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O
SISTEMA
No nosso último artigo
expusemos
s u m a r i a m e n t e a c o n s t i t u i ç ã o da m e d u l a ,
dissemos que havia nela a considerar uma
s u b s t â n c i a b r a n c a e u m a s u b s t â n c i a cin-
NERVOSO
z e n t a , e p r o m e t e m o s explicar como se
f o r m a v a m os c o r d õ e s m e d u l a r e s . V a m o s
fazê-lo, m a s a n t e s disso m o s t r a r e m o s a l g u n s
pormenores da substância cinzenta.
As ceadas da medida
J á sabemos que a substância cinzenta
ocupa o centro da medula, que em corte
h o r i z o n t a l a s s u m e o a s p e c t o de u m H
( l e m b r a r as d e s i g n a ç õ e s pontas anteriores e
posteriores, comissura cinzenta), e q u e é form a d a e s s e n c i a l m e n t e p o r células n e r v o s a s ,
com a l g u m a s fibras.
A s fibras q u e aí se e n c o n t r a m são cilind r o - e i x o s , a x ó n i o s . U m a s p a r t e m de célul a s da m e d u l a e saiem p e l a s r a í z e s a n t e r i o r e s dos n e r v o s r a q u i d e o s , a l g u m a s , pelas
r a í z e s p o s t e r i o r e s ; o u t r a s r e l a c i o n a m as
c é l u l a s d u m l a d o d a m e d u l a com as do l a d o
o p o s t o , o u as do m e s m o l a d o m a s s o b r e postas a alturas diferentes; outras, com
o r i g e m a i n d a n a s c é l u l a s m e d u l a r e s , dirig e m - s e p a r a os c o r d õ e s b r a n c o s o n d e v ã o
constituir alguns feixes; outras terminam
à v o l t a dos p e r i c a r i ó n i o s e v e e m de fora,
d o encéfalo ou dos g â n g l i o s ; o u t r a s , finalm e n t e , são c o l a t e r a i s m ú l t i p l a s , i n ú m e r a s ,
a b a n d o n a d a s pelas fibras a n t e r i o r e s , e q u e
estabelecem u m a certa e íntima correlação
e n t r e os v á r i o s e l e m e n t o s m e d u l a r e s .
Q u a n t o às células d e v e m o s c o n s i d e r a r
as s e g u i n t e s :
a) células radiculares, de g r a n d e s d i m e n s õ e s , s i t u a d a s n a s p o n t a s a n t e r i o r e s , e cujos
axónios v ã o c o n s t i t u i r as r a í z e s a n t e r i o r e s
dos n e r v o s r a q u i d e o s ;
b) células cordonais, s i t u a d a s em v á r i o s
p o n t o s da s u b s t â n c i a c i n z e n t a , e cujos a x ó nios vão constituir, em parte, alguns dos
c o r d õ e s ; u m a s e n v i a m o axónio p a r a o
m e s m o l a d o em q u e r e s i d e m (são homo-laterais); o u t r a s p a r a o l a d o o p o s t o (são hetero•laterais); o u t r a s a i n d a s ã o bilaterais, p o r q u e
os seus a x ó n i o s se bifurcam, i n d o u m r a m o
para u m lado e o outro para o lado o p o s t o ;
n o u t r a s , finalmente, a bifurcação do a x ó n i o
u n e u m a n d a r s u p e r i o r d u m l a d o , ao a n d a r
inferior do m e s m o lado ou do o p o s t o ( s ã o
neurónios de
associação).
c) células de cilindro-eixo curto, q u e são
t a m b é m n e u r ó n i o s de a s s o c i a ç ã o , q u e a s s o ciam zonas próximas da medula, quer do
m e s m o l a d o , q u e r do l a d o o p o s t o .
A multiplicidade e diversidade destas
células j á n o s deixa p r e v e r q u e , a p e s a r - d a
i n d i v i d u a l i d a d e morfológica e funcional d o
n e u r ó n i o , as s u a s funções r e s p e c t i v a s influenciam-se.
m u t u a m e n t e , reforçam-se o u
prejudicam-se, constituindo-se um mecan i s m o m u i t o c o m p l e x o de reacções e i n t e r -acções.
Os (eix&s tnedutoees
xes
V e j a m o s a g o r a como se formam os feid a s u b s t â n c i a b r a n c a , i s t o é, d o n d e
p r o v é m as fibras q u e os c o n s t i t u e m . D i r e m o s ao m e s m o t e m p o qual o s e u c o m p o r -
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Síntese N9, 1940_09