N. 02, Setembro 2010 Ano 01 n. 02 p.21-38 Cláudio SARTORI Irval Cardoso de FARIA PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Instituto de Engenharia Arquitetura e Design – INSEAD Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio CEUNSP – Salto-SP CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 1 1 N. 02, Setembro 2010 Cláudio Sérgio Sartori Doutor em Ciências – Unicamp e Professor INSEAD/ CEUNSP, [email protected] Irval Cardoso de Faria Doutor em Ciências – Unicamp, CEUNSP/Diretor INSEAD/ CEUNSP [email protected] RESUMO [1,2] Desenvolveu-se um programa, em ambiente Delphi (linguagem object-pascal) para o auxílio no aprendizado de termodinâmica e máquinas térmicas. Seu uso permite o estudo de ciclos termodinâmicos: obtém-se o diagrama P-V, as variáveis de estado (P, V, T), calculam-se o trabalho, o calor, a energia interna das etapas do ciclo e seu rendimento. Podem ser feitas simulações nos ciclos de Stirling, Carnot, Otto, Diesel e no ciclo básico de refrigeração. Neste foram utilizados dados extraídos de experimentos realizados com o módulo de refrigeração existente no laboratório de Termodinâmica e transferência de calor, existente no Campus Insead do Ceunsp. Os resultados das simulações já são utilizados nas aulas da disciplina de Física para dos cursos de Engenharia como ferramenta auxiliar no aprendizado. Palavras chave: object pascal, Delphi, Termodinâmica. Introdução As primeiras fontes de força utilizadas pela humanidade para realizar trabalho foram o próprio homem, animais em geral: gado, o camelo e cães. A força humana era utilizada nas primeiras máquinas simples criadas pelo homem: alavancas, esteiras, cordas e polias. A partir destes dispositivos surgiram os primeiros guindastes e moinhos de produtos rurais. A tração animal era utilizada em engenhos e em veículos para o transporte. Com o desenvolvimento das sociedades, a busca por novas fontes motoras era fundamental. A água foi amplamente utilizada como fonte de energia. Os Moinhos de água utilizavam a correnteza de um rio para impelir força a um engenho. Foram criadas rodas impulsionadas pela corrente da água; esta canalizada por aquedutos em barragens, utilizando a gravidade. Uma revolução tecnológica da antigüidade foi o emprego do vento como motor: a invenção da vela, o uso de veleiros e moinhos de vento proporcionou o desenvolvimento das indústrias e dos meios de transportes. Na idade moderna, a criação da máquina a vapor, utilizada primeiramente em minas para bombeamento da água e posteriormente no transporte, marcou o início da revolução industrial e o modo de vida da sociedade moderna. Com a invenção dos motores a explosão houve o maior avanço no setor de transportes. Esses motores podem utilizar combustíveis líquidos ou gasosos e a combustão se classifica em externa ou interna. Os de combustão externa necessitam de um reservatório de calor quente e um frio: a máquina a vapor e o motor de Stirling. Nicolas Léonard Sadi Carnot desenvolveu a teoria fundamental dos motores à combustão interna de dois tempos na França, em 1824. O primeiro motor à combustão interna a vapor foi desenvolvida por Samuel Morey nos Estados Unidos em 1826. Em 1867, Nicolaus Otto desenvolveu o primeiro motor atmosférico. Em seguida, Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach desenvolveram o CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 21 21 N. 02, Setembro 2010 primeiro motor quatro tempos. Em 1896, Karl Benz patenteou o primeiro motor boxer, com cilindros opostos horizontalmente. O engenheiro alemão Rudolf Diesel patenteou em 1900 um motor à combustão de elevada eficiência, movido a óleo de amendoim. Essa tecnologia continua até hoje. Assim, diz-se que os motores à combustão interna foram convencionados a serem utilizados em automóveis devido as suas ótimas características: flexibilidade para rodar em diversas velocidades, potência satisfatória para propulsão de diversos tipos de veículos e custos reduzidos para produção em massa. Até 1950, com a finalidade de elevar a potência e performance dos veículos, muitos aprimoramentos em relação ao desenho, número e disposição dos cilindros foram realizados pela indústria automobilística. Surgiram motores de 4 a 12 cilindros dispostos em linha ou em V, com diferentes capacidades. Atualmente, devido a preocupação com a poluição do meio ambiente devido aos gases expelidos pelos motores e a escassez do petróleo, novas tecnologias estão sendo estudadas e aplicadas aos motores, objetivando obter melhoria na economia de combustível, no rendimento e minimizar os gases poluentes. Citamos os motores flexiveis em combustível (álcool e gasolina). Esses aspectos históricos, econômicos e ambientais da criação dos motores estimulam o aprendizado dos alunos no domínio de seu funcionamento pelos princípios básicos de termodinâmica utilizados. O programa criado visa explorar e detalhar esses princípios em cada etapa dos ciclos das máquinas térmicas que o compõe, permitindo efetuar cálculos de problemas, construir gráficos do diagrama PV de cada ciclo e agilizar seu entendimento. Foram feitas simulações dos ciclos Stirling, Carnot, Otto e Diesel e tratou-se os dados experimentais obtidos na experiência de refrigeração realizada no laboratório de termodinâmica usando a simulação do ciclo básico de refrigeração existente no programa. O programa foi elaborado na linguagem object-pascal (na versão 7 do delphi) e as etapas dos ciclos podem ser simuladas considerando como dados de entrada: natureza e quantidade de gás ideal, estados iniciais e finais de cada uma das duas primeiras etapas do ciclo; como dados de saída, tem-se: variáveis de estado (pressão, volume e temperatura) e tabelas de energias (trabalho, energia interna e calor) em cada etapa do ciclo; diagrama PV do ciclo e seu rendimento. Pode-se também simular qualquer outro ciclo, uma vez que o programa executa etapa a etapa Teoria [3-7] Os princípios básicos de termodinâmica que explicam as etapas do funcionamento de um ciclo termodinâmico, necessário para o entendimento de uma máquina térmica, estão relacionados às propriedades de um gás ideal (base para comparação com o ciclo de um gás real), discutida pela teoria cinética dos gases. Considera-se não ocorrer mudança de fase na etapa do ciclo. Já no ciclo de refrigeração, muda-se a fase. A primeira Lei da Termodinâmica vai relacionar as energias (calor ∆Qi→ f , trabalho ∆Wi→ f e energia interna ∆Ui→ f ) envolvidas na mudança do estados inicial i (cujas variáveis de estado são a pressão Pi , o volume Vi e a temperatura Ti) para o estado final f (cujas variáveis de estado são a pressão Pf , o volume Vf e a temperatura Tf) desse gás pela relação: ∆Qi → f = ∆Wi → f + ∆U i → f {1} Os motores de combustão podem ser classificados como do tipo de combustão externa, no qual o fluido de trabalho está completamente separado da mistura ar-combustível, sendo o calor dos produtos da combustão transferido através das paredes de um reservatório ou caldeira, e do tipo de combustão interna, no qual o fluido de trabalho consiste nos produtos da combustão da mistura de arcombustível propriamente. Um resumo dos vários tipos de processos entre os estados inicial e final do gás nas diferentes etapas do funcionamento dos motores estão indicado na Tabela 1. Para explicar o funcionamento de um motor, utiliza-se o ciclo termodinâmico de um gás ideal. No processo termodinâmico do gás ocorre assim uma série de processos nos quais o sistema é levado ao seu estado inicial, ou seja, um ciclo. CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 22 22 N. 02, Setembro 2010 Cada processo pode envolver um fluxo de calor para o sistema, ou do sistema e o desempenho de trabalho sobre ele. Para um ciclo completo, teremos: QH: quantidade de calor absorvido pelo sistema. QC: quantidade de calor cedido pelo sistema. Wciclo: trabelho líquido realizado pelo sistema. Se QH > QC e se Wciclo é realizado pelo sistema, então o dispositivo mecânico que obriga o sistema a percorrer o ciclo denomina-se máquina Térmica, tendo como propósito fornecer trabalho continuamente ao meio exterior (realizando o ciclo repetidas vezes). O trabalho líquido do ciclo é a potência efetiva e o calor absorvido pela substância de trabalho é a energia absorvida. A eficiência térmica ou rendimento térmico do motor é definido por: η= W Q ⇔ η = 1 − QHC {2} QH A transformação de calor em trabalho é realizada por dois tipos gerais de motor: Motor de combustão externa. (Motor de Stirling e a máquina a vapor). Motor de combustão interna. (Motor a gasolina e o motor a diesel). Em ambos os tipos, um gás ou uma mistura de gases contida em um cilindro experimenta um ciclo, obrigando o pistão comunicar a um eixo um movimento de rotação, vencendo uma força. O gás experimenta em um determinado instante do ciclo elevações de temperatura e pressão. No motor de Stirling e na máquina a vapor isso ocorre em uma fornalha exterior. As altas temperaturas e pressão conseguidas em um motor de combustão interna são obtidas por uma reação química entre o combustível e o ar, que ocorre no próprio cilindro. No motor a gasolina, a combustão de uma mistura de gasolina e ar é realizada em forma explosiva por uma centelha elétrica. No motor a diesel, a combustão é realizada lentamente, pulverizando-se o óleo diesel dentro do cilindro em um regime adequado. Detalham-se em seguida os ciclos que o programa permite estudar. CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 23 23 N. 02, Setembro 2010 Tabela 1 – Processos que ocorrem nas máquinas térmicas em geral: características principais. P é a pressão, V o volume e T a temperatura (indexados pelos índices i (inicial) e f (final)). n é o número de moles do gás. CV e CP são as capacidades caloríficas a volume e pressão constante, respectivamente. R: constante universal dos gases ideais e γ o coeficiente de Poisson. Processo Estado i→ f Diagrama P-V Vf ∆Wi → f = ∫ PdV ∆U i → f Vi ∆Qi → f ∆Qi → f = ∆Wi→ f + ∆U i→ f 1ª Lei da Termodinâmica Equação de Estado e relações Isotérmico a temperatura Ti =Tf P Expansão Pi P Compressão i Pf Pf P ⋅V = n ⋅ R ⋅ T V f n ⋅ R ⋅ T ⋅ ln Vi f f Vi i Vf V Vf Expansão Pi i Pf Pf f Tf Tf > Ti Ti f Vi ∆ Wi → f = P Compressão Ti Ti > Tf Tf Vf Vf −∆W 1− γ Ou ∆Wi → f Ou n⋅ R = (T f − Ti ) 1− γ Vi V ∆Wi → f = CV ⋅ (Ti − T f ) 0 CV ⋅ (Tf −Ti ) i Ti Pf Tf 0 Tf i Pf Cp Cv C p = Cv + n ⋅ R Tf > Ti f ou γ= f Ti > Tf P ⋅V γ = k T ⋅ V γ −1 = k ′ Ti ⋅ Viγ −1 = T f ⋅ V fγ −1 P Pi Pi ⋅ Vi Pf ⋅ V f = Ti Tf Pi ⋅Viγ = Pf ⋅V fγ Isocórico ou isovolumétrico P n ⋅ R ⋅T V Pf ⋅ V f − Pi ⋅ Vi ou i V P= Vi V Adiabático P 0 V f n ⋅ R ⋅ T ⋅ ln Vi CV ⋅ (Tf −Ti ) CV ⋅ (Tf −Ti ) Ti Cv = Cp = Pi n⋅R γ −1 γ γ −1 n⋅R c p = cv + R Vi = Vf V Vf = Vi V ∆Wi → f = P ⋅ (V f − Vi ) Isobárico P Expansão i Ti Tf f Pi,Pf P Compressão f Tf Ti i Pi,Pf Tf > Ti ou ∆Wi → f = n ⋅ R ⋅ (T f − Ti ) Cv R = n γ −1 C γ cp = p = R n γ −1 J R = 8.31 mol ⋅ K atm ⋅ l R = 0.082 mol ⋅ K 1atm =1.013⋅105 Pa cv = CV ⋅ (Tf −Ti ) CP ⋅ (Tf −Ti ) Ti > Tf Pf 1m3 = 103 l Vi Vf V Vf 1 → …→1: (Ciclo) Vi V A 0 A CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info 1atm ⋅ l = 101.3J P. 24 24 N. 02, Setembro 2010 1. O Ciclo de Carnot: O engenheiro francês, Sadi Carnot criou uma máquina térmica hipotética, cujo rendimento é o maior possível. De acordo com a segunda lei da termodinâmica, nenhuma máquina térmica pode ter eficiência de 100%. Objetivando obter a máxima eficiência de uma máquina térmica, a partir de um reservatório quente a uma temperatura TH e de um reservatório frio a uma temperatura TC, Carnot desenvolveu tal máquina hipotética com as seguintes características, ilustradas na Tabela 2, juntamente com o diagrama PV do ciclo indicado na Figura 1. 2. O Ciclo de Stirling: Robert Stirling: em 1816 projetou e patenteou uma máquina de ar quente que podia converter a energia liberada pelo combustível em trabalho. Características: Dois pistões, um de expansão e outro de compressão. Espaço entre pistões cheio de gás e uma parte é mantida em contato com um reservatório de calor (combustível em ignição) e a outra parte (direita) está em contato com um reservatório frio. Entre as partes existe um dispositivo R chamado de regenerador (pacote de lã de aço ou uma série de chicanas cuja condutividade é suficientemente baixa para manter a diferença de temperatura entre a extremidade fria e a quente). Fonte quente: temperatura TH =T2, fonte fria:TC =T1. Dois processos isotérmicos (compressão e expansão) e dois isovolumétricos. A tabela 3 indica o trabalho, energia interna e calor em cada etapa do ciclo de Stirling e a figura 2 seu diagrama PV. Tabela 2 – Ciclo de Carnot. Tabela trabalho-energia-calor e Diagrama PV. Processo (PiViTi)→(Pf VfTf) a→b Expansão Isotérmica b→c Expansão Adiabática c→d Compressão Isotérmica d→a Compressão Adiabática Ciclo: a → b→...→ a Figura 1 – Diagrama PV para o ciclo De Carnot ∆W ∆U ∆Q V n ⋅ R ⋅ TH ⋅ ln b Va 0 V n ⋅ R ⋅ TH ⋅ ln b Va Pc ⋅Vc −Pb ⋅Vb = 1−γ CV ⋅(TC −TH) 0 0 V n ⋅ R ⋅ TC ⋅ ln d Vc =QH CV ⋅(TH −TC ) V n ⋅ R ⋅ TC ⋅ ln d Vc Pa ⋅Va −Pd ⋅Vd 1−γ = QC CV ⋅(TH −TC) 0 0 QH+QC A CV ⋅ (TC −TH ) Área do ciclo A CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 25 25 N. 02, Setembro 2010 Figura 2 - Diagrama PV associado ao funcionamento do ciclo de Stirling. P Pa a TH QH b Pb d Pd TC c Pc QC Va = Vd Vb = Vc V Tabela 3 – Tabela trabalho, energia interna e calor para o ciclo de Stirling. Processo Estado (PiViTi) → (PfVfTf) a→b expansão isotérmica a TH b → c (Isocórica) c→d compressão isotérmica a TC ∆Wi→f ∆Ui→f ∆Qi→f V n ⋅ R ⋅ TH ⋅ ln b Va 0 V QH = n ⋅ R ⋅ TH ⋅ ln b Va 0 CV ⋅(TC −TH ) CV ⋅(TC −TH ) V n ⋅ R ⋅ TC ⋅ ln d Vc 0 V QC = n ⋅ R⋅TC ⋅ ln d Vc 0 CV ⋅(TH −TC) CV ⋅(TH −TC) c → d (Isocórica) A 0 A = QH+QC a → b...→ a 3. Ciclo Otto – Motor a gasolina. A tabela 4 ilustra o cálculo do trabalho, energia interna e calor nas etapas do ciclo Otto e a figura 3 o diagrama PV associado ao funcionamento do pistão nas suas quatro etapas existentes. CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 26 26 N. 02, Setembro 2010 Figura 3 – Diagrama PV associado ao movimento dos pistões nas 4 etapas do motor a Gasolina (ciclo Otto). Tabela 4 – Cálculo do trabalho,e energia interna e calor no ciclo Otto. Processo Estado (PiViTi) → (PfVfTf) i→a admissão isobárica quase-estática à P0 de n moles de ar à T0 a→b Compressão Adiabática Tb > Ta b→c aumento da temperatura e pressão isocórico quase estático de n moles de ar, produzido pela absorção de calor QH. (Tc > Tb) (Explosão). c→d expansão adiabática quase estática de n moles de ar, envolvendo uma queda de temperatura de Tc a Td ∆Wi→f à ∆Qi→f CV ⋅ (Tb −Ta ) 0 CV ⋅ (Tc −Tb ) QH = CV ⋅ (Tc −Tb ) P 0V 0 CV ⋅ (Ta −Tb) 0 CV ⋅ (Tc − Td ) d→a queda da temperatura e pressão isocórica quase estática de n moles de ar. Td > Ta a→i Exaustão isobárica quase estática atmosférica. Temperatura constante T0 ∆Ui→f 0 pressão 0 CV ⋅ (Td − Tc ) CV ⋅(Ta −Td) QC =CV ⋅(Ta −Td) 0 -P0V0 -P0V0 4. Ciclo Diesel O ciclo Diesel é representado por 2 transformações adiabáticas (compressão e expansão), uma fase isobárica onde há ganho de calor QH pelo sistema gasoso (ar e diesel) e uma fase isocórica (rejeição de calor QC). Os cálculos das energias associados a essas etapas (trabalho, energia interna CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 27 27 N. 02, Setembro 2010 e calor) estão indicadas na tabela 5 e o diagrama PV do ciclo Diesel associado ao seu funcionamento na figura 4. Figura 4 – Diagrama PV para o ciclo Diesel Tabela 5 – Cálculo das energias (trabalho, energia interna e calor) para o ciclo Diesel em suas etapas. Processo Estado (PiViTi) → (PfVfTf) O êmbolo atinge o Ponto Morto Inferior (PMI) e inicia-se então a compressão. A temperatura do ar dentro do cilindro aumenta substancialmente, o que é fundamental para a ignição no motor Diesel. a → b (compressão adiabática) A taxa da injeção de óleo combustível é ajustada de modo que a combustão seja aproximadamente isobárica, deslocando-se o pistão durante a combustão. b → c (isobárica) A válvula de admissão está aberta e o êmbolo ao descer aspira o ar para dentro do cilindro c → d (expansão adiabática) válvula de exaustão e curso de exaustão d → a (isocórica) a → ...a 5. Ciclo de Refrigeração ∆Wi→f ∆Ui→f ∆Qi→f CV(Ta-Tb) CV(Tb-Ta) 0 nRT ( c −Tb ) CV(Tc-Tb) QH CP(Tc-Tb) CV(Tc-Td) CV(Td-Tc) 0 QC 0 CV(Ta −Td ) A 0 CV (Ta −Td ) A [8] No ciclo de refrigeração construído em laboratório, há no condensador, a substância refrigerante, (o gás R-134a), um gás do tipo HFC (Número ASHRAE, hidrogênio-fluor-carbono com ponto de ebulição aproximadamente -26.1°C), ecológico (não causa a destruição da camada de ozônio), pois está presente na maioria dos sistemas de pequeno porte. Este refrigerante possui diversas denominações, dependendo do fabricante: SUVA 134a, KLEA 134a, HFC 134a, VT1505, FORANE 134a, RECLIN 134a, etc. e possui a seguinte fórmula química: CH2F-CF3. O ciclo de refrigeração utilizado é descrito a seguir. Ainda no condensador, o gás está a uma pressão elevada e a uma temperatura baixa. Quando este fluido atravessa adiabaticamente uma abertura estreita, (válvula agulha), desde uma CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 28 28 N. 02, Setembro 2010 região de pressão alta constante a uma região de pressão baixa, ele experimenta um processo de estrangulação, ou expansão Joule-Thomson, produzindo sempre esfriamento e vaporização parcial. No evaporador, o fluido vaporiza-se completamente o calor de vaporização é fornecido pelos materiais a serem refrigerados. O vapor é então comprimido adiabaticamente, aumentando com isso sua temperatura. No condensador, o vapor é resfriado até que se condense e fique completamente liquefeito. O ciclo básico de refrigeração simulado pelo programa consiste de 2 adiabáticas e duas isobáricas, que está indicado na figura 5 junto ao diagrama de seu funcionamento. A tabela 6 indica as energias associadas às suas etapas. Figura 5 – Diagrama PV associado ao funcionamento do ciclo básico de refrigeração. Tabela 6 – Cálculo das energias das etapas do ciclo de refrigeração indicado na figura 5. Processo / Estado (PiViTi) → (PfVfTf) b→c Processo de estrangulação (queda de temperatura e pressão) c→d Vaporização isobárica e isotérmica, na qual é absorvido pelo refrigerante o calor QC à temperatura TC, refrigerando com isso as substâncias do reservatório frio. d→a Compressão adiabática do vapor até uma temperatura superior à temperatura TH do condensador. a→b Esfriamento isobárico e condensação a TH ∆W ∆U ∆Q CV ⋅ (Tb − Tc ) CV ⋅ (Tc − Tb ) 0 Pc(Vd – Vc) CV ⋅ (Td − Tc ) QC CV ⋅ (Td − Ta ) CV ⋅(Ta −Td ) 0 Pa(Vb – Va) 0 QH O Módulo de refrigeração e seus componentes existentes no laboratório de Termodinâmica do Ceunsp estão indicados na figura 6. CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 29 29 N. 02, Setembro 2010 Figura 6 – Módulo de refrigeração e componentes utilizado no estudo do ciclo de refrigeração existente no laboratório de Termodinâmica do Insead. 6 são: Os componentes básicos do ciclo de refrigeração montado em laboratório ilustrado na Figura 1. Filtro: tem a função de remover o ar e a umidade do sistema. 2. Visores de líquido: Há 4 visores em locais estratégicos. Permite ao aluno visualizar o vapor após o compressor, o líquido após o condensador, o líquido em ebulição após as válvulas de expansão e o vapor após o evaporador. É comum e normal visualizarmos um pouco de óleo do compressor junto do líquido refrigerante, pois sempre ocorre arraste durante o processo de compressão. 3. Válvulas de expansão: Permite ao aluno ensaiar com os métodos mais utilizados para expansão do líquido refrigerante. Há 3 tipos de expansão que podem ser utilizadas: 3.1 - Expansão em tubo capilar – o mais utilizado e de menor custo para sistemas de pequeno porte, tal como refrigeradores residenciais, bebedouros, condicionadores de ar, etc. Faz uma elevada queda de pressão no líquido, forçando sua ebulição no evaporador. Não consegue controlar precisamente a condição de evaporação. 3.2 - Válvula de expansão pressostática (também chamada expansão automática) – Mantém constante a pressão de sucção do compressor, e assim tende a manter constante também a temperatura do evaporador. 3.3 - Válvula de expansão termostática – é a mais eficiente, pois mantém o evaporador cheio de líquido, melhorando muito a troca térmica do líquido em ebulição com a tubulação do evaporador. Caso a vazão de líquido esteja acima da necessária, parte do refrigerante ainda líquido irá em direção ao compressor, esfriando a linha. Para evitar este inconveniente, há um bulbo que faz a realimentação na válvula, fechando-a para evitar perdas de energia e danos no compressor. Ao fechar a válvula, o líquido excedente evapora, e logo a temperatura do bulbo irá subir, reabrindo a válvula. Este processo é contínuo e automático. 4. Sensores de temperatura e pressão – para permitir uma leitura rápida e precisa nos 4 pontos principais do ciclo de refrigeração. Utilização do programa [9] para simulações dos Ciclos Termodinâmicos Procedimento: é indicado o roteiro para fazer a simulação e estudo de cada ciclo pelo programa. Após acessar o programa graphdpr, escolher: Aplicações → Termodinâmica. (Indicado na Figura 7) CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 30 30 N. 02, Setembro 2010 Figura 7 – Apresentação do programa (Abertura). Inserir o número de moles n do gás e sua natureza: diatômico, monoatômico, etc. Acessar: Entrada de dados iniciais. (Indicado na Figura 8). Figura 8 – Inserção dos dados no programa (natureza do gás, número de moles e estados inicial e final do gás). Escolher o tipo de exercício a desenvolver (Indicado na figura 9): Transformação Gasosa. Ciclo Termodinâmico. CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 31 31 N. 02, Setembro 2010 Figura 9 – Escolha do ciclo a ser estudado. Os cálculos são feitos da seguinte maneira: Escolher as letras dos estados inicial e final. Inserir dois estados iniciais de estado do gás mantendo a outra caixa vazia. Inserir um estado final mantendo as outras duas caixas vazias. Para os ciclos termodinâmicos, essas etapas devem ser feitas para as duas primeiras etapas apenas. A figura 10 mostra essa etapa da simulação feita pelo programa. Figura 10 – Escolha das etapas inicial e final da transformação gasosa para um dado ciclo termodinâmico feita pelo programa. Após as escolhas dos estados inicial i e o estado final f, o programa fornece as tabelas: CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 32 32 N. 02, Setembro 2010 (Vi, Pi, Ti) → (Vf, Pf, Tf) (∆Wi → f , ∆Ui → f , ∆Qi → f) Estas tabelas podem ser melhor visualizadas pressionando com o mouse na borda e as arrastando. A figura 11 ilustra essa etapa de simulação. Figura 11 – Elaboração do diagrama PV para o Ciclo de Carnot feita pelo programa. Após o término das etapas, pode-se salvar as tabelas anteriores pressionando a caixa: Limpar/Salvar tabelas. A figura 12 ilustra essa etapa. Figura 12 – Armazenamento em arquivo de dados os cálculos feitos pelo programa. Os arquivos salvos são armazenados em formatação *.html, que podem ser visualizadas na janela navegador HTML, indicado na figura 13. CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 33 33 N. 02, Setembro 2010 Figura 13 – Visualização do arquivo de dados referente ao arquivo que consta a tabela de energias para determinado ciclo simulado pelo programa. Simulações dos ciclos Termodinâmicos (Motores e Refrigeração) construídas pelo programa Algumas simulações foram feitas para os ciclos termodinâmicos, indicando os resultados das variáveis de estado iniciais e finais (pressão, volume e temperatura), das energias (trabalho, energia interna e calor) e o diagrama PV fornecidos pelo programa. 1. Ciclo de Carnot: 0.2 moles de um gás diatérmico (γ = 1.4) submete-se ao ciclo de Carnot com temperaturas de fonte fria e quente dadas por Tc = 300K; TH = 400K. 5 A pressão no estado inicial a é Pa = 10.10 Pa. O volume duplica na expansão isotérmica: Vb = 2Va Encontre (a) a pressão, o volume e a temperatura em todos seus estados a, b, c e d. (b) o trabalho, a energia interna e o calor nas diversas etapas. Solução: resultados elaborados indicados na tabela 7((a) e (b)) e figura 14. CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 34 34 N. 02, Setembro 2010 Tabela 7 – Variáveis de estado (a) e Energias da simulação do ciclo de Carnot (b). (a) Estado Vi(m³) Ti (K) Pi (Pa) Vf(m³) Pf (Pa) Tf (K) 500000 400 a -> b: isotérmica: expansão 0,0006648 1000000 400 0,0013 b -> c: adiabática :expansão 0,0013296 400 0,00272 182677,23 300 182677,2 300 0,00136 365354,5 300 500000 c -> d: isotérmica :compressão 0,002729 d -> a: adiabática :compressão 0,001364 365354,46 300 0,0006648 1000000 400 (b) Etapa Trabalho (J) Energia Interna (J) Calor (J) a -> b: isotérmica: expansão b -> c: adiabática :expansão 460,804 0 460,804 415,5 -415,5 0 -345,6 c -> d: isotérmica :compressão -345,60 0 d -> a: adiabática :compressão -415,5 415,5 0 Ciclo de Carnot 115,2 0 115,20 Rendimento 25 % Figura 14 – Diagrama PV da simulação proposta do ciclo de Carnot. Ciclo de Carnot P (Pa) η = 25 % 1.000.000 900.000 800.000 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 0,001 0,002 0,002 0,003 V (m³) CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 35 35 N. 02, Setembro 2010 2. Ciclo de Stirling: características: 1.2 moles de um gás diatérmico (γ = 1.4) submete-se ao ciclo de Stirling com temperaturas de fonte fria e quente dadas por 5 Tc = 280K; TH = 500K. A pressão no estado inicial a é Pa = 8.10 Pa. O volume triplica na expansão isotérmica: Vb = 3Va Encontre (a) a pressão, o volume e a temperatura em todos seus estados a, b, c e d. (b) o trabalho, a energia interna e o calor nas diversas etapas. Determine seu rendimento. Solução: resultados elaborados indicados na tabela 8((a) e (b)) e figura 15. Tabela 8 – Variáveis de estado (a) e Energias da simulação do ciclo de Stirling (b). (a) Estado Vi(m³) Pi (Pa) 0,0062 Ti (K) Vf(m³) Pf (Pa) Tf (K) 800000 500 0,0187 266666,6 500 b -> c: isocórica (< temperatura) 0,01869 266666, 500 0,0187 149333,3 280 c -> d: isotérmica:compressão 0,01869 149333, 280 0,0062 448000 280 0,0062 280 0,0062 800000 500 a -> b: isotérmica :expansão d -> a: isocórica (> temperatura) 448000 (b) Etapa Trabalho (J) Energia Interna (J) Calor (J) a -> b: isotérmica :expansão 5477,6 0 5477,79 b -> c: isocórica (< temperatura) 0 -5484,6 -5484,6 -3067,5 c -> d: isotérmica:compressão -3067,5 0 d -> a: isocórica (> temperatura) 0 5484,6 5484,6 Ciclo de Stirling 2410,2 0 2410,2 Rendimento 44 % Figura 15 – Diagrama PV da simulação proposta do ciclo de Stirling. Ciclo de Stirling η = 44 % 800.000 700.000 P (Pa) 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 0,007 0,008 0,009 0,01 0,011 0,012 0,013 0,014 0,015 0,016 0,017 0,018 V (m³) 3. Um gás ideal executa o de refrigeração com as seguintes características: CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 36 36 N. 02, Setembro 2010 Temperatura: θa = 90 0C; θb = 80 0C Gás: H2S Pa = 2.305.106Pa θc = -9 0C Observação: O ciclo estudado está apresentado na figura 5; apesar de ocorrer mudança de fase nesse ciclo, foi feita a simulação para comparar as temperaturas obtidas pela simulação e em laboratório. Solução: resultados elaborados indicados na tabela 11((a) e (b)). Tabela 9 – Variáveis de estado (a) e Energias da simulação do ciclo de refrigeração (b). (a) Trabalho Energia Calor (J) Interna (J) (J) Etapa a -> b: compressão isobárica -166,2 -547,2 -713,4 b -> c: adiabática :expansão 4870,0 -4870,08 0 533,5 c -> d: expansão isobárica 124,29 409,2 d -> a: compressão adiabática -5008,0 5008,0 0 Ciclo de Refrigeração -179,8 0 -179,8 Rendimento 25,21 % Vf(m³) Pf (Pa) (b) Tf (K) Estado Vi(m³) Pi (Pa) Ti (K) a -> b: compressão isobárica 0,0026 2305000 363 0,002545 2305000 b -> c: adiabática :expansão 0,0025 2305000 353 0,00662 662358, 264 c -> d: expansão isobárica 0,0066 662358, 264 0,006811 662358, 271 d -> a: compressão adiabática 0,0068 662358, 271,4 0,00261 363 2305000 353 Conclusão As simulações foram aplicadas na disciplina de Física 2 para os alunos do curso de Engenharia do Ceunsp, visando auxiliar o estudo das máquinas térmicas. Foi utilizado o programa para simular qualitativamente os dados medidos na experiência de refrigeração básica no laboratório de termodinâmica: temperaturas na entrada e saída do condensador do ciclo apresentado na figura 5 (Ta e Tb, respectivamente), na entrada e saída do evaporador (Tc e Td, respectivamente) e pressões no condensador e no evaporador. Os resultados das simulações foram analisados objetivando reproduzir o ciclo de refrigeração indicado no modelo de estudo e o aprendizado do programa pelos alunos. Futuramente, desejamos considerar a mudança de fase do gás no ciclo, e analisar as simulações comparando com o modelo do gás ideal (que não considera mudança de fase nessa simulação já feita). Os resultados obtidos pelos demais ciclos termodinâmicos (ciclo de Carnot, Stirling, Otto e Diesel) permitiram auxiliar os alunos no seu estudo, no modelo e equação de estado do gás ideal e os cálculos do trabalho, energia interna e calor envolvidos em cada etapa do ciclo. Também através da elaboração de gráficos e tabelas, o programa fornece um ambiente computacional amigável e assimilável pelos alunos na resolução de exercícios teóricos praticados em classe. Como há a necessidade de um grande tempo de execução para desenvolver os exercícios de ciclos CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 37 37 N. 02, Setembro 2010 termodinâmicos em sala de aula, o programa pode auxiliar o aluno em seu aprendizado, fornecendo a ele a possibilidade de conferir seus resultados rapidamente. A apresentação da execução do programa em sala foi bem aceita pelos alunos, que demonstraram grande interesse pela possibilidade construir as simulações dos ciclos termodinâmicos em seus estudos acadêmicos. Sua instalação pode ser feita rapidamente, e seu ambiente e interface de fácil assimilação. [9] O programa está disponível para a instalação no site : www.claudio.sartori.nom.br onde se opta no download: “programas para elaborar gráficos”. Referências bibliográficas [1] a MARCO CANTU, Dominando o Delphi 7, a Bíblia, Editora Makron Books, 1 Edição, 2003. WILLIAM H. PRESS, BRIAN P. FLANNERY, SAUL A. TEUKOLSKY, WILLIAM T. VETTERLING, Numerical Recipes in Pascal (First Edition): The Art of Scientific Computing (Hardcover), Cambridge University Press, 1996. [3] a TIPLER, Paul A., Física V. 1,4 Ed.,RJ: Livros Técnicos e Científicos S.A., 2000. [4] WYLEN, G. V.; SONNTAG, R.; BORNAKKE, C.; Fundamentos da Termodinâmica Clássica. Edgard Blucher, 2004. [5] SOUZA, E. D.; Fundamentos de Termodinâmica e Cinética Química. Didática UFMG, 2005. [6] SEARS, ZEMANSKI; Termodinâmica, vol.1. LTC, 1983. [7] STOECKER, W. F. e JONES, J. W., "Refrigeração e Ar Condicionado", McGraw-Hill, 1985. [8] COSTA, E. C., "Refrigeração", Editora Edgard Blücher Ltda, 1982. [9] www.claudio.sartori.nom.br acesso em 13 de janeiro de 2010. [2] CLÁUDIO SARTORI; IRVAL CARDOSO DE FARIA. PROGRAMA PARA SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE CICLOS TERMODINÂMICOS E MÁQUINAS TÉRMICAS Revista Complexus – Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design – Ceunsp, Salto-Sp, Ano. 1, N.2, P.21-38 , Setembro de 2010. Disponível Em: www.Engenho.Info P. 38 38