UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CCET
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ELEMENTO DE FUNDAÇÃO CORRIDA
FUNCOR
(Peças de resíduos reciclaveis de demolições)
Paulo Cavalcante Brandão
Belém – PA
ANO 2008
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ELEMENTO DE FUNDAÇÃO CORRIDA
(Peças de resíduos reciclaveis de demolições )
Paulo Cavalcante Brandão
Orientador: Prof. Zacarias
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
como
exigência
parcial para obtenção do título
de Engenheiro Civil, submetido à
banca examinadora do Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia da
Universidade da Amazônia.
Belém – PA
ANO 2008
ii
APROVADO POR:
________________________________________________
Msc. Profº. JOSÉ ZACARIAS RODRIGUES DA SILVA JUNIOR.
TITULAR /CCET(Unama)
(ORIENTADOR)
________________________________________________
Msc. Profº. EVARISTO JUNIOR
TITULAR/CCET(Unama)
(EXAMINADOR INTERNO)
________________________________________________
Msc. Prof0. MARIANO DE JESUS FARIAS.
(ARQUITETURA E URBANISMO)
(EXAMINADOR INTERNO)
iii
A um Deus vivo, fonte de toda
inspiração e sabedoria, que me fez
prosseguir
nos
momentos
mais
difíceis, as duas mulheres da minha
vida, a minha esposa Ângela e
minha filha Paula que possibilitaram
o meu crescimento enquanto pessoa
e estando ao meu lado em todos os
momentos e que com certeza sem
seus
apoios
e
incentivos
seria
impossível alcançar meus objetivos.
Paulo Cavalcante Brandão.
iv
Agradecimentos
A Deus pela serenidade, calma e força tranqüilidade e inquietude de espírito,
para desenvolvimento deste trabalho.
A Universidade da Amazônia (UNAMA), por possibilitar e disponibilizar
equipamentos e corpo técnico para a execução dos ensaios.
A coordenação do curso de engenharia, pela sua atenção e disposição antes
representado pelo mestre e professor Clementino dos Santos Filho e
atualmente pela doutora e professora Maísa Tobias Sales.
A todos os professores que contribuíram diretamente na minha formação.
Ao meu orientador de TCC professor José Zacarias Rodrigues Junior.
Aos colegas do curso de engenharia civil da UNAMA na compartilhação de
conhecimento.
A todos que acreditaram no meu potencial e deram a maior força para obter
meus objetivos.
v
RESUMO
Com o objetivo de obter peças de concreto a partir do RCD, foram
utilizados materiais recicláveis de demolição de parede, demolição de concreto,
os quais foram confeccionados em concreto de RCD e alcançados resultados
positivos.
O trabalho em si constitui todo um processo que de certa forma aborda
temas como: sustentabilidade, vantagens econômicas, social e ambiental,
planejamento qualidade e oportunidade entre outros.
O resíduo de construção civil é grandioso e ocupa muito espaço nos
aterros e muitas vezes são depositados de forma clandestina sem qualquer
preocupação com o meio ambiente. Transformar estes resíduos em peças de
concreto através da reciclagem e do reaproveitamento é uma alternativa viável
e racional com grande potencial de uso, gerando elementos construtivos e
proporcionando melhorias não apenas ambientais e sociais, mas também
econômicas tanto para administração pública como também para as empresas
de construção civil no que diz respeito ao gerenciamento destes resíduos.
Sendo assim o reaproveitamento do RCD pode gerar inúmeros benefícios
como: redução da poluição do consumo de energia e com certeza haverá uma
diminuição no desperdício deste resíduo que serão reaproveitados na
construção de casa populares.
vi
ABSTRACT
With the objective of obtaining concrete pieces starting from RCD,
recyclable materials of wall demolition were used, concrete demolition, which
were made in concrete of RCD and reached positive results.
The work in itself constitutes an entire process that approaches themes
in a certain way as: sustainability, advantages economical, social and
environmental, planning quality and opportunity among others.
The building site residue is grandiose and it occupies a lot of space in the
embankments and a lot of times are deposited in a clandestine way without any
concern with the environment. To transform these residues in concrete pieces
through the recycling and of the reaproveitamento it i the viable and rational
alternative with great uses potential, generating constructive elements and
providing improvements doesn't just adapt social and, but also economical
alone much goes public administration the well goes them the building site
companies in what concerns the administration of these residues. Being like this
the reaproveitamento of RCD can generate countless benefits the: reduction of
the pollution of the energy consumption and with certainty there will be the
decrease in the waste of this residue that you/they will be reaproveitados in the
popular house construction.
vii
SUMÁRIO:
1.0 – Introdução.
2.0 – Objetivo.
2.1 – Objetivo específico.
3.0 – Justificativa.
4.0 – Sustentabilidade.
4.1 – Modelo de sustentabilidade.
4.1.1 – A obra econômica.
4.1.2 – Planejamento.
4.1.3 – Oportunidade.
4.1.4 – Adaptação ao sistema pré-moldado.
4.1.5 – Qualidade.
4.1.6 – As vantagens econômicas da reciclagem.
4.1.7 – Redução de CO 2.
4.1.8 – Como evitar o efeito estufa.
5.0 – Histórico.
6.0 – Conceito.
6.1 – Metodologia de pesquisa e desenvolvimento.
6.2 – Desenvolvimento do produto.
6.3 – Resíduo gerado na construção civil.
6.4 – Resíduo gerado no momento da construção, reforma e demolição.
6.5 – Redução de resíduo na construção civil.
6.6 – Reciclagem.
6.6.1 – Reciclagem de resíduo de construção e demolição (RCD).
6.7 – Coleta dos resíduos.
7.0 – Vantagens.
7.1 – Vantagens sociais.
7.2 – Vantagens ambientais.
7.3 – Vantagens econômicas.
8.0 – Obstáculo da reciclagem.
8.1 – Obstáculo da reciclagem na construção civil.
8.2 – Requisito do concreto em peças pré-moldadas.
8.3 – Propriedade do concreto no estado fresco.
8.4 – Propriedade do concreto no estado endurecido.
8.5 – Ascensão capilar.
9.0 – Caracterização do agregado.
9.1 – Metodologia a ser aplicada.
10.0 – Fluxograma.
10.1 – Metodologia aplicada.
10.2 – Pesquisa experimental.
10.3 – Coleta das amostras do material.
10.4 – Granulometria.
11.0 – Traços.
11.1 – Preparação dos traços experimental.
11.2 – Moldagem dos corpos de prova.
11.3 – Resistência á compressão.
12.0 – Montagem das formas.
12.1 – Formas de madeira.
12.2 – Moldagem das peças.
viii
12.3 – Desforma.
13.0 – Ascensão capilar.
14.0 – Carbonatação.
15.0 – Conclusão.
Referências Bibliográficas
ANEXO I
ANEXO II
ix
ÍNDICE
1.0
2.0
2.1
3.0
4.0
4.1
4.1.1
4.1.2
4.1.3
4.1.4
4.1.5
4.1.6
4.1.7
4.1.8
5.0
6.0
6.1
6.2
6.3
6.4
6.5
6.6
6.6.1
6.7
7.0
7.1
7.2
7.3
8.0
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
9.0
9.1
10.0
10.1
10.2
10.3
10.4
11.0
11.1
11.2
11.3
Introdução
Objetivo
Objetivo específico
Justificativa
Sustentabilidade
Modelo de Sustentabilidade
A Obra Econômica
Planejamento
Oportunidade
Adaptação ao Sistema pré-moldado
Qualidade
As vantagens econômicas da reciclagem
Redução de CO2
Como evitar o efeito estufa
Histórico
Conceito
Metodologia de pesquisa e desenvolvimento
Desenvolvimento do produto
Resíduo gerado na construção civil
Resíduo gerado no momento da construção, reforma e
demolição
Redução de resíduo na construção civil
Reciclagem
Reciclagem de resíduo de construção e demolição (RCD)
Coleta dos resíduos
Vantagens
Vantagens sociais
Vantagens ambientais
Vantagens econômicas
Obstáculo da reciclagem
Obstáculo da reciclagem na construção civil
Requisito do concreto em peças pré-moldadas
Propriedade do concreto no estado fresco
Propriedade do concreto no estado endurecido
Ascensão capilar
Caracterização do agregado
Metodologia a ser aplicada
Fluxograma
Metodologia aplicada
Pesquisa experimental
Coleta das amostras do material
Granulometria
Traços
Preparação dos traços experimental
Moldagem dos corpos de prova
Resistência á compressão
1
3
4
4
5
6
6
6
7
7
7
7
8
8
9
10
12
12
12
13
15
16
17
18
18
18
19
19
19
19
20
20
20
21
21
21
22
23
23
23
26
29
29
30
31
x
12.0
12.1
12.2
12.3
13.0
14.0
15.0
Montagem das formas
Formas de madeira
Moldagem das Peças
Desforma
Ascensão capilar
Carbonatação
Conclusão
Referências Bibliográficas
Anexo I
Anexo II
34
35
36
41
45
47
50
51
xi
0
Figura n 1
Figura n0 2
Figura n0 3
Figura n0 4
Figura n0 5
Figura n0 6
Figura n0 7
Figura n0 8
Figura n0 9
Figura n0 10
Figura n0 11
Figura n0 12
Figura n0 13
Figura n0 14
Figura n0 15
Figura n0 16
Figura n0 17
Figura n0 18
Figura n0 19
Figura n0 20
Figura n0 21
Figura n0 22
Figura n0 23
Figura n0 24
Figura n0 25
Figura n0 26
Figura n0 27
Figura n0 28
Figura n0 29
Figura n0 30
Figura n0 31
Figura n0 32
Figura n0 33
Figura n0 34
Figura n0 35
LISTA DE FIGURAS
Parede sendo demolida
Demolição de cintamento de concreto
Coleta de demolição de parede
Coleta de demolição de concreto
Moagem de demolição de parede
Moagem de demolição de concreto
Mostra o peneiramento
Balança do laboratório da Unama
Material de granulometria de RCD de parede
Material de granulometria de RCD de concreto
Amostra dos copos de prova de RCD de parede
Amostra dos corpos de provas de RCD de concreto
Mostra o rompimento do corpo de prova
Tamanho do baldrame
Tamanho do alicerce
Alicerce peças de canto
Execução das formas de madeiras
Material utilizado como agregado (RCD de parede)
Material utilizado como agregado (RCD de concreto)
Peças concretadas com RCD de parede
Peças concretadas com RCD de concreto
Desforma das peças com material de RCD de concreto
Desforma das peças com material de RCD de parede
Escavação
A peça sendo içada
Içamento da peça de alicerce
As peças de alicerce aplicadas na vala
O rejuntamento das peças com argamassa
Assentamento do baldrame
O reaterro do alicerce
Amostra o ensaio de capilaridade
Os corpos-de-prova sem solução
Os corpos-de-prova na solução de fenolftaleina
O alicerce e baldrame convencional
O alicerce e baldrame com peças de material de RCDs
23
24
24
25
25
26
27
27
28
28
30
30
31
34
34
34
35
36
36
37
37
41
41
42
42
43
43
44
44
45
46
47
48
48
49
xii
LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS
•
FUNCOR (peças de resíduos de, RCD);
•
m³ - metro cúbico;
•
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;
•
COHAB/PA - Companhia de Habitação do Estado do Pará;
•
cm - Centímetro;
•
kg - quilograma;
•
Mpa - Mega Pascal;
•
a/c- relação água cimento;
•
h - Umidade (%);
•
m - Metro;
•
mm - milímetro;
•
AC – Ascensão Capilar;
•
m1 = é a massa do corpo de prova seco em estufa, em gramas;
•
m2 = é a massa do corpo de prova saturado,em grama;
•
ºC – Unidade de temperatura Celsius.
xiii
Tabela n 1
LISTA DE TABELAS
Tabela de granulometria de demolição de parede
29
Tabela n0 2
Tabela de granulometria de demolição de concreto
29
Tabela n0 3
Tabela de compressão de RCD de parede
32
Tabela n0 4
Tabela de compressão de RCD de concreto
33
Tabela n0 5
Tabela de peças concretadas com RCD de parede
38
Tabela n0 6
Tabela de peças concretadas com RCD de concreto
39
Tabela n0 7
Tabela de compressão de argamassa
40
Tabela n0 8
Tabela de ascensão capilar
46
0
xiv
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico n0 1
Compressão de RCD de parede
32
Gráfico n0 2
Compressão de RCD de concreto
33
Gráfico n0 3
Peças concretadas com RCD de parede
38
Gráfico n0 4
Peças concretadas com RCD de concreto
39
Gráfico n0 5
Resultados de argamassa
40
xv
1.0 - INTRODUÇÃO:
Sendo a construção civil uma das atividades que vem ao longo do tempo
transformando-se as novas tecnologias de construção, com o desenvolvimento
das cidades cria uma procura de novas habitações junto com o aparecimento
de novas estradas, indústrias e obras em gerais, o que vem demonstrar a
importância da indústria da construção civil no crescimento e sua influência no
meio ambiente.
As fontes de resíduos na construção civil são constantes, sempre existirão
obras dando lugar a demolições, reformas e construções novas.
Não se pode evitar a geração de entulho tanto em novas e antigas
edificações, principalmente quando não existe tecnologia adequada para o
reaproveitamento de entulhos.
Com o progresso da construção civil e a diversidade das atividades, ouve o
aumento na geração de entulho de demolição, passando a ser um problema
preocupante para os órgãos públicos responsável pela preservação ambiental.
Em muitos casos talvez o problema não seja na falta de tecnologia para
reciclagem, mas a falta de uma legislação e fiscalização e seja mais rigorosa e
que vem punir de certa forma os responsáveis pela deposição do entulho no
meio ambiente.
Segundo HELENE (1997), a partir de 1928, iniciaram pesquisa para avaliar o
consumo de cimento, a quantidade da água, e o efeito da granulometria dos
agregados oriundo de alvenaria e concreto britados, porém a primeira
aplicação significativa de entulho reciclado, só foi registrada após o final da
segunda guerra mundial, na construção das cidades européias, que tiveram
seus edifícios totalmente demolidos. Os escombros e entulhos resultantes
foram britados para produção de agregados, visando atender a demanda tanto
de construções, quanto de matéria-prima da época. Somente a partir de 1946
entregaram-se a tecnologia de reciclagem do entulho da construção civil.
Tomando o conhecimento dos desperdícios dos resíduos das construções e
demolições (RCD) e o quanto esse desperdiço pode beneficiar a sociedade
tanto financeiramente quanto ambientalmente, com a preservação das reservas
naturais e com a redução de entulho descartado clandestinamente, a pesquisa
realizada tem por objetivo um reaproveitamento no qual se possa ter uma
qualidade deste entulho para ser, usado como peça de pré-moldado para as
fundações de casas populares. Com certeza haverá uma diminuição no
desperdício destes resíduos que são resultantes da construção civil e uma
melhoria bastante satisfatória no que se refere à questão do meio ambiente,
valorizando a qualidade de vida.
1
Na construção civil praticamente todas as atividades são geradoras de
resíduos sólidos. O grande índice de perda do setor produtivo é a principal
causa do entulho gerado, com isso há um grande desperdício de materiais de
construção. Já nas obras de reformas a falta de uma cultura reutilização e
reciclagem são as principais causas do alto volume gerado nas diversas
etapas, não relacionadas ao desperdício, mas a não reutilização do material.
O entulho representa um dos maiores problemas para o saneamento
público, principalmente pela escassez de áreas adequadas para sua deposição
que, com o crescimento metropolitano, vem-se tornando cada vez mais
remotas. Com isso os entulhos são retirados das obras e disposto
clandestinamente em locais como: terrenos baldios, margens de rios e ruas das
periferias (BRITO, 1999; MIRANDA, 2001).
Percebe-se a degradação da qualidade de vida urbana em aspectos como
transportes, enchentes, poluição e proliferação de vetores, isso contribui
bastante para a má qualidade de vida da sociedade que sofre com a deposição
irregular de entulhos. (PÊRA,1996 e PINTO, 1997).
A reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos de construção e demolição,
que consistem em concreto, estuque, metais, madeiras, telhas, aglomerados,
pedaços entre outros, é de fundamental importância para o controle e
minimização dos problemas ambientais. Ao mesmo tempo este processo
introduz no mercado um novo material, com grande potencialidade de uso,
gerando elementos construtivos e proporcionando melhorias não apenas
ambientais e sociais, mas também econômicas tanto para as administrações
públicas como também para as empresas de construção civil no que diz
respeito ao gerenciamento destes resíduos (ZORDAN,1997; LEVY, 1997;
LIMA, 1999).
O entulho reciclado é, hoje, utilizado como agregado na produção de
argamassas alternativas, que apresentam propriedades comparáveis e mesmo
superiores àquelas apresentadas pelas argamassas convencionais, contudo,
sendo o entulho composto principalmente de argamassa endurecidas e
materiais de cerâmicas (tijolos e telhas) quando moído se transforma em um
material pulverulento, capaz de reagir com cal (CINCOTO, 1983; PINTO,
1997).
Algumas prefeituras (Belo Horizonte, Ribeirão Preto e etc.), estão
implantando locais apropriados para receber o resíduo. “São as usinas para a
reciclagem de entulhos” constituídos basicamente por um espaço para
deposição do resíduo, onde o entulho já processado aguarda para ser utilizado.
Durante a ECO-92 e a definição da agenda 21, houve destaque a
necessidade urgente de se implementar um adequado sistema de gestão
ambiental para os resíduos sólidos. Uma das formas de solução para os
problemas gerados e a reciclagem de resíduos (GÜNTHER, 2000).
2
Embora a redução na geração de resíduo seja sempre uma ação necessária
e limitada, uma vez que existem impurezas na meteria-prima envolve custo e
desenvolvimento tecnológico (SOUZA, 1999; JOHN, 2000).
Sendo assim o reaproveitamento do resíduo da construção civil pode gerar
inúmeros benefícios:
•
Redução do consumo de energia no momento do processo de produção.
•
Redução da poluição devido a não utilização de materiais retirados de
jazidas.
•
Redução de áreas necessárias para aterros, minimizando o volume de
resíduo pela reciclagem. Destaca-se a necessidade da própria reciclagem dos
resíduos de construção e demolição, que representam mais de 50% dos
resíduos sólidos urbanos (PINTO, 1999).
Com base no trabalho de pesquisa, tem obras que são projetadas sem
avaliação dos impactos ambientais, por exemplo: indústria, estradas, obras de
infra-estrutura e obras de arte. No presente momento a questão ambiental está
tomando um importante rumo na sociedade, tanto pela significação da
qualidade de vida como também pela importância do desprezo com os
impactos ambientais, levando a sociedade a situações de riso. O crescimento
pela procura de materiais naturais cresce cada vez mais, conforme também o
crescimento da população, estima-se que 20% da população mundial
consomem 70% dos materiais e energia produzida e com isso gera um
aumento do volume de entulho causando impacto ambiental (SILVA JUNIOR,
2006).
2.0 - OBJETIVO
O principal objetivo deste trabalho é demonstrar a importância e seus
benefícios com o reaproveitamento dos resíduos da construção civil. De forma
a aperfeiçoar o processo de reciclagem e a minimizar a quantidade de material
rejeitado devido a escassez de área para deposição de resíduos causadas pela
ocupação e valorização de áreas urbanas.
No âmbito geral, a proposta é gerar elementos construtivos de baixo custo,
minimizar os impactos ambientais e ampliar o mercado para os produtos
reciclados.
3
2.1 - OBJETIVO ESPECÍFICO
Com o objetivo da proposta formada na pesquisa, especificam-se análises
laboratoriais abaixo:
•
Evidenciar o comportamento do resíduo como agregado.
•
Pesquisar a possível aplicação destes agregados reciclados obtidos e as
normas aplicáveis.
•
Estudar o concreto confeccionado a partir do entulho reciclado.
•
Ajudar na busca de resolver os problemas ambientais, com a utilização
de resíduos da construção civil e demolição;
•
Torna-se público a experiência do resíduo reciclado em concreto prémoldado para a construção de casas populares, no sentido de criar e
transformar o meio ambiente.
3.0 - JUSTIFICATIVA
Sendo a construção civil em grande consumidor de materiais, é também um
mercado praticamente universal. Os avanços tecnológicos têm mostrado cada
vez mais a degradação dos recursos naturais, a poluição e o comprometimento
da qualidade de vida.
Empenhados para que a tecnologia e a natureza caminhem juntas,
pesquisadores vêm se esforçando à procura de caminhos que tragam soluções
aos problemas da poluição ambiental causada pela construção civil.
O entulho é um resíduo de grandes dimensões com intensidade acima do
normal, ocupando, portanto muito espaço nos aterros; seu transporte, em
função não só do volume, mas do peso, tornando-se caro. A reciclagem e o
reaproveitamento do entulho são, portanto, de fundamental importância para o
controle e minimização de problemas causados pela geração de resíduos do
meio ambiente, sendo a reciclagem e o reaproveitamento dos entulhos uma
forma bem simples de alcançar esse objetivo. Para grandes cidades, é
importante que a coleta de entulho seja realizada de forma descentralizada,
com instalações de recebimento em varias regiões da cidade. Por outro lado, a
concentração dos resíduos torna mais barata a sua reciclagem, reduzindo os
gastos com transporte, que, em geral, é a variável mais importante num
processo de reciclagem. (PINTO, 1986).
4
O entulho deve ser visto como fonte de materiais de grande utilidade para a
construção civil. Seu uso mais tradicional – em aterros – nem sempre é o mais
racional, pos ele serve também para substituir materiais normalmente extraídos
de jazidas ou se transformar em matéria-prima para componentes de
construção, de qualidade comparável aos materiais por entulhos recicláveis e a
utilização destes como agregados para novas dosagens implicará em redução
dos custos.
Um dos pontos relevante desta pesquisa é a observação mais criteriosa a
respeito dos entulhos gerados através de demolições ou reformas prediais. A
idéia é viabilizar o desenvolvimento sustentável em combinação com a solução
de um grave problema social. (LEVY, 1997).
4.0 - SUSTENTABILIDADE
A construção sustentável é um sistema que envolve de maneira indissociável
fatores sociais, econômicos e ambientais. Este sistema promove intervenções
sobre o meio ambiente, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para
as futuras gerações (PINTO, 1999).
A reciclagem de resíduos pela indústria da construção civil vem se
consolidando como uma prática importante para a sustentabilidade. Reciclar o
entulho independente do uso que a ele for dado representa vantagens
econômicas na aquisição da matéria-prima, devido à substituição de materiais
convencionais, pelo entulho; diminuição da poluição gerada pelo entulho e de
suas conseqüências negativas como enchentes, assoreamento de rios e
córregos, e preservação das reservas naturais da matéria-prima (JOHN, 1999).
A reciclagem de RCD (resíduos de construções e demolições) é uma forma
de contribuição do setor para a sustentabilidade do meio ambiente, seja
alternando o impacto ambiental gerado pelo setor ou reduzindo os custos.
Assim, em um contexto de oportunidade da compreensão por parte das
empresas de que a sustentabilidade não é só uma estratégia de diferenciação
no mercado, mas a melhor opção para todos (LIMA, 1999).
Uma construção sustentável utiliza materiais e tecnologias biocompatíveis
que tem sido a melhor opção para redução do impacto ambiental. É
fundamental que o mercado de materiais de construção acompanhe as
mudanças que vem ocorrendo na indústria da construção civil, principalmente
no quesito sustentabilidade. São as usinas para a reciclagem de entulhos que
processa o resíduo na granulometria desejada, elas são constituídas
basicamente por um espaço para deposição do resíduo, uma linha de
separação, um britador e um local de armazenamento, onde o entulho já
processado aguarda para ser utilizado.
5
É apenas uma questão de consciência, pois é perfeitamente possível
substituir sistemas construtivos e materiais de acabamento não recicláveis ou
causadores de grande impacto ambiental por outros, que não comprometam o
meio ambiente nem a saúde do ser humano que trabalhará na obra ou usará a
edificação. Minha expectativa é que essa pesquisa contribua para a
sustentabilidade do setor de construção civil, de modo a diminuir a extração de
bens minerais não renováveis e as áreas de deposição dos resíduos e a
minimização dos impactos ambientais.
4.1 - MODELO DE SUSTENTABILIDADE
4.1.1 - A obra econômica:
No modelo atual de produção de bens de consumo duráveis (edifícios,
pontes e estradas), a produção quase sempre utiliza matérias-primas nãorenováveis de origem natural, sendo que este modelo não apresentava
problemas até recentemente, em virtude da grande quantidade de recursos
naturais e menor abundância de pessoas incorporadas a sociedade de
consumo. Com a intensa industrialização, advento de novas tecnologias,
crescimento da população, aumento de pessoas em centros urbanos e
variação do consumo de bens e serviços.
Os resíduos se transformaram em graves problemas urbanos, gerando
despesas excessivas, considerando-se volume e massa acumulados
principalmente após 1980. Os problemas se caracterizaram por escassez de
área de deposição de resíduos causadas pela ocupação e valorização de áreas
urbanas (JOHN, 1999; GÜNTHER, 2000).
O uso de concreto pré-moldado está amplamente relacionado a uma forma
de construir econômica, durável e estruturalmente segura. O concreto prémoldado possui um maior potencial econômico, desempenho estrutural e
durabilidade, por causa do uso altamente potencializados e otimizado dos
matérias.
4.1.2 - Planejamento:
O planejamento é à base da sustentabilidade na construção civil. Fazendo
um levantamento dos impactos sócio-ambientais e econômicos do
empreendimento, de forma a garantir o seu bom desempenho. Utilizar matérias
que não agridam o meio ambiente, aproveitar racionalmente os recursos
naturais (exemplo: iluminação natural), racionalizar o uso de energia, adotar
medidas que permitam redução no consumo de água (aproveitamento da água
da chuva, reuso) e criar ambientes saudáveis (LEONARDI, 2007).
6
4.1.3 - Oportunidade:
Diferente dos métodos de construção tradicionais e outros materiais de
construção, os sistemas pré-moldados têm características positivas. É uma
forma industrializada de construção com muitas vantagens e oportunidades. O
concreto auto-adensado é uma solução nova e bastante próspera para o
processo de pré-fabricação, tem resistência e durabilidade, apresenta um
impacto benéfico ao processo de produção proporciona economia por causa da
ausência de equipamentos caros, tem maior facilidade de execução e menor
tempo de construção.
4.1.4 - Adaptação aos sistemas pré-moldados:
Muitos estudos de edificações são adequados para, a utilização de
construção pré-moldada. De qualquer forma, durante o projeto de uma
construção, seria sempre interessante conseguir modelo preestabelecido de
soluções no sentido de se seguir uma maior economia na construção, não
apenas em relação ao concreto pré-moldado, mas em qualquer tipo de projeto,
isso oferece não apenas flexibilidade na construção, como também maior vida
útil da estrutura, pois há maior adaptabilidade para novas utilizações. Dessa
forma, as construções retêm seu valor comercial por mais tempo (LEONARDI,
2007).
4.1.5 - Qualidade:
A palavra qualidade tem um significado amplo na busca da sustentabilidade,
a qual implica em mudanças em toda a cadeia produtiva da construção civil, ou
seja, a meta final é alcançar que os produtos e serviços respondam as
expectativas do usuário.
A garantia da qualidade durante a fabricação se baseia em quatro pontos:
mão-de-obra; instalações e equipamento; matéria-prima e processos
operacionais; controle de qualidade na execução. A instalação pode continuar
mesmo no inverno, com temperatura de-20 oc. O trabalho no canteiro deve
parar quando a temperatura atinge-5oc (REVISTA HABITARE, 2004).
4.1.6 - As vantagens econômicas da reciclagem:
A reciclagem pode auxiliar na produção de materiais de menor custo
reduzindo assim o custo das habitações, economia de energia, uma vez que
usando-o no concreto parte do material permanece em granulometria graúdas;
possibilidade de utilização de uma maior parcela de entulho produzido;
condições de melhorias no desempenho do concreto em relação aos
agregados convencionais. A partir deste material é possível fabricar
componentes com uma economia de até 70% em relação a similares com
matéria-prima não reciclada. Os resíduos reciclados são produtivos e não
ocupa espaço em aterros sanitários.
7
4.1.7 - Redução de CO2:
A construção civil é responsável por entre 15 e 50% do consumo dos
recursos naturais extraídos, é certamente o maior gerador de resíduos de toda
sociedade.
O volume de entulho de construção e demolição gerado é até duas vezes
maiores que o volume de lixo sólido urbano e são depositados sem qualquer
preocupação com o meio ambiente. Estes aterros clandestinos têm obstruído
córregos e drenagem, causando enchentes, favorecendo a proliferação de
mosquitos, vetores e etc. Além de tirar recursos naturais do meio ambiente, a
produção de materiais também gera poluição, poeira, CO 2; o processo do
cimento indispensavelmente gera CO2 gás importante no efeito estufa.
A utilização de resíduos como matéria-prima reduz a quantidade de recursos
naturais retirados do meio ambiente, a poluição causada pelo CO 2, um exemplo
é a utilização de escória de alto forno e cinzas volantes pela indústria
cimenteira, reduz acentuadamente o volume de CO 2 liberado na atmosfera
(JOHN, 1999).
4.1.8 - Como evitar o efeito estufa:
Lembrando que o meio ambiente é o conjunto dos elementos e fatores
físicos, químicos e biológicos naturais e artificiais, necessários à sobrevivência
das espécies. O efeito estufa e o aquecimento da terra, ou seja, é a elevação
da temperatura terrestre em virtude da presença em excesso de certos gases,
principalmente o dióxido de carbono (gás carbônico) na atmosfera. Atualmente,
as formas de intervenção humana que causam maior impacto ambiental são
principalmente os desmatamentos, os grandes aterros sanitários que geram
conseqüências negativas como enchentes e assoreamento de rios e córregos,
ou seja, são descargas de poluentes na atmosfera, na água e no solo.
A preservação do meio ambiente está se tormando um assunto globalmente
importante. Desde que as necessidades mais básicas de qualquer pessoa são
moradia e mobilidade.
O setor da construção ocupa uma posição importante nesse
desenvolvimento. A atividade na área da construção civil, ainda gera um
impacto desfavorável sobre o meio ambiente em termos de energia, utilização
não racional de recursos naturais, poluição, barulho e desperdício durante a
produção. Na construção civil uma das maneiras de evitar o efeito estufa é
através da reciclagem, ou seja, a reutilização de materiais que podem ser
reaproveitados. No contexto de uma vinculação mais amigável ao meio
ambiente, a indústria do concreto pré-moldado apresenta-se com uma
alternativa viável, com uso de materiais reduzido até 45%, redução do
consumo de energia até 30%, diminuição do desperdício com demolição de até
40%.
8
O desperdício do concreto está aos poucos sendo reciclado, futuramente as
indústrias de pré-moldados e as indústrias de pré-fabricados funcionarão como
um sistema de produção fechado, onde todo o material gasto é processado e
utilizado novamente, sem causar danos ao meio ambiente e a saúde da
população (LEONARDI, 2007).
5.0 - HISTÓRICO
A pesquisa bibliográfica teve como meta, incluir o maior número de
informações sobre o tema desenvolvido, principalmente no que diz respeito às
propriedades estudadas (granulometria, a compressão e resistência).
De acordo com o CINCOTTO (1983) as pesquisas referentes ao
reaproveitamento de materiais na construção civil, tornaram-se claras a partir
de 1968, no ano em que foi realizado um simpósio que abordavam discussões
sobre o tema. Em 1974 aconteceu a criação do comitê E-38, ligado ao ASTM
(American Sosiety for Testing and Material), cujos objetivos estão ligados ao
desenvolvimento e métodos de reaver os materiais e a energia. O comitê 37DRC foi criado pela RILEM (Réunion Internacionale des Laboratories d’Éssais
et de Recherches Sur lês materiaux et les constructioss), voltado para estudos
sobre os resíduos de demolições.
Mais de 70 projetos vinculados em uma única lei regulamentadora, a qual
inclui desde logística de coleta seletiva até tecnologias para o reaproveitamento
dos recursos naturais. Os projetos citados abordam metodologias sobre a
eficiência econômica nos processos de aterramento e reciclagem de resíduos
com intenção de:
•
Estabelecer linhas de crédito especiais e/ou incentivos fiscais para
empresas recicladoras, indo até o gozo de isenção de impostos.
•
Instituir responsabilidades individuais, compartilhada e solidária de
transportadores, consumidores, comerciantes, produtores, coletores e
operadores de resíduos;
•
Definir técnicas de tratamento dos entulhos, qualificando-os em duas
categorias principais: comuns e especiais;
•
Exigir das prefeituras e empresas a entregarem planos de gestão dos
resíduos submetendo-se aos princípios dos 3RS: reduzir, reciclar e reutilizar.
Desta maneira regulamentando e valorizando os trabalhos em parceria com
agentes ambientais.
9
Conforme PINTO (1986), O assunto no Brasil começou a ser tema de
pesquisa na década de 80. Em 1992, o evento conhecido como ECO 92, que
aconteceu no Rio de Janeiro, participantes assumiram compromissos que
constam no documento denominado agenda 21. Um dos assuntos em
destaque neste documento é a reciclagem de materiais com implantações de
um sistema de gestão ambiental dos resíduos sólidos, do qual a construção
civil é responsável por cerca de 75% da geração de entulho.
6.0 - CONCEITO
Resíduos de construção e demolição (RCD) são resíduos sólidos, os quais
são gerados durante a construção, manutenção e demolição de prédios
(residenciais ou comerciais), estradas, pontes, barragens e demais obras de
construção civil. O resíduo sólido é constituído de restos de argamassa,
cimento, telhas, pedras, tijolos, areia, etc. Muitos desses materiais e a maior
parte do concreto utilizado em obras podem ser reciclados e reaproveitados.
Esta reciclagem pode tornar o custo de uma grande obra mais barato e diminuir
também os transtornos causados ao trânsito, população e ao meio ambiente. O
entulho é um resíduo grandioso ocupando, portanto, muito espaço nos aterros;
seu transporte, levando-se em consideração não só do volume do peso, tornase caro. Material (são areia, pedregulhos, etc.) usado para aterrar ou nivelar
um terreno. (ZORDAN, 1997).
Reciclar entulho de obra e converte-lo em peças pré-moldadas de concreto
para fundação corrida para casas populares é algo perfeitamente viável, pois
usar material de demolição é super ecológico e econômico tendo como aval da
associação brasileira de normas técnicas (ABNT), que define parâmetros de
qualidades dos aglomerados reciclados.
Em Belo Horizonte são coletados diariamente cerca de 50% de resíduos da
construção civil através do programa de reciclagem de entulho que tem o
objetivo de exclusão de pontos clandestinos, ou seja, eliminação dos entulhos
que são jogados fora após o uso. Para a construção civil o entulho deve ser
visto como fonte de materiais de grandes utilidades, os quais solucionam vários
problemas, principalmente o da saúde que é bastante prejudicada com a
proliferação de vetores e outras doenças, e também da poluição do ar,
enchentes e etc. (LEVY; HELENE, 1996).
A resolução do Conselho Nacional do meio ambiente -307 de 05 de julho de
2002 (Conama), que têm como meta reduzir os impactos ambientais
conseqüente da construção civil e preservar os recursos naturais determinando
diretrizes, critérios e procedimentos, disciplinando-as com ações necessárias.
Com a resolução do Conama, as construtoras terão de apresentar um projeto
de gerenciamento de resíduos sólidos, junto com o projeto arquitetônico e de
engenharia que delimitaram a quantidade e a qualidade do entulho e onde será
depositado. As construtoras passam a ser responsáveis pelo destino do
entulho e penalizadas com uma multa ser for depositado em local inadequado.
10
O Conselho Nacional do meio ambiente Conama publicou em resolução de
2002:
•
Resíduo da construção civil: São os de origem de construções, reparos,
reformas e demolições de obras de construção civil;
•
Agregado reciclado: É um
beneficiamento da construção civil;
•
material
granuloso
proveniente
do
Reciclagem: É o reaproveitamento dos resíduos;
•
Gerenciamento de resíduos: É o sistema de gerir, que visa limitar,
reciclar resíduo abrangendo responsabilidade, planejamento, práticas,
procedimento e recursos para desenvolver ações necessárias;
•
Beneficiamento: É o ato de submissão de um resíduo a processos que
tenham por meta dotá-los de condições que sejam utilizados com matériaprima.
De acordo com a resolução do Conama (307, 2002) são definidos os
resíduos da construção civil como os originários de obra de construção, formas
de construção, reparos, demolições e da escavação de terreno, são
responsáveis pela quantidade de material produzido, e devem ter como
prioridade a não geração desse resíduo, onde deveríamos reduzir ao máximo o
RCD gerado e reutilizar de forma satisfatória, dando soluções e destinação dos
resíduos sendo assim evitando o seu lançamento em aterro sanitário ou
embota-fora, locais e áreas protegidas pela legislação brasileira.
Esta resolução (307, 2002), estabelece uma divisão dos resíduos de
construção civil discriminando seu reaproveitamento das seguintes formas
(SANTOS, 2004; SILVA JUNIOR, 2006).
Classe A – resíduos de concreto, alvenaria, argamassa de cimento, solos,
etc. Devem ser reutilizados ou reciclados na forma de agregado ou dispostos
em aterros de construção civil;
Classe B – resíduos como plásticos, papéis, metais, madeira, devem ser
reutilizados, reciclados ou encaminhados a armazenamento para outras
destinações.
Classe C – resíduos de gesso, quais não foram desenvolvidos tecnologias
ou aplicações viáveis que se apliquem a sua reciclagem.
Classe D – resíduos de tintas, solventes, óleo e outros são perigosos e
oriundos do processo das construções.
11
O reaproveitamento feito através da reciclagem é muito importante para o
controle e minimização dos problemas causados ao meio ambiente por
conseqüência da geração de resíduos. O resíduo reciclado é produtivo e auxilia
na produção de materiais com menos custos, beneficiando a população
principalmente de baixa renda que é a mais prejudicada pela disposição
inadequada dos resíduos.
Reciclagem é o reaproveitamento de materiais usados como os de resíduos
de construção e demolição, os quais reduzem a violência causada ao meio
ambiente, auxilia na produção de materiais de menor custo, colaborando na
redução do custo das habitações.
6.1- Metodologia de pesquisa e desenvolvimento:
Um método de pesquisa e desenvolvimento de um produto ou material a
partir da reciclagem de resíduos proveniente da construção civil, que venha
constituir uma alternativa de mercado altamente segura tanto para o meio
ambiente quanto para a população. Assim, uma metodologia que tenha o
objetivo de reciclar resíduo e transtorna-lo em pré-moldados, com identificação
e qualificação dos resíduos disponível no local.
6.2 - Desenvolvimento do produto:
O produto selecionado a partir do resíduo abrange as etapas de pesquisa
laboratorial para o desenvolvimento de tecnologia aplicada que compreende o
processo de produção e ferramentas. Nesta fase um conceito essencial é o da
engenharia simultânea, o qual é analisado simultaneamente o desenvolvimento
da tecnologia, a execução do novo produto, aspecto relativos à manutenção,
marketing, aspectos ambientais e confiabilidade.
A utilização do entulho reciclado não é uma atividade nova, todavia, a
adaptação desta a uma atividade econômica é muito recente. Interligá-lo ao
desenvolvimento econômico, criando um pólo de geração de emprego e renda
é mais recente ainda; o projeto ainda possibilitará a melhoria na qualidade
ambiental, das condições de vida da população e contribuirá para o
desenvolvimento sustentável. (JOHN; CAVALCANTE,1996; SWINK,1998).
6.3 - Resíduos gerados na construção civil:
De acordo com o Departamento nacional de produção mineral (DNPM), a
geração de resíduos da construção civil e demolição (RCD) no Brasil são de
aproximadamente 70 milhões todo ano a estimativa é que cerca de 20% dos
RCD produzidos sejam depositados em aterros ilegais, nos córregos, nas
margens dos rios e terrenos baldios, os quais proporcionam o desenvolvimento
de insetos e animais, esse entulho acaba tornando-se um problema de saúde
pública e ambiental.
12
Estima-se que o entulho resultante da construção, demolição e manutenção
de residências e edifícios representa 40 a 60% do resíduo sólido urbano.
Do ponto de vista ambiental e econômico uma das metas desta pesquisa é
desenvolver um trabalho que possa beneficiar tanto o setor da construção civil
quanto o da própria população, que terá segurança, rapidez e redução de
custos com a construção de moradias. (Noticias da Engenharia do portal Brasil
Engenharia).
O programa Habitare no campus da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), apresenta um protótipo que tem como objetivo trabalhar com materiais
alternativos em um sistema de pré-moldados, o que pode agilizar e reduzir
custos.
6.4 - Resíduos gerados no momento da construção, reforma e demolição:
Os resíduos gerados neste momento consistem em madeira, concreto,
agregados, telhas, pedras e outros, ou seja, todo material que não dá forma à
obra. O entulho é gerado muitas vezes por deficiência na maneira como é
executada, com folhas na organização de seus projetos, má manipulação por
parte da mão de obra, além dos componentes serem substituídos, evidencia
um enorme desperdício de material que acabam despejados nos rios, no solo
sem qualquer critério ou controle. (BIOCYCLE,1991).
A qualidade do entulho gerado pela construção civil fez com que muitos
países começassem a se preocupar com os métodos de produção e
organização, ligado a construção civil, levando em conta não somente a perda
de materiais, mais também a diminuição de áreas destinadas a deposição de
entulho, diminuindo os impactos ambientais. Não é fácil indicar qualidades de
resíduos de construção e demolição (RCD) gerada por um país, município,
cidade ou determinada região e observa-se uma acentuada discordância entre
as estimativas feitas. Segundo ZORDAN (1997) a massa gerada de resíduos
de construções e demolições é avaliada com o maior ou no mínimo igual à
massa do resíduo domiciliar.
As principais discordâncias estão relacionadas à qualidade e metodologias
adotadas as pesquisas as quais atendem a um objetivo específico. O RCD é
um dos responsáveis pelo esgotamento de lixões, nas cidades provoca auto
custo social, econômico e ambiental.
Avaliações internacionais dão conta que a geração de RCD varia entre 130 e
3.000 kg/habitantes/ano, e no Brasil entre 230 e 660 kg/habitantes/ano,
corresponde à média 500 kg/habitantes/ano, ou seja, índice superior a 50% dos
resíduos sólidos urbanos. Estudo da composição média revelou que
praticamente 95% dos RCD recebidos no aterro de Itatinga, em São Paulo,
poderiam ser reciclados, somente uma pequena parte deste resíduo é
empregado como sub-base de pavimentação.
13
Concluiu com base em observação feita, que a substituição de 20% dos
agregados convencionais por agregados reciclados não afeta a resistência e a
durabilidade do concreto, além disso, propicia a utilização de cerca de 48,8
milhões de toneladas/ano de resíduos.
Segundo PINTO (1999), entulho criado durante a fase de construção é todo
aquele material que se incorpora à obra, o qual corresponde a 50% da perda
total de material, podendo-se ter uma idéia da porcentagem de entulho
produzido em função do material que entra na obra.
Já nas obras de reformas a ausência de uma cultura de reutilização e
reciclagem e a falta de conhecimento da potencialidade dos resíduos
reciclados como material de construção são as principais causas do alto
volume gerado nas diversas etapas, não relacionado do desperdício, mas a
não reutilização do material, e os entulhos são gerados através de fatores
como:
•
Ampliação ou modernização de prédios, seja parcial ou total.
•
Mau uso das construções pelo usuário.
•
Execução de novos trabalhos após a entrega da obra.
•
Componentes substituídos na construção que tenha se degradado
precocemente.
Nas construções comerciais é mais adequado que os projetos sejam
flexíveis para deferir ampliações, remodelações, remanejamento interno do
layout da loja e trânsito de equipamentos pesados ou volumosos que serão
substituídos.
Conforme ZORDAN (1997), nas obras de demolições, a quantidade de
entulho gerado não depende diretamente dos processos empregados ou da
qualidade do setor, já que o material criado faz parte do processo de
demolição. No entanto, indiretamente, a tecnologia e os processos são
empregados na obra demolida, os sistemas de demolição utilizados,
influenciam na qualidade dos resíduos gerados, de alguma forma o sistema
construtivo e de demolição podem produzir entulho com maior potencial para
reciclagem que outros, onde a mistura de materiais e componentes
contaminados pode favorecer ou não a reutilização e a reciclagem do entulho.
O entulho criado nas construções realizadas nas cidades brasileiras demonstra
um enorme desperdício de material. O custo deste desperdício são eqüitativos
por toda sociedade, não pelo aumento do custo final das construções também
pelo posto de remoção e tratamento do entulho.
14
A quantidade do resíduo criado está ligada à metodologia utilizada na
desmontagem da edificação, que deve ser salvo o máximo de material possível
para reaproveitamento em outras construções, sendo é necessário que separe
os materiais do entulho, a fim de possibilitar sua reciclagem. Nas obras civis
assim como taxação sobre a geração de entulho, campanhas educativas
ajudam na redução de RCD. Segundo JOHN (1999), a Inglaterra, através dos
órgãos públicos de controle ambiental edita práticas com vistas à redução dos
custos decorrentes da acumulação dos resíduos de construções e demolições
(RCD).
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é relevante e pode
servir como indicador do desperdício de materiais. Muitos resíduos da
construção e demolição podem ser reciclados podendo tornar o custo de uma
obra mais baixo e também minimizando o custo de sua disposição. Na Holanda
existem regulamentações que auxiliam a incentivar a reciclagem de entulho,
proibindo disposição de resíduos de construção e demolição do meio ambiente.
Na Inglaterra é cobrada uma taxa de todo entulho que é gerado na obra e
estabelece elevadas taxas para a exploração de agregados naturais visando
estimular a utilização de materiais reciclados. Por falta de espaço na obra
muitas vezes este entulho e jogados em lugares irregulares sem qualquer
importância com as conseqüências que podem vir a ocasionar futuramente.
6.5 - Redução dos resíduos da construção civil:
A redução da geração de entulhos da construção, demolição e reforma está
ligada diretamente com a reciclagem de resíduos, os quais precisam ser
adequadamente gerenciados para que possa ser aproveitado o máximo em
outras construções. Segundo JOHN (1999), através do órgão público de
controle ambiental, a Inglaterra, publicou prática com panorama á redução dos
custos resultante da acumulação de resíduos de construções e demolições
(RCD). É de grande importância à criação de incentivos para todas as pessoas
envolvidas com a geração de entulho para que se tenha um processo amplo
dos materiais reciclados. (JOHN, 1999).
Com auxilio da Enviromental Protection Agency (EPA), agencia de proteção
ambientalamerican, o AIA (American Institute of Architctes), institute americano
de arquitetos desenvolveram estudos para a publicação de um guia de
pesquisa ambiental, intitulado ERG, (Enviromental Resouce Guide). O uso
deste guia permite ao profissional fazer o balanceamento do impacto
ambiental, considerando também fatores como: qualidade, custo estética e
durabilidade. Conforme BIOCYCLE (1991), a assembléia dos construtores de
Ontario-coca (Concil of Ontario Construction Associations) no Canadá e a
Associação dos Construtores de casas de Totonto- THBA (Toronto Home
Builders Association), trabalham juntas num estudo sobre a composição,
separação no surgimento e a reciclagem dos resíduos de construção. A THBA
dá origem um projeto com finalidade de ao se demolir velhas casas, não enviar
qualquer material de demolição para um aterro, ou seja, executar o seu
reaproveitamento completo.
15
Em um outro estudo a Coca desenvolve com engenheiros, arquitetos e
fornecedores um programa para diminuir a geração de resíduos. Além o
mesmo órgão projeta novas formas de manuseio, para promover a separação
no surgimento dos resíduos produzidos. Na verdade a reciclagem de materiais
teve estimulo somente na época pós-guerra, sendo utilizado para construção
na Europa, onde, é amplamente pratica, comparada a outros países, por
exemplo: os EUA que desde 1960 já existe uma política para resíduo
conhecida como Resource Conservation and Recovering Act (RCRA). A
reciclagem no Brasil de resíduo de construção e demolição (RCD) é recente,
(JOHN 1999).
É possível combater nas regiões mais densamente povoadas questão do
esgotamento, dos aterros e lixões que piora a cada ano com a deposição de
resíduos sólidos inadequados. Para combater esta perda e reduzir os resíduos
sem grandes mudanças tecnológicas, basta passar a praticar medidas como as
seguintes:
•
Dá condições de armazenamento e acesso no transporte dos materiais
no canteiro de obra;
•
Especificação de materiais dos resíduos reciclados;
•
Treinamento de pessoas para lidar com esse material;
•
Utilização de peças de concreto pré-moldado com resíduo da construção
e demolição;
•
Fiscalização e controle nas modificações de projetos;
•
Prever passagem das tubulações e dutos nas execuções da obra;
•
Utilizar sistema de forma e escoramento metálico (DANIEL SIQUEIRA,
2006).
Para reduzir os resíduos deixados pela construção civil é possível adotar
práticas como: Utilização de elementos pré-moldados, aprimoração da mão-deobra etc.
6.6 - Reciclagem:
É toda a ação com a finalidade de tornar possível a reutilização de materiais
e / ou produtos de modo a prolongar seu ciclo de vida ou minimizar os
problemas com forma de deposição dos entulhos. A reciclagem vista de
maneira mais complexa é a criação de valores econômicos, emprego e renda a
partir da recuperação de produtos já utilizados, a qual envolve atividades de
maneira indissociável fatores econômicos, sociais e ambientais. A reciclagem
de resíduos no Brasil como materiais de construção ainda são tímidas, com
exceção da reciclagem praticada pelas indústrias de cimento e aço.
16
Este atraso tem por conseqüência vários componentes entre os quais,
problemas econômicos e sociais que ocupam agenda de discussão políticas.
Em São Paulo só recentemente iniciou-se a discussão de uma política estadual
de resíduos sólidos, na forma de um texto de lei aprovado pelo conselho
Estadual do meio Ambiente, a qual estabelece uma política sistemática de
resíduos, inclui ferramentas para minimização e reciclagem de entulhos.
6.6.1 - Reciclagem de resíduos de construção e demolição (RCD):
Sabemos que a construção civil é certamente o maior gerador de resíduos,
sendo seu volume duas vezes maior que o volume de lixo sólido urbano e
representa um dos maiores problemas de saneamento público, principalmente
nas grandes cidades. Os resíduos da construção civil devido a sua enorme
quantidade gerada e a falta de espaço e até mesmo o desconhecimento do
mesmo, tornou-se um grande problema na administração das grandes cidades,
as quais correspondem, em alguns casos em 60% dos resíduos sólidos
urbanos produzidos. Em função deste entulho podem vir a desenvolver
algumas interações químicas com o meio ambiente, provocadas pela toxidade
dos materiais.
Normalmente as soluções apresentadas para este problema foram os
aterros ou os lixões, os quais possuem inúmeros inconvenientes ambientais e
cada vez mais tornam-se caros devido a escassez de espaço. Levando em
conta que simples disposição do entulho e a falta de aproveitamento de um
material que pode ter uma aplicação mais nobre com sua reutilização e
reciclagem. Do ponto de vista ambiental o reaproveitamento deste resíduo
proporciona melhorias significativas e uma economia viável, pois introduz no
mercado um novo material com grande potencial de uso, convertendo o entulho
novamente em matéria-prima e criar novas oportunidades de emprego. Com
vista a difundir a filosofia em beneficio da reciclagem, as atividades da
reciclagem são reconhecidas como:
•
Reciclagem primária: é aquela que o produto original é empregado no
próprio local da construção, ex: o reciclado de aglomerado asfáltico, resíduo de
argamassa de revestimento.
•
Reciclagem secundária: é um material reentroduzido para ser utilizado
com diversas finalidades.
•
Reciclagem terciária: é aquela feita a partir da separação dos
componentes e usada para obter outro material.
Vem sendo pesquisada, há algum tempo soluções para o emprego do
entulho reciclado, as quais estão sendo usadas com sucesso em algumas
cidades brasileiras como: Ribeirão Preto e Belo Horizonte, onde apresenta-se
com um material de construção com desempenho satisfatório como por
exemplo:
17
•
Pavimentações: é uma das formas mais simples de reciclagem de
entulho utilizados como base, sub-base e revestimento primário.
•
Agregado para confecção de argamassa: processados por
equipamentos chamados de argamasseiras, que moem o resíduo na própria
obra em granulometria parecida as da areia, o qual pode ser utilizado para
argamassa de assentamento e investimento.
•
Agregado para concreto: são entulhos processados pelas usinas de
reciclagem que podem ser utilizados como agregados para concreto nãoestrutural, a partir da substituição dos agregados convencionais (seixo, areia e
brita). (DANIEL SIQUEIRA, 2006).
O reaproveitamento feito através da reciclagem é muito importante para o
controle e minimização dos problemas causados ao meio ambiente por
conseqüência da geração de resíduos. O resíduo reciclado é produtivo e auxilia
na produção de materiais com menor custo, beneficia a população
principalmente de baixa renda que é a mais prejudicada pela disposição
inadequada de resíduos.
6.7 - Coleta dos resíduos:
Para solucionar o problema do entulho é preciso dispor, ou seja, planejar um
sistema de coleta que produza bons resultados, que seja eficaz para minimizar
o problema de deposito clandestino. Além de dá estimulo necessário para
facilitar a entrada a locais de deposito regular e a partir de uma coleta bem
eficiente que produza efeitos esperados é possível por em prática a reciclagem
e o reaproveitamento do entulho.
Nas grandes cidades é essencial que a coleta de entulho seja feita de forma
descentralizada. Por outro lado a concentração dos resíduos torna mais barata
a sua reciclagem, diminuindo os custos com transporte, que em geral, é o fator
influente mais importante no processo de reciclagem.
Na construção civil a estimativa é que ela seja responsável por 50% do uso
de recursos naturais na sociedade, isto é, dependendo da tecnologia utilizada.
Além das possibilidades de aproximação entre o poder público é a população,
a coleta pode estimular a organização da sociedade civil.
7.0 - VANTAGENS
7.1 - Vantagens Sociais:
No que se diz respeito à sociedade a utilização de resíduos de construção e
demolição (RCD) como peças pré-moldadas para fundação corrida é bastante
benéfica, a qual possibilita as pessoas de baixa renda o acesso à moradia de
boa qualidade utilizando material reciclado dando assim solução satisfatória no
reaproveitamento e uma melhor qualidade de vida as pessoas carentes.
18
7.2 - Vantagens Ambientais:
Os resíduos são gerados a todo tempo, seja para bens de consumo duráveis
(estrada, edifícios e pontes) os não duráveis (embalagens descartáveis). Neste
processo, a produção sempre utiliza matérias-primas duráveis.
Reciclar entulhos e transformando-o em uma peça de concreto tem como
vantagem ambiental bastante satisfatória, uma vez que o meio ambiente com
utilização dos resíduos de construção e demolição (RCD), seus recursos
naturais serão menos explorados, haverá uma redução acentuada no volume
de CO2 liberado na atmosfera e conseqüentemente menor quantidade de rios,
córregos assoreados. As atividades de reciclagem podem ter um balanço
ambiental satisfatório, o qual depende de inúmeros fatores desde tecnologia
especificada, distância de transporte e outros.
7.3 - Vantagens Econômicas:
A reciclagem pode ser mais barata do que a distribuição ordenada dos
rejeitos, sendo que o custo fica bem mais baixo economicamente a reciclagem
pode ajudar na produção de materiais de menor custo, na preservação das
reservas minerais e minimizando os impactos pela deposição de resíduos de
demolições e construções em lugares inadequados.
A produção de agregados com base no entulho de construção civil pode
gerar economia de mais de 80% em relação aos preços dos agregados
retirados de jazidas. A partir desse material reciclado é possível fabricar peças
de concreto com uma economia de até 70% em relação a produtos similares
com matéria-prima não reciclada. (ZORDAN, 1997).
A pesquisa de reciclagem de resíduos a construção civil tem como objetivo
estimular o uso, a industrialização e a comercialização de materiais recicláveis,
proveniente do processo da construção civil e demolição que resultem
principalmente na construção civil e demolição, quem resultem principalmente
no reaproveitamento para casas populares.
Divulgar campanhas de educação ambiental e valorizando o uso de materiais
reciclados e seus benefícios.
8.0 – OBSTÁCULO DA RECICLAGEM
8.1 - Obstáculo da reciclagem na construção civil:
Os problemas nos processos de reciclagem de entulhos estão relacionados
com o não conhecimento das origens dos entulhos de obras.
Segundo JOHN (2000), há algumas dificuldades no processo de reciclagem
de resíduos da construção civil, as quais são destacadas como:
19
•
Deficiência na implantação da nova tecnologia;
•
Regularização para utilização da nova tecnologia;
•
Questões econômicas. (SILVA JUNIOR, 2006).
Todas essas questões têm influenciado bastante no que diz respeito ao
processo de reciclagem, causando um grande obstáculo na implantação de
novos projetos modernos. Percebesse também falhas no processo de pesquisa
e desenvolvimento, principalmente em relação aos autores envolvidos nesse
processo, problemas no desenvolvimento do produto, transferência de
tecnologia e analise do desempenho ambiental.
8.2 - Requisito do concreto em peças pré-moldadas:
O concreto de peças pré-moldadas se constitui de maneira tanto satisfatória
a sociedade, se for concreto com material reciclado tem como solucionar esse
tipo de entulho no meio ambiente, em atitude do concreto com o material
reciclado tem necessidade de confirmar a sua característica física e mecânica
no estado fresco, endurecido e seu desempenho.
8.3 - Propriedade do concreto no estado fresco:
Consistência: essa propriedade tem muito haver com o desempenho do
concreto no estado fresco, e tem como ponto básico a medida de procedência
da mesma no ato de sua aplicação sobre a forma. Esta medida determina a
quantidade de água necessária na mistura do agregado para uma ótima
aplicação. Onde essa consistência se procede em função da relação:
agregado/aglomerante, aglomerante/agregado, agregado/adição e da natureza
e qualidade do aglomerante ou adição utilizada no preparo do concreto. (SILVA
JUNIOR, 2006).
8.4 - Propriedade do concreto no estado endurecido:
Resistência à compressão: o concreto de peças de fundação solicita muito
esforço a compressão, onde essa propriedade é fundamental e responsável
por todas as outras propriedades. Portanto é a mais fácil de avaliar e
mundialmente conhecida e aceita como parâmetro de definição da qualidade
dos materiais. O esforço de compressão é provocada por tensões geradas por
cargas estática ou dinâmica, por gradientes térmicos ou fenômenos climáticos
ou ainda dos parâmetros intervenientes durante o ciclo de uso desta fundação.
(SILVA JUNIOR, 2006).
20
8.5 - Ascensão capilar:
O objetivo dessa propriedade é avaliar a quantidade de água retida pela
peça de concreto, neste ensaio, se verifica o nível de porosidade do concreto, é
um dado muito importante para a resistência do concreto com o tempo, visto
que a porosidade a quantidade de micro estrutura da pasta de cimento da
mistura e é uma propriedade na importância da durabilidade (SANTOS, 2002;
SILVA JUNIOR, 2006). Neste ensaio de acordo com a norma NBR 9778.
Carbonatação: é a reação química que ocorre por o gás carbônico (CO 2)
atuando sobre hidróxido de cálcio Ca(OH)2 é resultante da hidratação do
cimento, o qual denomina-se carbonatação. Em muitos casos está reação é
uma degradação e em outros passa a ser uma degeneração, contudo pode
levar em caso de uma estrutura de concreto armado a corrosão da armadura.
O resultado da carbonatação é a redução substancial do Ph alcalino da
pasta de cimento pela participação do carbonato de cálcio nos poros do
concreto, a qual é representada pela equação: (SILVA JUNIOR, 2006).
Ca(OH)2 + CO2 + H2O → CaCO3 + H2O
9.0 – CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO
No material reciclado, a granulometria não apresenta um parâmetro
fundamental na execução da mistura para o concreto.
No uso deste concreto, nem a forma nem a textura são critérios
fundamentais para a aceitação dos mesmos.
O material reciclado deverá ser britado, peneirado e determinado seu peso
especifico para sua devida caracterização física (LEVY, 1997; SILVA JUNIOR,
2006).
9.1 - Metodologia a ser aplicada:
É através de pesquisa bibliográfica, com coleta de entulho de demolição,
caracterizando o material em laboratório e verificar resistência a compressão,
verificando a capilaridade de acordo com as Normas Técnicas Brasileiras. Vai
ser utilizada para a execução dos traços agregados de RCD, a norma NBR
5738, onde se acompanha os procedimentos de moldagem, desforma,
transporte, cura, preparos de todos os corpos de provas, onde iremos observar
e avaliar a qualidade dos materiais nos ensaios na prensa de resistência a
compressão. Vamos acompanhar os teste desde o inicio da cura, com 3 dias, 7
dias e 28 dias.
21
10.0 - Fluxograma
Fluxograma dos procedimentos da pesquisa.
Revisão bibliográfica
Seleção
do
Material
Caracterização
dos
Materiais
Moagem
do
Material
Experimento
Discussão
dos
Resultados
Conclusão
Confecção
das
peças
22
10.1 - Metodologia aplicada:
•
Coleta da amostra dos resíduos.
•
Caracterização qualitativa do resíduo
•
Caracterização granulométrica do material moído.
•
Confecção dos corpos de prova.
•
Ensaio da resistência do concreto a compressão.
10.2 - Pesquisa experimental:
Na pesquisa será utilizada todos os fragmentos moídos do agregado
reciclado. O enfoque será analisar a influência do fator água/cimento par
dosagem, com utilização de 60% do material reciclado como agregado.
Será utilizado agregado reciclado, areia e cimento, foi adotado dois tipos de
traço, traço com demolição de parede 1:3,90:7,24:0,882; traço com demolição
de concreto 1:3,307:3,307:0,882 AC, todos traços (cimento, areia, agregado e
água).
10.3 - Coleta das amostras do material:
A coleta das amostras de resíduos foi colhida na antiga fabrica de sorvete
GELAR, a qual foi demolida para construção de um prédio residencial, foram
aproveitados demolições de alvenaria composta de tijolo, reboco e pintura,
demolições de lajes, pilares e vigas de concreto armado conforme figura n 0 1 e
2.
Figura n0 1 - Parede sendo demolida.
23
Figura n0 2 - Demolição de cintamento de concreto.
Todo material de parede e estrutura de concreto, foi coletados em baldes
separado (paredes e concreto, para ser transportado para o laboratório da
UNAMA onde será efetuada a realização dos trabalhos de pesquisa conforme
figura n0 3 e 4.
Figura n0 3 - Coleta de demolição de parede.
24
Figura n0 4 - Coleta de demolição de concreto.
O material de demolição selecionado foi efetuado antes a retirada de
pedaços de ferros, isopor e gesso, para não dificultar a moagem conforme a
figura n0 5 e 6.
Figura n0 5 - Moagem de demolição de parede.
25
Figura n0 6 - Moagem de demolição de concreto.
10.4 - Granulometria:
Método de análise, visa classificar as partículas de uma amostra da
demolição de parede pelos respectivos tamanho e a medir as frações
correspondente a cada tamanhos.
As NBR 5734 e NBR 7217 determinam os procedimentos para a realização
do ensaio de granulometria da seguinte forma:
1- Quarteamento das amostras.
2- Pesagem das amostras.
3- 20 minutos de peneiramento.
4- Pesagem das partes separada por cada peneira.
26
Figura n0 7 - Mostra o peneiramento.
Depois de separado e moído os materiais (RCD), das amostras para a
execução do ensaio de granulometria, fez-se a pesagem utilizando balança de
laboratório de engenharia da Unama conforme determinação da NBR 5734,
mostrada na figura n0 8, e coletada com a temperatura e umidade ambiente.
Figura n0 8 - Balança do laboratório da Unama, utilizada para pesagem dos
RCDs.
Depois de pesado colocou-se a amostra em várias peneiras conforme
mostra a figura n0 9 e n0 10 com granulometria de n 0 25, n0 19, n0 12,5, n0 9,5,
n0 6,3, n0 4,8 e fundo, conforme determina a norma. O peneiramento deve ficar
27
durante 20 minutos em funcionamento mecânico, o qual é suficiente para
pesagem das frações granulométricas em suas respectivas peneiras.
Figura n0 9 - Material de granulometria de RCD de paredes.
Figura n0 10 - Material de granulometria de RCD de concreto.
Segundo a NBR 5734 o material peneirado por 20 minutos, com resultado de
ensaio em uma tabela padronizado pelo laboratório da Universidade da
Amazônia (Unama), onde deve-se obedecer a uma curva granulométrica
indicando as suas variações.
28
Tabela n0 1 - Tabela de granulometria de demolição de parede.
Abertura das
peneiras (m m)
25
19
12,5
9,5
6,3
4,8
Fundo
Total
Peso retido (g)
280
1925
2225
1365
1125
605
2475
10000
Porcentagem retida
(%)
2,80
19,25
22,25
13,65
11,25
6,05
24,75
100
Porcentagem retida
e acumulada (%)
2,80
22,05
44,30
56,95
69,20
75,25
100
-
Tabela n0 2 - Tabela de granulometria de demolição de concreto.
Abertura das
peneiras (m m)
25
19
12,5
9,5
6,3
4,8
Fundo
Total
Peso retido (g)
630
3670
3550
835
510
180
625
10000
Porcentagem retida
(%)
6,30
36,70
35,50
8,35
5,35
1,80
6,25
100
Porcentagem retida
e acumulada (%)
6,30
43,00
78,50
86,85
91,85
93,75
100
-
11.0 - TRAÇOS
11.1 - Preparação dos traços experimental:
Para o preparo do concreto experimental no laboratório de engenharia da
Unama, foram utilizados procedimentos seguindo as normas da NBR 5738 –
5739, define a seqüência de moldagem abaixo:
•
Pesagem de material agregado e cimento;
•
Colocou-se em betoneira;
•
Adiciona água;
•
Mistura-se durante 5 minutos;
•
Moldou-se os corpos de prova de 10 cm por 20 cm.
29
11.2 - Moldagem dos corpos de prova
Inicialmente os corpos de prova foram confeccionados com o valor de
consistência pré-estabelecido de 15 MPA. A quantidade de água na mistura
estabelecido no traço de concreto (1; 3,75; 3,75; 0,882) para obter
trabalhabilidade satisfatória, onde no agregado reciclado aponta uma grande
quantidade de água devido a sua alta absorção. As figuras n 0 11, n0 12 mostra
os corpos de prova moldados.
Figura n0 11 - Amostra dos copos de prova de RCD de parede.
Figura n012 - Amostra dos corpos de provas de RCD de concreto.
30
11.3 - Resistência à compressão:
Depois da moldagem dos corpos de provas permaneceram em cura até a
data do rompimento, 3,7 e 28 dias. Antes do rompimento foi efetuado uma
regularização das duas faces com finalidade de permitir que a prensa esteja
em contato com toda superfície, fazendo uma distribuição homogênia da carga
conforme figura n0 13.
Figura n0 13 - Mostra o rompimento do corpo de prova.
31
TABELA Nº 3 ENSAIO EXPERIMENTAL DE RCD DE PAREDE
ROMPIMENTO DOS CORPOS DE PROVA
RESISTÊNCIA MPA
DIAS
CPS 1
CPS 2
4
7,52
7,09
7
8,25
10,8
28
11,61
9,58
Gráfico n0 1
32
TABELA Nº 4 ENSAIO EXPERIMENTAL DE RCD DE CONCRETO
ROMPIMENTO DOS CORPOS DE PROVA
RESISTÊNCIA MPA
DIAS
CPS 1
CPS 2
3
9,69
7
9,17
28
16,86
8,70
Gráfico n0 2
33
12.0 – MONTAGEM DAS FORMAS
As peças foram dimensionadas com as medidas a seguir:
Figura Nº 14
Figura Nº 15
Figura Nº 16
34
12.1 – Formas de madeira
Para moldagem das peças de alicerce e baldrame foram confeccionadas
formas de madeira branca (tabua e ripão). Conforme figura Nº 17 a seguir:
(a)
(b)
(c)
Figura nº 17 – Execução das formas de madeira: (a) fôrma do baldrame; (b)
forma do alicerce; (c) forma de alicerce peça do canto.
35
12.2 - Moldagem das peças.
De acordo com as normas NBR 6136, NBR 7173 e NBR 7184. Recomendase sobre a moldagem de peças maciças de agregados convencionais. O Brasil
ainda não possui normas específicas para peças de concreto com material de
RCD.
Para as moldagens das peças de RCD foi utilizado forma de madeira
confeccionada no canteiro de obra da empresa associada, com traço n 0 1
demolição de concreto, traço n0 2 demolição de parede respectivamente.
Para moldagem da peças de RCD, foi adotado a mesma metodologia de
moldagem de concreto convencional.
•
Adicionado os agregados em uma masseira.
•
Adicionou-se cimento.
•
Mistura dos agregados com cimento na masseira.
•
Adicionamento de água manual obedecendo a um traço préestabelecido utilizando sika 1 como impermeabilizante das peças.
•
Transportado no balde para a forma.
•
A figura n0 18 n0 19 mostra o material utilizado como agregado para a
confecção das peças.
Figura n0 18
Figura n0 19
RCD de parede.
RCD de concreto.
36
Peças concretadas com RCD de parede e RCD de concreto conforme figuras
n0 20 e n0 21.
Figura n0 20 - RCD de parede.
Figura n0 21 - RCD de concreto.
37
TABELA Nº 5 ENSAIO DE PEÇAS CONCRETADAS RCD DE PAREDE
ROMPIMENTO DOS CORPOS DE PROVA
RESISTÊNCIA MPA
DIAS
CPS 1
CPS 2
7
7,59
7,47
14
5,73
5,30
28
7,56
8,48
Gráfico n0 3
38
TABELA Nº 6 ENSAIO DE PEÇAS CONCRETADAS RCD DE CONCRETO
ROMPIMENTO DOS CORPOS DE PROVA
RESISTÊNCIA MPA
DIAS
7
14
28
CPS 1
3,26
6,22
7,43
CPS 2
7,82
6,22
8,30
Gráfico n0 4
39
TABELA Nº 7 ENSAIO DE ARGAMASSA PARA REJUNTES DAS PEÇAS
ROMPIMENTO DOS CORPO DE PROVA
RESISTÊNCIA MPA
DIAS
CPS 1
CPS 2
7
19,74
17,42
14
21
28
-
Gráfico n0 5
40
12.3 – Desforma.
Desforma das peças com 10 dias de moldadas, com material de RCD de
parede e de concreto. Conforme figuras n0 22 e 23.
Figura n0 22 - RCD de concreto.
Alicerce e baldrame.
Figura n0 23 - RCD de parede.
Alicerce peça de canto.
Procedimento de aplicação das peças:
•
Locação e escavação da vala.
•
Nivelamento e compactação do fundo de vala.
•
Lançamento das pesas de fundação com retro-escavadeira.
•
Aplicação do alicerce na escavação.
•
Aplicação do baldrame em cima peças do alicerce.
•
Aplicação do baldrame.
•
Rejuntamento das peças com argamassa de 1:3.
•
Reaterro da fundação.
Aplicação das peças de fundação, para execução de alicerce e baldrame.
Conforme figuras n0 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30.
41
Figura n0 24 - Locação, escavação e compactação do fundo de vala.
Figura n0 25 - A peça sendo içada para o assentamento na vala com uma
retro-escavadeira com material de RCD de parede.
42
Figura n0 26 - Içamento da peça de alicerce com material de RCD de concreto
para assentamento na vala.
Figura n0 27 - As peças de alicerce aplicadas na vala.
43
Figura n0 28 - Mostra o rejuntamento das peças com argamassa com traço 1:3.
Figura n0 29 - Assentamento do baldrame em cima do alicerce com argamassa
com traço de 1:3.
44
Figura n0 30 - Mostra o reaterro do alicerce.
13.0 - Ascensão Capilar
Ascensão Capilar é uma propriedade muito importante para a utilidade do
concreto, pois define a quantidade e forma dos poros, ou seja, dos orifícios
implicam na penetração da água nos revestimentos, provocando a lixiviação
dos sais e a percolação da água para o resíduo.
A execução deste ensaio é moldado no método da NBR 9778 (ABNT), e
basea-se em medir a absorção de água do corpo de prova em 28 dias de
idade.
O processo de ensaio basea-se em manter o corpo de prova em câmara
úmida até o dia anterior a avaliação, quando a amostra irá para a estufa
durante 24 horas. Depois retira-se e deixa esfriar, em seguida pesa-se esta
amostra e imerge-se em uma lâmina de água de 1 cm de espessura, durante 1
minuto e logo após retira-se o corpo de prova da água. Depois de todo esse
procedimento pesa-se o corpo de prova e vê-se a quantidade de água
absorvida pelo material. Esta propriedade será avaliada em 28 dias de idade, a
qual verifica-se a evolução da hidratação do cimento no que diz respeito a
impetuosidade dos elementos hidratados e consequentemente a redução dos
poros. A ascensão capilar é determinada pela seguinte fórmula abaixo:
45
Ensaio de capilaridade utilizando concreto com RCD de parede.
AC = _2,57_ (g/cm2)
187,5
AC = 0,014 g/cm2
Ensaio de capilaridade utilizando concreto com RCD de concreto.
AC = _6,35_ (g/cm 2)
187,5
AC = 0,034 g/cm2
Onde:
P = quantidade de água absorvida.
AC = Ascensão Capilar.
Tabela n0 8 - Mostra os resultados do ensaio de capilaridade.
Concreto
RCD de parede
RCD de concreto
Ascensão Capilar (AC)
0,014
0,034
Figuras n0 31 - Mostra o ensaio de capilaridade de RCD de parede e concreto.
Corpo de prova na balança.
Corpo de prova na lâmina d’água.
46
14.0 - Carbonatação
Para analisar o processo de carbonatação, é necessário utilização de
câmaras de gás carbônico (CO2) para fazer progredir mais rápido a reação e
alcançar, em poucos dias resultados mensuráveis. A progressão da
carbonatação na câmara consiste em controlar a taxa de gás e a umidade
relativa em seu interior.
A carbonatação é uma interação química entre o CO 2 do ar e o hidróxido de
cálcio Ca(OH)2 proveniente da hidratação do cimento, em presença de água.
Esta reação é essencial, visto que modifica o PH do concreto e transforma o
Ca(OH)2 em CaCO3. Como não há presença de aço não é prejudicial, caso
haja reação significa que existe uma porosidade aberta por onde o CO2
espalha-se dentro dos canais capilares. Isto por si só revela a qualidade do
concreto. A carbonatação e representada pela seguinte equação abaixo:
Ca(OH)2 + CO2 + H2O → CaCO3 + H2O (simplificada).
Neste trabalho usou-se câmara úmida e umidade relativa do ar. Nesta
propriedade foram analisadas (2) corpos-de-prova cilíndricos de (10 x 20cm)
para cada amostra de concreto, tendo 1 peça de RCD de concreto e outra de
RCD de parede, analisadas ao 28 dias de exposição na câmara do laboratório
da Unama.
Os corpos de provas foram partidos em pedaços, fornecendo os valores nos
dias determinados, os quais foram formados leituras com aproximação de 10 a
14 mm em cada corpo-de-prova. A carbonatação é analisada através da
aplicação de um medidor de PH, ou seja, solução de fenolftaleina aspergida na
face de ruptura. Aplica-se esta solução sobre o corpo-de-prova de RCD de
parede e RCD de concreto, a qual mantem sua cor vermelha nas regiões com
PH superior a 9, verifica-se a zona avermelhada como sendo a região não
carbonatada e a região incolor a região carbonatada.
Figura no 32 - Mostra os corpos-de-prova sem solução. O primeiro de RCD de
concreto e o outro de RCD de parede.
47
Figura n0 33 - Mostra os corpos-de-prova na solução de fenolftaleina. O
primeiro de RCD de concreto e o outro de RCD de parede.
A figura n0 34 mostra a execução do alicerce e baldrame de uma casa popular
sendo executada no estilo convencional com pedra de mão e aguada de
cimento e areia e figura n0 35 mostra a execução de alicerce e baldrame feito
com concreto de material reciclado de demolição em peças pré-moldadas,
onde percebemos que o alicerce e baldrame com pré-moldadas é muito mais
rápido e mais fácil de ser executado como mostra as figuras abaixo.
Figura n0 34 - Mostra o alicerce e baldrame convencional.
48
Figura n0 35 – Mostra o alicerce e baldrame com peças de material de RCDs.
49
15.0 - CONCLUSÃO
Espero com este trabalho sirva de influência a outros trabalhos, pois tentei
demonstrar tudo aquilo o que estava ao meu alcance como, por exemplo:
objetivo, vantagens, desenvolvimento do produto; coletas dos resíduos;
pesquisa experimental com a utilização de todos os fragmentos moídos para
analise a influência do fator água/cimento; coleta das amostras de alvenaria e
demolições de lajes, pilares e vigas.
As metas para se alcançar desenvolvimento sustentável usando resíduos na
construção civil é fundamental para um mercado efetivo, desse modo diminui a
extração de bens minerais não renováveis e as áreas de deposição dos
resíduos e também contribuirá para a minimização dos impactos ambientais.
A reciclagem de resíduos da construção civil é a criação de valores
econômicos, emprego e renda, desta forma o desperdício do concreto está aos
poucos sendo reciclado e espero que futuramente as indústrias de préfabricado e pré-moldados tornem-se um sistema de produção fechado, onde
todo material gasto seja processado e utilizado novamente será beneficiada os
quais teriam oportunidades de integralizar-se a uma vida digna com moradia
bem mais acessível.
Com base na pesquisa experimental observou-se a viabilidade da execução
de fundação com peças pré-moldadas no tocante ao reaproveitamento de
materiais reciclados a partir de RCD de parede e concreto. O reaproveitamento
dos RCDs em peças de concreto pode ser uma maneira de contribuir com a
diminuição de problemas gerados pelos resíduos da construção civil.
50
Referências Bibliográficas
•
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMA TÉCNICA – Argamassa e
concreto endurecido – Determinação da absorção de água por imersão – Índice
de vazios e massa específica: NBR 9778 Rio de Janeiro, 1987.
•
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 5738 –
Moldagem e cura dos corpos de prova de concreto, cilindro ou prismáticos. Rio
de Janeiro.
•
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7217 –
Agregados – Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro.
•
ASSOCIAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS NBR 5734 – Peneira para
ensaio – Especiação. Rio de Janeiro.
•
HELENE, Paulo. Vida útil das estruturas de concretos anais: 4 0
congresso de controle da qualidade, COM-PAT 97 Porto Alegre, UFRUS, 21 a
24 Out. 1997.
•
BRITO. J. A. Cidade Versus entulho. In: Seminário de desenvolvimento
sustentável e a reciclagem na construção civil, 2. São Paulo, 1999. Anais. São
Paulo. Comitê técnico CT206 meio ambiente (IBRACON), 1999. P. 56-67.
•
MIRANDA, L. F. R. Estudo de fatores que influem na fissuração de
revestimento de argamassa com entulho reciclado. São Paulo, 2000. 172. P.
dissertação (mestrado) – Escola politécnica, Universidade de São Paulo.
•
PÊRA, J. State of the art report: use of waste materiais in construction in
westem Europe. In: seminário sobre reciclagem e reutilização de resíduos
como materiais de construção. São Paulo, 1996. Anais. São Paulo (PCC.
EPUSP). 1996. P. 1-20.
•
PINTO, T. P, metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos
da construção urbana. São Paulo, 1999, 189 P. tese (doutorado) – Escola
politécnica, Universidade de São Paulo.
•
ZORDAN, Sergio E. A utilização do entulho como agregado, na
confecção do concreto. 1997, disponível em http://libdigi.unicamp.br/zcus/rem.
php?Back= http://libdigi.unicamp.br/document/?code=VTIS 000135746.
•
LEVY, S. M. Reciclagem do entulho da construção civil, para utilização
com agregados para argamassas e concretos. São Paulo, 1997. 147 P.
Dissertação (mestrado) – Escola politécnica, Universidade de São Paulo.
51
•
LIMA – Revista Engenharia – O entulho da construção civil e seu
potencial de reciclagem como agregado para o concreto. Disponível em
:http://www.brasilengenharia.com.br.
•
CINCOTTO, A. Utilização de subprodutos e resíduos na indústria da
construção civil. A construção, São Paulo: PIMI, 1983. CONSELHO NACIONAL
DO MEIO AMBIENTE – Resolução 307 – 2002, diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
•
GUNTHER, M.W.R. Minimização de resíduos e educação ambiental. In:
SEMINÁRIO NACIONAL DE RESÍDUOS E SÓLIDOS E LIMPEZA PÚBLICA. 7.
Curitiba, 2000.
•
SOUZA, U.E.L. et al. desperdício de materiais nos canteiros de obras: a
quebra do mito. In: SIMPÓSIO NACIONAL – DESPERDÍCIO DE MATERIAIS
NOS CANTEIROS DE OBRAS: A quebra do mito São Paulo. 1999 – Anais.
São Paulo (PCC/EPUSP), 1999. 48 P.
•
JOHN, V.M. Reciclagem de resíduos na construção civil – contribuindo à
metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, 2000. 102 P. Tese
(livre docência) – Escola politécnica, Universidade de São Paulo.
•
SILVA JUNIOR. J. Z. R – Pesquisa de utilização de agregado reciclado
em argamassas para revestimento. Belém (Pa), 2006.
•
PINTO, T. P. Utilização de resíduos de construção. Estudo do uso em
argamassas.
São Carlos, departamento de arquitetura e planejamento da escola de
engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo. Dissertação
(mestrado), 1986.
•
JOHN, V. M. J. Panorama sobre a reciclagem de resíduos na construção
civil. In: SEMINÁRIO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A
RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL, Z. São Paulo, 1999. Anais. São
Paulo, IBRACON, 1999. P. 44 – 55.
•
LIMA, J. A. R. Proposição de diretrizes para produção e normalização de
resíduos de construção reciclado e de suas aplicações em argamassas e
concretos. 1999. Dissertação (mestrado) – Escola de engenharia de São Paulo,
São Carlos. 1999.
•
LEONARDI REVISTA – Pré-fabricados Leonardi. Leonardi na concrete
show 2007, disponível em: http://Leonardi.com.br/noticias/pgnoticias_det.asp?.
•
REVISTA HABITARE – Programa de tecnologia de habilitação, 2004.
Disponível em, http://habitare.infohab.org.br/conteudoget.aspx?
52
•
LEVY, S. M.; HELENE, P. R. L. Propriedade mecânica de argamassas
produzidas com entulho de construção civil. In: workshop reciclagem e
reutilização de resíduos como materiais de construção civil. São Paulo, 1996.
ANTAC, PCC USP, UFSC – P. 137 – 146.
•
SANTOS, C. L – Reciclagem de fração mineral dos resíduos de
construção e demolição utilizados como agregado graúdos na confecção de
concreto – programa de educação continuada em engenharia MBA/USP –
Gestão e tecnologias ambientais – Escolas politécnica da USP – São Paulo –
2004.
•
JOHN, V. M.; CAVALCNATE, J. R. Conclusões. In: workshop reciclagem
de resíduos como materiais de construção civil. São Paulo: ANTAC, 1996.
•
SWINK, M. L Tutorial on implementing concurrent engineering in new
product deve lopment. J. Operations management, n 16, 1998. P. 103 – 116.
•
BIOCYCLE. Custo de coleta seletiva critérios de apuração e viabilidade
1991.
•
DANIEL SIQUEIRA. B – Aproveitamento dos rejeitos da construção civil
para confecção de blocos de vedação. UDC – União Dinâmica de Faculdade
de Cataratas Foz do Iguaçu – PR, 2006.
•
SANTOS, N. M. V – Utilização de agregado reciclado em argamassa
para revestimento, trabalho de conclusão de curso para título de engenheiro
civil – Universalidade da Amazônia - -Centro de ciências exatas e tecnologia –
Belém. 2002.
•
PINTO, P. T. Resultados das gestões diferenciada, Téchne, São Paulo,
n, 5, p. 31-34, nov/dez,1997.
53
ANEXO I
54
Resultados experimentais do rompimento dos corpos de prova com material de
RCD de parede com 3, 7 e 28 dias.
55
56
57
Resultados experimentais do rompimento dos corpos de prova com material de
RCD de concreto com 3, 7 e 28 dias.
58
59
60
Resultado do ensaio de compressão dos corpos de prova das peças moldadas
para a fundação com 7, 14 e 28 dias. Com RCD de parede.
61
62
63
Resultado do ensaio de compressão dos corpos de prova das peças moldadas
para fundação com 7, 14 e 28 dias. Com RCD de concreto.
64
65
66
Resultado do ensaio do corpo de prova de argamassa de rejuntamento das
peças pré-moldadas.
67
ANEXO II
68
Custo das peças:
RCD CONCRETO
Material
Cimento
Areia
Material reciclado
Unidade.
kg
m³
m³
Quantidade
232,50
0,61
0,58
Preço unitário
0,64
34,83
10,00
Total Geral
Valor
148,80
21,07
5,83
175,70
RCD PAREDE
Material
Cimento
Areia
Material reciclado
Total Geral
Unidade.
kg
m³
m³
Quantidade
175,00
0,45
0,83
Preço unitário
0,64
34,83
10,00
Valor
112,00
15,67
8,29
135,96
69
Download

elemento_fundacao_corrida