FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA ÁREA DE LICENCIATURA EM QUIMICA QUÍMICA É PRATICANDO QUE SE APRENDE! JOSÉ ROBERTO DA CUNHA LIMA Parnaíba - PI 2012 JOSÉ ROBERTO DA CUNHA LIMA QUÍMICA É PRATICANDO QUE SE APRENDE! Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Química no Programa Especial de Formações de Docentes da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF, sob a orientação do Profº. Dsc. Jean Carlos de Araújo Brilhante. Parnaíba-PI 2012 Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes em Química, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em Química, outorgado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF. _______________________ José Roberto da Cunha Lima ______________________________ Prof. Dsc. Jean Carlos de Araújo Brilhante Orientador ______________________________ Profª. Msc. Célia Diógenes Coordenadora do Curso Nota obtida: ______ Monografia aprovada em: ___ / ____ / ____ 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho de graduação aos meus Pais, minha esposa, meus filhos, em especial o João Gabriel que através das suas limitações como autista abriu os meus olhos como pai e principalmente como educador e ao Luiz Henrique que todos os dias me lembram de como devemos amar e reivindicar o tempo para a família; amigos e todos aqueles que diretamente ou indiretamente me incentivaram e ajudaram para que fosse possível a concretização deste trabalho. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, que através do seu filho amado Jesus Cristo, que me deu a oportunidade de crer, que posso, tudo posso, naquele que me fortalece. Agradeço à minha esposa Robertha, e aos meus filhos, Luiz Henrique e João Gabriel que, pelo continuado incentivo para que perseverasse neste trabalho e aos meus pais, embora distante, pelas incontáveis demonstrações de coragem e lições de vida. Aos meus colegas professores, pelas estimulantes colaborações e aos alunos das Instituições com os quais trabalhei e tenho trabalhado ao longo dos anos de vida acadêmica. Em fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração desse trabalho. 6 EPÍGRAFE "É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar; é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver...”. Martin Luther King 7 RESUMO O presente trabalho tem por finalidade discutir a utilização de aulas práticas no ensino de Química como alternativa complementar no processo de Ensino – Aprendizagem. Ficando clara a importância de métodos alternativos para o ensino de Química, simplesmente com o intuito de vislumbrar o sucesso do avanço da Química em sala se aula, podendo oferecer aos alunos condições de descobrir que eles têm capacidade de desenvolver seu intelecto tanto quanto outras pessoas, e que podem relacionar seu dia - a - dia com os conhecimentos ensinados. Tal trabalho pretende auxiliar Professores, Coordenadores e Diretores de Escolas de Ensino Médio de como é importantíssimo aulas experimentais e realização de projetos pedagógicos para ajudar na tarefa árdua de ensinar química, onde as escolas estão apenas preocupadas em jogar conteúdos e treinar os alunos a memorizar fórmulas para poder passar no vestibular. Palavras-Chaves: Prática – Aprendizagem - Química. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 9 2. JUSTIFICATIVA................................................................................................... 10 3. OBJETIVOS............................................................................................................ 12 3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 12 3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 12 4. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 13 4.1.Construção da aprendizagem............................................................................ 14 4.2. Contextualização da Aprendizagem ............................................................ 14 4.3. Processos de Aprendizagem ........................................................................... 15 4.4. Fatores que Influenciam a Aprendizagem..................................................... 16 4.5. Avaliação da Aprendizagem............................................................................ 18 4.6. Funções do Processo Avaliativo. .................................................................... 19 4.7. Objetivos da Avaliação. ................................................................................... 20 4.8. Modelo Tradicional de Avaliação Versus Modelo mais Adequado.................. 21 4.9 A importância das aulas práticas para o ensino de química............................... 22 5. METODOLOGIA ...................................................................................................... 26 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 27 7. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 31 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 32 ANEXOS ................................................................................................................... 37 9 1. INTRODUÇÃO Na aprendizagem e no desenvolvimento, a atividade que surge por iniciativa do próprio indivíduo desempenha papel predominante. Claro que não se pode dispensar o aprendizado feito através da exposição de outrem, ou mesmo do estudo em grupo, mas o que se pretende aqui é demonstrar que o educando exerce papel importante na construção do seu próprio conhecimento. É importante compreender que o método deve trazer dentro de si a ideia de uma direção com a finalidade de alcançar um objetivo, não se tratando, porém, de uma direção qualquer, mas aquela que leva de forma mais segura à consecução de um propósito estabelecido. Portanto, o ensino de Química só terá um significado real para os alunos quando houver a inserção dos conhecimentos científicos na sua experiência de vida. As exigências da educação para o século apontam para o desenvolvimento e a implementação de trabalhos escolares, nos quais os alunos sejam desafiados a pensar, refletir e propor soluções para questões e problemas. Neste intuito, aquela preocupação de que os conteúdos devem ser passados pelo professor, decorados pelos alunos e em seguida realizada uma prova escrita para julgar um possível e falso rendimento do aluno, já não é esperado para o ensino médio. Seja por exposição didática, interpretação de textual ou aula prática, o professor deverá utilizar o método que melhor se adeque ao seu público alvo e com isso, proporcionar ao seu método um constante feedback, a fim de saber até que ponto o método utilizado é eficaz e qual o momento de modificá-lo. Por isso, propõe-se neste estudo analisar a utilização de instrumentos diferenciados no ensino de Química visando à melhoria do aprendizado dos alunos através da superação de dificuldades diante da disciplina em questão, já que tais instrumentos são modos descontraídos de transmissão de conhecimentos e conceitos aos alunos. 10 2. JUSTIFICATIVA Esta monografia se justifica pela importância de se entender alguns aspectos da situação da relação entre ensino-aprendizagem de uma aula de química, quando se aplica uma determina técnica ou método para atingir o objetivo daquela aula. Para cada novo conhecimento que um indivíduo pretende adquirir, fatores pessoais ou referentes ao campo da aprendizagem exerce influência sobre sua motivação, fazendo com que seja bem sucedido ou não em seu objetivo. Há circunstâncias em que criamos certas expectativas precedentes ao ato de aprendizagem, que oscilam entre más e boas. A partir do momento em que estabelecemos contato com o conhecimento que nos está sendo transmitidos, tais expectativas podem ser confirmadas ou reprovadas, e a grande influenciadora dessa confirmação ou reprovação é a já mencionada motivação. Baseado nesses fatos almejou, no presente trabalho, analisar a relação entre as expectativas que precedem o aprendizado e a resposta a tais expectativas, gerada a partir do momento em que se começa a aprender ou não, de acordo com fatores que influenciam a motivação. Uma vez que estamos nos profissionalizando como professores e pesquisadores na área de ciências, a escolha de tal contexto é bastante óbvia, e a justificamos ainda, por pretendermos, dessa forma, fornecer apoio aos professores da área no processo de ensinoaprendizagem da Química, para que estes possam orientar e dinamizar seu ensino de forma a contemplar melhor as expectativas, e dificuldades quanto ao aspecto motivacional, demonstradas pelos alunos. Estabelecidos o contexto com o qual trabalharemos o instrumento de coleta de dados do qual tomaremos mão, e a justificativa para a realização do trabalho, podemos afunilar nosso objetivo a analisar a visão de estudantes do 2º anos do Colégio São Luiz Gonzaga (Diocesano) sobre suas expectativas quanto ao aprendizado de ciências ao iniciar o curso, e sobre fatores que os motivam ou desmotivam no processo de aprendizado. A utilização do laboratório de ciências será uma ferramenta importante no processo da realização deste trabalho, a fim de demonstrar que as aulas práticas associadas às aulas teóricas, fazem parte de uma etapa importantíssima do processo de ensino-aprendizagem. O setor educacional deve passar por uma mudança urgente, visto que ainda não consegue incorporar os avanços tecnológicos como agentes facilitadores na aprendizagem de conteúdos específicos. Há necessidade de propor uma nova prática pedagógica para ensinar química, que reorganize a estrutura, a organização do tempo, o currículo e o espaço escolar. Optou-se por esta problemática por estar bastante presente nas escolas e sociedade atuais do 11 nosso país, as quais centram todas as suas expectativas numa aprovação no vestibular (caso mais comum em escolas particulares), fruto de toda uma busca da escola como forma de ascensão social. Devido a este fato, é de grande importância à busca dos fatores que levam a educação atual de afastar cada vez mais de uma educação crítica, voltada para formação do cidadão, considerando os diversos aspectos que envolvem essa educação. O ensino de química voltado para o vestibular é considerado falho, pois trata apenas de formação técnica e de pouca aplicação, uma vez que a cabeça “cheia de conhecimentos” desejada por alunos e até mesmo pela própria escola não é garantia da aplicação desses conhecimentos no cotidiano deste aluno, fazendo com que a Química como disciplina não passe de conceitos, cálculos matemáticos e fórmulas químicas sem aplicabilidade. Muitos professores ao ministrar aulas no ensino médio escutam diversas indagações dos alunos como: porque eu tenho que aprender química? Em que a química contribui com minha vida? Química só serve para passar no vestibular. Historicamente as aulas de química vêm sendo ministradas apenas com o objetivo de repassar conceitos químicos, o que não é correto, pois é de conhecimento que a educação a nível médio deve ser formadora e não apenas profissionalizante ou preparadora para o vestibular, conforme o Art. 2º da Lei nº. 9.394 o qual fixam diretrizes e bases para o Ensino de Fundamental e Médio, devendo assim haver a preocupação com a contextualização da química com o meio o qual o aluno se insere. Segundo Farias (2005, p.55) “A aprendizagem da ciência Química, mediada pelo professor, deve preparar para a vida e não para as provas”. O ensino de química não pode ter um fim em si mesmo, estritamente acadêmico e uma forma de mudar isso é dar a essa ciência uma abordagem nova, mais próxima do cotidiano do aluno. Entretanto, concordamos que uma série de problemas afeta o ensino de Química atual, que vão desde o pouco tempo que os professores têm para elaborar aulas mais atrativas, pois têm que trabalhar em turnos diferentes para ganhar um salário digno, até o sucateamento da maioria das escolas públicas. Sendo assim, o objetivo principal desta pesquisa será refletir o papel da Química como disciplina educativa e sua contribuição para formação do cidadão. Além disso, discutiremos os objetivos do ensino de química atualmente e qual a sua relação com a educação voltada para a vida, e a influência da comunidade na prática de ensino atual. 12 3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo Geral Compreender qual a importância das aulas de laboratório no ensino de Química como instrumento de superação de dificuldades em alunos do Ensino Fundamental e Médio. 3.1.2 Objetivos Específicos Analisar o processo de aprendizagem do individuo; Compreender os aspectos envolvidos no ensino de Química; Analisar quais as perspectivas encontradas na utilização de instrumentos diferenciados para a superação de dificuldades em relação ao Ensino de química. 13 4. REFERENCIAL TEÓRICO O tema, Química é Praticando que se Aprende! Está relacionado com o processo de ensino – aprendizagem o que despertou a atenção de vários pesquisadores em diferentes países. No Brasil, tem sido objeto de pesquisa no que se refere a métodos e metodologias para o ensino de ciências, livros como os de: (BETHEM, 1991; HENNING, 1986; ARRIBAS 1988; DELIZOICOV & ANGOTTI 1992; FRACALANZA 1986; MOREIRA 1991), os quais procuram enfatizar a questão do processo de Ensino Aprendizagem de forma crítica, considerando a metodologia de ensino como uma ferramenta a serviço de um projeto pedagógico. Nessa mesma perspectiva é assumida em trabalhos publicados por PITTENGER, (1997), CARRAHER (1995). Com um tema tão importante no que se refere à contextualização do ensino de Química aos alunos de ensino médio, encontramos diversas publicações como (ALMEIDA et al, MARCANO et al, WANDERLEY et al). Outros autores como: (ARRIBAS 1988), GASPAR (1995), CRUZ (1995), BUENO et al, ROSA et al, GOI et al, BUDEL et al, BENITE et al, concordam com essas ideias e enfatizam os experimentos como uma ferramenta fundamental no processo de ensino aprendizagem. 14 4.1 Construção da Aprendizagem A aprendizagem pode ser considerada como um fenômeno extremamente complexo, onde são envolvidos aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. Entende-se que a aprendizagem é resultante do desenvolvimento de qualidade e de conhecimentos, bem como transferências destes para novas situações. O que desencadeia o processo de aprendizagem é a motivação. Esse processo está intimamente ligado às relações de troca que o sujeito estabelece com o meio, principalmente, seus professores e colegas. No ambiente escolar, o interesse é ferramenta importantíssima para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do conhecimento. Cabe aos educadores proporcionar situações que ajudem o aluno a aprender como aprender por si só, estimulando-o a desenvolver seu potencial humano. O espaço escolar deve ser o “reino da criança”, onde ela tem autonomia para agir e responsabilidades com que arcar. Embora a aprendizagem ocorra na intimidade do sujeito, o processo de construção do conhecimento dá-se na diversidade e na qualidade das suas interações. 4.2 Contextualização da Aprendizagem Por muito tempo as perguntas “como se aprende?” e “como desenvolvemos o conhecimento?” continuam questionando paradigmas educativos tradicionais e provocando uma série de mudanças nos enfoques, processos e práticas educativas. Por sua vez, esta situação renova o interesse de pedagogos, psicólogos, filósofos e licenciados, em fim, não apenas no processo de aprender como nos seus respectivos objetos de conhecimento. Segundo Ausubel (1983) a teoria da aprendizagem significativa é a de maior utilidade por ter sido formulada dentro de experiências de sala de aula, segundo o mesmo, deve se procurar incentivar a aprendizagem integral com o contexto social do educando. Por fim, é importante deixar claro que o conceito de construção do conhecimento não é suficiente para explicar a multiplicidade de fatores que atuam nos processos de ensino e aprendizagem dentro da escola. Os Professores precisam complementar os seus conhecimentos e buscar teorias sobre a organização das instituições, a comunicação, o desenvolvimento afetivo e emocional, sem esquecer, que hoje a inclusão de crianças com 15 necessidades especiais sobre tudo crianças autistas e crianças com síndrome de down que necessitam de um maior comprometimento em desenvolver uma ação educativa que promova não apenas o desenvolvimento de seus alunos, como também o desenvolvimento da escola como instituição política e socialmente coerente com o contexto regional em que está inserida. 4.3 Processos de Aprendizagens O processo de aprendizagem em ciências naturais requer inúmeras habilidades, como observação, pensamento lógico, interpretação de dados e eventos, conhecimento em álgebra e geometria, o que muitos alunos não dominam, apesar de que a maioria dos alunos do ensino médio, já possuem idade suficiente para a formação do desenvolvimento cognitivo adequado para o pensamento lógico de acordo com a teoria cognitiva de Piaget. A função de qualquer teoria de ensino/formação é dar a conhecer que diferentes tipos de aprendizagem: Implicam diferentes processos cognitivos; Pressupõem diferentes capacidades; Exigem níveis de resposta diferenciados. Estes constituem aspectos facilitadores ou inibidores das aprendizagens em jogo. O formador é, antes de mais, um facilitador de aprendizagem funcionando como mediador entre os saberes que o formando já tem e os que necessitam adquirir. O conhecimento dos processos cognitivos envolvidos na resolução das diferentes tarefas de aprendizagem, ajuda quer o formando, quer o formador a melhorar o seu trabalho. Para o formando, conhecer os processos cognitivos, ajuda-o a encontrar as estratégias e as soluções adequadas às diferentes tarefas de aprendizagem; ao formador, ajuda-o a escolher os tipos de aprendizagem mais úteis e ajustados aos objetivos pretendidos e a criar condições de aprendizagem que facilitem a realização destas mesmas tarefas. Como se constata no quadro seguinte, aprendemos de várias formas, e as diferentes formas como aprendemos, implicam processos de aprendizagem diferentes. As aulas práticas é um dos vários processos existentes para desenvolver uma melhor aprendizagem do educando, além de ser eficiente, facilita a compreensão da natureza da ciência e dos seus conceitos, acolita no desenvolvimento de atitudes cientificas e constroem uma concepção não cientifica. 16 Segundo Santos e Schnetzler (2003), Pode-se considerar que o objetivo central do ensino de Química para formar o cidadão é preparar o indivíduo para que ele compreenda e faça uso das informações químicas básicas necessárias para sua participação efetiva na sociedade tecnológica em que vive. O ensino de Química precisa ser centrado na inter-relação de dois componentes básicos: a informação química e o contexto social, pois, para o cidadão participar da sociedade, ele precisa não só compreender a química, mas a sociedade em que está inserido (SANTOS E SCHNETZLER, 2003, p. 93). 4.4 Fatores que Influenciam a Aprendizagem Uma das preocupações que o formador deve ter quando planifica sessões de formação, é criar situações que favoreçam a aprendizagem, tendo em conta três variáveis: O que vai ensinar (objetivos/domínios da aprendizagem); Como ensinar (estratégias); A quem ensinar (público alvo). Existem fatores internos e externos ao próprio indivíduo, que podem facilitar ou inibir o processo da aprendizagem. Alguns destes fatores estão relacionados com características das pessoas a quem se destina a formação. O público alvo da formação profissional é, normalmente, constituído por adultos, o que implica procedimentos necessariamente diferenciados, na medida em que a aprendizagem adulta é substancialmente diferente da aprendizagem da criança e, por isso, o formador não pode ter o mesmo tipo de abordagem perante estes dois públicos distintos. Em relação ao publico adulto, muitas vezes são chefes de famílias e por isso precisão trabalhar para sustentar suas famílias o que interferem diretamente na sua aprendizagem, pois geralmente trabalho o dia todo e quando chega à noite vão para a escola cansados dificultando a aprendizagem. Segundo Peluso (2003) Se considerarmos as características psicológicas do educando adulto, que traz uma história de vida geralmente marcada pela exclusão, veremos a necessidade de se conhecerem as razões que, de certa forma, dificultam o seu aprendizado. Esta dificuldade não está relacionada à 17 incapacidade cognitiva do adulto. Pelo contrário, a sensação de incapacidade trazida pelo aluno está relacionada a um componente cultural que rotula os mais velhos como inaptos a frequentarem a escola e que culpa o próprio aluno por ter evadido dela. (PELUSO, 2003, p.43). Assim, para que a prática pedagógica conduza ao sucesso da aprendizagem, o formador deve ter em conta o seguinte: O nível de dificuldade das atividades propostas deve estar ao alcance de todos; O formador deve garantir a resolução mínima dos exercícios por todos os participantes; As correções necessárias não devem assumir a forma de crítica destrutiva, mas devem ser feitas em forma de sugestão, ou de incentivo ao debate, conduzindo à autodescoberta e à autotransformação; É muito importante a informação sobre os resultados obtidos e reforçar positivamente (reduz a insegurança). Outros tipos de fatores que podem condicionar a aprendizagem são os internos ao próprio indivíduo, que fazem parte quer das suas características de personalidade, quer das suas características físicas: Fatores cognitivos Fatores socioculturais Fatores biológicos Fatores emocionais Existem também fatores externos ao próprio indivíduo, que podem facilitar o processo da aprendizagem (sendo da incumbência do educador): Definir objetivos e dá-los a conhecer; Avaliar pré-requisitos; Explicitar as estratégias; Motivação (situar num contexto); Manter o grupo ativo e participante (proporcionar estudo dirigido em grupo e de investigação); Utilizar os meios técnicos e práticos disponíveis (vídeo, retro projetor e outros); Fazer sínteses parcelares e conclusões; Exercícios práticos; Fazer a avaliação da aprendizagem; 18 Discussão dos resultados. A aprendizagem significativa, é favorecida pelos processos interativos que se estabelecem, em relação aos qual o formador tem um papel importante, na medida em que depende dele o “ambiente”, e a “maneira” de como as relações psicossociais que se estabelecem durante a formação, assim: A aprendizagem deve processar-se num clima de confiança e abertura que propicie a partilha de experiências e vivências, visando um enriquecimento mútuo; A aprendizagem não deve ser estanque, mas negociada, os objetivos devem ser explícitos e partilhados; A aprendizagem deve situar-se relativamente a um quadro de referência, apelo às experiências e vivências dos formandos, no sentido de motivá-los; A aprendizagem deverá ser dirigida para o aqui e agora dos acontecimentos, as finalidades devem ser explícitas. 4.5 Avaliação da Aprendizagem A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou na atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino. Requer preparo técnico e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos. Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico. O professor, que trabalha numa dinâmica interativa, tem noção, ao longo de todo o ano, da participação e produtividade de cada aluno. É preciso deixar claro que a prova é somente uma formalidade do sistema escolar. Como, em geral, a avaliação formal é datada e obrigatória, deve-se ter inúmeros cuidados em sua elaboração. A avaliação, tal como concebida e vivenciada na maioria das escolas brasileiras, tem se constituído no principal mecanismo de sustentação da lógica de organização do trabalho escolar e, portanto, legitimador do fracasso, ocupando mesmo o papel central nas relações que estabelecem entre si os profissionais da educação, alunos e pais. 19 Os métodos de avaliação ocupam sem duvida espaço relevantes no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem. Avaliar, neste contexto, não se resume à mecânica do conceito formal e estatístico; não é simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em determinadas disciplinas. Para Oliveira (2003), devem representar as avaliações aqueles instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo que forneçam subsídios ao trabalho docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático adequado à disciplina – mas não somente -, à medida que consideram, igualmente, o contexto sócio-político no qual o grupo está inserido e as condições individuais do aluno, sempre que possível. A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de ensino, informando as ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações constantes. 4.6 Funções do Processo Avaliativo As funções da avaliação são: de diagnóstico, de verificação e de apreciação. Função diagnóstica - A primeira abordagem, de acordo com Miras e Solé (1996, p. 381), contemplada pela avaliação diagnóstica (ou inicial), é a que proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino/aprendizagem, ou ainda, segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), busca a determinação da presença ou ausência de habilidades e pré-requisitos, bem como a identificação das causas de repetidas dificuldades na aprendizagem. A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do aluno face a novas aprendizagens que lhe vão ser propostas e a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no sentido de obviar as dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver situações presentes. Função formativa - A segunda função é a avaliação formativa que, conforme Haydt (1995, p. 17), permite constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das atividades propostas. Representa o principal meio através do qual o estudante passa a conhecer seus erros e acertos, assim, maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos. Outro aspecto destacado pela autora é o da orientação 20 fornecida por este tipo de avaliação, tanto ao estudo do aluno como ao trabalho do professor, principalmente através de mecanismos de feedback. Estes mecanismos permitem que o professor detecte e identifique deficiências na forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoa-lo. Para Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação formativa visa informar o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a localização das deficiências na organização do ensino para possibilitar correção e recuperação. A avaliação formativa pretende determinar a posição do aluno ao longo de uma unidade de ensino, no sentido de identificar dificuldades e de lhes dar solução. Função somativa – Tem como objetivo, segundo Miras e Solé (1996, p. 378) determinar o grau de domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada. Pode ser chamada também de função creditativa. Também tem o propósito de classificar os alunos ao final de um período de aprendizagem, de acordo com os níveis de aproveitamento. A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso realizado pelo aluno no final de uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativas e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre o qual, até aí, só haviam sido feitos juízos parcelares. 4.7 Objetivos da Avaliação Na visão de Miras e Solé (1996, p. 375), os objetivos da avaliação são traçados em torno de duas possibilidades: emissão de “um juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma situação ou um objeto, em função de distintos critérios”, e “obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão”. Para Nérici (1977), a avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria uma verificação prévia. A avaliação, para este autor, é o processo de ajuizamento, apreciação, julgamento ou valorização do que o educando revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem. Segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação pode ser considerada como um método de adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma grande variedade de evidências que vão além do exame usual de ‘papel e lápis’. É ainda um auxílio para classificar os objetivos significativos e as metas 21 educacionais, um processo para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos modos desejados, um sistema de controle da qualidade, pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo ensino/aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudança devem ser feitas para garantir sua efetividade. 4.8 Modelo Tradicional de Avaliação Versus Modelo mais Adequado Gadotti (1990) diz que a avaliação é essencial à educação, inerente e indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão, sobre a ação. Entende-se que a avaliação não pode morrer. Ela se faz necessária para que possamos refletir questionar e transformar nossas ações. O mito da avaliação é decorrente de sua caminhada histórica, sendo que seus fantasmas ainda se apresentam como forma de controle e de autoritarismo por diversas gerações. Acreditar em um processo avaliativo mais eficaz é o mesmo que cumprir sua função didático - pedagógica de auxiliar e melhorar o ensino/aprendizagem. A forma como se avalia, segundo Luckesi (2002), é crucial para a concretização do projeto educacional. É ela que sinaliza aos alunos o que o professor e a escola valorizam. 4.9 A importância das aulas práticas para o ensino de química O progresso científico e o avanço tecnológico da atualidade exigem da Escola que ofereça ao estudante, não somente informações sobre a situação atual da Ciência, mas principalmente, estímulo à sua participação e ao questionamento que o levem à aprendizagem. Para tanto, deve o educador valer-se de conhecimentos e estratégias que o conduzam ao objetivo de bem educar. Daí, concordamos com Rubem Alves (2003, p. 116) quando sustenta: Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja” - e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. O seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente. E, ficando mais rico interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria - que é a razão pela qual vivemos. 22 O ser humano em situação de aprendizagem requer ambiente favorável para sentir-se suficientemente motivado, entusiasmado com a proposta pedagógica que lhe está sendo oferecida. Sem isto, dificilmente haverá bons resultados. O ambiente favorável à aprendizagem tem como suporte indispensável à teia das relações que se estabelecem no ato pedagógico. Neste clima, as situações de aprendizagem são criadas e propostas, tendo em vista a diversidade de identidades existentes no grupo de aprendizes da sala de aula. Daí, concordarmos com Arnildo Laurêncio Rockenbach (2003, p. 186) quando registra: A sala de aula é o espaço ideal no qual a interlocução dos saberes ocorre no processo da interação dos sujeitos. A intersubjetividade, com toda a carga de significado que lhe é inerente, ao mesmo tempo reduzido e restrito, ao mesmo tempo em que amplo e abrangente, pelo fato de aí se concentrar e sintetizar o mundo da vida, o mundo histórico cultural, a sociedade na sua estrutura econômica e política, bem como a comunidade de pais e responsáveis e a escola como unidade educacional instituída e instituinte. Dessa maneira, podemos dizer que dificilmente uma mesma colocação posta em prática pelo professor evocará o mesmo sentido para duas pessoas diferentes, pois a intensidade com que cada um a acolhe jamais será absolutamente igual. Somos o que somos, e segundo Antunes (2003, p. 10), “[...] constituímos figura ímpar, ser singular no imenso espaço que emoldura nossa passagem pelo tempo”. Os processos comunicacionais e de relações interpessoais encontram-se, no normal, presentes na ação docente, para cuja efetivação não apenas contribuem, mas caracterizam-se como intrínsecos a tal ação. Sendo o ato pedagógico um intercâmbio de relações e, se estas relações se estabelecem por meio de todas as formas de comunicação, tornam-se evidentes, por consequência, as interdependências naturais entre esses enfoques da dinâmica do processo ensino - aprendizagem. No cenário pedagógico, em sala de aula ou em outro espaço qualquer, há necessidade de existir, por parte de todos os sujeitos envolvidos, a predisposição para a busca do conhecimento, assim como a criação de um ambiente agradável e acolhedor o qual favoreça a comunicação. Daí concordarmos com Celso Antunes (2003, p. 14) ao assinalar: 23 Se seus alunos conversam, isto é bom. Saiba fazer dessa notável qualidade humana uma “ferramenta” de ensino. Use a conversa do aluno, que é o que ele tem de mais valioso em sua vida, como instrumento para um trabalho pedagógico essencial. Converse com seus alunos e deixe os alunos conversarem entre si. Aprenda a ser um administrador de conversas, expositor de desafios, instigador de perguntas. Da trama tecida até aqui, das relações interpessoais estabelecidas pela interlocução, vai depender o clima que aí se proporciona e pode ser mais ou menos favorável ou até mesmo, impróprio à aprendizagem. Esta requer interlocutores mesmo quando um indivíduo apenas busca determinado conhecimento. Ela precisa evocar múltiplos interlocutores, na sua memória, em veículos virtuais, na concretude dos livros e demais recursos, mas não se pode, por outro lado, ignorar que essa busca parte sempre de uma predisposição e da criação de um ambiente propício ao estabelecimento das relações interpessoais já referidas. Por isso concordarmos com Silvino J. Fritzen (1987, p. 46) quando afirma: As relações que se estabelecem com as pessoas representam o meio principal para situar-se diante do mundo. A felicidade de cada pessoa depende do grau de integração que consegue. A tendência para a intercomunicação com os outros é tão natural, que sua satisfação condiciona o equilíbrio de toda a personalidade. Eis o papel do docente em criar situações de aprendizagem tendo como pano de fundo um cenário de relações interpessoais mantidas por um processo de comunicação fácil e eficiente, que concorra para estabelecer, na sala de aula, um ambiente onde se torne importante descobrir ações, estratégias, procedimentos sistêmicos, reflexões integradoras que, uma vez constituídas, permitam afirmar que os resultados a serem atingidos, serão, certamente, os esperados. O educador com visão da realidade de seu trabalho terá, assim, oportunidade de refletir sobre a escola e o seu papel, distinguindo suas próprias falhas e 24 omissões quanto aos determinantes externos que não estão sob seu poder e controle, aspectos estes enfatizados por Furlani (2002, p. 55): A força de um bom relacionamento com o professor se expressa em muitas falas, podendo ser sintetizada na percepção de o aluno sentir-se parceiro, com ele trabalhando para permanecer na escola, em dimensões instrumentais pretendido. básicas Isso ao significa horizonte não apenas profissional absorver conteúdos e configurar a prática como “ilustração” da teoria, mas conhecer as razões, os porquês, as possibilidades de suas práticas e de suas realidades. Não havendo uma articulação entre os dois tipos de atividades, isto é, a teoria e a prática, os conteúdos não serão muito relevantes à formação do indivíduo ou contribuirão muito pouco ao desenvolvimento cognitivo deste. Porém, ao que parece, o ensino de Química não tem oferecido condições para que o aluno a compreenda enquanto conceitos e nem quanto a sua aplicação no dia-a-dia. Durante o século XIX as aulas experimentais também conhecidas como “laboratórios didáticos” fizeram parte integrante do ensino de ciências nas escolas de ensino médio e fundamental com o intuito de envolver estudantes em experiências concretas com aparato e conceitos científicos. Em 1892, Griffin escreveu: “O laboratório conquistou o seu lugar na escola; e sua introdução tem sido um sucesso. Este é o perfil de uma educação revolucionária. Os alunos podem agora ir a seus laboratórios aptos a ver e a fazer”. Assim evidenciamos o relacionamento interativo e interdependente onde os experimentos auxiliam a construção da teoria e a teoria determina os tipos de experimentos que podem ser conduzidos (Hodson, 1988). Desta forma, no desenvolvimento das ciências, o experimento é parte integral do processo de tomada de decisões e resolução de problemas. A resolução de problemas pode basear-se na apresentação de situações semiabertas e sugestivas que exijam dos estudantes uma atitude ativa e um esforço para buscar respostas próprias. O ensino baseado na solução de problemas pressupõe promover nos alunos o domínio de procedimentos, assim como a utilização dos conhecimentos disponíveis para dar solução a situações variáveis (Pozo, 1998, p. 9). Quando essa metodologia é associada às atividades práticas de laboratório pode servir como um instrumento que favoreça questões fundamentais para a construção e o entendimento de conceitos e que proporcione 25 uma visão correta do trabalho científico aos estudantes (González, 1992). Assim, os alunos podem construir hipóteses, analisar dados, observar criticamente os problemas de interesse e implicações da própria Ciência. 26 5. METODOLOGIA O desenvolvimento das práticas de laboratório será desenvolvido nos laboratórios de Química; Bioquímica e Bromatologia da Faculdade Piauiense (FAP), que por parceria com o Colégio Diocesano será possível à realização das aulas de laboratório, localizada na BR – 343 Parnaíba –PI. O trabalho será desenvolvido com 112 alunos do 1º; 2º e 3º ano do Ensino Médio do Colégio Diocesano da cidade de Parnaíba - PI, Sendo que para aa aulas de laboratório somente 20 alunos participarão das aulas experimentais, sendo frequentadores da turma do 2º ano C do Ensino Médio. Desta forma daremos inicio ao trabalho, solicitando a autorização formal, por escrito ao Dirigente da Faculdade Piauiense FAP, para realizarmos as práticas de laboratório. As informações serão colhidas através de questionário, contendo diversas questões sobre o tema abordado “Química é Praticando que se Aprende”, ode o mesmo será aplicado nas turmas de 1º ano A e B, 2º ano A e 3º ano, essas turmas não participarão das aulas práticas. A turma do 2º ano C irá participar 12 horas aulas de práticas nos laboratórios de Química; Bioquímica e Bromatologia da Faculdade Piauiense (FAP), e depois responderá o questionário aplicado nas outras turmas que não tiveram aulas práticas. Os dados obtidos serão oriundos das entrevistas a serem realizadas junto aos alunos que utilizaram os laboratórios. Sendo assim, será elaborado um questionário que atenda a esta variável: alunos. A composição da amostra nesta investigação será obtida a partir de amostragem aleatória simples, em cada turma e grupo envolvido. 27 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quando perguntado aos alunos do Ensino Médio, o grau de dificuldade de entendimento da disciplina de química, quase 100% dos alunos considera que é necessário ter uma atenção maior e se dedicam nas atividades para aprender a matéria, como mostra o gráfico abaixo. Gráfico gerado do Office Excel Alguns Fatores são determinantes no que se refere ao processo de ensino aprendizagem, quando é perguntado aos alunos se o professor desenvolve aulas práticas, quase 60% afirmam que as aulas são apenas teóricas, mesmo assim, o professor relacionando apenas teoria com a prática mais de 83% acha a disciplina de Química interessante. O gráfico abaixo relata o fato dos alunos mostrarem interesse pela a Química ser muito importante, e que nos leva a uma reflexão sobre a metodologia que aplicamos para alcançar os objetivos desejáveis. 28 Gráfico gerado do Office Excel Ao abordar o mesmo conteúdo em duas séries iguais, onde, uma turma foi trabalhada o tema e realizado prática de laboratório, (2º ano C), a outra turma (2º ano A) só foi ministrado aula teórica, constatamos que através de avaliação aprendizagem, os alunos que associaram teoria e prática conseguiram reconhecer diversos fatores que identificaram na prática e associar com fenômenos que acontecem no dia-a-dia. A análise de desempenho iniciou-se com o questionamento a respeito da diferença entre exatidão e precisão, na prática envolvendo Glicídios Redutores percebe – se que a atividade experimental foi determinante para o entendimento do tema abordado. Quando é trabalhado espectro visível e a relação entre comprimento de onda e absorbância é gritante a diferença em termos de aprendizagem quando se utiliza um espectrofotômetro na determinação de proteína do leite, por fim fazendo uma relação entre espectrofotometria e concentração de proteína é muito satisfatório a aprendizagem da turma em que realizou os experimentos. 120,00% 100,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% 2º ano C Gráfico gerado do Office Excel Concentração Espectrofotom etria Glicídios Redutores Precisão X Exatidão 2º ano A 29 Quando confrontamos o processo de aprendizagem das turmas de 1º ano A; 2º ano A e 3º ano A do Ensino Médio, turno manhã, que só participaram de aulas teóricas com a turma do 2º ano C do Ensino Médio que participaram de aulas prática, comprovadas em fotos em anexo, apenas 23% dos alunos afirmaram ter aprendido o conteúdo abordado pelo professor, contudo, 95% dos alunos que participaram das atividades práticas afirmam ter aprendido o conteúdo abordado, como mostra a figura abaixo. Gráfico gerado do Office Excel Ao verificar uma discrepância muito grande na aprendizagem dos alunos que participaram de aulas práticas com alunos que só participaram de aulas teóricas, foram perguntadas quais sugestões mostradas no gráfico abaixo, contribuiria para uma melhor aprendizagem. 30 Gráfico gerado do Office Excel Analisando a figura acima, é nítida insatisfação dos alunos em participarem somente de aulas teórica, quase que 100% dos alunos sugeriram aulas diferentes como práticas de laboratório e aulas de campo. 31 7. CONCLUSÃO Ao elaborar este estudo, foi possível compreender que a questão do ensino não é meramente uma transmissão de informações, mas sim uma experiência que deve ser vivida dia-a-dia, prestando sempre atenção às mais diversa questões envolvidas nesta complexa vivência. O ensino de Química, não diferente de tantos outros, não pode ser considerado como algo que serve apenas para cumprir uma grade curricular. Ou que a Química só terá real importância para uma pessoa que for utilizá-la em seu trabalho durante a vida. A Química é uma disciplina que nos remete a compreender todas as questões da vida, dos mais simples aos mais complexos fenômenos. É esta realidade que educadores das áreas de Ciências e Suas Tecnologias como trata os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), necessitamos apresentar aos alunos, a importância da Química está na nossa vida e no cotidiano. Nesse estudo, procurou-se demonstrar a importância de métodos alternativos como aulas práticas de laboratório para o ensino de Química, simplesmente com o intuito de vislumbrar o sucesso do avanço da Química em sala se aula, podendo oferecer aos alunos condições de descobrir que eles têm capacidade de desenvolver seu intelecto tanto quanto outras pessoas, e que podem relacionar seu dia - a dia com os conhecimentos ensinados. 32 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, Elba Cristina, et al, Contextualização do Ensino de Química, Motivando Alunos do Ensino Médio, Disponível em : http://www.prac.ufpb.br/anais/xenex_xienid/x_enex/ANAIS/Area4/4CCENDQPEX01.pdf, acesso em 20 de maio de 2012 ARRIBAS Ir. Santos Diez. Experiências de Física ao alcance de todas as escolas. Rio de Janeiro, MEC/FAE, 1988. ARRUDA, S. M.; LABURÚ, C. E. Considerações sobre a função do experimento no ensino de Ciências. In: NARDI, R. (Org.). Questões atuais no ensino de Ciências. Escrituras Editora, 1998. p.53-60. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 958.06). Arlington: A.O.A.C. 1995, chapter 39. p. 21. BEDEL, Geraldo José, Ensino De Química na EJA: Uma Proposta Metodológica com Abordagem do Cotidiano, disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1763-8.pdf, acesso em 10 de junho de 2012 BENITE, Anna Maria Carnavarro, et al, O Laboratório Didático no Ensino de Química: uma Experiência no Ensino Público Brasileiro, disponível em: <http://www.rieoei.org/expe/2770Benite.pdf>, acesso em 12 de junho de 2012 BETHEM, Nilda. Objetivo do Ensino de Ciências. Belém: Mimeo. 2p. 1991 BRANDAO, Zaía (org) A crise dos paradigmas e a educação. São Paulo: Cortez, 1994. BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF, 1998. 33 BUENO, Lígia, et al, O ENSINO DE QUÍMICA POR MEIO DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS: A REALIDADE DO ENSINO NAS ESCOLAS , disponível em: < http://www.unesp.br/prograd/ENNEP/Trabalhos%20em%20pdf%20%20Encontro%20de%20Ensino/T4.pdf >, acesso em 16 de junho de 2012 CANDAU, Vera Maria. A didática em questão. 2, Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1989.11. CAPELETTO, A. Biologia e educação ambiental: Roteiros de trabalho. Editora Ática, 1992. p. 224. CARVALHO, Maria Cecília M. de. Construindo o Saber: Metodologia Científica, fundamentos e técnicas. 4 ed. Ver. ampl. Campinas: Papirus 1994. CARRAHER T.N. Aprender pensando. Petrópolis, Vozes, 1993. CARRAHER, Terezinha N. et al. Na vida dez, na escola zero. São Paulo, Cortez, 1995. CRUZ, Roque. Experimentos de química em microescala. São Paulo, Scipione, 1995. DELIZOICOV & ANGOTTI. Metodologia do ensino de ciências. São Paulo, Cortez, 1992 FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Um desafio para a didática. 2. Ed. São Paulo: Loyola, 1991. FRACALANZA, H. et al. O Ensino de Ciências no 1º grau. São Paulo: Atual. 1986. p.124. FREIRE, Paulo. Medo e ousadia. O cotidiano do professor. 2. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1987. FURLANI, Lúcia Maria Teíxeira. Autoridade do professor. Mito ou nada disso. São Paulo: Cortez, Autores Associados, 1991. GANDIN, Danflo. Escola e transformação social. Petrópolis: Vozes, 1988. GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências para o 1º Grau. São Paulo, Ática, 1995. 34 GESBRECHT E. et al, experiências de Química, Técnicas e Conceitos Básicos. Editora Moderna Ltda, São Paulo, 1979. GOI, Mara Elisângela Jappe, et al, Resolução de Problemas e Atividades Experimentais no Ensino de Química, disponível em: http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=eneq&cod=_resolucaodeproblemaseati, acesso em 23/07/2012 HENNING, Georg J. Metodologia do Ensino de Ciência. Porto Alegre: Mercado Alberto (Série Novas Perspectivas, 18), 1986. 486p. HOFFMANN, Jussara. Avaliação - mito e desafio: uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1991 INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo, 2008, Cap. IV, p. 126-129. LEVINE, S. & GRAFTON, Allison. Brincando de Einstein. Atividades científicas e recreativas para sala de aula. Campinas, Papirus, 1995. LIMA, M.E.C.C.; JÚNIOR, O.G.A.; BRAGA, S.A.M. Aprender ciências – um mundo de materiais. Belo Horizonte: Ed. UFMG. 1999. 78p. LUCKESI, Cipriano Carlos. Prática docente e avaliação. Rio de Janeiro: ABTSéries Estudos e Pesquisas, 1990. MARCANO, Karina Dessiré Nieves, et al, Ações e Concepções de Professores Sobre Contextualização de Conhecimentos Químicos no Ensino Médio de Química, disponível em: <http://www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/resumos/R0901-1.pdf>, acesso em 20 de maio de 2012 MARTINS. Pura Lúcia Olíver. Didática teórica - didática prática: para além do confronto. São Paulo: Loyola, 1991. 35 MARTINS, Maria Viviani. O professor como agente político. 2. Ed. São Paulo; Loyola, 1987. MOREIRA, Marco e Axt, Roland. Tópicos em ensino de ciências. Porto Alegre, Sagra, 1991. MORAES, R. O significado da experimentação numa abordagem construtivista: O caso do ensino de ciências. In: BORGES, R. M. R.; MORAES, R. (Org.) Educação em Ciências nas séries iniciais. Porto Alegre: Sagra Luzzato. 1998. p. 29-45. MOREIRA, M.A. A teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget. In: MOREIRA, M.A. Teorias de aprendizagem. São Paulo: EPU. 199. p.95-107. PITTENGER, Owen E; GOODING, Thomas C. Teoria da aprendizagem na prática educacional: Uma integração de teoria psicológica e filosofia educacional. São Paulo; EPU, EDUSP, 1997. ROSA, Maria Inês Petrucci, et al, O Lugar da Química na Escola: Movimentos Constitutivos da Disciplina no Cotidiano Escolar, disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v11n2/07.pdf> , acesso em 15 de junho de 2012 SAUL, A. E. Avaliação emancipatória: desafio a teoria e a prática de avaliação e reformulação de currículo. São Paulo: Cortez, 1991. SAVIANI, N. Saber escolar, Currículo e didática. Autores Associados. São Paulo. SERBINO, Raquel Volpato. (org.). Formação de Professores. Editora: UNESP,1998. SOUSA, Eda C. B. M. de (org.) Curso de especialização em avaliação. Cadernos 1 a 8. Brasília: Unb,1998. WANDERLEY, Kaline Amaral, et al, Pra gostar de química: um estudo das motivações e interesses dos alunos da 8ª série do ensino fundamental sobre química. Resultados preliminares , 36 disponível em: <http://annq.org/congresso2007/trabalhos_apresentados/T93.pdf >, acesso em 23/07/2012 TEIXEIRA, E.M.R & PAULA, R.C.M de, Manual de Práticas para Engenharia, 2006 UANTOLA, Arlete. A observação na avaliação escolar. São Paulo: Loyola,1991. . 37 ANEXOS 38 Questionário aos alunos: 1- Qual sua impressão geral a respeito da disciplina de química quanto ao grau de dificuldade de entendimento: ( ) fácil ( ) médio ( ) difícil ( ) muito difícil 2- O conteúdo de Química é desenvolvido a partir de atividades experimentais? Sim ( ) não ( ) nem sempre ( ) 3- O professor costuma relacionar teoria com a prática? Sim ( ) não ( ) nem sempre ( ) 4- A química é interessante para você? Sim () 5- . não () nem sempre () Você considera que as aulas teóricas são suficientes para o entendimento do conteúdo abordado? Sim ( ) não ( ) não sei responder ( ) 6- Você já participou de alguma aula experimental? Sim () não () 7- Que concepção você têm sobre aulas práticas? Elas ajudam ou não na aprendizagem? Sim () não () nem sempre () 8- Que sugestão você daria para a melhoria do ensino e aprendizagem de química em sua escola? Ter aulas práticas () Ter aulas passeios () Só as aulas teóricas () 39 UNIDADE ESCOLAR SÃO LUIZ GONZAGA - DIOCESANO Ofício: Parnaíba, 04 de Junho de 2012. Ilmo. Sr.ª Diretora Profª. Marlinda Pessoa Araújo Vimos por meio deste solicitar uma visita às dependências dos laboratórios de saúde da Faculdade Piauiense – FAP situado na BR – 343 em Parnaíba-PI, nos dias 07 e 08 de Junho de 2012, com a finalidade de conhecer as normas e funcionamento de aulas práticas de Química. Os alunos envolvidos nesta visita pertencem ao Colégio Diocesano e estão sendo usados como objeto de estudo de um TCC desenvolvido pelo acadêmico José Roberto da Cunha Lima, orientado pelo Profº. Dr. Jean Carlos de Araújo Brilhante da Faculdade Integra da Grande Fortaleza –FGF, na qual são abordadas as técnicas de segurança e práticas laboratoriais. Sem mais para o momento, ponho-me à disposição para quaisquer esclarecimentos. ______________________________________ César Araújo Frota Coordenador do Ensino Médio Diocesano-Parnaíba/PI _______________________________ Pe. Jurandir Rodrigues Diretor da Instituição Diocesano – Parnaíba/PI 40 Sociedade de Ensino Superior Piauiense – SESPI Faculdade Piauiense – FAP Laboratórios dos Cursos de Saúde: Nutrição, Fisioterapia, Enfermagem e Psicologia. Ofício: Parnaíba, 04 de Junho de 2012 Ilmo Sr. Diretor Pe. Jurandir Rodrigues Vimos por meio deste solicitar a autorização para que a turma do 2º ano C turno tarde do Colégio São Luiz Gonzaga – Diocesano a participarem de aulas práticas nos dias 07 e 08 de Junho de 2012, nos laboratórios de saúde da Faculdade Piauiense – FAP situado na BR 343 Parnaíba - PI . Os alunos participaram de aulas práticas nos laboratórios e em seguida responderão um questionário, os dados coletados serão necessários para elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido pelo acadêmico José Roberto da Cunha Lima, orientado pelo Profº. Dr. Jean Carlos De Araújo Brilhante, sob responsabilidade do coordenador dos Laboratórios de Saúde da Faculdade Piauiense FAP que poderá ser encontrado através dos telefones (86) 9464-2604 ou (86) 9913- 3189 ou e-mail: [email protected] ou [email protected] A pesquisa tem como tema: “Química é Praticando que se Aprende!” entre os meses de Junho e Julho do ano 2012. Contamos com vossa colaboração e estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos. _________________________________________ José Roberto da Cunha Lima Prof. Esp. em Docência do ensino de Química Coordenador dos Laboratórios dos Cursos de Saúde FAP - Parnaíba/PI 41 Sociedade de Ensino Superior Piauiense – SESPI Faculdade Piauiense – FAP Laboratórios dos Cursos de Saúde: Nutrição, Fisioterapia, Enfermagem e Psicologia. Ofício: Parnaíba, 04 de Junho de 2012 Ilmo Sr. Coordenador César Araújo Frota Vimos por meio deste solicitar a autorização para que a turma do 2º ano C turno tarde do Colégio São Luiz Gonzaga – Diocesano a participarem de aulas práticas nos dias 07 e 08 de Junho de 2012, nos laboratórios de saúde da Faculdade Piauiense – FAP situado na BR 343 Parnaíba - PI . Os alunos participaram de aulas práticas nos laboratórios e em seguida responderão um questionário, os dados coletados serão necessários para elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido pelo acadêmico José Roberto da Cunha Lima, orientado pelo Profº. Dr. Jean Carlos De Araújo Brilhante, sob responsabilidade do coordenador dos Laboratórios de Saúde da Faculdade Piauiense FAP que poderá ser encontrado através dos telefones (86) 9464-2604 ou (86) 9913- 3189 ou e-mail: [email protected] ou [email protected] A pesquisa tem como tema: “Química é Praticando que se Aprende!” entre os meses de Junho e Julho do ano 2012. Contamos com vossa colaboração e estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos. _________________________________________ José Roberto da Cunha Lima Prof. Esp. em Docência do ensino de Química Coordenador dos Laboratórios dos Cursos de Saúde FAP - Parnaíba/PI 42 ::. GLICÍDIOS REDUTORES E NÃO REDUTORES.:: Introdução O método de Lane-Eynon baseia-se na redução de um volume conhecido do reagente de cobre alcalino (Fehling) a óxido cuproso. O ponto final é indicado pelo azul de metileno, que é reduzido a sua forma leuco por um pequeno excesso de açúcar redutor. Objetivo Este método tem por objetivo a determinação de glicídios redutores e não redutores em produtos lácteos (leite, leite em pó, leite condensado, creme de leite, bebidas lácteas, pó para mingaus e pudins, etc.), sucos de frutas e produtos que tenham em sua composição açúcares redutores (glicose, frutose) e não redutores (sacarose). Material e Método Material - Balança Analítica - Banho-maria - Chapa magnética com regulador até 150ºC. - Bureta - Erlenmeyer - Béquer - Espátula - Papel de filtro qualitativo - Papel tornassol - Ácido clorídrico concentrado (HCl) P.A - Sulfato de cobre (CuSO4.5H2O) P.A - Tartarato duplo de sódio (KNaC4H4O6.4H2O) P.A 43 - Solução de acetato de zinco (CHCOO) 2Zn.2H2O a 30% ou sulfato de zinco (ZnSO4.7H2O) a 30% - Solução de azul de metileno a 1% - Solução de ferrocianeto de potássio (K4Fe(CN)6.3H2O) a 15% Método Soluções de Fehling tituladas - Preparo: Solução A - pesar 34,639g de sulfato de cobre e transferir para um balão volumétrico de 1000mL. Completar o volume com água destilada. Solução B: - pesar 173g de tartarato duplo de sódio e potássio (sal de Rochele) e 125g de NaOH. Transferir para um balão volumétrico de 1000mL e completar o volume com água destilada. Titulação: colocar numa bureta a solução padrão de glicose. Transferir, com pipeta volumétrica, 10mL de solução Fehling A e 10mL de solução Fehling B para erlenmeyer. Adicionar 40mL de água destilada, juntamente com algumas pérolas de ebulição. Aquecer até ebulição. Gotejar a solução-padrão, sem agitação, até quase o final da titulação. Mantendo a ebulição, adicionar 1gota de azul de metileno a 1% e completar a titulação até descoramento do indicador. O final da titulação será em torno de 10mL de glicose. Cálculo do título da solução de Fehling: T mL gastos de gli cos e * 0,5 100 O tempo de titulação não deve ultrapassar 3 minutos 1- Solução-padrão de glicose- pesar 0,500g de glicose pura (seca em estufa a vácuo ou regulada a 70oC, durante 1h) e diluir a 100mL em balão volumétrico; 2- Solução de hidróxido de sódio (NaOH) a 40%. Métodos: 1. Preparação inicial: pesar 10g de amostra com precisão e, com auxílio de 200mL de água, transferir para um balão volumétrico de 250mL. Agitar até dissolver a amostra. 2. Adicionar 5mL da solução de ferrocianeto de potássio a 15% e 5mL da solução de sulfato ou acetato de zinco a 30%. Agitar. 44 3. Completar o volume com água destilada. Agitar. Deixar sedimentar. 4. Filtrar em papel de filtro seco 5. Determinação de glicídios redutores: transferir o filtrado para uma bureta de 25mL. 6. Transferir para um Erlenmeyer de 250mL, com auxílio de pipetas, 10mL de cada uma das soluções de Fehling. 7. Adicionar 40mL de água destilada e algumas pérolas de ebulição 8. Aquecer até fervura. Adicionar gota a gota, a solução da bureta agitando sempre até que fique levemente azulada. Mantendo a ebulição, adicionar uma gota de azul de metileno a 1% e continuar a titulação até a descoloração do indicador (no fundo do balão deverá ficar um resíduo vermelho) 9. Titular no menor tempo possível após a adição do azul de metileno 10. Determinação de glicídios totais: pipetar 25mL do filtrado para um Erlenmeyer de 200mL. 11. Adicionar 2mL de ácido clorídrico, mergulhar em banho-maria a 60oC por 1h. Esfriar. 12. Neutralizar com hidróxido de sódio a 40%, usando papel tornassol como indicador. Transferir para balão volumétrico de 100mL e completar o volume. 13. Filtrar se necessário, em papel de filtro seco. Transferir a solução para uma bureta de 25mL. 14. Transferir para um Erlenmeyer de 250mL, com auxílio de pipetas, 10mL de cada uma das soluções de Fehling. Adicionar 40mL de água e algumas pérolas de ebulição. Aquecer até a fervura. 15. Adicionar gota a gota, a solução da bureta agitando sempre até que a solução do balão fique levemente azulada. 16. Mantendo a ebulição, adicionar 1 gota de azul de metileno a 1% e continuar a titulação até a descoloração do indicador (no fundo do balão deverá ficar um resíduo vermelho). 17. Titular no menor tempo possível. Cálculos 45 glicídios redutores em gli cos e,% glicídios totais em gli cos e,% Fc * 250 *100 V *P Fc * 250 *100 *100 V * P * 25 Onde: Fc: fator da solução de glicose = g de glicose correspondente a 10mL de cada uma das soluções de Fehling (A+B). V: mL da solução da amostra gasto na titulação P: peso da amostra em g Glicídios não redutores em sacarose = (glicídios totais - glicídios redutores) *0,95 Glicídios redutores em lactose = Glicídios redutores em glicose * 1,39 Referências bibliográficas INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo, 2008, Cap. IV, p. 126-129. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 958.06). Arlington: A.O.A.C. 1995, chapter 39. p. 21. 46 Faculdade Piauiense-FAP Sociedade de Ensino Superior Piauiense – SESPI Coordenação do Curso de Nutrição ::. Conhecendo o laboratório e a confiabilidade de medidas. ::: Nota: Autor: prof. José Roberto NOÇÕES DE SEGURANÇA DE LABORATÓRIO. Introdução. O trabalho de laboratório requer frequentemente o contato com substâncias potencialmente perigosas. Para diminuir a probabilidade de acidentes e preservar a integridade das pessoas, foram estabelecidas algumas normas básicas de segurança que devem ser seguidas. É fundamental que a segurança no laboratório de química seja uma preocupação constante de seus usuários. Para conciliar a segurança com o prazer de fazer ciências através de experiências, precisa – se manter uma atitude de atenção, responsabilidades e prevenção. Cuidados: a) Proteção Física. - Evitar a prática de atos não sanitários, tais como: Coçar a cabeça, introduzir o dedo nas orelhas, nariz e boca; Tocar com as mãos não higienizadas as matérias-primas, produto em fabricação e produto terminado; Comer no laboratório de aulas práticas, fumar, cuspir e escarrar no piso, etc. - Antes de tossir ou espirrar, afastar-se do produto que esteja manipulando, cobrir a boca e o nariz com lenço de papel ou tecido e depois lavar as mãos para prevenir a contaminações. - Quando manipular produtos de alto risco (muito sensíveis à contaminação) os colaboradores devem usar máscara para boca e nariz. Ex.: Fatiamento de queijo. - Os homens devem estar sempre barbeados, com os cabelos aparados e cobertos por toucas; Manter as unhas limpas e curtas; De preferência não usar bigodes ou mantê-los cobertos por máscara. - As Mulheres devem manter os cabelos totalmente presos, cobertos por toucas, redes ou similares; As unhas devem ser mantidas curtas, limpas e livres de qualquer tipo de esmalte; Não usar cílios ou unhas postiças. 47 - O uniforme deve ser branco, sem bolsos acima da cintura, substituir os botões por velcros; Deve ser mantido em bom estado sem rasgos, partes descosturadas e ser conservado limpo; A troca deve ser diária. - Para as atividades onde os uniformes se sujam rapidamente, adotar o uso de avental plástico aumentando a proteção contra a contaminação do alimento. - A calça deve ser confeccionada com cinta fixa ou elástica e a braguilha com zíper ou velcro. - Não é permitido carregar no uniforme: canetas, lápis, termômetro e qualquer outro acessório especialmente da cintura para cima, evitando que caiam sobre os alimentos. - Todos os colaboradores devem usar no setor de produção dos alimentos sapatos fechados, mantê-los sempre limpos e em boas condições (os mesmos não devem apresentar aberturas e rasgos). - Os pertences pessoais devem ser guardados em local próprio. Ex.: armários. - Não estocar de nenhuma forma alimentos em armários ou vestiários já que os mesmos são veículos para insetos e roedores como: baratas, formigas e ratos. - As refeições devem ser realizadas em local apropriado e as sobras devem ser estocadas nos lugares designados para este fim, não sendo permitido bebidas alcoólicas neste recinto. - Não colocar na área de produção do alimento roupas, objetos, embalagens, ferramentas ou qualquer outro fim que possa contaminar o produto ou o equipamento. - Durante a permanência na área de produção do alimento não é permitido: Mascar chicletes, fumar, comer; Manter na boca palito de dentes, balas ou similares; Manter lápis, cigarros ou outros objetos atrás da orelha. - Durante a produção dos alimentos não é permitido o uso de anéis, alianças, brincos, colares, pulseiras, relógios, amuletos ou qualquer outro adereço com o objetivo de evitar que os mesmos se soltem e caiam no produto; sejam a causa de acidentes pessoais; não sejam desinfetados adequadamente. - Quando usar tampão de ouvidos contra ruídos os mesmos devem ser atados entre si por um cordão que passa por trás do pescoço para prevenir que se soltem e caiam no alimento. - As mãos devem apresentar-se sempre limpas; Devendo ser lavadas com água potável, sabão ou detergente, e desinfetadas sempre que: Iniciar o trabalho; Toda vez que trocar de atividade; Quando manipular um alimento ou equipamento contaminado; Quando usar o sanitário, fumar, etc... - As luvas quando são usadas devem ser de material impermeável e mantidas limpas. O uso das luvas não elimina a necessidade de lavar as mãos. - Os colaboradores de outras áreas (administrativa, serviços auxiliares) e os visitantes deverão ajustar-se às normas de higiene pessoal definidas neste manual como: o uso de roupas adequadas (avental, touca, bota); Cobrir a barba ou bigode com protetores 48 específicos (máscaras); Lavar e desinfetar corretamente mãos e botas antes de entrar na produção. - Os roteiros das experiências que serão realizadas devem ser lidos, atenciosamente, antes de serem executados. - Antes de iniciar e ao término das experiências a bancada deve permanecer organizada, as vidrarias e vasilhas lavadas e guardados no seu devido lugar. - Não fume, coma ou beba dentro do laboratório. - Trabalhe com seriedade, evitando brincadeiras. - Proibido o uso de celulares. - Não deixe materiais estranhos ao trabalho sobre e dentro do ambiente de preparo dos alimentos. Cadernos, bolsas e agasalhos devem ficar em outro ambiente. - Ao acender o fogão observe as torneiras, se não há vazamento e feche todas as saídas de gás que não estiverem em uso e ao terminar o experimento; - Em caso de incêndio, desligue a chave geral do laboratório, use a saída, chame socorro. NUNCA USE EXTINTOR EM HUMANOS. - Jamais esqueça que o laboratório é um ambiente de trabalho submetido a riscos de acidentes, na maioria das vezes causados por atos inseguros. O trabalho em laboratório exige concentração e bom desempenho. Para tanto, o aluno precisa seguir as recomendações e instruções fornecidas pelos professores. Também deve ser mantido o mínimo de ruído possível. - Mesmo tomando os devidos cuidados, caso aconteça algum acidente, estarão disponíveis alguns equipamentos de proteção coletiva como lava-olhos, chuveiro, localizados no corredor e um extintor de pó químico pressurizado, que pode ser utilizado em líquidos e gases inflamáveis. Esses equipamentos devem ser usados por pessoas treinadas. - Qualquer acidente ocorrido no laboratório deve ser imediatamente comunicado ao responsável pelo setor (no caso da sala de aula, o professor). - Em caso de URGENCIA, pode-se usar o seguinte número: BOMBEIROS (193) e/ou SAMU (192). b) de Reagentes Nenhum frasco de reagente deve permanecer aberto por um intervalo de tempo mais longo do que o necessário. Não coloque tampa de frasco de reagentes em cima de bancada suja e esteja atento para não fechar o frasco com a tampa de outro reagente.. Uma vez retirado, não retorne reagentes para o frasco original a não ser durante a pesagem. 49 Pipetas não devem ser introduzidas diretamente em frasco de reagentes líquidos concentrado. Ao efetuar adição de ácidos concentrados, a ordem de adição é sempre primeiro a água e só depois é que se deve adicionar o ácido. Trabalho com produtos tóxicos e líquidos inflamáveis que envolvam aquecimento, somente na capela. Evite o contato de produtos tóxicos com a pele. Não descarte produto tóxico na pia sem o devido cuidado. Produtos corrosivos concentrados podem ser eliminados na pia depois de diluídos. Para diluir produtos corrosivos deve-se cuidadosamente observar a ordem da adição: verter o liquido corrosivo no diluente e nunca ao contrario. Antes de dar inicio a qualquer experimento, assegure-se que a vidraria a ser utilizada encontra-se cuidadosamente limpa. A manipulação de produtos em laboratório é inevitável e pode ser feita com segurança desde que se reconheça a toxidez do produto manipulado e que se proceda dentro das técnicas apropriadas. Prática I – Conhecendo o laboratório e a confiabilidade de medidas. Objetivo da Prática Conhecer algumas vidrarias e equipamentos utilizados em laboratório de química. Diferenciar vidrarias com relação à exatidão. Observar a precisão de maneira prática. Utilizar vidrarias de maneiras correta. Fundamentação Teórica Em um laboratório de química são utilizados comumente diversos frascos e equipamentos que podem realizar medidas (de volume, massa, temperatura, PH, calorimetria), regular o ambiente (estufas, dessecadores, agitadores,...) ou ainda modificá-los de forma adequada. Entre os auxiliares mais comuns entre os usuários de laboratório estão às vidrarias. As vidrarias são, em sua maioria, instrumentos de vidro cristal ou temperado, para que as medidas sejam precisas e o recipiente não reaja com as substâncias contidas nele. Considerando que estes instrumentos são partes essenciais ao trabalho em laboratório, será apresentada uma lista geral com vidrarias mais comuns e suas utilizações. 50 Béquer: recipiente com ou sem graduação utilizada para dissolver substancias, efetuar recristalizações, reações químicas, aquecer líquidos, etc. Tubos de ensaios: recipientes sem graduação, servem principalmente para realizar reações em pequena escala. Podem ser aquecidos diretamente na chama. Erlenmeyer: frasco graduado ou não. Utilizado para realizar titulações e aquecimento de substancias. Permite uma maior facilidade de agitação manual. Kitassato: recipiente com ou sem graduação usado para filtrações a vácuo. Balão Volumétrico: recipiente calibrado para medir com precisão um volume único fixo. Utilizado no preparo de soluções de concentrações definidas. 51 Proveta ou cilindro graduado: frasco com graduações, recomendado para média de média precisão de líquidos. 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 Bureta: instrumento calibrado para medida precisa de líquidos. Permite o escoamento de líquidos de forma controlada, utilizada principalmente em titulações. Pipetas: são instrumentos calibrados de alta precisão na medição de volume e líquidos. Podem ser divididas em pipetas graduadas e volumétricas. A graduada é utilizada quando são requeridas medidas de diversos valores de volume e a volumétrica para escoar volumes fixos. Funil comum ou de vidro: utilizado em transferências de substâncias e em filtrações. 52 Funil de bromo ou de separação: é utilizado para separar líquidos não miscíveis através de decantação. Alguns outros equipamentos não constituído de vidro também são conhecidos como vidrarias. ( almofariz e pistilo, pisseta, espátula e outros). Na utilização de vidrarias na medição de volumes é necessário o uso de técnicas adequadas para obtermos valores confiáveis. Um dos pontos de grande importância em medições de volume é a observação do menisco. O menisco é uma curvatura apresentada por líquidos na superfície, causada por forças de adesão entre o liquido e as paredes do recipiente. Abaixo está ilustrada como deve ser feita corretamente a medida de volume utilizado. 53 Atividade 1. Observe as vidrarias presentes na sua bancada e no laboratório. Identifique com o auxilio do seu orientador (professor) e o roteiro de praticas cada vidraria e sua função. 2. Escolha duas vidrarias adequadas para medir 5 mL de água ( não é necessário fazer a medida). 3. Selecione duas vidrarias adequadas para medir 25 mL de água. 4. Faça a medição de 50 mL de água em um béquer de 100 mL e transfira o volume medido para a proveta de 50 mL. Anote suas observações. 5. Faça a medição de 100 mL de água em um elernmeyer e transfira o volume medido para um balão volumetrico de 100 mL. Anote suas observações. FReferências bibliográficas. GESBRECHT E. et all, experiências de Química, Técnicas e Conceitos Básicos. Editora Moderna Ltda, São Paulo, 1979. TEIXEIRA, E.M.R & PAULA, R.C.M de, Manual de Práticas para Engenharia, 2006 54 Introdução desde o ultravioleta ao infravermelho no Os métodos espectroscópicos baseiam-se na espectro da radiação eletromagnética (Fig. 2). absorção e/ou emissão de radiação eletromagnética por muitas moléculas, quando os seus elétrons se movimentam entre níveis energéticos. A espectrofotometria baseia-se na absorção da radiação nos comprimentos de onda entre o ultravioleta e o infravermelho (Fig. 1). O espectro do visível está contido essencialmente na zona entre 400 e 800 nm (Tabela 1). Tabela 1: Comprimentos de onda da luz visível. Figura 1. Espectro eletromagnético. A espectrofotometria utiliza a radiação Um espectrofotômetro é um aparelho que faz compreendida entre o ultravioleta (ultraviolet) passar um feixe de luz monocromática através e o infravermelho (infrared). de uma solução, e mede a quantidade de luz A chamada radiação luminosa corresponde a que foi absorvida por essa solução (Fig. 3). uma gama de comprimentos de onda que vai Usando um prisma o aparelho separa a luz em feixes com diferentes 55 comprimentos de onda (tal como acontece no Fig. 4. Espectros de absorção de absorção de arco-íris com a separação das cores da luz diferentes substâncias (1: bacterioclorofila; 2: branca). Pode-se assim fazer passar através clorofila a; 3: clorofila b; 4: ficoeritrobilina; 5: da amostra um feixe de luz monocromática (de beta-caroteno). A substância 1, por exemplo, um único comprimento de onda, ou quase). O absorve pouco na região do visível, logo deve espectrofotômetro que ser praticamente incolor para os nossos olhos. quantidade de luz é absorvida a cada Uma vez que diferentes substâncias têm comprimento de onda. diferentes permite-nos saber padrões de absorção, a espectrofotometria permite-nos, por exemplo, identificar substâncias com base no seu espectro. Permite também quantificá-las, uma vez que a quantidade de luz absorvida está relacionada Fig. 3. Espectrofotômetro. A luz é dividida em feixes de diferentes comprimentos de onda por meio de um prisma óptico e passa através da amostra, contida numa cubeta ou célula de espectrofotômetro. com a concentração da substância, como vamos ver adiante. Às vezes uma substância, quando alterada quimicamente, pode passar a apresentar um espectro de absorção diferente. Quando isto acontece, temos uma maneira de detectar essas mesmas alterações. Por exemplo, o 1. Espectros de absorção NADH reduzido absorve a 340 nm, enquanto O conjunto das absorbâncias aos vários comprimentos de onda para um composto chamasse espectro de absorção e varia de substância para substância. Se uma substância é verde, por exemplo, então deixa passar ou reflete a cor nesse comprimento de onda, absorvendo mais a luz na região do vermelho. A seguir podem ver-se espectros de várias substâncias diferentes (Fig. 4). que a forma oxidada não tem absorbância significativa a esse comprimento de onda (Fig. 5). Essas diferenças de espectro podem ser utilizadas laboratorialmente para seguir o percurso de reações que se esteja a estudar, por exemplo, reações metabólicas que envolvam a oxidação do NADH ou a redução do NAD+. 56 Fig. 5. Espectros de absorção do NAD+ e do NADH. 3.2. Espectrofotometria e quantificação 3.2.1. Princípios de absorção da luz: 1. A absorção da luz é tanto maior quanto mais concentrada for a solução por ela Normalmente usam-se cubetas com 1 cm de atravessada: comprimento, de modo que a equação fica: Ou seja, a absorbância da luz a cada comprimento de onda l é diretamente proporcional à concentração da solução contida na cubeta. Esta linearidade deixa de ocorrer a concentrações muito elevadas da substância, podendo nesses casos diluir 2. A absorção da luz é tanto maior quanto previamente a amostra a medir. maior for a distância percorrida pelo feixe 3.2.2. Métodos colorimétricos luminoso através das amostras: Com alguma frequência quantificar substâncias complexas, ou significativamente necessário em que a é não luz misturas absorvem a nenhum comprimento de onda. Nestes casos utilizamse os chamados métodos colorimétricos - o composto a quantificar é posto em contacto com um reagente específico, de modo a Juntando (1) e (2), temos a lei de Beer- desenvolver uma cor cuja intensidade é Lambert: diretamente proporcional à concentração da substância na mistura original. Por exemplo, para quantificar proteínas numa solução pura pode medir-se a absorbância a 280 nm, sendo esta proporcional à concentração de proteína. Mas se quisermos saber a concentração de proteína num extrato impuro, este método já não pode ser utilizado, porque outras substâncias, como por exemplo, os ácidos nucléicos, também absorvem a este comprimento de onda. Neste caso podemos utilizar, por exemplo, o reagente de Biureto, que reage de modo quantitativo com as 57 proteínas, originando um complexo violeta, diluindo a solução a medir, sempre que que absorve fortemente a radiação a 540 nm. necessário, de modo a que a absorbância Para resultante esteja contida no intervalo da reta quantificar espectrofotometricamente uma substância é necessária, obviamente, de calibração. saber o valor de e. Para isso é necessário preparar uma série de soluções do composto Objetivos a quantificar, de concentração conhecida, • Elaborar curvas de calibração e trabalhar o fazê-las contactar com o reagente e medir as conceito de sensibilidade de um método absorbâncias fotocolorimétrico; ao comprimento de onda • Relacionar os métodos vistos às aplicações adequado (Fig. 8). práticas; • Resolver problemas de cálculo de diluições e de concentrações. Materiais, Equipamentos e Reagentes • 7 Tubos de ensaio; • 6 Béqueres de 100 • Pipetas de 1, 2 e 5 ml (próximas aos reagentes); Fig. 8. Calibração de um método colorimétrico. A absorbância ao comprimento de onda escolhido é diretamente proporcional à concentração do composto na solução. No exemplo da Fig. 8, há uma relação linear perfeita entre a concentração da substância (expressa em molaridade, M) e a absorbância ao comprimento de onda l de medida. Podemos assim obter uma reta do tipo Al= el.c (ou Al= el.c + b, caso a reta não passe na origem) em que Al é a absorbância ao comprimento de onda l de medida, c a concentração em M e el a constante de proporcionalidade. Sabendo • 7 Pipetas de 2 5 ml; • 1 Estante p/ tubos de ensaio; • 1 Proveta de 100 ml; • Fotocolorímetro (com cubetas). • Reativo do Biureto: Sulfato de cobre cristalizado (pentahidratado) 1,5g; Tartarato duplo de sódio e potássio - 6,0g; Água destilada - 500 ml; Adicionar 300 ml de solução de NaOH a 10% (p/v) (114,9 g/litro de NaOH) sob constante agitação e completar para 1 litro com água destilada. • Solução de caseína a 5 % em água; • Água destilada. esta relação, podemos fazer corresponder uma absorbância medida, a uma concentração de substância na solução a analisar. Muitas vezes o método só é linear até certa concentração da substância. Nesse caso, utiliza-se a zona em que a relação é linear, Procedimento: CURVA DE CALIBRAÇÃO - Numerar 6 tubos de ensaio de 1 a 6; - Adicionar os reagentes conforme a Tabela 1: 58 Tabela 1 – Distribuição de reagentes em diferentes proporções Reagentes TUBO 1 TUBO 2 Amostra 1,0 0,5 Água destilada - 0,5 Reagente do 5,0 5,0 (mL) Biureto - Agitar e deixar em repouso por 10 minutos. - Utilizar o tubo 1 para calibrar o espectrofotômetro: 100% de transmitância em 540 nm (ou o fotocolorímetro com filtro verde. - Determinar a absorbância das soluções dos tubos 2 a 6. - Calcular a curva padrão construindo o gráfico: Concentração final de proteína (mg/mL) na ordenada e Absorbância (A) nas abscissas. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE PROTEÍNAS NA AMOSTRA PROBLEMA - Separar dois tubos de ensaio e identificá-los. - Adicionar os reagentes conforme tabela abaixo: 59 FOTOS DAS AULAS PRÁTICAS