NÚMERO DA SEMANA 480 milhões de africanos vivem em casas precárias ou em bairros de lata, segundo a ONU Dívidas em Abril Angola parece estar perto de saldar as dívidas que voltou a acumular com as construtoras portuguesas, sobretudo no último ano. O ministro das Obras Públicas, José Ferreira, citado pela Reuters, avançou que os cerca de dois mil milhões de dólares que Angola deve às construtoras vão começar a ser pagos em Abril. Este valor refere-se aos montantes em dívida com todas as construtoras que fizeram obras para o Estado angolano (entre as quais a brasileira Odebrecht). Projecto imobiliário avaliado em 34 milhões de usd Barrica com Amorim O embaixador angolano em Portugal, José Marcos Barrica, visitou na última semana, em Espinho (norte de Portugal), a fábrica de rolhas em cortiça de champanhe “Champork” do Grupo Amorim Revestimentos. Acompanhado de funcionários do corpo diplomático angolano em Portugal, o embaixador Marcos Barrica manifestou o desejo de ver o grupo a reforçar a sua presença em Angola. Segundo Américo Amorim, presidente do conselho de administração do grupo, é intenção da empresa consolidar a sua presença no mercado angolano. Café espera compradores Cafeicultores do Golungo Alto, província do Kwanza-Norte, têm disponíveis mais de 80 toneladas de café para comercialização, informou a Angop. O chefe de secção da área económica e produtiva da administração local, Cristo Ebo, disse que desde o início da campanha de comercialização, liderada pelas empresas Procafé e Jorana, os cafeicultores já venderam 70 toneladas do produto, tendo sido arrecadado dois milhões e 100 mil kwanzas. “Muxima plaza“ requalifica zona central da Mutamba >>P.09 Empresas Em foco actual Quiminha recebe investimento Calandula com potencial Contra a corrupção Investimentos >>P.04 Turismo >>P. 06 Banco Mundial >>P. 08 02 26 Março 2010 Análise A economia global num relance I Uma retoma cheia de preocupações Na análise desta semana o Novo Jornal olha para os números de 2009, ao mesmo tempo que analisa os indicadores que dão respaldo a noções optimistas para a economia global em 2010. Tudo com um enfoque especial sobre a economia dos Estados Unidos da América, ainda reconhecida como a principal locomotiva. Estados Unidos Ainda uma jobless recovery A reunião do Federal Open Market Comittee de Janeiro manteve a taxa fed funds no intervalo compreendido entre 0% e 0.25% por um período alargado de tempo (extended period) e a calendarização para o final de alguns dos programas de medidas extraordinárias tomadas aquando do momento mais agudo da crise. Estas decisões foram tomadas não obstante se esperar um bom crescimento do PIB para o 4º trimestre do ano passado, tal como veio a ocorrer. O PIB cresceu 5.7%, em termos anualizados, assente fundamentalmente no investimento privado, em particular na variação de existências que, por si só foi responsável por 3.4 pontos percentuais para a realização do produto. Os resultados para o mercado de trabalho no último mês de 2009 não se revelaram positivos, embora a taxa de desemprego tenha estabilizado em 10% da população activa. A constatação de que o mercado de trabalho continua a ser o calcanhar de Aquiles da presente conjuntura conduziu a Administração Obama a lançar um novo programa de apoio ao emprego (o Jobs for Main Street Act 2010), envolvendo um montante de USD 75 mil milhões. O novo censo da população a realizar durante o primeiro semestre (o Census Day será no dia 1 de Abril) poderá criar entre 1.2 a 1.4 milhões de postos de trabalho, embora o efeito nos payrolls se cifre em apenas 700 a 800 mil, com o seu ponto máximo em Maio. Reserva Federal mantém-se on hold Na reunião do Federal Open Market Committee(FOMC) de 26 e 27 de Janeiro não se procederam a alterações de registo na política monetária. O FOMC manteve a fed funds rate no intervalo compreendido entre 0% e 0.25%, reafirmando a sua perma- A economia americana observou uma expansão de 5.7% nos últimos três meses do ano passado, 1% acima do consenso do mercado nência nesse patamar por um período alargado de tempo (extended period) e confirmou o calendário para a finalização de várias medidas não convencionais implementadas aquando da agudização da crise financeira: terminaram, assim, em 1 de Fevereiro, quatro programas de facilidades de crédito (Asset-Backed Commercial Paper Money Market Mutual Fund Liquidity, Commercial Paper Funding Facility, Primary Dealer Credit Facility e Term Securities Lending Facility) e, no final de Março, o programa de aquisição de mortgage-backed securities (MBS) na posse das agências governamentais até ao montante de USD 1 250 mil milhões e de dívida emitida por estas no montante de USD 175 mil milhões. Realce-se que, segundo declarações de alguns membros do Fed, o extended period pode querer transmitir um período de cerca de 6 meses, o que significa que qualquer alteração de taxas, a ocorrer, seria só na segunda metade de 2009. Por outro lado, ficou em aberto a possibilidade e a Reserva Federal reentrar na aquisição de securities, consoante a avaliação que fizer das perspectivas económicas e das condições nos mercados financeiros. Do comunicado da reunião de realçar ainda os seguintes aspectos: • reconhecimento de uma maior recuperação da actividade, embora o período relativo à melhoria no sector habitacional tenha sido suprimido. De facto, a mais recente informação divulgada – confiança dos empresários (NAHB), preços da habitação (S&P Case-Shiller), início de novas construções, vendas de novas habitações e de habitações existentes – tem sido globalmente desfavorável; • início de uma posição mais cautelosa relativamente à inflação, embora a considere ainda contida num futuro próximo; • ausência de unanimidade nas decisões (pela primeira vez desde Ja- 26 Março 2010 03 Os resultados para o mercado de trabalho no último mês de 2009 não se revelaram positivos, embora a taxa de desemprego tenha estabilizado em 10% da população activa neiro de 2008), tendo havido uma dissensão. Thomas Hoenig, Presidente da Reserva Federal de Kansas City, de regresso como membro votante, considera que a mudança nas condições económicas e financeiras já não aconselha a garantia de taxas de juro excepcionalmente baixas por um extended period. Refira-se que no início deste ano se assistiu a uma rotação de alguns membros nas reuniões do FOMC, tendo regressado como votantes, para além de Thomas Hoenig, os presidentes James Bullard, da Reserva Federal de St. Louis, Sandra Pianalto, da Reserva Federal de Cleveland, e Eric Rosengren, da Reserva Federal de Boston. O equilíbrio de poderes entre as correntes hawkish e dovish ficou globalmente garantido, uma vez que não só entraram dois moderados (Bullard e Pianalto), um “falcão” (Hoenig) e uma “pomba” (Rosengren), como substituíram quatro membros com os mesmos posicionamentos: Charles Evans, de Chicago, e Dennis Lockhart, de Atlanta, (center), Jeffrety Lacker, de Richmond, (hawk) e Janet Yellen, de San Francisco (dove). No conjunto, o FOMC deverá manter a fed funds rate nos actuais níveis por vários meses, se não mesmo por todo o ano de 2010, devendo acentuar-se o confronto entre os membros mais hawkish e os ais dovish, numa avaliação entre uma subida mais prematura das taxas directoras (receios inflacionistas) e a continuação da aquisição de securities para manter baixas as taxas de longo prazo (não comprometendo o crescimento). Apesar do forte crescimento no 4ª trimestre de 2009 A avaliação da Reserva Federal com este quadro de manutenção de taxas de juros excepcionalmente baixas foi realizado nas vésperas da divulgação dos dados para o comportamento da economia no 4º trimestre do ano passado, tendo mesmo em consideração a possibilidade de um registo relativamente forte. Efectivamente, a economia norteamericana observou uma expansão de 5.7%, em termos anualizados, nos últimos três meses do ano passado, ou seja, 1 ponto percentual acima do consenso do mercado. Foi de facto um bom resultado e permitiu que a actividade se tivesse contraído apenas 2.4% no conjunto de 2009, apesar de tudo o número mais negativo desde 1946. O comportamento mais dinâmico ocorreu no investimento privado, particularmente na participação da variação de stocks, assistindose, no entanto, a uma aceleração na vertente de bens e equipamentos e software, de 1.5% para 13.3%, entre o 3º e o 4º trimestres, e no investimento residencial, que continuou em território positivo, embora em abrandamento face ao trimestre anterior (5.7%, após 18.9%). O consumo privado, que representa cerca de 70% do PIB, cresce apenas 2%, perdendo vivacidade em relação aos três meses anteriores (2.8%), evidenciando que os efeitos dos estímulos fiscais e apoios às famílias implementados na primeira metade de 2009 deverão ter tido a sua tradução máxima entre Julho e Setembro do ano passado. As exportações experimentaram uma ligeira aceleração (de 17.8% para 18.1%), traduzindo o melhor momentum da economia mundial, em particular o das principais economias emergentes (China, Brasil e Índia, entre outras). De salientar que, embora a generalidade das componentes da despesa tenha observado um contributo positivo para o PIB do 4º trimestre, o maior relevo provém da variação de existências que, por si só, é responsável por 3.39 pontos percentuais daquele crescimento. Muito embora se possa admitir que o efeito dos stocks ainda venha a ser positivo no início de 2010, a manutenção de um elevado nível de desemprego, a dissipação dos reflexos do pacote de apoio à actividade económica (e famílias), a continuação da política restritiva na concessão de crédito e a falta de extracção de riqueza no mercado habitacional apontam para uma perda de vivacidade no crescimento norte-americano, em particular do consumo privado, tornando o registo do 4º trimestre de difícil repetição. Recuo no mercado de trabalho em Dezembro Os resultados para o mercado de trabalho no último mês de 2009 não se revelaram positivos, embora a taxa de desemprego tenha estabilizado em 10% da população activa. A expectativa quanto à possibilidade de se registar uma variação líquida positiva na criação de emprego em Dezembro não se concretizou, tendose assistido a uma perda de 85 mil postos de trabalho. No entanto, verificou-se uma revisão dos dados referentes a Novembro, revelando-se inconsistente a informação de perda de 11 mil empregos, tendo o novo apuramento evidenciado um aumento de 4 mil no volume de emprego, o primeiro ganho, embora marginal, desde Dezembro de 2007, mês em que foi anunciado pelo NBER – National Bureau of Economic Research o início desta recessão (a referida entidade ainda não declarou o fim da mesma). De realçar, dos registos de Dezembro, a verificação de um aumento líquido de postos de trabalho (50 mil) nos serviços empresariais e profissionais (professional and business services) e nos serviços de saúde e educação (35 mil), uma vez que em quase todos os restantes grandes agrupamentos - construção, indús- de emergência como a extensão de 9 para 15 meses dos seguros de saúde aos desempregados (no âmbito do Health Insurance for Unemployment Workers – COBRA), destina-se a estabilizar empregos através de investimentos em infraestruturas – transportes (USD 40 mil milhões) energia e água (USD 5 mil milhões) – e estabilizar empregos nos serviços públicos – na vertente da educação (USD 25 mil milhões), serviços de incêndio, trabalhadores florestais, entre outros. Reserva Federal dos EUA tria, comércio, transporte e utilities e administração pública – se observou uma erosão. No emprego criado nos professional and business services, de salientar a vertente de trabalho temporário com um acréscimo de cerca de 47 mil lugares – normalmente considerado um leading indicator a empregos futuros – elevando para quase 167 mil os novos empregos temporários nos últimos cinco meses, o maior aumento desde que há registo (1990). novos auxílios por parte das autoridades Não obstante os sinais de melhoria evidenciados recentemente e que deverão adquirir maior consistência durante o corrente ano, à medida que a recuperação da actividade se for efectivando, o mercado de trabalho continua a representar o calcanhar de Aquiles da actual conjuntura. A maior e a mais profunda recessão desde a Grande Depressão fez a economia norte-americano perder mais de 7 milhões de empregos, colocando o número de desem- pregados em mais de 15 milhões, ou seja, mais do dobro do verificado há dois anos. Após a aprovação e implementação do American Recovery and Reinvestment Act 2009, envolvendo um pacote financeiro de quase USD 800 mil milhões de estímulo à actividade económica e ao emprego, as autoridades aprovaram um novo programa designado Jobs for Main Street Act of 2010, que irá utilizar verbas recuperadas do programa TARP – Troubled Asset Relief Program no montante de USD 75 mil milhões. Da comissão de dotações (Committee on Appropriations) da Câmara de Representantes pode ler-se no sumário executivo referente à aprovação do diploma legislativo que: “That is why the Jobs for Main Street Act of 2010 redirects USD 75 billion in Troubled Asset Relief Program (TARP) savings from Wall Street to Main Street to fund infrastructure and Job investments to further stabilize jobs and provides additional emergency funding to help families who are suffering”. O programa que inclui a continuação da aplicação dos fundos Crescimento do PIB e suas componentes (taxas de variação trimestrais anualizadas) 2008 4º Trimestre 1º Trimestre 2009 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre PIB -5.4 -6.4 -0.7 2.2 Consumo privado -3.1 0.6 -0.9 2.8 2.0 Consumo e investimento públicos 1.2 -2.6 6.7 2.6 -0.2 -24.2 -50.5 -23.7 5.0 39.3 Investimento não residencial -19.5 -39.2 -9.6 -5.9 2.9 Investimento residencial -23.2 -38.2 -23.3 18.9 5.7 Exportações -19.5 -29.9 -4.1 17.8 18.1 Importações -16.7 -36.4 -14.7 21.3 10.5 Investimento privado Fonte: BEA – Bureau of Economic Analysis 5.7 Com o novo censo da população a testar a retoma do mercado de trabalho O novo censo da população, que se realiza uma vez por década, irá proporcionar uma melhoria temporária no emprego. À semelhança de censos anteriores, os reflexos far-se-ão sobretudo sentir nos primeiros meses do ano, com o efeito máximo em Maio, a que se seguirá posteriormente um comportamento com sinal contrário. A preparação do actual censo começou já a ser feito em 2009 embora as consequência no emprego tenham sido diminutas. Estima-se que o número total de pessoas a ser empregue nos trabalhos ascenda a 1.2 ou 1.4 milhões de pessoas e que o acréscimo efectivo nos payrolls se eleve a 700 ou 800 mil. Tal facto deve-se não só às características de algumas tarefas, que poderão ter apenas algumas semanas de duração e já não existirem efectivamente aquando da contabilização dos dados mensais do relatório do emprego, ou ainda, pelo mesmo facto, alguns dos sucessivos postos de trabalho criados serem entregues às mesmas pessoas. Dos censos passados, o realizado em 1990 criou 550 mil postos de trabalho com um impacto máximo de cerca de 335 mil nos payrolls e o efectuado em 2000 empregou 965 mil pessoas, uma dimensão máxima efectiva de cerca de 520 mil empregos. O maior efeito esperado no mercado de trabalho do actual censo tem a ver com a diferença metodológica quanto ao apuramento de resultados, particularmente no maior trabalho de campo que vai ser realizado face à não devolução dos inquéritos enviados pelos cidadãos. No passado, a avaliação do número de pessoas que poderiam existir correspondentes aos inquéritos não devolvidos era realizada por amostragem, pretendendo-se no actual censo uma abordagem mais rigorosa, porta-aporta. Na segunda metade do ano, assistir-se-á a uma reversão dos efeitos no emprego dos trabalhos resultantes do censo, sendo de admitir que a recuperação da actividade, embora lenta, se transmita já ao mercado de trabalho, permitindo uma redução na taxa de desemprego. Pedro Matos Branco 04 26 Março 2010 Empresas 60 milhões de dólares foram disponibilizados pelo Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), para apoiar projectos na província do Bengo Projecto na Quiminha arranca com holandeses Uma das salas do Ministério das Finanças foi o cenário escolhido para a celebração do contrato de financiamento bancário que vai materializar o Projecto Integrado de Desenvolvimento Agrícola e Rural da Quiminha, uma iniciativa dos Projectos Aldeia Nova lançada há cerca de 2 anos. Para a Direcção-geral da Aldeia Nova, este é o projecto que, até à presente data, envolve o orçamento mais elevado – cerca de 143 milhões de euros, o equivalente a mais de 200 milhões de dólares. De salientar que, neste caso, não existe qualquer financiamento pela parte do Estado. Todo o capital foi conseguido junto de entidades financeiras internacionais que estudaram ao pormenor a viabilidade do empreendimento. Antes de se concluir esta fase de captação de créditos, o projecto sofreu algumas alterações em relação ao primeiro contrato assinado entre as partes executantes, contrato esse que previa um desenvolvimento agrícola e hidroeléctrico, aproveitando a proximidade da Barragem da Quiminha. A alteração mais importante foi o abandono da vertente hidroeléctrica por não existirem informações suficientes sobre a barragem, o que obrigava à execução de um estudo técnico exaustivo. Esta mudança obrigou a alocar na área agrícola as verbas previstas para a parte eléctrica. Em consequência foi necessário criar um anexo que, depois de trabalhado, foi incluído no contrato agora assinado. Chegou o momento tão esperado para dar o primeiro passo no terreno: mobilizar os recursos, a começar pela montagem do estaleiro de obras, a cargo da Tahal. Comparando-o com o projecto do Waco Cungo, este é mais pequeno – alberga apenas 310 famílias contra as 800 instaladas no município da Cela. As principais actividades produtivas serão ovos, tomate e cereais. À semelhança do projecto do Waco Cungo a selecção das famílias beneficiárias será feita por outras entidades parceiras do PAN. A grande novidade deste projecto da Quiminha é ter incluído também a criação de 64 fazendas particulares, ocupando uma área total de 3.200 hectares. À cerimónia de assinatura, realizada no dia 28 de Janeiro de 2010, estiveram presentes representantes do próprio Ministério e do grupo de bancos e de agências de seguro de crédito europeias e israelitas, liderados pelo ING Afonso Francisco Desenvolver o agro-negócio é um dos objectivos da parceria agora concretizada Bank da Holanda – que discutiram as condições do crédito concedido – para além do director-geral dos PAN, José Cerqueira, e da empresa encarregue da empreitada, o Grupo Tahal. A selecção dos diversos bancos foi feita em função dos países de onde os equipamentos vão ser importados. Principais características Para o assentamento das 310 famílias serão edificadas moradias individuais com 100 metros quadrados cada, infra-estruturas, abastecimento de água, tratamento de águas servidas, rede de estradas, entre outras. Os edifícios públicos ocuparão uma área total de 1.400 metros quadrados. Para a parte produtiva serão criadas 300 quintas familiares com a dimensão de 3 hectares por lote, um dos quais com sistema de irrigação. Em complemento cada família terá um aviário para produção de ovos com capacidade para 288 galinhas, ou cerca de 70 mil ovos por ano. O fornecimento de galinhas poedeiras, insumos e comercialização de ovos será realizado por uma unidade central. Toda esta estrutura irá beneficiar de serviços de suporte técnico e comercialização. A produção de grãos e vegetais será desenvolvida na unidade comercial que comporta uma área irrigada de 900 hectares. Para as 64 fazendas particulares, de 50 hectares cada, será construída uma rede de estradas com sistemas de drenagem e instalado um sistema principal de abastecimento de água com capacidade para irrigação. Entre estas, 10 fazendas serão equipadas com abastecimento de água e energia até o portão de entrada. O Centro Logístico que irá apoiar toda esta estrutura será composto por três unidades principais: - A dos serviços agrícolas, com depósito de suprimentos de insumos e todo o tipo de maquinaria própria – tractores, ceifeiras mecânicas, implementos agrícolas, camiões e outros veículos, apoiados por uma oficina – para além de efectuar os serviços de comercialização e transporte, fará o tratamento pós colheita dos vegetais: limpeza, selecção, empacotamento, armazenagem a frio, venda e entrega para o mercado. Os serviços de comercialização respondem pela distribuição de sementes, mudas e suprimento de insumos, pela recepção dos produtos, manuseio e embalagem, pela venda da produção e pela colecta de pagamentos feitos a fazendeiros. O centro de pós-colheita disponibilizará o alojamento de embalagem de vegetais, armazenamento de frio, silos e armazenamento de grãos. - A unidade central do projecto de ovos, constituída pelo pavilhão central com capacidade para criação de 87 mil galinhas poedeiras por ano, pela unidade de empacotamento e comercialização de ovos e por um galpão para suprimento de rações e insumos, também prestará serviços de assistência técnica. - A unidade de assistência técnica e treinamento, instalada em edifício próprio com laboratório e oferecendo as facilidades normais de um centro de formação, prestará serviços de treinamento de 2 anos e cursos de treinamento e dias de campo com suporte multidisciplinar de especialistas israelitas. Venda de produtos assegurado Foram realizados, segundo informação prestada pelos Projectos Aldeia Nova, estudos com o objectivo de determinar as quantidades máximas que podem ser comercializadas, sem o fornecimento em demasia, ao mercado de Luanda e definido um valor realista e conservador, à porta do produtor, para os produtos a serem produzidos no projecto. Para tal foram colectadas informações de primeira mão sobre a importação de produtos por mar e ar para a região de Luanda, acompanhadas por visitas feitas a mercados atacadistas e mantiveram-se discussões com co- merciantes e produtores. Conheça o empreiteiro Com sede em Amesterdão, na Holanda, o Grupo Tahal está entre as 100 companhias mais importantes do mundo com o mesmo tipo de actividade – consultores de engenharia. Tem obras realizadas em cerca de 50 países e escritórios regionais em 14 deles. A sua especialização compreende o desenvolvimento e gestão dos recursos hídricos, a planificação agrícola, o tratamento de águas servidas e sua reutilização pela agricultura, engenharia ambiental, engenharia civil e de infra-estruturas, engenharia industrial e energia e ainda projectos chaves-na-mão nos sectores das águas e esgotos. Conquistou renome mundial pela vasta experiência e pelo respeito ao compromisso de qualidade e de excelência exigido pela norma internacional ISO 9001. Já implementou projectos financiados por entidades internacionais como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde. Entre os seus clientes contam-se governos e ministérios de desenvolvimento e da administração de recursos hídricos e ambientais. Miguel Gomes 26 Março 2010 05 Conjuntura Afonso Francisco Banco Sol disponibiliza USD 20 milhões para micro-créditos em 2010 Vinte milhões de dólares foram disponibilizados pelo banco Sol para o pacote de micro-crédito 2010, para iniciativas de pequenos negócios, informou hoje no Lobito, província de Benguela, o presidente da comissão executiva da instituição, Coutinho Miguel. Falando à imprensa à margem da inauguração do segundo balcão do banco Sol no Lobito, o responsável bancário adiantou que, deste valor, mais de nove milhões serão destinados para a província de Benguela. Além do dinheiro, o gestor admitiu a hipótese de o banco oferecer outros bens materiais a jovens com ideias empreendedoras. Afirmou que o banco tem como prioridade a cedência de créditos a cidadãos comuns que desejam criar as mínimas condições sociais ou pequenos negócios. O projecto de micro-crédito do Banco Sol foi elogiado pelo bispo emérito da diocese de Benguela, dom Óscar Braga, por ajudar cidadãos mais carentes e que desejam encontrar mecanismos de saírem das dificuldades que vivem. Na óptica do bispo dom Óscar Braga, é digno que as instituições nos seus projectos tenham em conta aqueles cidadãos que lutam para acabar com a pobreza. A cerimónia de inauguração do segundo balcão do banco Sol no Lobito contou com a presença do director provincial das Finanças, Miguel Bento, que solicitou à direcção da instituição a projectar acções para os municípios do interior de Benguela de modo a atender os empresários que começam a reerguer fazendas. Com nove anos de existência, o Banco Sol conta actualmente com 68 balcões em todas as províncias do país e prevê expandir-se a nível dos municípios. Primeiro Salão Imobiliário realiza-se em Maio A primeira edição do Salão Imobiliário de Angola (Sima) realiza-se de 6 a 9 de Maio próximo, em Luanda, numa iniciativa da Feira Internacional de Luanda (FIL). Matos Cardoso, PCA da empresa Feira Internacional de Luanda, adiantou que o SIMA - Salão Imobiliário de Angola é uma iniciativa que visa contribuir na captação de investimentos para o desenvolvimento do sector e servir de barómetro na relação entre o governo e entidades privadas interessadas em desenvolver o sector imobiliário, quer na estruturação da indústria, quer na captação de investimentos. Matos Cardoso, que esteve no Huambo para, entre outros ob- jectivos, persuadir o governo provincial a incentivar a participação de empresários locais em feiras realizadas no país. Na altura não adiantou números, mas mostrou-se confiante de que a primeira edição da Sima venha a resultar em êxito e trazer consigo um número grande de participações. Disse que a sua organização está a trabalhar, a vários níveis, para que a Sima seja de facto uma verdadeira montra imobiliária, porquanto o país precisa ter um caminho certo de promoção empresarial, numa altura em que há um plano governamental para construir mais de um milhão de fogos em todo o país. Luís Filipe Colaço (ex-director do Instituto Nacional de Estatística) foi um dos presentes no simpósio Estatísticas deficientes, economia ineficaz É um facto irrevogável: sem produção estatística fiável e bem determinada no tempo não há previsibilidade que resista. Significa dizer que, se não soubermos quantas crianças temos em Angola, dificilmente teremos políticas coerentes ao nível da educação; se não soubermos quantos somos, também dificilmente as políticas sociais terão a profundidade desejada. Ao nível das empresas o mesmo se verifica, porque se não conhecerem os seus clientes o serviço prestado não será de qualidade. Estas questões foram discutidas terça-feira, 23, em Luanda, num seminário organizado pela Sinfic, e que contou com a presença de convidados ligados à Academia e ao mundo universitário. Na ocasião e para além da importância da estatística, analisou-se também a importância da informação – como recolhê-la e como podem as empresas utilizar os dados para obter melhores rendimentos, e também para melhor planear a sua actividade. Durante as intervenções ficou claro que a maioria das empresas em Angola, sejam elas públicas ou privadas, têm imensas dificuldades em dominar a (muita) informação que dispõem sobre o seu público-alvo. Para que isso aconteça é preciso, sobretudo, “know-how” e quadros preparados para o fazer. O sector dos seguros foi um dos estudos de caso analisado durante o seminário. Helena Lopes, em representação da Sinfic, reforçou que as seguradoras vivem actualmente um cenário de transformação profunda, sobretudo devido à obrigatoriedade do seguro automóvel (que entrou em vigor em Fevereiro). “As seguradoras enfrentam enormes desafios, já que terão necessidade de atender uma demanda muito superior aquela que tiveram até agora. Isto vai fazer com que se deparem com a necessidade de expandir a presença em território nacional, aumentando estruturas e pessoal afecto às empresas. Terão ainda necessidade de melhor prever os passos a implementar no futuro”, assegura a Helena Lopes. As companhias que não se conseguirem adaptar a estes novos tempos poderão sofrer consequências no futuro. No sector automóvel é fundamental ter estruturas funcionais para acorrer aos sinistros (peritagem, área técnica e comercial) e para que isso aconteça é fundamental a capacitação humana. Quem não conseguir acompanhar a passada, corre o risco de perder clientes e de ver a sua actividade em risco. É neste sentido, reforça-se, que se deve utilizar a informação disponível para melhor compreender as necessidades dos clientes. Luís Filipe Colaço, uma das figuras mais importantes e informadas sobre o modelo de recolha de estatística nacional, recorda que “em África todas as estatísticas são deficientes”. Para além de problemas técnicos e de formação de recursos humanos, há também um problema de validação dos conceitos utilizados nos diferentes países. Outro exemplo recordado por Vicente Pinto de Andrade (Universidade Católica de Angola) está relacionado com o grande peso que o sector informal tem na economia, apesar de ser impossível quantificá-lo. “Estas pessoas trabalham, produzem, mas enfrentam enormes burocracias para regularizar a sua actividade. Daquilo que conheço, sei que há vontade em se formalizarem e assim poderem contribuir para a arrecadação de impostos, por exemplo”, explica Vicente Pinto de Andrade. Miguel Gomes 06 26 Março 2010 Em foco Quedas de Calandula O Turismo rendeu pouco para a unidade hoteleira Yolaca em Malanje As quedas de Calandula, na província de Malanje, sempre se notabilizaram pelo enorme potencial turístico, exactamente por ser um ponto empolgante de atracção diária de centenas de turistas internos. Apesar das estruturas da Direcção Provincial da Hotelaria e Turismo e da Administração Municipal de Calandula, 85 quilómetros a norte daquela capital, não disporem de dados estatísticos quanto ao número exacto de turistas que afluem ao local, o certo é que há um movimento turístico constante, quer de nacionais, quer de estrangeiros. A procura paradísiaca da beleza natural não tem fronteiras, mas o mesmo não acontece em termos de restauração, onde os meses de Janeiro e Fevereiro já são marcados pela escassez ou ausência de dinheiro. O período foi pouco rentável em termos empresariais para o Hotel Yolaca, o único no município de Calandula, com 38 quartos, dos quais oito são suites, quatro presidenciais, e igual número de executi- vos. Os restantes são acomodações normais numa estrutura inaugurada em Fevereiro de 2008. O director do grupo Miamop para os hotéis, João Luís do Nascimento, precisou que há recessão “nos meses do princípio do ano, talvez porque as pessoas gastam os seus dinheiros nas festas de natal e fimde-ano”, o que complica as diárias, com excepção dos fins–de–semana prolongados. Aqui a atenção centra-se no segmento salas de reuniões com capacidade para duas delegações, permitindo diversificar a procura do turismo e uma taxa de ocupação de 20%. Os angolanos representaram 95% do turismo interno. Os portugueses e brasileiros constituem o grupo maioritário de estrangeiros que trabalham em Angola. A seguir aparecem os russos, dada a proximidade do projecto Capanda, revelou Luís do Nascimento. Os 59 dias de 2010 foram considerados para o Hotel Yolaca quase irrisórios em termos numéricos, com estadia irregular de uma família de franceses e uns poucos espanhóis contratados por empresas construtoras. O turismo nacional adepto do bom garfo confirma o manuseio das iguarias dos pratos tradicionais da terra, “não só ginguinga com cabidela, como a choupa, a cabidela com machanana e feijão em óleo de palma, ou seja os pratos tradicionais”, comentou Luís do Nascimento. Na ementa do Hotel Yolaca, ao fim-desemana, impõem-se o funge para acompanhar calulú de peixe seco, peixe fresco garoupa ou carne seca. O cardápio do buffet aos sábados e domingos engloba quatro pratos, dois de peixe e igual quantidade de carnes alternados com porções reguladas de machanana, kizaca, mandioca, batata-doce e às vezes inclui a banana–pão, rondando os Akz 3500 o preço do prato, sem bebidas. Durante a semana, os valores dos manjares variam entre Akz 2900 e Akz 3100, dependendo do peso do mercado local. Em relação aos quartos, o preço mais baixo é o do quarto individual, Akz 9360, até aos Akz 50700 cobrados por uma suite presidencial. O complexo turístico, actualmente com 46 funcionários, 20 dos quais femininos, é um projecto rentável, desde que a gerência consiga “manter a ocupação média a rondar os 30% ou 35%”, precisou aquele responsável do grupo Miamop, justificando o controlo apertado quanto aos custos com mão-de-obra local. “Tenho apenas três pessoas que são de Malanje, tenho uma pessoa de Luanda, a quem fornecemos alojamento e alimentação”, acto distinto aos da região. Rentabilição de serviços O complexo hoteleiro Yolaca engloba agora mais um serviço: a discoteca. Aberta a 15 de Fevereiro, este espaço está equipado com microfones para realização de reuniões e projecções de data show e estará aberta apenas às sextas-feiras e aos sábados, confirmou Luís dos Nascimento, que vaticina já a construção de novos serviços. No fim de cada curso de formação “há sempre uma vontade do angolano em ter uma festa” e com o restaurante incorporado surge logo a sala polivalente como alternativa para servir mais de 100 pessoas. A discoteca com 80 lugares sentados vai funcionar no futuro, aos sábados e domingos, para acolher matineés com alguém a tocar ao vivo, clarificou o director do grupo que pretende criar um ambiente fresco e sossegado, onde o cliente possa “beber uma cerveja ou um sumo, calmamente, a ouvir a sua música”. I.S. 26 Março 2010 07 Um crédito estimado em um milhão e 250 mil dólares será concedido, este ano, por um banco comercial indiano, à empresa de abastecimento ao sector cafeícola “Procafé” Deslumbrados com a natureza Passagem obrigatória para turistas Longe de casa e da cidade várias pessoas encontram tranquilidade e paz nas Quedas de Calandula, província de Malange, considerado por muitos como lugar propício para o turismo. As Quedas de Calandula são um local completamente apaixonante, onde as pedras, as águas e o verde esperança da natureza acasalam formando um arco-íris, embora com três cores visíveis, como o azul, amarelo e o roxo. Eram 16h50 quando o Novo Jornal chegou às Quedas de Calandula. Apesar da hora avançada encontrámos muita gente, uns a abandonar o local, outros acabavam de chegar para desfrutarem da maravilha daquele local. Há quem vá ao local para afogar as suas melancolias, ou fazer uma leitura, como é o caso de Mário Joaquim (nome fictício), que quando está triste prefere percorrer quase 100 quilómetros da cidade até às Quedas de Calandula. ”Tenho poucos amigos, prefiro vir até aqui para falar com a natureza. Sim, para mim este local fala e muito”, explicou Mário Joaquim. Questionado sobre a que hora a que sairia das Quedas de Calandulas, o nosso interlocutor disse que não sabia ao certo e que várias vezes perde a hora porque desnorteia-se na beleza das águas a jorrar sobre aquelas enormes rochas. ”Não sei, se calhar saio daqui às 22 horas”, esclarece. Um grupo de raparigas quando se apercebe que havia um órgão de informação naquele exacto momento correu até nós para expressar a alegria que sentia naquele momento por causa do meio ambiente em que estava envolvida. “Também quero falar, também quero aparecer na TV“, gritavam as jovens esquecidas que se tratava de um jornal e não de uma televisão. As jovens queriam a todo custo falar da beleza do local. Tânia Simão vive em Luanda, estava em Malange de férias. Como ouvia falar muito das Quedas de Calandula pediu às primas natas na província que lhe mostrassem este monumento da natureza. “Nunca vi tanta beleza num só lugar. Tenho 24 anos e em toda a minha vida nunca vi coisa igual”, disse Tânia Simão. A emoção era tanta que ela não conseguiu conter as lágrimas. A jovem Mara, que se interrogava se era obra da natureza ou do homem, de uma coisa ela tinha a certeza absoluta: que era obra de Deus. “Só Deus faz maravilhas, e isto é uma maravilha”, justificou Hélder Manuel vive em Benguela e disse que não sai de Malange sem visitar as Quedas de Calandula. Para ele aquele lugar é milagroso. Como o sol estava já a pôr-se, uns aproveitavam para fazer algumas fotos, enquanto outros namoravam no local. Neusa salgado KWANZA-SUL Sumbe ganha dois novos estabelecimentos hoteleiros A Cada dia que passa, o interesse do empresariado nacional vai se aguçando mais no ramo de hotelaria a julgar pela consequente incursão que se vai fazendo, nos últimos dois anos, sobre a indústria hoteleira. Desta feita, a cidade do Sumbe (como sempre) foi beneficiada com mais duas unidades hoteleiras, sendo uma no centro da cidade e outra bem mais na encosta da unidade de bombeiros na zona 2. O primeiro a ser posto à disposição da população foi o Hotel Sumbe (4 estrelas), da Sociedade Vissapa Victor e Filhos, Limitada localizado na rua comandante Kassanje defronte ao Largo 23 de Janeiro. A construção ficou orçamentada em 4 milhões e 600 mil dólares, possui 47 quartos (seis suites), dois restaurantes e uma sala de ginásio. As diárias custam de 17 mil a 19 mil kwanzas. De momento a unidade está ser gerida pela Vissapa que tem à cabeça um branco de nacionalidade portuguesa que atende pelo nome de Fernandes. Vinte e seis é o número de trabalhadores, dentre os quais alguns estreantes, que vão proporcionar melhores serviços à população. É o caso da jovem Paula Cristina Monteiro, na casa dos 23 anos de idade, mãe solteira com dois filhos, que pela primeira vez diz sentir-se satisfeita e promete dar o seu máximo para dignificar a confiança a si depositada: “Sendo o meu primeiro emprego vou fazer tudo para que as pessoas que confiaram em mim sintam orgulho e continue a trabalhar aqui”, disse. O director provincial do comércio, hotelaria e turismo, Luís Neto, caracterizou o empreendimento como uma mais valia para os sumbenses e não só, tendo frisando ainda que o governo através de políticas de incentivo vai continuar a atrair o empresariado para o Sumbe e outros pontos da província. O mesmo sentimento foi manifestado pelo administrador do Sumbe, Sebastião Daniel Neto, que em breves palavras considerou que a inauguração do empreendimento vai mitigar a escassez de hotéis que em tempos se registava. O administrador que louvou a iniciativa da Vissapa solicitou ao empresariado nacional e não só a investirem nos mais variados ramos da actividade no município do Sumbe, pelo que segundo disse, as portas da administração estão e estarão sempre abertas. E como promessa o director geral da Vissapa Victor e Filhos Lda, José Bernardo, deixou expressa a vontade da sua empresa em expandir a actividade em todo Kwanza-Sul e do país no geral. O empreendimento foi financiado pelo Banco Espírito Santo Angola e do Banco de Poupança e Crédito. A Vissapa Víctor e Filhos Lda conta actualmente com quatro unidades hoteleiras localizadas nas províncias do Bengo, Luanda e Kwanza-Sul. O empreendimento custou à sociedade 4 milhões e 600 mil dólares com o concurso ao crédito dos Banco Espírito Santo Angola e do Banco de Poupança e Crédito Hotel Kwendele entra em cena Quem não quis deixar os seus créditos em mãos alheias é o cidadão nacional António Augusto Trocado que de igual modo pôs à disposição da população uma unidade hoteleira, inaugurada pelo governador da província, Serafim Maria do Prado. Denominado Kwendele, o empreendimento é também uma iniciativa empresarial do ramo pri- vado. Possui 28 quartos todos considerados suites e emprega 15 trabalhadores. Conta com um restaurante. A unidade é de 2 pisos e está qualificada como hotel de 3 estrelas. Valor orçamental: mais de 2 milhões de dólares. Na ocasião, o chefe do executivo provincial garantiu que, até finais de Junho próximo, a província do Kwanza-Sul, vai ganhar mais três unidades hoteleiras. Do Prado deixou promessa de que outras unidades hoteleiras serão erguidas a partir do próximo ano nos municípios de Porto-Amboim, Cela e Sumbe. Face às potencialidades paisagísticas, Serafim do Prado admite a possibilidade do Kwanza-Sul tornar-se futuramente num grande centro turístico do país. 08 26 Março 2010 Actual A OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista, anunciou nesta quarta-feira mais uma descoberta de hidrocarbonetos na parte sul da Bacia de Campos Afirma Banco Mundial Corrupção Silenciosa está a minar o desenvolvimento de África A “Corrupção Silenciosa” – ou a falta de cumprimento por parte de funcionários públicos na prestação de bens ou serviços pagos pelo estado – é generalizada e predominante em toda a África e está a ter um efeito desmedido sobre os pobres com consequências a longo prazo para o desenvolvimento, segundo um novo relatório do Banco Mundial. O relatório “Indicadores do Desenvolvimento de África 2010”, refere que a maioria dos estudos sobre corrupção se concentra no tráfego de dinheiro – subornos para poderosos políticos, ou “luvas” a funcionários públicos. Este relatório concentrase, em contrapartida, na forma como a “corrupção silenciosa” leva a expectativas cada vez mais negativas em relação aos sistemas de prestação de serviços, fazendo com que as famílias se alheiem desses sistemas. A corrupção silenciosa, embora de menor dimensão em termos monetários, é particularmente destrutiva para os pobres, mais vulneráveis e mais dependentes de serviços estatais e sistemas públicos para satisfazerem as suas necessidades mais básicas. “A corrupção silenciosa não faz manchetes como os escândalos de suborno, mas é igualmente corrosiva para as sociedades,” afirma Shanta Devarajan, Economista Chefe para a Região África do Banco Mundial. “Atacar a corrupção silenciosa vai necessitar uma combinação de liderança forte e empenhada, políticas e instituições a nível sectorial e – mais importante – uma maior responsabilização e participação dos cidadãos.” O relatório apresenta dados de pesquisa feita sobre corrupção silenciosa nos sectores da saúde, educação e agricultura. Um relatório de 2004 concluiu que 20 por cento dos professores nas escolas primárias da zona rural do Quénia ocidental ausentam-se durante o horário escolar, enquanto no Uganda dois inquéritos revelaram taxas de absentismo dos professores de 27% em 2002 e 20% em 2007. Outro exemplo: um controlo deficiente a nível de produtores e armazenistas fez com que 43% dos fertilizantes analisados, vendidos na África Ocidental na década de quentam o 1º ano chegam até ao 5º ano, enquanto nas Maurícias são 99% as que atingem o 5º ano. Na Somália, 29% da população tem acesso a uma fonte segura de água. Nas Maurícias a taxa é de 100%. Já a África do Sul tem a mais elevada taxa de consumo de electricidade por habitante (4.809,0kW/h) e a Etiópia, a mais baixa (38,4kW/h). Nas Maurícias, há uma média de 22 crianças por cada professor primário enquanto na República Centro Africana, são 91. O Relatório introduz novos instrumentos como o Estudo de Controlo da Despesa Pública (PETS) e o Estudo Quantitativo da Prestação de Serviços (QSDS), que permitiram aos investigadores fazer o seguimento de recursos e monitorizar a presença dos prestadores no terreno. Estes resultados de investigação e estudo têm vindo a melhorar a compreensão de uma vasta gama de maus procedimentos e contribuído para reformular o debate político sobre a corrupção. 1990, não contivessem os nutrientes previstos, o que significa que eram basicamente ineficazes. Segundo alguns estudos, mais de 50% dos medicamentos vendidos na Nigéria na década de 1990 eram contrafeitos. Num estudo de observação directa de prestadores de cuidados de saúde no Uganda, a taxa de absentismo foi de 37% em 2002 e de 33% em 2003. Um dos aspectos mais gravosos da corrupção silenciosa é que pode ter consequências a longo prazo. Uma criança sem instrução adequada devido ao absentismo de professores, sofrerá na vida adulta as consequências de baixas competências cognitivas e de uma saúde débil. A falta de medicamentos e de médicos traduzse em mortes desnecessárias devidas à malária e outras doenças. Os agricultores que receberam fertilizantes diluídos podem decidir deixar simplesmente de os utilizar, ficando reduzidos a uma agricultura de baixa produtividade. O relatório “Indicadores do Desenvolvimento de África 2010” inclui também indicadores económicos, tabelas, e uma explicação dos motivos porque a corrupção silenciosa é um tão grande entrave no alcance das metas de desenvolvimento, a longo e a curto prazo. O relatório sugere algumas soluções, mas a grande esperança é que, ao fazer luz sobre o problema da corrupção silenciosa, dê início a um debate mais alargado e se avance rapidamente ao encontro de soluções. Para além do estudo sobre a corrupção silenciosa, os “Indicadores do Desenvolvimento de África” fornecem a mais completa recolha de dados sobre o continente. O relatório contém mais de 450 indicadores macroeconómicos, sectoriais e sociais, abrangendo 53 países africanos. Entre os dados do relatório, é possível constatar que no Chade 37% das crianças que fre- Este relatório concentra-se na forma como a “corrupção silenciosa” leva a expectativas cada vez mais negativas em relação aos sistemas de prestação de serviços, fazendo com que as famílias se alheiem desses sistemas 09 26 Março 2010 Actual O 81º Conselho Internacional do Cacau foi aberto terça-feira, 23, em Yaoundé, capital dos Camarões Ampe Rogério É neste terreno que vai nascer o Muxima Plaza, em plena baixa da cidade de Luanda Muxima Plaza Opway Angola inicia construção de empreendimento no valor de 34 milhões de dólares A Opway Angola, joint-venture formada pelo Grupo Escom e pela Opway Engenharia, acaba de assinar o contrato para execução da 1ª fase do empreendimento Muxima Plaza. O Muxima Plaza, localizado em Luanda, é um empreendimento integrado de habitação, escritórios e zona comercial, no total de quatro edifícios. Situado no centro administrativo, financeiro e cultural da cidade e perto da baía, é dirigido a um segmento alto que valoriza, além da qualidade arquitectónica e de materiais, o bem-estar e a segurança, e vai contribuir para a requalificação urbanística da zona e para a criação de um novo pólo empresarial na cidade. Esta 1ª fase representa um investimento de mais de 34 milhões de dólares, contemplando a construção da estrutura das quatro caves enterradas e quatro edifícios: um de habitação com 24 pisos acima da cota de soleira e o piso 0 de comércio, outro de escritórios com 14 pisos acima da cota de soleira e um piso 0 de comércio e dois edifícios de escritório e comércio com seis pisos acima da cota de soleira. A adjudicação desta empreitada representa um passo importante na estratégia da Opway Angola ao permitir reforçar a aposta da empresa numa das áreas que apresenta maior potencial de crescimento neste país – o sector imobiliário – além das infra-estruturas públicas, como os portos, as vias de comunicação, as pontes e viadutos e as obras marítimas. Soluções construtivas O edifício de habitação do Muxima Plaza oferece tipologias que variam entre o T0 e o T5+1, com garagens e arrecadações nos pisos -1, -2, -3, e -4. A obra caracteriza-se pela utilização de materiais, acabamentos e funcionalidades de nível superior e segundo os mais exigentes padrões de qualidade. A zona de escritórios apresenta várias tipologias em open-space, permitindo grande flexibilidade e adaptação às exigências de qualquer tipo de negócio. O projecto permite também a possibilidade de juntar várias unidades num mesmo piso, garantindo espaços de grande dimensão. Os materiais, acabamentos e soluções construtivas foram escolhidos em função da durabilidade, da estética, da qualidade, do conforto e da segurança. A zona comercial vai receber restaurantes e lojas de referência bem como uma grande multiplicidade de serviços e actividades. O promotor do Muxima Plaza é a Prominvest – Promoção e investimentos imobiliários. Estratégia O objectivo da Escom e da Opway Engenharia na África subsariana é atingir um volume de negócios de 380 milhões de euros (ou 507 milhões de dólares) até 2012. Pa- ra além da Opway Angola, o grupo actua ainda com a Opway Congo. A Escom está no Congo desde 2000 através da Société Congolaise de Travaux Publiques e em Angola desde 1991, enquanto a Opway (ex-Opca) está em Angola desde 1992. Esta empresa quer actuar também no segmento residencial médio baixo e baixo, com projectos de construção de habitações de custos controlados. O preço deste tipo de habitação pode variar entre os 40 mil e os 100 mil dólares, dependendo das tipologias. Estas habitações respondem aos desafios públicos de construção de um milhão de habitações até 2012, com custo por fogo que não ultrapasse os 50 mil dólares. 10 26 Março 2010 Mercados Dados cedidos pelo ACTIVIDADE ECONÓMICA Indicadores da Actividade Económica Índice de confiança do consumidor Crise na Grécia pode divergir políticas monetárias do BCE e da FED O Presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, tem apelado aos governos da Zona Euro no sentido de tirarem lições da crise fiscal vivida na Grécia. Esta campanha da autoridade monetária máxima da zona euro indicia mudanças na forma como tem conduzido a política monetária europeia. Caso aconteça será a primeira vez, desde o início da crise mundial, que haverá divergência nas medidas a adoptar entre o BCE e a FED, o que poderia provocar uma queda forte no euro para um nível próximo de 1,20 pela primeira vez desde Março de 2006. A intervenção dos governos para resolver a crise agravou o défice orçamental por parte de alguns países da Zona Euro, como são os casos da Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda. E por isso vêem-se forçados a adoptarem fortes medidas de austeridade económica e financeira, no sentido de melhorarem a condição das finanças públicas e a sustentabilidade do défice. Este cenário pode fazer com que a esperada subida nas taxas de juro pelos bancos centrais europeu e americano ocorra de forma desfasada face a situação orçamental difícil de alguns países europeus e por isso o BCE adie por mais tempo tal pretensão. PAÍS EUA Zona Euro Japão Suécia Turquia França Itália Dinamarca Evolução do Indice Dow Jones (USA) 10.800 10.750 10.700 10.650 10.600 10.550 10.500 17-Mar-10 15-Mar-10 19-Mar-10 21-Mar-10 TBC- 63 dias TBC- 182 dias EURIBOR 1 M EURIBOR 6 M EURIBOR 12 M LIBOR 1 M LIBOR 6 M LIBOR 12 M 1,38 1,375 1,37 1,365 1,36 1,355 1,35 1,345 17-Mar-10 15-Mar-10 19-Mar-10 21-Mar-10 Evolução do preço do Petróleo (Brent) 80 SABMiller aumenta investimentos no mercado chinês A SABMiller Plc e o seu parceiro chinês, produtor da cerveja mais vendida na China, vão prosseguir com a sua estratégia de aquisições e aumentar a capacidade de produção para impulsionar o seu crescimento na nação mais populosa do mundo. Segundo Ari Mervis, director geral da SABMiller na Ásia, a capacidade instalada na China que compreendia, em 2009, 593 cervejeiras, continua relativamente baixa. Deste modo, a Joint-Venture poderá abrir novas cervejeiras. A SABMiller, que detém 49% da China Resources Snow, disputa o mercado com a cervejeira Budweiser, a Anheuser-Busch InBev NV e a Tsingtao Brewery Co., num mercado onde o consumo per-capita de 30 litros registado o ano passado superou a média global de 27 litros, segundo a Seema International Ltd., empresa de consultoria sedeada em Hong Kong. Segundo Shaun Rein, fundador e director geral da China Market $45 mil milhões Valor do investimento directo estrangeiro previsto no Brasil para este ano Previsto 55,00 -16,00 13,90 32,00 108,00 2,30 Actual 46,00 -39,80 15,55 81,85 106,30 -1,00 MOEDA AKZ AKZ EUR EUR EUR USD USD USD Var. Sm.Bp 0 0 0 -1 -1 2 4 3 Var.Ac.Bp 450 292 -5 -4 -3 2 1 -9 Var. Sem. 1,09% 0,53% 2,45% -0,73% 0,33% -1,35% 1,81% 0,00% Var. Acum. 2,63% -2,50% 4,49% -5,89% -6,60% -1,29% 3,43% 0,00% 22-Mar-10 Var.Sem. Var.Acum. 2,18% 3,35% 4,29% 3,81% 0,40% -5,26% 4,62% 22-Mar-10 24,50 24,00 0,403 0,950 1,214 0,247 0,437 0,895 Taxas de CÂMBIO SPOT 1,34 80 Bancos gregos apontam para níveis de rating mais baixos Rendibilidade no maior banco ceiro e o quarto trimestre do grego poderá ser um desafio mesmo ano. Enquanto, para para os próximos anos, face o mesmo ano, o Alpha Bank a actual deterioração da eco- registou o lucro mais baixo em nomia do país, que poderá de- um ano e Piraeus Bank SA resencadear num corte do rating portou perdas. de crédito, conforme prevê Para Angela Cruz Directora da Standard & Poor’s. S&P’s em Madrid, a instituição O Banco Nacional da Grécia, espera por um ambiente ecomaior credor nacional, repor- nómico ainda mais negativo tou no último trimestre de para os próximos dois anos, 2009 uma perda líquida de 118 com uma acentuada recessão milhões de dólares, em que as em 2010 e 2011 em que o cresprovisões de crédito mal para- cimento do PIB permanecerá do subiram a volta dos 2,5%, negativo. com repercussões no PIB. A mesma entidade prevê ainda A EFG Eurobank Ergasias SA que a recuperação será prolonreportou um deslize no lucro gada, num cenário com baixo líquido de 77% entre o ter- potencial de crescimento. Anterior 55,90 -17,00 39,00 13,00 79,24 33,00 107,70 1,80 Taxas de JURO Evolução da taxa de Câmbio EUR/USD 81 mercados Período Fev Mar Fev Mar Fev Mar Mar Mar 79 78 77 Cotação USD/AKZ EUR/AKZ ZAR/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/ZAR USD/BRL USD/CNY 22-Mar-10 91,753 124,999 12,565 1,3562 1,5093 7,3251 1,7998 6,826 Mercados Accionistas 76 75 15-Mar-10 16-Mar-10 17-Mar-10 19-Mar-10 Research Group em Shanghai, o aumento do rendimento das famílias e a preocupação com 19-Mar-10 20-Mar-10 21-Mar-10 22-Mar-10 a saúde na China esta a levar os consumidores a adquirir produtos de melhor qualidade. EMPRESAS Petrobras poderá aumentar o investimento em 26% A Petrobras tenciona aumen- ção, um investimento maior tar em 26% o seu plano de que de qualquer outra petroinvestimentos até 2014, face lífera mundial a realizar este ao anterior plano estratégico, ano. Além disso, a Petrobras para desenvolver projectos de irá emitir, no segundo trimesexploração na maior desco- tre deste ano, cerca de 40 mil berta petrolífera da América milhões de dólares em novas desde Cantarell do México acções, maioria das quais desem 1976, segundo fonte da tinadas ao governo em troca petrolífera estatal brasileira. de direitos de exploração peA companhia anunciará um trolífera. No quarto trimestre plano estratégico, que inclui de 2009 o lucro da petrolífera investimentos cujo valor total aumentou 31% face ao ano oscila entre os 200 e os 220 anterior. De acordo com a mil milhões de dólares ameri- empresa, o lucro líquido subiu canos no período entre 2010 e para 8,13 mil milhões de reais, 2014, investimento que supera 4,5 mil milhões de dólares, o plano de investimento ante- contra os 6,19 mil milhões de rior de 2009-2013 no valor de reais, no mesmo período do 174,4 mil milhões, segundo o ano anterior, beneficiando da director financeiro Almir Bar- alta dos preços do petróleo bassa. Para 2010, o plano de que impulsionaram a produinvestimento contempla 88,5 ção e o início da produção em mil milhões de reais, 42% dos campos offshore em águas quais em exploração e produ- profundas. $81,7 milhões Crédito que Angola vai receber do Banco Mundial, para financiar obras públicas locais e prestar assistência técnica a entidades públicas, civis e agentes económicos Índice DOW JONES S & P 500 NASDAQ FTSE 100 BOVESPA PSI 20 Nikkei 225 10.778,30 1.163,86 2.389,61 5.644,54 68.860,90 8.001,60 10.824,70 1,72% 1,80% 1,74% 0,84% 0,13% 0,27% 0,68% Commodities 22-Mar-10 Brent Crud oil (Angola) Gas Natural Ouro Spot Platina 79,08 79,97 4,41 1.100,50 1.597,50 Var.Sem. Var.Acum. 0,46% 2,22% 3,32% 2,66% -4,92% -20,28% -0,44% -0,32% 8,90% -1,42% Matéria Prima Petrobras poderá aumentar o investimento em 26% A Royal Dutch Shell Plc e a Pe- da Arrows receberão por cada troChina Co chegaram a acordo acção detida uma acção de para a compra da Arrow Ener- uma empresa nova, chamada gy, após terem subido as suas Dart Energy Ltd., constituída ofertas de aquisição da em- com activos da Arrow no secpresa australiana para 3,2 mil tor do gás detidos na China, milhões de dólares. A proposta na Indonésia, na Índia e no Sino-Holandesa prevê pagar Vietnam, cujo valor pode as4,70 dólares australianos em cender os 400 milhões de dónumerário pelas acções da Ar- lares australianos, segundo os row contra os iniciais 4,45 por analistas. Com esta aquisição, acção propostos a 8 de Março, a Shell e a PetroChina ganham segundo declarações da com- o controlo da maior detentora panhia australiana sedeada de licenças de extracção de em Brisbane. Os accionistas gás provenientes do carvão. 3,0% Em quanto subiu o índice de preços no consumidor em Fevereiro, na Inglaterra, face ao mês homólogo de 2009 26 Março 2010 Actual O Governo do Zimbabwe anunciou ter vendido 49% das acções do People’s Own Saving Banks (um banco público) a investidores privados Mundial 2010 gasta 60 milhões em Marketing Cerca de 60 milhões de dólares é quanto a África do Sul vai gastar para promover o maior evento do mundo de futebol, o Mundial 2010, com início a 11 de Junho deste ano. Esse número foi revelado ao Novo Jornal pelo director Regional para África da South Africa Tourism (SAT), Phumi Dhlomo, no lançamento da campanha de marketing em Angola. A campanha de publicidade já passou por alguns países africanos e Angola é uma das prioridades por ser um dos que mais contribuiu , em 2009, para o aumento do fluxo de turistas para a Africa do Sul. 32.488 angolanos visitaram o país de Nelson Mandela, entre Janeiro e Outubro do ano passado, e são os que mais gastam em média 3. 134 dólares por viagem. “A nossa entrada em Angola é resultado do crescimento de turistas angolanos que estamos a verificar e no montante que têm gasto no nosso país, que mostra um grande interesse pela África do Sul. Sendo um mercado lucrativo, é sensato que comecemos a investir e a fazer crescer o seu potencial”, diz Phumi Dhlomo. Em Luanda, a publicidade será mais visível a partir de Maio com a colocação de outdoors, posteriormente o marketing abrangerá todo o país. Antes do Mundial será nomeado um responsável para as Relações Comerciais para trabalhar com os principais parceiros e crescer ou manter o número de chegadas provenientes de Angola. “Serão postos à disposição dos angolanos pacotes especiais para o Mundial de Futebol. Ainda não temos as datas e os preços dos pacotes, mas vamos negociar os bilhetes para os jogos com a Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) e só depois podemos colocar os pacotes à disposição do público”, explicou Phumi Dhlomo. 11 Afonso francisco A South Africa Tourism é a agência sul-africana responsável pela promoção da África do sul enquanto destino turístico. Na sua presença em Angola para promover a taça do mundo os responsáveis da SAT disseram aos angolanos que durante o campeonato a criminalidade não será problema porque a segurança está acautelada. Durante a conferência de imprensa foi informado que para a taça do mundo serão tratados vistos especiais com duração no máximo de três dias, uma informação que foi recebida pelas agências de viagens e jornalistas com pouca credibilidade, mas que o Con- sulado da África do Sul, garante que cumprirá. “Para ser honesta não acredito que estes prazos serão cumpridos porque normalmente as pessoas têm que pernoitar várias noites na embaixada para conseguir o visto”, disse a responsável de uma agência, que propôs a criação de um balcão especial para todas as agências de viagem, proposta que segundo o consulado sul-africano será estudada. Em resposta, a Secretária para os Assuntos Políticos da embaixada da África do Sul, Anri Swart, esclareceu que estes vistos serão tratados de manei- ra diferente e prometeu informarem através da comunicação social dos requisitos o que terão de reunir para terem vistos especiais. Já a Presidente do Conselho da Administração da South Africa Tourism, Thandiwine January-McLean, frisou que a questão dos vistos tem implicância com quem se desloca ao seu país, mas é uma questão que deve ser tratada entre os dois países entre os ministérios das Relações Exteriores. “Tomei nota do que foi aqui falado e vou comunicar aos meus parceiros o que se passa”, adiantou a PCA da SAT. Edjaíl dos Santos 12 26 Março 2010 Fecho Os resultados dos testes de experimentação num poço de prospecção na bacia de Ghadamès, no sudoeste da Líbia, revelaram uma capacidade de produção de quatro milhões e 500 mil pés cúbicos de gás por dia Biocom e ProCana com novo fôlego “Habemus” lei sobre os Biocombustíveis Os biocombustíveis têm potencial mas também são polémicos A proposta de Lei sobre os Biocombustíveis, de iniciativa legislativa do Presidente da República foi aprovada nesta quarta-feira (24), em Luanda, pela Assembleia Nacional, com 146 votos a favor, zero contra e quatro abstenções. Ao apresentar o documento, o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, sustentou que a lei, cujo suporte se consubstância numa estratégia de produção de biocombustíveis, pode contribuir para “colmatar as necessidades energéticas nacionais, preservando o ambiente e atendendo à diversificação da economia”. Segundo o goverante, a produção do biocombustível irá proporcionar empregos e erguer uma fonte de energia renovável para o futuro, podendo contribuir para a integração regional e promover o retorno das populações ao meio rural, atingindo principalmente a agricultura e a agro-indústria. Durante os debates, oito deputados usaram da palavra, solicitando esclarecimentos sobre alguns aspectos e apresentação de sugestões, no sentido de que o Executivo avance no caminho certo quando começar a implementação da produção do biocombustível. O ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, Afonso Pedro Canga, chamado a esclarecer as inquietações ligadas ao seu pelouro, assegurou que não haverá contradição entre a produção alimentar e os biocombustíveis, porquanto estes “serão explorados em terras marginais”. Afirmou ainda, citado pela Angop, que está em carteira um projecto de produção de açucar na província de Malanje, que visa a diminuição da importação desse produto, ao mesmo tempo que sublinhou as vantagens dessa cul- tura em termos de “obtenção de etanol e produção de biodiesel”. O relatório-parecer das Comissões de Economia e Finanças, dos Assuntos Constitucionais, Jurídicos e Regimento, e da Saúde, Ambiente, Acção Social, Emprego, Antigos Combatentes, Família, Infância e Promoção da Mulher foi favorável à aprovação da lei. Com a aprovação da legislação, o Estado angolano abre caminho para a atracção de investidores nacionais e estrangeiros interessados em auxiliar o país a introduzir os biocombustíveis na sua matriz energética. Neste momento há dois projectos de transformação de cana-de-açúcar em fase de implementação no país: o Biocom (na província de Malange, com a participação da Odebrecht, Sonangol e Damer enquanto investidores) e o ProCana, debaixo da alçada dos Projectos Aldeia Nova.