa,
holding do grupo. Foi prefeito de
São Paulo de 1975 a 1979 e uma
de suas marcas era falar frases de
efeito. Ao tomar posse disse que
“gerir São Paulo é a mesma coisa
que gerir uma Suíça e uma Biafra
ao mesmo tempo”. Durante 11
meses, no governo de José Sarney,
foi Chanceler do Ministério das
Relações Exteriores.
À família Setúbal, condolências
de toda a classe profissional dos
Administradores
Administrador
Profissional
- Setembro
Administrador
Profissional
- Agosto -- 2008
2008 19
19
EMPREENDEDORISMO
A necessidade do
empreendedorismo
corporativo
Esse tipo de gestão é indispensável, principalmente em
organizações que tendem a se tornar complexas
A burocracia nas empresas
desmotiva e sufoca os profissionais
talentosos e inovadores, deixandoas despreparadas para enfrentar os
momentos de crises. A organização
competitiva é aquela cujos gerentes
dão espaço à criatividade de suas
equipes e incentivam o surgimento
de empreendedores corporativos
como agentes de inovação. Alguns
estudiosos de Administração
alegam que as empresas de pequeno
e médio portes podem ser mais
empreendedoras que as grandes,
mesmo considerando que o tema
não é exclusividade dela. A verdade
é que todas, de uma forma ou de
outra, adotam o empreendedorismo
corporativo, ainda que não estejam
conscientes disso. A análise é
do administrador Álvaro Mello,
co-coordenador do Grupo de
Excelência em Empreendedorismo e
Inovação, do CRA-SP.
Mas será que esse modelo de gestão
é realmente verdadeiro? As empresas
têm realmente se preocupado em
incentivar o lado empreendedor
e, conseqüentemente, inovador de
seus executivos? Como fazem isto,
ou como estimulam e
implantam o
empreendedorismo corporativo?
As lições destas organizações
e de suas congêneres menores,
particularmente brasileiras, podem
também ajudar outras empresas
a se tornarem empreendedoras e
inovadoras?
Para responder essas perguntas,
Mello recorre a Gifford Pinchot,
criador do termo Intrapreneuring,
no início da década de 80 nos
Estados Unidos, para
designar os profissionais que
agem como verdadeiros
empreendedores, assumem
riscos, persistem na defesa
de seus projetos e criam
fórmulas alternativas
para a solução de desafios.
“São pessoas que cultivam
sonhos, brigam por eles e
têm a capacidade de fazer as
coisas acontecerem”, destaca, ao
lembrar que foi dessa maneira que
surgiram o Post it (bloquinhos de
papel), da 3M, e o PC (computador
pessoal), da IBM.
Segundo Mello, os empreendedores
corporativos são indispensáveis,
principalmente em organizações
que tendem a se tornar complexas.
“Uma diretoria não pode estar a
par de tudo e é preciso delegar
poderes. A grande questão é que
limites impor ao instaurar maior
liberdade de ação para esses
20
Administrador Profissional - Setembro - 2008
profissionais. Esse é um dos grandes
desafios da Administração. Os
gerentes precisam se conscientizar
que devem assumir a postura de
patrocinadores dos empreendedores,
além de dar-lhes direção”, ressalta.
Fronteiras
Ele lembra que não adianta
cobrar conceitos ouvidos pelos
funcionários em seminários ou
palestras comandados por gurus da
Administração, por entender que as
fronteiras impostas aos potenciais
empreendedores corporativos
são atribuições das empresas. Por
exemplo: no estabelecimento dos
limites de divisão do mercado
em que atuam, nos impulsos à
questão da liderança tecnológica
e sustentável, na descoberta de
um novo canal de distribuição ou
no desenvolvimento de uma nova
fórmula de fazer negócios.
A implantação de modelos de gestão
que permitem o surgimento dos
intra-empreendedores, na avaliação
de Mello, deve ser feita observandose uma série de medidas. “As
empresas devem procurar casos de
sucesso, em que esses profissionais
tiveram participação decisiva e
transformá-los em referências.
Se a cultura da empresa não for
favorável ao empreendedorismo,
as chances de surgirem mudanças
para a sustentação do negócio
são pequenas”, diz. Outra ação
neste sentido é recompensar a
inovação como fruto das ações
dos empreendedores internos,
não necessariamente por meio de
aumentos salariais, mas por verbas
extras (bônus), que teriam como
recompensas pelos projetos bemsucedidos.
Mello surgere a criação de um fundo
para projetos ainda não aprovados.
Essa medida coloca ao dispor dos
que pretendem empreender uma
maneira alternativa e formal para
quebrar a hierarquia e, assim,
darem continuidade aos projetos.
“Quando essa quebra se difunde e
se torna prática comum, os intraempreendedores passam a ser
mais tolerados pelos seus pares.
Quando se dá a chance para o
desenvolvimento de suas ações, sem
que para isso tenham de assumir
os riscos de um negócio próprio,
a empresa ganha, já que há uma
descentralização nas instâncias de
poder decisório, além de se tornar
mais ágil”.
Não é necessário que todos os
funcionários tenham esse perfil.
Porém, é fundamental que
alguns possuam características
diferenciadas, ou seja, saibam
empreender. Pinchot diz que toda
empresa tem bolsões de criatividade
e de inovação, o que significa que a
maioria das melhorias é resultado
da ação de empreendedores que
criam bolhas de proteção para suas
equipes e projetos. “Saber incentivar
o surgimento dessas bolhas pode
determinar o futuro e o sucesso de
uma organização, seja ela qual for”,
finaliza Mello.
Perfil do empreendedor corporativo
O empreendedor corporativo é um sonhador guiado pela visão e orientado para ação. Estabelece
objetivos, pensa no futuro e vê onde quer chegar. Tem sua própria concepção do que é bom e do que é mau,
do que é certo e do que é errado. Baseado nos resultados que obtém, consegue assimilar as reações do
mercado, ajustando-se a ele. Sabe, também, vender idéias, aceitar riscos moderados e não é totalmente
intuitivo ou analítico.
Em princípio, todo profissional pode ser um empreendedor. No entanto, algumas características são
essenciais para que consiga levar um projeto adiante, tais como:
• ser capaz de sonhar;
• não seguir somente as rotinas de trabalho, mas acreditar nas novas idéias;
• saber verificar o que é preciso fazer para que o sonho vire realidade;
• “apreciar” os canais informais. O burocrata só se volta aos canais formais;
• saber definir objetivos de longo prazo e os passos para alcançá-los;
• não “jogar” sozinho. O empreendedor sempre trabalha em equipe;
• preocupar-se com a empresa de modo global, e não somente com seu trabalho.
Esse novo padrão de comportamento organizacional já é realidade em algumas empresas, principalmente
nas que entenderam que a era industrial está cedendo espaço para a da informação. “Esse tipo de
relacionamento entre pessoas e organizações proporciona maior liberdade e capacidade de promover
a ordem em mercados complexos, que se caracterizam por mudanças rápidas. Ou seja, o papel do
empreendedor corporativo é fundamental para a sustentabilidade das instituições”, acredita Mello.
Administrador Profissional - Setembro - 2008 21
ELEIÇÕES
CRA-SP TEM ELEIÇÕES
DIA 15 DE OUTUBRO
Escolhidos passarão a integrar o quadro de conselheiros da
entidade. O voto é obrigatório, exceto para maiores de 65 anos
Os administradores
registrados no Conselho
Regional de Administração
de São Paulo e que estão
em pleno gozo de seus
direitos (quite com as
anuidades ou, na hipótese
de parcelamento de débitos,
quite com a última parcela
com vencimento até o dia
26 de agosto de 2008), estão
obrigados a participar, no dia
15 de outubro, do processo
eleitoral que definirá a
renovação de um terço do
quadro de conselheiros.
A votação será feita
exclusivamente pela
Internet nos endereços:
www.votaadministrador.org.br
www.votaadministrador.com.
br, mediante senha individual
que será fornecida pelo
Conselho Federal de
Administração (CFA), por
meio de correspondência.
A cédula eleitoral será
apresentada, virtualmente,
na tela do computador, com
todas as informações dos
candidatos.
No caso de o eleitor não
dispor de computador, o
CRA-SP disponibilizará
em sua sede (Rua Estados
Unidos, 865/869, em
São Paulo) equipamento
conectado com a Internet
para receber a votação.
22
Administrador Profissional - Setembro - 2008
Chapas Concorrentes ao CRA-SP
Chapa 1
Chapa 2
Efetivos - Mandato 2009/2012 Efetivos - Mandato 2009/2012
Adm. Walter Sigollo
Adm. Arlindo Vicente Junior
Reg. 8094 - 2
Reg. 2286 - 7
Adm. Cid Nardy
Adm. Carlos Alberto da Silva
Reg. 5448 - 8
Reg. 25799 - 0
Adm. Roberta de Carvalho Cardoso
Adm. Jair Roberto da Silva
Reg. 41300 - 3
Reg. 46537 - 2
Suplentes - Mandato 2009/2012
Suplentes - Mandato 2009/2012
Adm. Marcio Gonçalves Moreira
Adm. Júlio Simões Junior
Reg. 7213 - 3
Reg. 4405 - 9
Adm. Alberto Emmanuel de Carvalho
Adm. Júlio Seikyu Zakime
Reg. 2724 - 3
Reg. 15635 - 3
Adm. Alexandre Uriel Ortega Duarte
Adm. Sergio Antonio Teixeira
Reg. 65374 - 8
Reg. 56223 - 8
Suplente - Mandato 2009/2010
Suplente - Mandato 2009/2010
Adm. Milton Luis Milioni
Adm. Armando Meira Alves Junior
Reg. 40221 - 4
Reg. 33565 - 7
Chapas Concorrentes ao CFA
Vaga Especial - Mandato 2009/2010
Vaga Especial - Mandato 2009/2010
Adm. Mauro Kreuz
Adm. Itamar Revoredo Kunert
Reg. 85.872 - 2
Reg. 6184 - 0
Atividades do conselho
Atividades
do conselho
Para representá-lo em diversos
eventos, o CRA-SP destacou os
seguintes administradores:
• Antônio Carlos Cassarro - Participou
da solenidade comemorativa do 89.º
aniversário de fundação do Sindicato
dos Contabilistas de São Paulo
(Sindicont); da solenidade de colação
de grau da Universidade Paulista,
campus Anchieta (São Paulo); e do
programa de férias promovido pelo
Conselho Regional de Contabilidade
do Estado de São Paulo, no qual
proferiu a palestra “A importância da
informação contábil para a tomada de
decisões”.
• José Alfredo Machado de Assis Participou da reunião do Colegiado
de Presidentes das Comissões
Permanentes Eleitorais dos CRAs, no
Conselho Federal de Administração,
em Brasília (DF).
Participaram de solenidades de colação
de grau:
• Eldir Paulo Scarpim - Faculdade
Birigui
• Gianpaolo Filizzola - Universidade do
Oeste Paulista, em Presidente Prudente
• João Batista Pereira Júnior Faculdade de Educação e Ciências
Gerenciais de Indaiatuba
• Jorge Elias Aoni - Associação
Internacional de Educação
Continuada; Universidade Paulista,
campus Tatuapé, ambas em São Paulo
• José Carlos Simões - Faculdade de
Ilha Solteira
• Marcos Silveira Aguiar - Faculdade
de Administração e Negócios de
Monte Alto .
Mérito Acadêmico
O CRA-SP entregou o diploma de
Mérito Acadêmico aos seguintes
formandos: Ana Lúcia Rojas Sampaio
(Faculdade de Educação e Ciências
Gerenciais de Indaiatuba); Eliete de
Souza (Faculdade de Ilha Solteira);
Jaime Luiz Shervis (Universidade
Paulista, campus Tatuapé); Kelem
Aparecida Marques (Faculdade de
Birigui); Nathalia Miguel Cezar
(Escola Superior de Propaganda e
Marketing, de São Paulo); Nilmaer
Souza da Silva (Universidade do Oeste
Paulista, de Presidente Prudente);
Selma de Oliveira Abril (Faculdade
de Administração e Negócios de
Monte Alto); e Vanessa de Paula
Nones (Universidade Paulista, campus
Anchieta).
Fórum: A oportunidade de trabalho para os PCDs
Uma proposta para o Brasil a América Latina
Dia 29 de setembro, das 14hs às 18hs, no CRA-SP
Realização: Centro de Desenvolvimento e Difusão do Conhecimento do CRA-SP
Grupo de Excelência Convergência Tecnológica e Mobilidade Corporativa
Informações: www.crasp.gov.br
Administrador Profissional - Setembro - 2008 23
ESPAÇO DO ADMINISTRADOR
A Convenção
158 no Brasil
“Mais uma vez estamos envolvidos
entre o certo e o duvidoso. O País
precisa crescer, gerar empregos,
produzir, criar riquezas e diminuir as
diferenças sociais. Precisa também se
fortalecer mundialmente para atrair
investimentos estrangeiros, dinamizar
o turismo e ter mais autonomia, e não
pode se dar o luxo de criar obstáculos
que impeçam seu desenvolvimento.
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Nos últimos 25 anos, as empresas
passaram a carregar um fardo
pesado, em virtude da expansão e
do fortalecimento do sindicalismo.
A ratificação da Convenção 158 não
deixa dúvidas que os sindicatos tirarão
mais proveito, o que obrigará as
empresas a buscar fórmulas mágicas
para contornar a situação e, com isso,
converter a obrigação em prática
viável e natural de convivência.
Ser contra ou a favor da ratificação
da Convenção 158 não é o caso. A
falsidade de seus efeitos hipócritas é
que incomoda. Se tudo fosse feito em
benef ício do trabalhador, já estaria
aprovada desde 1982, quando entrou
em vigor. Ocorre que o trabalhador
não é o objetivo maior. Ele quer
apenas trabalhar com dignidade para
sustentar a família e colaborar para
o desenvolvimento do País. Não está
preocupado se seu emprego é vitalício,
mas se tem trabalho.
Chega de empregos vitalícios e
de tapar o sol com a peneira.
Há coisas mais importantes para
serem discutidas, modificadas,
alteradas, aprimoradas, do que
criar mecanismos para tornar o
emprego permanente. O emprego
está na relação direta da necessidade
da produção, do crescimento,
do progresso. O trabalho sem
rompimento contratual, é retrocesso.
Os grandes empregadores, exceto o
governo, querem liberdade para que
o seu capital não corra risco e, dessa
forma, proporcione mais trabalho,
renda e progresso.
A bem da verdade, o que todos
querem é ver o esperado espetáculo
do crescimento, ser a grande
locomotiva mundial, ter a liberdade
de escolher os próprios caminhos.
As grandes conquistas se conseguem
com o diálogo, trocas e riscos, mas
especialmente com bom-senso e sem
ideologias”.
Adm. Antonio Geraldo Wolff
Vice-Presidente de Relações Externas
e Conselheiro do CRA-SP
CRA-SP 12.784
Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não retratam necessariamente a opnião da revista nem do CRA-SP.
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Administrador Profissional - Setembro - 2008
curso de ética em
administração
Félix Ruiz Alonso,
Francisco Granizo
López e Plínio de Lauro
Castrucci, Editora Atlas
O texto começa enfatizando os
fundamentos éticos da pessoa e
prossegue aplicando-os no campo da
Administração de Empresas.
Contempla uma visão crítica
dos sistemas macroeconômicos
e das empresas e o preparo do
administrador para suas freqüentes e
importantes questões de cunho ético.
Alonso é advogado empresarial e
ex-conselheiro do Tribunal de Ética e
Disciplina da OAB-SP; López é mestre
em Administração de Empresas,
com experiência na área de Recursos
Humanos; e Castrucci é engenheiro
pela Epusp e autor de diversos livros.
FINANÇAS
INTERNACIONAIS
Marcelo Cabus Klotzle,
Antonio Carlos
Figueiredo Pinto e andré
Cabus Klotzle, Editora
Saraiva
Em nove capítulos, a obra discute a
prática administrativo-financeira em
mercados internacionais, a partir de
suas definições mais importantes:
balanço de pagamentos, mercado
cambial, teoria de mercado cambial,
financiamento internacional de
capitais, swaps, opções de moedas,
mercados a termos (forward) e
futuros, política macroeconômica
e economias abertas, diversificação
internacional.
Marcelo Klotzle é professor nos cursos
de doutorado, mestrado, graduação
e MBAs na Escola de Negócios da
PUC-Rio; Figueiredo Pinto é doutor
em Economia pela FGV-RJ; e André
Klotzle é analista financeiro.
LIVROS
Livros de interesse
do Administrador
TGA - TEORIA GERAL
DA ADMINISTRAÇÃO
Rui Otávio Bernardes de
Andrade e Nério Amboni,
M. Books Editora
Destinado aos que necessitam
de uma base conceitual e teórica
indispensável à prática administrativa
e ao aprendizado da Teoria Geral da
Administração.
Os autores são mestres em
Administração.
Mais informações
Editora Atlas
www.editoraatlas.com.br
[email protected]
Fone 0800 17 1944
Editora Saraiva
www.saraiva.com.br
Fone (11) 3335.2957
M. Books Editora
www.mbooks.com.br
[email protected]
Fones (11) 3645.0409/0410
Administrador Profissional - Setembro - 2008 25
CANAL ABERTO
Mercado de trabalho
“Para apoiar os administradores
da região de São José do Rio Preto,
desenvolvemos alternativas que
visam facilitar o acesso ao mercado
de trabalho. Esse apoio tem sido
efetivado através de melhorias na
capacitação individual e de uma
cooperativa de trabalho sob a
coordenação de profissionais de
renome na região.
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Associação do
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o José do Rio
15025-020 – Sã
Preto, SP
34-1676
Tel/Fax: (17) 32
.br
[email protected]
A capacitação individual está sendo
implementada por nossa associação
através do CEA – Centro de Estudos
do Administrador, criado há cerca
de um ano. São oferecidos cursos de
reciclagem profissional e de extensão
nas áreas de Perícias, Finanças, RH,
Gestão Empresarial e Estratégica,
Marketing, Matemática Financeira,
entre outras. Os cursos são
essencialmente práticos e disponíveis
aos profissionais registrados no
Conselho e alunos de terceiro e
quarto anos de Administração. Os
resultados obtidos são animadores,
pois boa parte dos administradores
capacitados tem encontrado novos
espaços no mercado de trabalho. O
curso de Perícia do Administrador,
por exemplo, já capacitou cerca de
100 profissionais.
A instituição de um sistema de
cooperativa, em fase de conclusão,
também deverá produzir frutos,
por contar com bons profissionais
na região, dispostos a colaborar e a
apoiar os novos colegas na fase inicial
de suas carreiras. A cooperativa
opera no sistema de hora técnica
padrão, definida pela gestora, e
deverá funcionar com o apoio de
profissionais que tenham atuação
nos diversos campos de atividade
da profissão, os quais trabalharão
auxiliados pelos colegas recémformados sob a forma de treinamento.
Esta iniciativa, tenho certeza, atende
as expectativas dos administradores,
em especial as dos recém-formados”.
Adm.José Carlos Simões
Delegado CRA em São José do Rio
Preto
CRA-SP 24.592
Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não retratam necessariamente a opnião da revista nem do CRA-SP.
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26 Administrador
Administrador Profissional
Profissional -- Setembro
setembro - 2008
Administrador Profissional - Setembro - 2008 27
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Administrador Profissional - Setembro - 2008
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