MATERIAIS BETUMINOSOS MCC1001 – AULA 13 Disciplina: Materiais de Construção I Professora: Dr.a Carmeane Effting 1o semestre 2014 Centro de Ciências Tecnológicas ♦ Departamento de Engenharia Civil MATERIAIS BETUMINOSOS • ORIGEM – Primeira utilização Sumérios 3000 a.C. Esses materiais foram usados como ligantes para colar conchas, pedras preciosas e pérolas em estátuas. – Outros usos preservação de múmias, impermeabilização (aberturas em cascos de navios) e cimentação (para manter unidos tijolos na Babilônia). – Primeira utilização Materiais Betuminosos em construção rodoviária Babilônia – em torno do ano 625 a.C. Os Incas do Peru, sec. XVI, usavam uma composição similar ao que se conhece hoje por macadame, para pavimentar parte de seu sistema viário. – Nos tempos modernos A utilização de Materiais Betuminosos para pavimentação iniciou com a aplicação em caminhos para pedestres em 1830 e progrediu para a utilização atual em pavimentos rodoviários a partir de 1850. Prof.a Dr.a Carmeane Effting MATERIAIS BETUMINOSOS • ORIGEM – No Manual de Asfalto (Asphalt Institute, 1989) são listados mais de cem aplicações desse material, desde a agricultura até a indústria. É um dos mais antigos e versáteis materiais de construção utilizados pelo homem. – Atualmente a principal fonte de materiais betuminosos é o refino de petróleos, mas foram utilizados numa forma natural desde a antiguidade, a partir de depósitos superficiais, originados pela ascensão de petróleo à superfície pela ação de forças geológicas, formando lagos onde o material endureceu pela exposição ao meio ambiente. Prof.a Dr.a Carmeane Effting MATERIAIS BETUMINOSOS • ORIGEM – Exemplo atual de depósitos lagunares são: – Lagos de asfalto Trinidad, na ilha de Trinidad, perto da Costa da Venezuela. Prof.a Dr.a Carmeane Effting MATERIAIS BETUMINOSOS • ORIGEM Prof.a Dr.a Carmeane Effting MATERIAIS BETUMINOSOS CARACTERÍSTICAS Substância inflamável (propaga o fogo com facilidade) Material Termoplástico (Grande sensibilidade a temperatura – funde facilmente e também facilmente se solidifica) Aglomerante assim como a cal e o cimento (porém não necessita de água para fazer pega) Hidrófugo (repele a água) - possui estado físico oleoso e com densidade menor do que a água. Prof.a Dr.a Carmeane Effting MATERIAIS BETUMINOSOS • BETUME É a denominação genérica para materiais cimentícios naturais ou manufaturados de cor preta ou escura. É a mistura sólida, semi-sólida, formada por compostos químicos (hidrocarbonetos), e que pode tanto ocorrer na natureza como ser obtido artificialmente, em processo de destilação do petróleo. Prof.a Dr.a Carmeane Effting MATERIAIS BETUMINOSOS • BETUME São subdivididos em duas categorias: - Asfaltos - Natural - Petróleo - Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) - Asfaltos Dilúidos (ADP) - Emulsões Asfálticas (EAP) - Asfaltos Modificados por Polímeros (AMP) ou Asfaltos Modificados por Borrachas(AMB) - Alcatrões Prof.a Dr.a Carmeane Effting MATERIAIS BETUMINOSOS • BETUME – Asfaltos: são obtidos através de destilação do petróleo. Podem ser naturais ou provenientes da refinação do petróleo. – Alcatrões: são obtidos através da destilação de certas matérias orgânicas, principalmente de carvão, ossos e de algumas madeiras resinosas. Prof.a Dr.a Carmeane Effting ASFALTO • Acredita-se que a palavra “asfalto” provenha do antigo Acádico “Asphaltic” e foi adotada pelos gregos da época de Homero com o significado de “tornar firme ou estável”. • Desde o passado até o presente, o asfalto tem sido usado como um cimento para aglutinar, revestir e impermeabilizar objetos. Estes objetos eram: reservatórios de água, banheiro, trabalhos em alvenaria, na indústria naval para calafetagem de navios. É na verdade, um dos mais versáteis produtos da natureza. Prof.a Dr.a Carmeane Effting ASFALTO • É um material cimentício de cor marrom escuro a preto • Termoviscoplástico (Flexível) • Impermeável à água (garantir ao pavimento vedação eficaz contra penetração da água superficial) • Pouco reativo • Aglutinador (Consiste em proporcionar uma íntima ligação entre agregados, capaz de resistir às forças mecânicas de desagregação produzidas pelo tráfego) Prof.a Dr.a Carmeane Effting ASFALTO O asfalto moderno é um constituinte natural do petróleo, sendo obtido submetendo-se o petróleo a um processo de destilação no qual as frações leves (gasolina, querosene e diesel), são separadas do asfalto por vaporização, fracionamento e condensação em torres de fracionamento com arraste de vapor, sendo que o estágio final é a destilação a vácuo. O resíduo obtido, após a remoção dos demais destilados de petróleo é o cimento asfáltico de petróleo (CAP). Prof.a Dr.a Carmeane Effting Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) Prof.a Dr.a Carmeane Effting Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) Prof.a Dr.a Carmeane Effting Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) • Os cimentos asfálticos são classificados de acordo com os resultados dos ensaios de penetração. • Estes constituem uma medida da consistência ou dureza. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) • Ensaio de Penetração: uma agulha padronizada de peso total de 100g é aplicada durante 5 segundos, medindo-se a sua penetração em décimos de milímetro. Classe CAP 30/45 CAP 50/70 CAP 85/100 CAP 150/200 Prof.a Dr.a Carmeane Effting Penetração (0,1mm) 30-45 50-70 85-100 150-200 Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) Ensaio de Penetração Prof.a Dr.a Carmeane Effting Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) • Ponto de Fulgor: é a temperatura na qual, durante o aquecimento, os vapores desprendidos se inflamam temporariamente quando postos em contato com uma pequena chama. • Representa a temperatura crítica acima da qual é necessário tomar precauções especiais para afastar o perigo de incêndio durante seu amolecimento e manipulação. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) • Ponto de Fulgor: os valores de fulgor para os CAPs são normalmente maiores que 230ºC. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfálticos Diluídos (ADP) • Resultam da diluição do cimento por destilados leves de petróleo, estes diluentes proporcionam produtos menos viscosos que podem ser aplicados a temperaturas mais baixas, sendo que estes evaporam-se após a aplicação. • O fenômeno de denomina-se cura. Prof.a Dr.a Carmeane Effting evaporação do diluente Asfálticos Diluídos (ADP) • São classificados de acordo com a velocidade de cura em três categorias: • CL – AD de cura lenta • CR – AD de cura rápida • CM – AD de cura média • Os asfaltos diluídos de cura lenta não são produzidos no Brasil. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfálticos Diluídos (ADP) ASFALTOS LÍQUIDOS DE CURA LENTA (SC) • Os asfaltos líquidos de cura lenta são misturas de cimento asfáltico e óleos. O endurecimento deste material se opera lentamente por evaporação dos óleos presentes. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfálticos Diluídos (ADP) ASFALTOS LÍQUIDOS DE CURA MÉDIA (CM) • O asfalto líquido de cura média é uma mistura de cimento asfáltico de penetração de 120 a 300 com um solvente hidrocarbonato de ponto de evaporação próximo ao do querosene. Este asfalto endurece mais rápido que o de cura lenta. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfálticos Diluídos (ADP) ASFALTOS LÍQUIDOS DE CURA RÁPIDA (CR) • É uma mistura de cimento asfáltico, de 80 a 120 de penetração, e de um solvente altamente volátil, em geral com ponto de evaporação próximo ao da gasolina. Trata-se de um material que endurece com mais rapidez que os outros tipos. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfálticos Diluídos (ADP) ASFALTOS LÍQUIDOS • Os prefixos CR, CM e CS identificam o tipo de asfalto líquido e os sufixos de 0 a 5 a sua consistência relativa. • Os tipos CR-0, CM-0 e CS-0 tem consistência de um creme caseiro. Os tipos CR-5, CM-5 e CS-5 tem consistência de uma geléia firme. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfálticos Diluídos (ADP) Ensaio de Viscosidade: Mede a consistência do material. • É realizado em determinada T e leva em conta o tempo necessário para que 60 centímetros cúbicos do material escoem através de orifício-padrão, para um frasco graduado. • Quanto mais longo for o tempo necessário para escoamento, maior será a viscosidade do produto asfáltico, e mais próximo estará da consistência semi-sólida. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfálticos Diluídos (ADP) Ensaio de Viscosidade Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfálticos Diluídos (ADP) Ensaio de Viscosidade Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfálticos Diluídos (ADP) Ensaio de Viscosidade: viscosidade dividida de acordo com a tabela: Prof.a Dr.a Carmeane Effting Emulsões Asfálticas (EDP) • São misturas homogêneas de cimentos asfálticos e água com uma pequena quantidade de agente emulsificador normalmente usado no processo de fabricação. Contém de 30 a 45% de água. • Produto estável empregado em serviços de pavimentação à temperatura ambiente. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Emulsões Asfálticas (EDP) • Classificação das Emulsões Asfálticas: de acordo com a estabilidade, ou tempo de ruptura, podemos ter: • Ruptura rápida (RR): pintura de ligação, imprimação, tratamentos superficiais, macadame betuminoso • Ruptura média (RM): pré-misturados a frio • Ruptura lenta (RL): estabilização de solos e preparo de lama asfáltica Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfaltos Modificados por Polímeros (AMP) • O objetivo é a melhoria das propriedades dos ligantes, a fim de que apresentem maior adesão aos agregados, menos suscetibilidade térmica em faixas de temperatura de serviço dos pavimentos e obter ainda recuperação elástica, possibilitando ao pavimento estender sua vida útil. • Como resultado busca-se pavimentos mais resistentes à fadiga e à deformação permanente, comprovando a importância da utilização do asfalto modificado por polímero. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfaltos Modificados por Borracha (AMB) • Materiais asfálticos modificados pela adição de borracha moída ou borracha de pneu moída, obtida de pneus de automóvel e/ou caminhão reciclados. • Melhora a consistência e propriedades do asfalto em temperaturas elevada ou baixa. Em particular, exibem comportamento elástico melhorado, resultando em desempenho melhorado de estradas. • A resistência da estrada a deformação permanente, fissura por fadiga e fissura térmica é melhorada pelo uso do asfalto modificado. Prof.a Dr.a Carmeane Effting Asfaltos Modificados • Acentuar determinadas propriedades de um ou outro material, como: • RESISTÊNCIA • PODER LIGANTE • PLASTICIDADE, ENTRE OUTROS. • Podem ainda ser adicionados a outros materiais de origem fibrosa (AMIANTO, PAPELÃO, ALGODÃO, NYLON, POLIESTER, CISAL, FIBRA DE VIDRO, ETC), resultando em várias aplicações de larga utilização na construção civil. Prof.a Dr.a Carmeane Effting ALCATRÕES • É um líquido preto e viscoso que contém hidrocarbonetos e é obtido a partir da destilação de matéria orgânica. • Materiais predominantemente constituídos por betume, porém apresentam-se naturalmente na forma de líquidos oleosos de grande viscosidade; • Têm cheiro de creolina, mais penetrantes que o asfalto, sendo originários da destilação da lenha, turfa, lignito, graxas, etc; Prof.a Dr.a Carmeane Effting ALCATRÕES • Processo de fabricação • Neste processo, o carvão é enfornado e a matéria volátil nele contido é separada durante o aquecimento da massa de 850 a 1100ºC. O material separado, na forma de gases, é resfriado e os seus condensáveis se transformam em licor amoniacal e alcatrão. A partir deste momento, o produto é purificado através de sucessivas decantações, visando remover a água e os sólidos residuais. O alcatrão, em geral, possui um teor até 5% em umidade e 1% em sólidos suspensos. Prof.a Dr.a Carmeane Effting ALCATRÕES • Usos • Por se tratar de uma mistura complexa de hidrocarbonetos, o alcatrão é separado em suas frações, o que lhe permite fornecer matéria-prima para inúmeros produtos químicos tais como desinfetantes, impermeabilizantes, farmacêuticos, plásticos, entre outros. O principal derivado do alcatrão e carro-chefe do desenvolvimento da indústria carboquímica é o piche, cuja principal aplicação é a fabricação de eletrodo para alumínio. Prof.a Dr.a Carmeane Effting ALCATRÕES • CLASSIFICADOS EM ATÉ AP- 4; 4 TIPOS: AP-1 • SUAS PRINCIPAIS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO AOS ASFALTOS SÃO: – Possuem maior sensibilidade a temperatura; – Possuem menor resistência as intempéries; – Possui maior poder aglomentante. Prof.a Dr.a Carmeane Effting ALCATRÕES • O alcatrão praticamente não é mais utilizado em pavimentação desde que se determinou o seu poder cancerígeno. • Além disso, apresenta pouca homogeneidade e baixa qualidade para ser utilizado como ligante em pavimentação. Prof.a Dr.a Carmeane Effting