NÚMERO DA SEMANA
480
milhões
de africanos vivem em casas precárias ou em
bairros de lata, segundo a ONU
Dívidas em Abril
Angola parece estar perto de saldar
as dívidas que voltou a acumular
com as construtoras portuguesas,
sobretudo no último ano. O ministro das Obras Públicas, José Ferreira, citado pela Reuters, avançou
que os cerca de dois mil milhões de
dólares que Angola deve às construtoras vão começar a ser pagos
em Abril. Este valor refere-se aos
montantes em dívida com todas
as construtoras que fizeram obras
para o Estado angolano (entre as
quais a brasileira Odebrecht).
Projecto imobiliário avaliado em 34 milhões de usd
Barrica com Amorim
O embaixador angolano em Portugal, José Marcos Barrica, visitou
na última semana, em Espinho
(norte de Portugal), a fábrica de
rolhas em cortiça de champanhe
“Champork” do Grupo Amorim
Revestimentos. Acompanhado de
funcionários do corpo diplomático
angolano em Portugal, o embaixador Marcos Barrica manifestou
o desejo de ver o grupo a reforçar
a sua presença em Angola. Segundo Américo Amorim, presidente
do conselho de administração do
grupo, é intenção da empresa consolidar a sua presença no mercado
angolano.
Café espera compradores
Cafeicultores do Golungo Alto,
província do Kwanza-Norte, têm
disponíveis mais de 80 toneladas
de café para comercialização, informou a Angop. O chefe de secção
da área económica e produtiva da
administração local, Cristo Ebo,
disse que desde o início da campanha de comercialização, liderada
pelas empresas Procafé e Jorana,
os cafeicultores já venderam 70
toneladas do produto, tendo sido
arrecadado dois milhões e 100 mil
kwanzas.
“Muxima plaza“ requalifica
zona central da Mutamba
>>P.09
Empresas
Em foco
actual
Quiminha recebe
investimento
Calandula
com potencial
Contra
a corrupção
Investimentos
>>P.04
Turismo
>>P. 06
Banco Mundial
>>P. 08
02
26 Março 2010
Análise
A economia global num relance I
Uma retoma cheia de preocupações
Na análise desta semana o Novo Jornal olha para os números de 2009, ao mesmo tempo que analisa os indicadores que
dão respaldo a noções optimistas para a economia global em 2010. Tudo com um enfoque especial sobre a economia dos
Estados Unidos da América, ainda reconhecida como a principal locomotiva.
Estados Unidos
Ainda uma jobless recovery
A reunião do Federal Open Market
Comittee de Janeiro manteve a taxa fed funds no intervalo compreendido entre 0% e 0.25% por um
período alargado de tempo (extended period) e a calendarização para
o final de alguns dos programas de
medidas extraordinárias tomadas
aquando do momento mais agudo
da crise. Estas decisões foram tomadas não obstante se esperar um
bom crescimento do PIB para o 4º
trimestre do ano passado, tal como
veio a ocorrer. O PIB cresceu 5.7%,
em termos anualizados, assente
fundamentalmente no investimento privado, em particular na variação de existências que, por si só foi
responsável por 3.4 pontos percentuais para a realização do produto. Os resultados para o mercado de
trabalho no último mês de 2009 não
se revelaram positivos, embora a taxa de desemprego tenha estabilizado em 10% da população activa.
A constatação de que o mercado de
trabalho continua a ser o calcanhar
de Aquiles da presente conjuntura
conduziu a Administração Obama a
lançar um novo programa de apoio
ao emprego (o Jobs for Main Street Act 2010), envolvendo um montante de USD 75 mil milhões. O novo
censo da população a realizar durante o primeiro semestre (o Census Day será no dia 1 de Abril) poderá criar entre 1.2 a 1.4 milhões de
postos de trabalho, embora o efeito
nos payrolls se cifre em apenas 700
a 800 mil, com o seu ponto máximo
em Maio.
Reserva Federal
mantém-se on hold
Na reunião do Federal Open Market
Committee(FOMC) de 26 e 27 de Janeiro não se procederam a alterações de registo na política monetária.
O FOMC manteve a fed funds rate no
intervalo compreendido entre 0% e
0.25%, reafirmando a sua perma-
A economia
americana observou
uma expansão
de 5.7% nos últimos
três meses do ano
passado, 1% acima
do consenso
do mercado
nência nesse patamar por um período alargado de tempo (extended
period) e confirmou o calendário
para a finalização de várias medidas não convencionais implementadas aquando da agudização da
crise financeira: terminaram, assim, em 1 de Fevereiro, quatro programas de facilidades de crédito
(Asset-Backed Commercial Paper
Money Market Mutual Fund Liquidity, Commercial Paper Funding Facility, Primary Dealer Credit Facility
e Term Securities Lending Facility)
e, no final de Março, o programa de
aquisição de mortgage-backed securities (MBS) na posse das agências governamentais até ao montante de USD 1 250 mil milhões e
de dívida emitida por estas no montante de USD 175 mil milhões. Realce-se que, segundo declarações de
alguns membros do Fed, o extended period pode querer transmitir
um período de cerca de 6 meses, o
que significa que qualquer alteração de taxas, a ocorrer, seria só na
segunda metade de 2009. Por outro
lado, ficou em aberto a possibilidade e a Reserva Federal reentrar na
aquisição de securities, consoante
a avaliação que fizer das perspectivas económicas e das condições nos
mercados financeiros.
Do comunicado da reunião de realçar ainda os seguintes aspectos:
• reconhecimento de uma maior recuperação da actividade, embora o
período relativo à melhoria no sector habitacional tenha sido suprimido. De facto, a mais recente informação divulgada – confiança
dos empresários (NAHB), preços da
habitação (S&P Case-Shiller), início
de novas construções, vendas de
novas habitações e de habitações
existentes – tem sido globalmente
desfavorável;
• início de uma posição mais cautelosa relativamente à inflação, embora a considere ainda contida num
futuro próximo;
• ausência de unanimidade nas decisões (pela primeira vez desde Ja-
26 Março 2010
03
Os resultados para o mercado de trabalho no último mês de 2009
não se revelaram positivos, embora a taxa de desemprego tenha
estabilizado em 10% da população activa
neiro de 2008), tendo havido uma
dissensão. Thomas Hoenig, Presidente da Reserva Federal de Kansas
City, de regresso como membro votante, considera que a mudança nas
condições económicas e financeiras
já não aconselha a garantia de taxas
de juro excepcionalmente baixas
por um extended period. Refira-se
que no início deste ano se assistiu
a uma rotação de alguns membros
nas reuniões do FOMC, tendo regressado como votantes, para além
de Thomas Hoenig, os presidentes James Bullard, da Reserva Federal de St. Louis, Sandra Pianalto,
da Reserva Federal de Cleveland, e
Eric Rosengren, da Reserva Federal de Boston. O equilíbrio de poderes entre as correntes hawkish e dovish ficou globalmente garantido,
uma vez que não só entraram dois
moderados (Bullard e Pianalto), um
“falcão” (Hoenig) e uma “pomba”
(Rosengren), como substituíram
quatro membros com os mesmos
posicionamentos: Charles Evans,
de Chicago, e Dennis Lockhart, de
Atlanta, (center), Jeffrety Lacker,
de Richmond, (hawk) e Janet Yellen, de San Francisco (dove).
No conjunto, o FOMC deverá manter
a fed funds rate nos actuais níveis
por vários meses, se não mesmo por
todo o ano de 2010, devendo acentuar-se o confronto entre os membros mais hawkish e os ais dovish,
numa avaliação entre uma subida
mais prematura das taxas directoras (receios inflacionistas) e a continuação da aquisição de securities
para manter baixas as taxas de longo prazo (não comprometendo o
crescimento).
Apesar do forte crescimento
no 4ª trimestre de 2009
A avaliação da Reserva Federal com
este quadro de manutenção de taxas de juros excepcionalmente baixas foi realizado nas vésperas da
divulgação dos dados para o comportamento da economia no 4º trimestre do ano passado, tendo mesmo em consideração a possibilidade
de um registo relativamente forte.
Efectivamente, a economia norteamericana observou uma expansão
de 5.7%, em termos anualizados,
nos últimos três meses do ano passado, ou seja, 1 ponto percentual
acima do consenso do mercado. Foi
de facto um bom resultado e permitiu que a actividade se tivesse contraído apenas 2.4% no conjunto de
2009, apesar de tudo o número mais
negativo desde 1946.
O comportamento mais dinâmico
ocorreu no investimento privado,
particularmente na participação
da variação de stocks, assistindose, no entanto, a uma aceleração na
vertente de bens e equipamentos e
software, de 1.5% para 13.3%, entre o 3º e o 4º trimestres, e no investimento residencial, que continuou
em território positivo, embora em
abrandamento face ao trimestre
anterior (5.7%, após 18.9%). O consumo privado, que representa cerca
de 70% do PIB, cresce apenas 2%,
perdendo vivacidade em relação
aos três meses anteriores (2.8%),
evidenciando que os efeitos dos estímulos fiscais e apoios às famílias
implementados na primeira metade
de 2009 deverão ter tido a sua tradução máxima entre Julho e Setembro do ano passado. As exportações
experimentaram uma ligeira aceleração (de 17.8% para 18.1%), traduzindo o melhor momentum da
economia mundial, em particular o
das principais economias emergentes (China, Brasil e Índia, entre outras).
De salientar que, embora a generalidade das componentes da despesa
tenha observado um contributo positivo para o PIB do 4º trimestre, o
maior relevo provém da variação de
existências que, por si só, é responsável por 3.39 pontos percentuais
daquele crescimento.
Muito embora se possa admitir que
o efeito dos stocks ainda venha a
ser positivo no início de 2010, a manutenção de um elevado nível de
desemprego, a dissipação dos reflexos do pacote de apoio à actividade
económica (e famílias), a continuação da política restritiva na concessão de crédito e a falta de extracção
de riqueza no mercado habitacional
apontam para uma perda de vivacidade no crescimento norte-americano, em particular do consumo
privado, tornando o registo do 4º
trimestre de difícil repetição.
Recuo no mercado
de trabalho em Dezembro
Os resultados para o mercado de trabalho no último mês de 2009 não se
revelaram positivos, embora a taxa
de desemprego tenha estabilizado
em 10% da população activa. A expectativa quanto à possibilidade de
se registar uma variação líquida positiva na criação de emprego em Dezembro não se concretizou, tendose assistido a uma perda de 85 mil
postos de trabalho.
No entanto, verificou-se uma revisão dos dados referentes a Novembro, revelando-se inconsistente a
informação de perda de 11 mil empregos, tendo o novo apuramento
evidenciado um aumento de 4 mil
no volume de emprego, o primeiro ganho, embora marginal, desde Dezembro de 2007, mês em que
foi anunciado pelo NBER – National
Bureau of Economic Research o início desta recessão (a referida entidade ainda não declarou o fim da
mesma).
De realçar, dos registos de Dezembro, a verificação de um aumento líquido de postos de trabalho (50 mil)
nos serviços empresariais e profissionais (professional and business
services) e nos serviços de saúde e
educação (35 mil), uma vez que em
quase todos os restantes grandes
agrupamentos - construção, indús-
de emergência como a extensão de
9 para 15 meses dos seguros de saúde aos desempregados (no âmbito
do Health Insurance for Unemployment Workers – COBRA), destina-se
a estabilizar empregos através de
investimentos em infraestruturas
– transportes (USD 40 mil milhões)
energia e água (USD 5 mil milhões)
– e estabilizar empregos nos serviços públicos – na vertente da educação (USD 25 mil milhões), serviços de incêndio, trabalhadores
florestais, entre outros.
Reserva Federal dos EUA
tria, comércio, transporte e utilities
e administração pública – se observou uma erosão.
No emprego criado nos professional
and business services, de salientar
a vertente de trabalho temporário
com um acréscimo de cerca de 47
mil lugares – normalmente considerado um leading indicator a empregos futuros – elevando para quase
167 mil os novos empregos temporários nos últimos cinco meses, o
maior aumento desde que há registo (1990).
novos auxílios
por parte das autoridades
Não obstante os sinais de melhoria
evidenciados recentemente e que
deverão adquirir maior consistência durante o corrente ano, à medida que a recuperação da actividade se for efectivando, o mercado de
trabalho continua a representar o
calcanhar de Aquiles da actual conjuntura. A maior e a mais profunda
recessão desde a Grande Depressão
fez a economia norte-americano
perder mais de 7 milhões de empregos, colocando o número de desem-
pregados em mais de 15 milhões,
ou seja, mais do dobro do verificado há dois anos. Após a aprovação
e implementação do American Recovery and Reinvestment Act 2009,
envolvendo um pacote financeiro
de quase USD 800 mil milhões de
estímulo à actividade económica e
ao emprego, as autoridades aprovaram um novo programa designado Jobs for Main Street Act of 2010,
que irá utilizar verbas recuperadas
do programa TARP – Troubled Asset Relief Program no montante de
USD 75 mil milhões. Da comissão de
dotações (Committee on Appropriations) da Câmara de Representantes
pode ler-se no sumário executivo
referente à aprovação do diploma
legislativo que: “That is why the Jobs for Main Street Act of 2010 redirects USD 75 billion in Troubled Asset Relief Program (TARP) savings
from Wall Street to Main Street to
fund infrastructure and Job investments to further stabilize jobs and
provides additional emergency funding to help families who are suffering”. O programa que inclui a continuação da aplicação dos fundos
Crescimento do PIB e suas componentes
(taxas de variação trimestrais anualizadas)
2008
4º Trimestre 1º Trimestre
2009
2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre
PIB
-5.4
-6.4
-0.7
2.2
Consumo privado
-3.1
0.6
-0.9
2.8
2.0
Consumo e investimento públicos
1.2
-2.6
6.7
2.6
-0.2
-24.2
-50.5
-23.7
5.0
39.3
Investimento não residencial
-19.5
-39.2
-9.6
-5.9
2.9
Investimento residencial
-23.2
-38.2
-23.3
18.9
5.7
Exportações
-19.5
-29.9
-4.1
17.8
18.1
Importações
-16.7
-36.4
-14.7
21.3
10.5
Investimento privado
Fonte: BEA – Bureau of Economic Analysis
5.7
Com o novo censo da população a testar a retoma
do mercado de trabalho
O novo censo da população, que se
realiza uma vez por década, irá proporcionar uma melhoria temporária
no emprego. À semelhança de censos anteriores, os reflexos far-se-ão
sobretudo sentir nos primeiros meses do ano, com o efeito máximo em
Maio, a que se seguirá posteriormente um comportamento com sinal contrário.
A preparação do actual censo começou já a ser feito em 2009 embora as consequência no emprego
tenham sido diminutas. Estima-se
que o número total de pessoas a ser
empregue nos trabalhos ascenda a
1.2 ou 1.4 milhões de pessoas e que
o acréscimo efectivo nos payrolls
se eleve a 700 ou 800 mil. Tal facto deve-se não só às características
de algumas tarefas, que poderão ter
apenas algumas semanas de duração e já não existirem efectivamente aquando da contabilização dos
dados mensais do relatório do emprego, ou ainda, pelo mesmo facto, alguns dos sucessivos postos de
trabalho criados serem entregues às
mesmas pessoas. Dos censos passados, o realizado em 1990 criou 550
mil postos de trabalho com um impacto máximo de cerca de 335 mil
nos payrolls e o efectuado em 2000
empregou 965 mil pessoas, uma dimensão máxima efectiva de cerca
de 520 mil empregos. O maior efeito esperado no mercado de trabalho do actual censo tem a ver com a
diferença metodológica quanto ao
apuramento de resultados, particularmente no maior trabalho de campo que vai ser realizado face à não
devolução dos inquéritos enviados
pelos cidadãos. No passado, a avaliação do número de pessoas que
poderiam existir correspondentes aos inquéritos não devolvidos
era realizada por amostragem, pretendendo-se no actual censo uma
abordagem mais rigorosa, porta-aporta.
Na segunda metade do ano, assistir-se-á a uma reversão dos efeitos
no emprego dos trabalhos resultantes do censo, sendo de admitir que
a recuperação da actividade, embora lenta, se transmita já ao mercado
de trabalho, permitindo uma redução na taxa de desemprego.
Pedro Matos Branco
04
26 Março 2010
Empresas
60
milhões de dólares foram disponibilizados pelo
Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), para apoiar projectos na província do Bengo
Projecto na Quiminha
arranca com holandeses
Uma das salas do Ministério das
Finanças foi o cenário escolhido para
a celebração do contrato de financiamento bancário que vai materializar
o Projecto Integrado de Desenvolvimento Agrícola e Rural da Quiminha,
uma iniciativa dos Projectos Aldeia
Nova lançada há cerca de 2 anos.
Para a Direcção-geral da Aldeia Nova,
este é o projecto que, até à presente
data, envolve o orçamento mais elevado – cerca de 143 milhões de euros,
o equivalente a mais de 200 milhões
de dólares. De salientar que, neste caso, não existe qualquer financiamento pela parte do Estado. Todo o capital foi conseguido junto de entidades
financeiras internacionais que estudaram ao pormenor a viabilidade do
empreendimento.
Antes de se concluir esta fase de captação de créditos, o projecto sofreu
algumas alterações em relação ao primeiro contrato assinado entre as partes executantes, contrato esse que
previa um desenvolvimento agrícola
e hidroeléctrico, aproveitando a proximidade da Barragem da Quiminha.
A alteração mais importante foi o
abandono da vertente hidroeléctrica
por não existirem informações suficientes sobre a barragem, o que obrigava à execução de um estudo técnico exaustivo. Esta mudança obrigou
a alocar na área agrícola as verbas
previstas para a parte eléctrica. Em
consequência foi necessário criar um
anexo que, depois de trabalhado, foi
incluído no contrato agora assinado.
Chegou o momento tão esperado para dar o primeiro passo no terreno:
mobilizar os recursos, a começar pela montagem do estaleiro de obras, a
cargo da Tahal.
Comparando-o com o projecto do Waco Cungo, este é mais pequeno – alberga apenas 310 famílias contra as
800 instaladas no município da Cela. As principais actividades produtivas serão ovos, tomate e cereais. À semelhança do projecto do Waco Cungo
a selecção das famílias beneficiárias
será feita por outras entidades parceiras do PAN.
A grande novidade deste projecto da
Quiminha é ter incluído também a
criação de 64 fazendas particulares,
ocupando uma área total de 3.200
hectares.
À cerimónia de assinatura, realizada
no dia 28 de Janeiro de 2010, estiveram presentes representantes do próprio Ministério e do grupo de bancos
e de agências de seguro de crédito europeias e israelitas, liderados pelo ING
Afonso Francisco
Desenvolver o agro-negócio é um dos objectivos da parceria agora concretizada
Bank da Holanda – que discutiram as
condições do crédito concedido – para além do director-geral dos PAN, José Cerqueira, e da empresa encarregue da empreitada, o Grupo Tahal. A
selecção dos diversos bancos foi feita em função dos países de onde os
equipamentos vão ser importados.
Principais características
Para o assentamento das 310 famílias
serão edificadas moradias individuais com 100 metros quadrados cada,
infra-estruturas, abastecimento de
água, tratamento de águas servidas,
rede de estradas, entre outras. Os edifícios públicos ocuparão uma área total de 1.400 metros quadrados.
Para a parte produtiva serão criadas
300 quintas familiares com a dimensão de 3 hectares por lote, um dos
quais com sistema de irrigação. Em
complemento cada família terá um
aviário para produção de ovos com
capacidade para 288 galinhas, ou cerca de 70 mil ovos por ano. O fornecimento de galinhas poedeiras, insumos e comercialização de ovos será
realizado por uma unidade central.
Toda esta estrutura irá beneficiar de
serviços de suporte técnico e comercialização.
A produção de grãos e vegetais será
desenvolvida na unidade comercial
que comporta uma área irrigada de
900 hectares.
Para as 64 fazendas particulares, de
50 hectares cada, será construída
uma rede de estradas com sistemas
de drenagem e instalado um sistema
principal de abastecimento de água
com capacidade para irrigação. Entre
estas, 10 fazendas serão equipadas
com abastecimento de água e energia
até o portão de entrada.
O Centro Logístico que irá apoiar toda
esta estrutura será composto por três
unidades principais:
- A dos serviços agrícolas, com depósito de suprimentos de insumos
e todo o tipo de maquinaria própria
– tractores, ceifeiras mecânicas, implementos agrícolas, camiões e outros veículos, apoiados por uma oficina – para além de efectuar os serviços
de comercialização e transporte, fará o tratamento pós colheita dos vegetais: limpeza, selecção, empacotamento, armazenagem a frio, venda e
entrega para o mercado. Os serviços
de comercialização respondem pela distribuição de sementes, mudas
e suprimento de insumos, pela recepção dos produtos, manuseio e embalagem, pela venda da produção e pela
colecta de pagamentos feitos a fazendeiros. O centro de pós-colheita disponibilizará o alojamento de embalagem de vegetais, armazenamento
de frio, silos e armazenamento de
grãos.
- A unidade central do projecto de
ovos, constituída pelo pavilhão central com capacidade para criação de
87 mil galinhas poedeiras por ano,
pela unidade de empacotamento e
comercialização de ovos e por um galpão para suprimento de rações e insumos, também prestará serviços de
assistência técnica.
- A unidade de assistência técnica e
treinamento, instalada em edifício
próprio com laboratório e oferecendo as facilidades normais de um centro de formação, prestará serviços de
treinamento de 2 anos e cursos de
treinamento e dias de campo com suporte multidisciplinar de especialistas israelitas.
Venda de produtos assegurado
Foram realizados, segundo informação prestada pelos Projectos Aldeia Nova, estudos com o objectivo
de determinar as quantidades máximas que podem ser comercializadas,
sem o fornecimento em demasia, ao
mercado de Luanda e definido um
valor realista e conservador, à porta do produtor, para os produtos a
serem produzidos no projecto. Para
tal foram colectadas informações de
primeira mão sobre a importação de
produtos por mar e ar para a região
de Luanda, acompanhadas por visitas feitas a mercados atacadistas e
mantiveram-se discussões com co-
merciantes e produtores.
Conheça o empreiteiro
Com sede em Amesterdão, na Holanda, o Grupo Tahal está entre as
100 companhias mais importantes
do mundo com o mesmo tipo de actividade – consultores de engenharia. Tem obras realizadas em cerca
de 50 países e escritórios regionais
em 14 deles. A sua especialização
compreende o desenvolvimento e
gestão dos recursos hídricos, a planificação agrícola, o tratamento de
águas servidas e sua reutilização pela
agricultura, engenharia ambiental,
engenharia civil e de infra-estruturas, engenharia industrial e energia
e ainda projectos chaves-na-mão nos
sectores das águas e esgotos.
Conquistou renome mundial pela
vasta experiência e pelo respeito ao
compromisso de qualidade e de excelência exigido pela norma internacional ISO 9001.
Já implementou projectos financiados por entidades internacionais como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o
Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas e a Organização Mundial
de Saúde. Entre os seus clientes contam-se governos e ministérios de desenvolvimento e da administração de
recursos hídricos e ambientais.
Miguel Gomes
26 Março 2010
05
Conjuntura
Afonso Francisco
Banco Sol disponibiliza
USD 20 milhões
para micro-créditos em 2010
Vinte milhões de dólares foram disponibilizados pelo banco
Sol para o pacote de micro-crédito
2010, para iniciativas de pequenos
negócios, informou hoje no Lobito, província de Benguela, o presidente da comissão executiva da
instituição, Coutinho Miguel.
Falando à imprensa à margem da
inauguração do segundo balcão
do banco Sol no Lobito, o responsável bancário adiantou que, deste valor, mais de nove milhões serão destinados para a província de
Benguela.
Além do dinheiro, o gestor admitiu
a hipótese de o banco oferecer outros bens materiais a jovens com
ideias empreendedoras.
Afirmou que o banco tem como
prioridade a cedência de créditos
a cidadãos comuns que desejam
criar as mínimas condições sociais
ou pequenos negócios.
O projecto de micro-crédito do
Banco Sol foi elogiado pelo bispo
emérito da diocese de Benguela,
dom Óscar Braga, por ajudar cidadãos mais carentes e que desejam encontrar mecanismos de saírem das dificuldades que vivem.
Na óptica do bispo dom Óscar
Braga, é digno que as instituições nos seus projectos tenham
em conta aqueles cidadãos que
lutam para acabar com a pobreza.
A cerimónia de inauguração do
segundo balcão do banco Sol no
Lobito contou com a presença
do director provincial das Finanças, Miguel Bento, que solicitou
à direcção da instituição a projectar acções para os municípios
do interior de Benguela de modo
a atender os empresários que começam a reerguer fazendas.
Com nove anos de existência, o
Banco Sol conta actualmente com
68 balcões em todas as províncias
do país e prevê expandir-se a nível
dos municípios.
Primeiro Salão Imobiliário
realiza-se em Maio
A primeira edição do Salão
Imobiliário de Angola (Sima) realiza-se de 6 a 9 de Maio próximo,
em Luanda, numa iniciativa da Feira Internacional de Luanda (FIL).
Matos Cardoso, PCA da empresa Feira Internacional de Luanda,
adiantou que o SIMA - Salão Imobiliário de Angola é uma iniciativa que visa contribuir na captação de investimentos para o
desenvolvimento do sector e servir de barómetro na relação entre o governo e entidades privadas interessadas em desenvolver
o sector imobiliário, quer na estruturação da indústria, quer na
captação de investimentos.
Matos Cardoso, que esteve no
Huambo para, entre outros ob-
jectivos, persuadir o governo
provincial a incentivar a participação de empresários locais em
feiras realizadas no país. Na altura não adiantou números, mas
mostrou-se confiante de que a
primeira edição da Sima venha a
resultar em êxito e trazer consigo um número grande de participações.
Disse que a sua organização está a
trabalhar, a vários níveis, para que
a Sima seja de facto uma verdadeira montra imobiliária, porquanto
o país precisa ter um caminho certo de promoção empresarial, numa altura em que há um plano governamental para construir mais
de um milhão de fogos em todo o
país.
Luís Filipe Colaço (ex-director do Instituto Nacional de Estatística) foi um dos presentes no simpósio
Estatísticas deficientes,
economia ineficaz
É um facto irrevogável: sem produção estatística fiável e bem determinada no tempo não há previsibilidade que resista. Significa dizer
que, se não soubermos quantas
crianças temos em Angola, dificilmente teremos políticas coerentes
ao nível da educação; se não soubermos quantos somos, também
dificilmente as políticas sociais terão a profundidade desejada. Ao
nível das empresas o mesmo se verifica, porque se não conhecerem
os seus clientes o serviço prestado
não será de qualidade.
Estas questões foram discutidas
terça-feira, 23, em Luanda, num
seminário organizado pela Sinfic,
e que contou com a presença de
convidados ligados à Academia e
ao mundo universitário.
Na ocasião e para além da importância da estatística, analisou-se
também a importância da informação – como recolhê-la e como
podem as empresas utilizar os dados para obter melhores rendimentos, e também para melhor planear
a sua actividade.
Durante as intervenções ficou claro que a maioria das empresas em
Angola, sejam elas públicas ou privadas, têm imensas dificuldades
em dominar a (muita) informação
que dispõem sobre o seu público-alvo. Para que isso aconteça é
preciso, sobretudo, “know-how” e
quadros preparados para o fazer.
O sector dos seguros foi um dos
estudos de caso analisado durante o seminário. Helena Lopes, em
representação da Sinfic, reforçou
que as seguradoras vivem actualmente um cenário de transformação profunda, sobretudo devido
à obrigatoriedade do seguro automóvel (que entrou em vigor em
Fevereiro).
“As seguradoras enfrentam enormes desafios, já que terão necessidade de atender uma demanda
muito superior aquela que tiveram
até agora. Isto vai fazer com que
se deparem com a necessidade de
expandir a presença em território
nacional, aumentando estruturas
e pessoal afecto às empresas. Terão ainda necessidade de melhor
prever os passos a implementar no
futuro”, assegura a Helena Lopes.
As companhias que não se conseguirem adaptar a estes novos tempos poderão sofrer consequências
no futuro. No sector automóvel é
fundamental ter estruturas funcionais para acorrer aos sinistros
(peritagem, área técnica e comercial) e para que isso aconteça
é fundamental a capacitação humana. Quem não conseguir acompanhar a passada, corre o risco de
perder clientes e de ver a sua actividade em risco.
É neste sentido, reforça-se, que se
deve utilizar a informação disponível para melhor compreender as necessidades dos clientes. Luís Filipe
Colaço, uma das figuras mais importantes e informadas sobre o modelo de recolha de estatística nacional, recorda que “em África todas as
estatísticas são deficientes”.
Para além de problemas técnicos e
de formação de recursos humanos,
há também um problema de validação dos conceitos utilizados nos
diferentes países. Outro exemplo
recordado por Vicente Pinto de Andrade (Universidade Católica de Angola) está relacionado com o grande peso que o sector informal tem
na economia, apesar de ser impossível quantificá-lo.
“Estas pessoas trabalham, produzem, mas enfrentam enormes burocracias para regularizar a sua actividade. Daquilo que conheço, sei que
há vontade em se formalizarem e
assim poderem contribuir para a arrecadação de impostos, por exemplo”, explica Vicente Pinto de Andrade.
Miguel Gomes
06
26 Março 2010
Em foco
Quedas de Calandula
O Turismo rendeu pouco para a
unidade hoteleira Yolaca em Malanje
As quedas de Calandula, na província de Malanje, sempre se notabilizaram pelo enorme potencial
turístico, exactamente por ser um
ponto empolgante de atracção diária de centenas de turistas internos.
Apesar das estruturas da Direcção
Provincial da Hotelaria e Turismo e
da Administração Municipal de Calandula, 85 quilómetros a norte daquela capital, não disporem de dados estatísticos quanto ao número
exacto de turistas que afluem ao local, o certo é que há um movimento
turístico constante, quer de nacionais, quer de estrangeiros.
A procura paradísiaca da beleza natural não tem fronteiras, mas o mesmo não acontece em termos de restauração, onde os meses de Janeiro
e Fevereiro já são marcados pela escassez ou ausência de dinheiro.
O período foi pouco rentável em termos empresariais para o Hotel Yolaca, o único no município de Calandula, com 38 quartos, dos quais
oito são suites, quatro presidenciais, e igual número de executi-
vos. Os restantes são acomodações
normais numa estrutura inaugurada em Fevereiro de 2008.
O director do grupo Miamop para
os hotéis, João Luís do Nascimento, precisou que há recessão “nos
meses do princípio do ano, talvez
porque as pessoas gastam os seus
dinheiros nas festas de natal e fimde-ano”, o que complica as diárias,
com excepção dos fins–de–semana
prolongados. Aqui a atenção centra-se no segmento salas de reuniões com capacidade para duas delegações, permitindo diversificar a
procura do turismo e uma taxa de
ocupação de 20%.
Os angolanos representaram 95%
do turismo interno. Os portugueses e brasileiros constituem o grupo maioritário de estrangeiros que
trabalham em Angola. A seguir aparecem os russos, dada a proximidade do projecto Capanda, revelou Luís do Nascimento.
Os 59 dias de 2010 foram considerados para o Hotel Yolaca quase irrisórios em termos numéricos, com
estadia irregular de uma família de
franceses e uns poucos espanhóis
contratados por empresas construtoras.
O turismo nacional adepto do bom
garfo confirma o manuseio das
iguarias dos pratos tradicionais da
terra, “não só ginguinga com cabidela, como a choupa, a cabidela com
machanana e feijão em óleo de palma, ou seja os pratos tradicionais”,
comentou Luís do Nascimento. Na
ementa do Hotel Yolaca, ao fim-desemana, impõem-se o funge para
acompanhar calulú de peixe seco,
peixe fresco garoupa ou carne seca.
O cardápio do buffet aos sábados e
domingos engloba quatro pratos,
dois de peixe e igual quantidade de
carnes alternados com porções reguladas de machanana, kizaca, mandioca, batata-doce e às vezes inclui a
banana–pão, rondando os Akz 3500
o preço do prato, sem bebidas. Durante a semana, os valores dos manjares variam entre Akz 2900 e Akz
3100, dependendo do peso do mercado local.
Em relação aos quartos, o preço mais
baixo é o do quarto individual, Akz
9360, até aos Akz 50700 cobrados
por uma suite presidencial. O complexo turístico, actualmente com
46 funcionários, 20 dos quais femininos, é um projecto rentável, desde que a gerência consiga “manter a
ocupação média a rondar os 30% ou
35%”, precisou aquele responsável
do grupo Miamop, justificando o
controlo apertado quanto aos custos com mão-de-obra local. “Tenho
apenas três pessoas que são de Malanje, tenho uma pessoa de Luanda, a quem fornecemos alojamento e alimentação”, acto distinto aos
da região.
Rentabilição de serviços
O complexo hoteleiro Yolaca engloba agora mais um serviço: a
discoteca. Aberta a 15 de Fevereiro, este espaço está equipado
com microfones para realização
de reuniões e projecções de data show e estará aberta apenas
às sextas-feiras e aos sábados,
confirmou Luís dos Nascimento,
que vaticina já a construção de
novos serviços.
No fim de cada curso de formação “há sempre uma vontade do
angolano em ter uma festa” e
com o restaurante incorporado
surge logo a sala polivalente como alternativa para servir mais
de 100 pessoas.
A discoteca com 80 lugares sentados vai funcionar no futuro,
aos sábados e domingos, para
acolher matineés com alguém a
tocar ao vivo, clarificou o director do grupo que pretende criar
um ambiente fresco e sossegado, onde o cliente possa “beber uma cerveja ou um sumo,
calmamente, a ouvir a sua música”.
I.S.
26 Março 2010
07
Um crédito estimado em um milhão e 250 mil dólares será
concedido, este ano, por um banco comercial indiano, à
empresa de abastecimento ao sector cafeícola “Procafé”
Deslumbrados com a natureza
Passagem obrigatória
para turistas
Longe de casa e da cidade várias pessoas encontram tranquilidade e paz nas Quedas de Calandula, província de Malange,
considerado por muitos como lugar propício para o turismo.
As Quedas de Calandula são um
local completamente apaixonante, onde as pedras, as águas
e o verde esperança da natureza
acasalam formando um arco-íris,
embora com três cores visíveis,
como o azul, amarelo e o roxo.
Eram 16h50 quando o Novo Jornal chegou às Quedas de Calandula. Apesar da hora avançada
encontrámos muita gente, uns a
abandonar o local, outros acabavam de chegar para desfrutarem
da maravilha daquele local.
Há quem vá ao local para afogar as suas melancolias, ou fazer
uma leitura, como é o caso de
Mário Joaquim (nome fictício),
que quando está triste prefere
percorrer quase 100 quilómetros da cidade até às Quedas de
Calandula. ”Tenho poucos amigos, prefiro vir até aqui para
falar com a natureza. Sim, para mim este local fala e muito”,
explicou Mário Joaquim.
Questionado sobre a que hora a
que sairia das Quedas de Calandulas, o nosso interlocutor disse que não sabia ao certo e que
várias vezes perde a hora porque desnorteia-se na beleza
das águas a jorrar sobre aquelas enormes rochas. ”Não sei,
se calhar saio daqui às 22 horas”, esclarece.
Um grupo de raparigas quando
se apercebe que havia um órgão
de informação naquele exacto
momento correu até nós para
expressar a alegria que sentia
naquele momento por causa do
meio ambiente em que estava
envolvida. “Também quero falar, também quero aparecer na
TV“, gritavam as jovens esquecidas que se tratava de um jornal e não de uma televisão. As
jovens queriam a todo custo falar da beleza do local.
Tânia Simão vive em Luanda,
estava em Malange de férias.
Como ouvia falar muito das
Quedas de Calandula pediu às
primas natas na província que
lhe mostrassem este monumento da natureza.
“Nunca vi tanta beleza num só
lugar. Tenho 24 anos e em toda a minha vida nunca vi coisa igual”, disse Tânia Simão. A
emoção era tanta que ela não
conseguiu conter as lágrimas.
A jovem Mara, que se interrogava se era obra da natureza ou
do homem, de uma coisa ela tinha a certeza absoluta: que era
obra de Deus. “Só Deus faz maravilhas, e isto é uma maravilha”,
justificou
Hélder Manuel vive em Benguela e disse que não sai de Malange sem visitar as Quedas de Calandula. Para ele aquele lugar é
milagroso.
Como o sol estava já a pôr-se,
uns aproveitavam para fazer algumas fotos, enquanto outros
namoravam no local.
Neusa salgado
KWANZA-SUL
Sumbe ganha dois novos
estabelecimentos hoteleiros
A Cada dia que passa, o interesse do empresariado nacional
vai se aguçando mais no ramo de
hotelaria a julgar pela consequente incursão que se vai fazendo,
nos últimos dois anos, sobre a indústria hoteleira.
Desta feita, a cidade do Sumbe
(como sempre) foi beneficiada
com mais duas unidades hoteleiras, sendo uma no centro da cidade e outra bem mais na encosta da
unidade de bombeiros na zona 2.
O primeiro a ser posto à disposição
da população foi o Hotel Sumbe (4
estrelas), da Sociedade Vissapa
Victor e Filhos, Limitada localizado na rua comandante Kassanje
defronte ao Largo 23 de Janeiro. A
construção ficou orçamentada em
4 milhões e 600 mil dólares, possui 47 quartos (seis suites), dois
restaurantes e uma sala de ginásio. As diárias custam de 17 mil a
19 mil kwanzas.
De momento a unidade está ser
gerida pela Vissapa que tem à cabeça um branco de nacionalidade
portuguesa que atende pelo nome
de Fernandes.
Vinte e seis é o número de trabalhadores, dentre os quais alguns
estreantes, que vão proporcionar
melhores serviços à população. É o
caso da jovem Paula Cristina Monteiro, na casa dos 23 anos de idade, mãe solteira com dois filhos,
que pela primeira vez diz sentir-se
satisfeita e promete dar o seu máximo para dignificar a confiança a
si depositada: “Sendo o meu primeiro emprego vou fazer tudo para que as pessoas que confiaram
em mim sintam orgulho e continue a trabalhar aqui”, disse.
O director provincial do comércio,
hotelaria e turismo, Luís Neto, caracterizou o empreendimento como uma mais valia para os sumbenses e não só, tendo frisando
ainda que o governo através de
políticas de incentivo vai continuar a atrair o empresariado para
o Sumbe e outros pontos da província.
O mesmo sentimento foi manifestado pelo administrador do Sumbe, Sebastião Daniel Neto, que em
breves palavras considerou que a
inauguração do empreendimento vai mitigar a escassez de hotéis que em tempos se registava.
O administrador que louvou a iniciativa da Vissapa solicitou ao empresariado nacional e não só a investirem nos mais variados ramos
da actividade no município do
Sumbe, pelo que segundo disse,
as portas da administração estão
e estarão sempre abertas.
E como promessa o director geral
da Vissapa Victor e Filhos Lda, José
Bernardo, deixou expressa a vontade da sua empresa em expandir
a actividade em todo Kwanza-Sul
e do país no geral. O empreendimento foi financiado pelo Banco
Espírito Santo Angola e do Banco
de Poupança e Crédito.
A Vissapa Víctor e Filhos Lda conta actualmente com quatro unidades hoteleiras localizadas nas
províncias do Bengo, Luanda e
Kwanza-Sul.
O empreendimento
custou à sociedade 4 milhões e 600
mil dólares com o
concurso ao crédito
dos Banco Espírito
Santo Angola e do
Banco de Poupança
e Crédito
Hotel Kwendele entra em cena
Quem não quis deixar os seus
créditos em mãos alheias é o cidadão nacional António Augusto
Trocado que de igual modo pôs à
disposição da população uma unidade hoteleira, inaugurada pelo governador da província, Serafim Maria do Prado.
Denominado Kwendele, o empreendimento é também uma iniciativa empresarial do ramo pri-
vado. Possui 28 quartos todos
considerados suites e emprega
15 trabalhadores. Conta com um
restaurante. A unidade é de 2 pisos e está qualificada como hotel
de 3 estrelas. Valor orçamental:
mais de 2 milhões de dólares.
Na ocasião, o chefe do executivo provincial garantiu que, até
finais de Junho próximo, a província do Kwanza-Sul, vai ganhar
mais três unidades hoteleiras.
Do Prado deixou promessa de
que outras unidades hoteleiras
serão erguidas a partir do próximo ano nos municípios de Porto-Amboim, Cela e Sumbe. Face
às potencialidades paisagísticas,
Serafim do Prado admite a possibilidade do Kwanza-Sul tornar-se
futuramente num grande centro
turístico do país.
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26 Março 2010
Actual
A OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista,
anunciou nesta quarta-feira mais uma descoberta de hidrocarbonetos na parte sul da Bacia de Campos
Afirma Banco Mundial
Corrupção Silenciosa está a minar
o desenvolvimento de África
A “Corrupção Silenciosa” – ou
a falta de cumprimento por parte
de funcionários públicos na prestação de bens ou serviços pagos
pelo estado – é generalizada e predominante em toda a África e está
a ter um efeito desmedido sobre os
pobres com consequências a longo
prazo para o desenvolvimento, segundo um novo relatório do Banco Mundial.
O relatório “Indicadores do Desenvolvimento de África 2010”, refere
que a maioria dos
estudos sobre corrupção se concentra no tráfego de dinheiro – subornos para poderosos
políticos, ou “luvas” a funcionários
públicos. Este relatório concentrase, em contrapartida, na forma como a “corrupção silenciosa” leva
a expectativas cada vez mais negativas em relação aos sistemas
de prestação de serviços, fazendo
com que as famílias se alheiem desses sistemas. A corrupção silenciosa, embora de menor dimensão em
termos monetários, é particularmente destrutiva para os pobres,
mais vulneráveis e mais dependentes de serviços estatais e sistemas
públicos para satisfazerem as suas
necessidades mais básicas.
“A corrupção silenciosa não faz
manchetes como os escândalos de
suborno, mas é igualmente corrosiva para as sociedades,” afirma Shanta Devarajan, Economista Chefe para a Região África do
Banco Mundial. “Atacar a corrupção silenciosa vai necessitar uma
combinação de liderança forte e
empenhada, políticas e instituições
a nível sectorial e – mais importante – uma maior responsabilização e
participação dos cidadãos.”
O relatório apresenta dados de pesquisa feita sobre corrupção silenciosa nos sectores da
saúde, educação e agricultura. Um
relatório de 2004 concluiu que 20
por cento dos professores nas escolas primárias da zona rural do
Quénia ocidental ausentam-se durante o horário escolar, enquanto
no Uganda dois inquéritos revelaram taxas de absentismo dos professores de 27% em 2002 e 20% em
2007.
Outro exemplo: um controlo deficiente a nível de produtores e armazenistas fez com que 43% dos
fertilizantes analisados, vendidos
na África Ocidental na década de
quentam o 1º ano chegam até ao 5º
ano, enquanto nas Maurícias são
99% as que atingem o 5º ano.
Na Somália, 29% da população tem
acesso a uma fonte segura de água.
Nas Maurícias a taxa é de 100%. Já
a África do Sul tem a mais elevada
taxa de consumo de electricidade
por habitante (4.809,0kW/h) e a
Etiópia, a mais baixa (38,4kW/h).
Nas Maurícias, há uma média de 22
crianças por cada professor primário enquanto na República Centro
Africana, são 91.
O Relatório introduz novos instrumentos como o Estudo de Controlo
da Despesa Pública (PETS) e o Estudo Quantitativo da Prestação de
Serviços (QSDS), que permitiram
aos investigadores fazer o seguimento de recursos e monitorizar a
presença dos prestadores no terreno. Estes resultados de investigação e estudo têm vindo a melhorar
a compreensão de uma vasta gama
de maus procedimentos e contribuído para reformular o debate político sobre a corrupção.
1990, não contivessem os nutrientes previstos, o que significa que
eram basicamente ineficazes.
Segundo alguns estudos, mais de
50% dos medicamentos vendidos
na
Nigéria na década de 1990 eram
contrafeitos. Num estudo de observação directa de prestadores de
cuidados de saúde no Uganda, a
taxa de absentismo foi de 37% em
2002 e de 33% em 2003.
Um dos aspectos mais gravosos da
corrupção silenciosa é que pode ter
consequências a
longo prazo. Uma criança sem instrução adequada devido ao absentismo de professores, sofrerá na
vida adulta as consequências de
baixas competências cognitivas e
de uma saúde débil. A falta de medicamentos e de médicos traduzse em mortes desnecessárias devidas à malária e outras doenças. Os
agricultores que receberam fertilizantes diluídos podem decidir deixar simplesmente de os utilizar, ficando reduzidos a uma agricultura
de baixa produtividade.
O relatório “Indicadores do Desenvolvimento de África 2010” inclui
também indicadores económicos,
tabelas, e uma explicação dos motivos porque a corrupção silenciosa
é um tão grande entrave no alcance das metas de desenvolvimento,
a longo e a curto prazo. O relatório sugere algumas soluções, mas
a grande esperança é que, ao fazer
luz sobre o problema da corrupção
silenciosa, dê início a um debate
mais alargado e se avance rapidamente ao encontro de soluções.
Para além do estudo sobre a corrupção silenciosa, os “Indicadores
do Desenvolvimento de África” fornecem a mais completa recolha de
dados sobre o continente.
O relatório contém mais de 450 indicadores macroeconómicos, sectoriais e sociais, abrangendo 53
países africanos. Entre os dados do
relatório, é possível constatar que
no Chade 37% das crianças que fre-
Este relatório
concentra-se
na forma como
a “corrupção
silenciosa” leva
a expectativas
cada vez mais
negativas em
relação aos
sistemas de
prestação de
serviços, fazendo
com que as
famílias se
alheiem desses
sistemas
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26 Março 2010
Actual
O 81º Conselho Internacional do Cacau foi
aberto terça-feira, 23, em Yaoundé, capital
dos Camarões
Ampe Rogério
É neste terreno que vai nascer o Muxima Plaza, em plena baixa da cidade de Luanda
Muxima Plaza
Opway Angola inicia construção de empreendimento
no valor de 34 milhões de dólares
A Opway Angola, joint-venture formada pelo Grupo Escom e pela Opway Engenharia, acaba de assinar o contrato para
execução da 1ª fase do empreendimento Muxima Plaza.
O Muxima Plaza, localizado em
Luanda, é um empreendimento integrado de habitação, escritórios e
zona comercial, no total de quatro
edifícios. Situado no centro administrativo, financeiro e cultural da
cidade e perto da baía, é dirigido
a um segmento alto que valoriza,
além da qualidade arquitectónica
e de materiais, o bem-estar e a segurança, e vai contribuir para a requalificação urbanística da zona
e para a criação de um novo pólo
empresarial na cidade.
Esta 1ª fase representa um investimento de mais de 34 milhões de
dólares, contemplando a construção da estrutura das quatro caves
enterradas e quatro edifícios: um
de habitação com 24 pisos acima
da cota de soleira e o piso 0 de comércio, outro de escritórios com
14 pisos acima da cota de soleira e
um piso 0 de comércio e dois edifícios de escritório e comércio com
seis pisos acima da cota de soleira.
A adjudicação desta empreitada
representa um passo importante
na estratégia da Opway Angola ao
permitir reforçar a aposta da empresa numa das áreas que apresenta maior potencial de crescimento
neste país – o sector imobiliário –
além das infra-estruturas públicas, como os portos, as vias de comunicação, as pontes e viadutos e
as obras marítimas.
Soluções construtivas
O edifício de habitação do Muxima
Plaza oferece tipologias que variam entre o T0 e o T5+1, com garagens e arrecadações nos pisos
-1, -2, -3, e -4. A obra caracteriza-se pela utilização de materiais,
acabamentos e funcionalidades de
nível superior e segundo os mais
exigentes padrões de qualidade.
A zona de escritórios apresenta
várias tipologias em open-space,
permitindo grande flexibilidade e
adaptação às exigências de qualquer tipo de negócio. O projecto permite também a possibilidade de juntar várias unidades num
mesmo piso, garantindo espaços
de grande dimensão. Os materiais,
acabamentos e soluções construtivas foram escolhidos em função da
durabilidade, da estética, da qualidade, do conforto e da segurança. A zona comercial vai receber
restaurantes e lojas de referência
bem como uma grande multiplicidade de serviços e actividades.
O promotor do Muxima Plaza é a
Prominvest – Promoção e investimentos imobiliários.
Estratégia
O objectivo da Escom e da Opway
Engenharia na África subsariana é
atingir um volume de negócios de
380 milhões de euros (ou 507 milhões de dólares) até 2012. Pa-
ra além da Opway Angola, o grupo
actua ainda com a Opway Congo. A
Escom está no Congo desde 2000
através da Société Congolaise de
Travaux Publiques e em Angola desde 1991, enquanto a Opway (ex-Opca) está em Angola desde 1992. Esta
empresa quer actuar também no segmento residencial médio baixo e baixo, com projectos de construção de
habitações de custos controlados.
O preço deste tipo de habitação pode variar entre os 40 mil e os 100 mil
dólares, dependendo das tipologias.
Estas habitações respondem aos desafios públicos de construção de um
milhão de habitações até 2012, com
custo por fogo que não ultrapasse os
50 mil dólares.
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26 Março 2010
Mercados
Dados cedidos pelo
ACTIVIDADE ECONÓMICA
Indicadores da Actividade Económica
Índice de confiança do consumidor
Crise na Grécia pode divergir
políticas monetárias do BCE e da FED
O Presidente do Banco Central
Europeu, Jean-Claude Trichet,
tem apelado aos governos da
Zona Euro no sentido de tirarem lições da crise fiscal vivida
na Grécia. Esta campanha da
autoridade monetária máxima
da zona euro indicia mudanças
na forma como tem conduzido
a política monetária europeia.
Caso aconteça será a primeira vez, desde o início da crise
mundial, que haverá divergência nas medidas a adoptar entre o BCE e a FED, o que poderia
provocar uma queda forte no
euro para um nível próximo de
1,20 pela primeira vez desde
Março de 2006. A intervenção
dos governos para resolver a
crise agravou o défice orçamental por parte de alguns
países da Zona Euro, como são
os casos da Grécia, Portugal,
Espanha e Irlanda. E por isso
vêem-se forçados a adoptarem
fortes medidas de austeridade
económica e financeira, no
sentido de melhorarem a condição das finanças públicas e
a sustentabilidade do défice.
Este cenário pode fazer com
que a esperada subida nas
taxas de juro pelos bancos
centrais europeu e americano
ocorra de forma desfasada face
a situação orçamental difícil de
alguns países europeus e por
isso o BCE adie por mais tempo
tal pretensão.
PAÍS
EUA
Zona Euro
Japão
Suécia
Turquia
França
Itália
Dinamarca
Evolução do Indice Dow Jones (USA)
10.800
10.750
10.700
10.650
10.600
10.550
10.500
17-Mar-10
15-Mar-10
19-Mar-10
21-Mar-10
TBC- 63 dias
TBC- 182 dias
EURIBOR 1 M
EURIBOR 6 M
EURIBOR 12 M
LIBOR 1 M
LIBOR 6 M
LIBOR 12 M
1,38
1,375
1,37
1,365
1,36
1,355
1,35
1,345
17-Mar-10
15-Mar-10
19-Mar-10
21-Mar-10
Evolução do preço do Petróleo (Brent)
80
SABMiller aumenta investimentos no mercado chinês
A SABMiller Plc e o seu parceiro chinês, produtor da cerveja
mais vendida na China, vão
prosseguir com a sua estratégia de aquisições e aumentar
a capacidade de produção para
impulsionar o seu crescimento na nação mais populosa do
mundo. Segundo Ari Mervis,
director geral da SABMiller na
Ásia, a capacidade instalada
na China que compreendia,
em 2009, 593 cervejeiras,
continua relativamente baixa.
Deste modo, a Joint-Venture
poderá abrir novas cervejeiras.
A SABMiller, que detém 49% da
China Resources Snow, disputa o mercado com a cervejeira
Budweiser, a Anheuser-Busch
InBev NV e a Tsingtao Brewery
Co., num mercado onde o consumo per-capita de 30 litros registado o ano passado superou
a média global de 27 litros, segundo a Seema International
Ltd., empresa de consultoria
sedeada em Hong Kong. Segundo Shaun Rein, fundador e
director geral da China Market
$45 mil milhões
Valor do investimento directo estrangeiro
previsto no Brasil para este ano
Previsto
55,00
-16,00
13,90
32,00
108,00
2,30
Actual
46,00
-39,80
15,55
81,85
106,30
-1,00
MOEDA
AKZ
AKZ
EUR
EUR
EUR
USD
USD
USD
Var. Sm.Bp
0
0
0
-1
-1
2
4
3
Var.Ac.Bp
450
292
-5
-4
-3
2
1
-9
Var. Sem.
1,09%
0,53%
2,45%
-0,73%
0,33%
-1,35%
1,81%
0,00%
Var. Acum.
2,63%
-2,50%
4,49%
-5,89%
-6,60%
-1,29%
3,43%
0,00%
22-Mar-10 Var.Sem.
Var.Acum.
2,18%
3,35%
4,29%
3,81%
0,40%
-5,26%
4,62%
22-Mar-10
24,50
24,00
0,403
0,950
1,214
0,247
0,437
0,895
Taxas de CÂMBIO SPOT
1,34
80
Bancos gregos apontam
para níveis de rating mais baixos
Rendibilidade no maior banco ceiro e o quarto trimestre do
grego poderá ser um desafio mesmo ano. Enquanto, para
para os próximos anos, face o mesmo ano, o Alpha Bank
a actual deterioração da eco- registou o lucro mais baixo em
nomia do país, que poderá de- um ano e Piraeus Bank SA resencadear num corte do rating portou perdas.
de crédito, conforme prevê Para Angela Cruz Directora da
Standard & Poor’s.
S&P’s em Madrid, a instituição
O Banco Nacional da Grécia, espera por um ambiente ecomaior credor nacional, repor- nómico ainda mais negativo
tou no último trimestre de para os próximos dois anos,
2009 uma perda líquida de 118 com uma acentuada recessão
milhões de dólares, em que as em 2010 e 2011 em que o cresprovisões de crédito mal para- cimento do PIB permanecerá
do subiram a volta dos 2,5%, negativo.
com repercussões no PIB.
A mesma entidade prevê ainda
A EFG Eurobank Ergasias SA que a recuperação será prolonreportou um deslize no lucro gada, num cenário com baixo
líquido de 77% entre o ter- potencial de crescimento.
Anterior
55,90
-17,00
39,00
13,00
79,24
33,00
107,70
1,80
Taxas de JURO
Evolução da taxa de Câmbio EUR/USD
81
mercados
Período
Fev
Mar
Fev
Mar
Fev
Mar
Mar
Mar
79
78
77
Cotação
USD/AKZ
EUR/AKZ
ZAR/AKZ
EUR/USD
GBP/USD
USD/ZAR
USD/BRL
USD/CNY
22-Mar-10
91,753
124,999
12,565
1,3562
1,5093
7,3251
1,7998
6,826
Mercados Accionistas
76
75
15-Mar-10
16-Mar-10
17-Mar-10
19-Mar-10
Research Group em Shanghai,
o aumento do rendimento das
famílias e a preocupação com
19-Mar-10
20-Mar-10
21-Mar-10 22-Mar-10
a saúde na China esta a levar os
consumidores a adquirir produtos de melhor qualidade.
EMPRESAS
Petrobras poderá aumentar o investimento em 26%
A Petrobras tenciona aumen- ção, um investimento maior
tar em 26% o seu plano de que de qualquer outra petroinvestimentos até 2014, face lífera mundial a realizar este
ao anterior plano estratégico, ano. Além disso, a Petrobras
para desenvolver projectos de irá emitir, no segundo trimesexploração na maior desco- tre deste ano, cerca de 40 mil
berta petrolífera da América milhões de dólares em novas
desde Cantarell do México acções, maioria das quais desem 1976, segundo fonte da tinadas ao governo em troca
petrolífera estatal brasileira. de direitos de exploração peA companhia anunciará um trolífera. No quarto trimestre
plano estratégico, que inclui de 2009 o lucro da petrolífera
investimentos cujo valor total aumentou 31% face ao ano
oscila entre os 200 e os 220 anterior. De acordo com a
mil milhões de dólares ameri- empresa, o lucro líquido subiu
canos no período entre 2010 e para 8,13 mil milhões de reais,
2014, investimento que supera 4,5 mil milhões de dólares,
o plano de investimento ante- contra os 6,19 mil milhões de
rior de 2009-2013 no valor de reais, no mesmo período do
174,4 mil milhões, segundo o ano anterior, beneficiando da
director financeiro Almir Bar- alta dos preços do petróleo
bassa. Para 2010, o plano de que impulsionaram a produinvestimento contempla 88,5 ção e o início da produção em
mil milhões de reais, 42% dos campos offshore em águas
quais em exploração e produ- profundas.
$81,7 milhões
Crédito que Angola vai receber do Banco
Mundial, para financiar obras públicas locais
e prestar assistência técnica a entidades
públicas, civis e agentes económicos
Índice
DOW JONES
S & P 500
NASDAQ
FTSE 100
BOVESPA
PSI 20
Nikkei 225
10.778,30
1.163,86
2.389,61
5.644,54
68.860,90
8.001,60
10.824,70
1,72%
1,80%
1,74%
0,84%
0,13%
0,27%
0,68%
Commodities 22-Mar-10
Brent
Crud oil (Angola)
Gas Natural
Ouro Spot
Platina
79,08
79,97
4,41
1.100,50
1.597,50
Var.Sem. Var.Acum.
0,46%
2,22%
3,32%
2,66%
-4,92% -20,28%
-0,44%
-0,32%
8,90%
-1,42%
Matéria Prima
Petrobras poderá aumentar o investimento em 26%
A Royal Dutch Shell Plc e a Pe- da Arrows receberão por cada
troChina Co chegaram a acordo acção detida uma acção de
para a compra da Arrow Ener- uma empresa nova, chamada
gy, após terem subido as suas Dart Energy Ltd., constituída
ofertas de aquisição da em- com activos da Arrow no secpresa australiana para 3,2 mil tor do gás detidos na China,
milhões de dólares. A proposta na Indonésia, na Índia e no
Sino-Holandesa prevê pagar Vietnam, cujo valor pode as4,70 dólares australianos em cender os 400 milhões de dónumerário pelas acções da Ar- lares australianos, segundo os
row contra os iniciais 4,45 por analistas. Com esta aquisição,
acção propostos a 8 de Março, a Shell e a PetroChina ganham
segundo declarações da com- o controlo da maior detentora
panhia australiana sedeada de licenças de extracção de
em Brisbane. Os accionistas gás provenientes do carvão.
3,0%
Em quanto subiu o índice de preços no
consumidor em Fevereiro, na Inglaterra, face
ao mês homólogo de 2009
26 Março 2010
Actual
O Governo do Zimbabwe anunciou ter vendido 49%
das acções do People’s Own Saving Banks (um banco
público) a investidores privados
Mundial 2010 gasta 60
milhões em Marketing
Cerca de 60 milhões de dólares é
quanto a África do Sul vai gastar para
promover o maior evento do mundo
de futebol, o Mundial 2010, com início a 11 de Junho deste ano. Esse número foi revelado ao Novo Jornal pelo
director Regional para África da South Africa Tourism (SAT), Phumi Dhlomo, no lançamento da campanha de
marketing em Angola.
A campanha de publicidade já passou
por alguns países africanos e Angola
é uma das prioridades por ser um dos
que mais contribuiu , em 2009, para
o aumento do fluxo de turistas para a
Africa do Sul. 32.488 angolanos visitaram o país de Nelson Mandela, entre Janeiro e Outubro do ano passado,
e são os que mais gastam em média 3. 134 dólares por viagem.
“A nossa entrada em Angola é resultado do crescimento de turistas angolanos que estamos a verificar e no montante que têm gasto no nosso país,
que mostra um grande interesse pela
África do Sul. Sendo um mercado lucrativo, é sensato que comecemos a
investir e a fazer crescer o seu potencial”, diz Phumi Dhlomo.
Em Luanda, a publicidade será mais
visível a partir de Maio com a colocação de outdoors, posteriormente o
marketing abrangerá todo o país. Antes do Mundial será nomeado um responsável para as Relações Comerciais
para trabalhar com os principais parceiros e crescer ou manter o número
de chegadas provenientes de Angola.
“Serão postos à disposição dos angolanos pacotes especiais para o Mundial de Futebol. Ainda não temos as
datas e os preços dos pacotes, mas
vamos negociar os bilhetes para os
jogos com a Federação Internacional
de Futebol Associado (FIFA) e só depois podemos colocar os pacotes à
disposição do público”, explicou Phumi Dhlomo.
11
Afonso francisco
A South Africa Tourism é a agência
sul-africana responsável pela promoção da África do sul enquanto destino
turístico. Na sua presença em Angola para promover a taça do mundo os
responsáveis da SAT disseram aos angolanos que durante o campeonato a
criminalidade não será problema porque a segurança está acautelada.
Durante a conferência de imprensa foi
informado que para a taça do mundo
serão tratados vistos especiais com
duração no máximo de três dias, uma
informação que foi recebida pelas
agências de viagens e jornalistas com
pouca credibilidade, mas que o Con-
sulado da África do Sul, garante que
cumprirá.
“Para ser honesta não acredito que
estes prazos serão cumpridos porque
normalmente as pessoas têm que pernoitar várias noites na embaixada para conseguir o visto”, disse a responsável de uma agência, que propôs a
criação de um balcão especial para
todas as agências de viagem, proposta que segundo o consulado sul-africano será estudada.
Em resposta, a Secretária para os Assuntos Políticos da embaixada da África do Sul, Anri Swart, esclareceu que
estes vistos serão tratados de manei-
ra diferente e prometeu informarem
através da comunicação social dos requisitos o que terão de reunir para terem vistos especiais.
Já a Presidente do Conselho da Administração da South Africa Tourism,
Thandiwine January-McLean, frisou
que a questão dos vistos tem implicância com quem se desloca ao seu
país, mas é uma questão que deve ser
tratada entre os dois países entre os
ministérios das Relações Exteriores.
“Tomei nota do que foi aqui falado e
vou comunicar aos meus parceiros o
que se passa”, adiantou a PCA da SAT.
Edjaíl dos Santos
12
26 Março 2010
Fecho
Os resultados dos testes de experimentação num poço
de prospecção na bacia de Ghadamès, no sudoeste
da Líbia, revelaram uma capacidade de produção de
quatro milhões e 500 mil pés cúbicos de gás por dia
Biocom e ProCana com novo fôlego
“Habemus” lei sobre os Biocombustíveis
Os biocombustíveis têm potencial mas também são polémicos
A proposta de Lei sobre os Biocombustíveis, de iniciativa legislativa do
Presidente da República foi aprovada nesta quarta-feira (24), em Luanda, pela Assembleia Nacional, com
146 votos a favor, zero contra e quatro
abstenções.
Ao apresentar o documento, o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, sustentou que a lei, cujo suporte se consubstância numa estratégia
de produção de biocombustíveis, pode contribuir para “colmatar as necessidades energéticas nacionais, preservando o ambiente e atendendo à
diversificação da economia”.
Segundo o goverante, a produção do
biocombustível irá proporcionar empregos e erguer uma fonte de energia renovável para o futuro, podendo
contribuir para a integração regional e
promover o retorno das populações ao
meio rural, atingindo principalmente
a agricultura e a agro-indústria.
Durante os debates, oito deputados
usaram da palavra, solicitando esclarecimentos sobre alguns aspectos e apresentação de sugestões, no
sentido de que o Executivo avance
no caminho certo quando começar a
implementação da produção do biocombustível.
O ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, Afonso Pedro
Canga, chamado a esclarecer as inquietações ligadas ao seu pelouro, assegurou que não haverá contradição
entre a produção alimentar e os biocombustíveis, porquanto estes “serão
explorados em terras marginais”.
Afirmou ainda, citado pela Angop, que
está em carteira um projecto de produção de açucar na província de Malanje, que visa a diminuição da importação desse produto, ao mesmo tempo
que sublinhou as vantagens dessa cul-
tura em termos de “obtenção de etanol e produção de biodiesel”.
O relatório-parecer das Comissões de
Economia e Finanças, dos Assuntos
Constitucionais, Jurídicos e Regimento, e da Saúde, Ambiente, Acção Social, Emprego, Antigos Combatentes,
Família, Infância e Promoção da Mulher foi favorável à aprovação da lei.
Com a aprovação da legislação, o Estado angolano abre caminho para a
atracção de investidores nacionais e
estrangeiros interessados em auxiliar
o país a introduzir os biocombustíveis
na sua matriz energética.
Neste momento há dois projectos de
transformação de cana-de-açúcar em
fase de implementação no país: o Biocom (na província de Malange, com a
participação da Odebrecht, Sonangol
e Damer enquanto investidores) e o
ProCana, debaixo da alçada dos Projectos Aldeia Nova.
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“muxima plaza“ requalifica zona central da Mutamba