INDÚSTRIA|DE SEGUROS PAÍS MOBILIÁRIO POSITIVO | PAÍS POSITIVO 62 7.º CONGRESSO NACIONAL DOS CORRETORES E AGENTES DE SEGUROS “JUSTO VALOR NOS SEGUROS” - CENTRO DE REUNIÕES DA FIL - 15 E 16 DE OUTUBRO DE 2010 Fotografias: Fernando Piçarra NA DEMANDA DE REFERENCIAIS DE NEGÓCIO Talvez em nenhum outro momento, como o da actual conjuntura económico-financeira, tenha feito tanto sentido equacionar os pressupostos da criação e gestão de maisvalias no sector segurador. Foi justamente o lema “Justo Valor nos Seguros” que serviu de mote à realização do 7.º Congresso Nacional dos Corretores e Agentes de Seguros, evento que decorreu no Centro de Reuniões da Feira Internacional de Lisboa (FIL), nos passados dias 15 e 16 de Outubro de 2010, sob organização da APROSE - Associação Portuguesa dos Produtores Profissionais de Seguros. António Vilela, Presidente da APROSE A “Rentabilidade da Actividade Seguradora”, a nível nacional e internacional, a “Formação do Preço nos Seguros”, quer na visão das seguradoras, quer na dos seus principais prestadores de serviços, bem como a “Quantificação do Risco de Subscrição Face ao Enfoque da Solvência II”, no que concerne às directivas comunitárias de índole financeira e estratégica que se colocam ao exercício da actividade seguradora, foram alguns dos temas discutidos. A percepção do “Justo Valor nos Seguros”, segundo a Visão da Mediação de Seguros Espanhola, contou com a intervenção de José María Campadabal Castellví, Presi- A CONCORRÊNCIA É SAUDÁVEL EM CENÁRIO DE ESTABILIDADE, MAS QUANDO ANDA PRÓXIMA DA SOBREVIVÊNCIA, PROVAVELMENTE JÁ NÃO O É DE UMA FORMA TÃO CLARA dente do ‘Consejo General de los Colegios de Mediadores de Seguros’ de Espanha, entidade com a qual a APROSE, na figura do seu presidente, António Vilela, havia assinado um protocolo internacional de cooperação, no dia 14 de Outubro de 2010, por ocasião do I Fórum Ibérico dos Seguros. CONCLUSÕES QUE ABREM CAMINHOS No epílogo do 7.º Congresso Nacional dos Corretores e Agentes de Seguros, dedicado ao debate em torno do “Justo Valor nos Seguros”, António Vilela, presidente da Associação Portuguesa dos Produtores Profissionais de Seguros, considera que “nesta fase da economia em geral e do sector segurador em particular, o grande mérito da APROSE foi juntar, no mesmo evento, quase todos os operadores sectoriais, a montante e a jusante, a discutir a realidade que hoje se vive”, acrescentando que “quando se fala no justo valor e na formação do preço do produto final, no fundo o que se pretende é discutir todo o sector segurador, numa perspectiva de pensar o que é que se pode fazer neste cenário de crise que continuamos a viver e QUANDO SE FALA NO JUSTO VALOR E NA FORMAÇÃO DO PREÇO DO PRODUTO FINAL, NO FUNDO O QUE SE PRETENDE É DISCUTIR TODO O SECTOR SEGURADOR, NUMA PERSPECTIVA DE PENSAR O QUE É QUE SE PODE FAZER NESTE CENÁRIO DE CRISE QUE CONTINUAMOS A VIVER E QUE NOS TEM AFECTADO FORTEMENTE que nos tem afectado fortemente”. Consciente de que o sector está a passar um momento crítico, António Vilela defende que “as seguradoras não podem ter margens retidas, porque amanhã põem em causa a sua capacidade de responder perante os riscos que a Economia lhes transfere para gerir”. Realçando que a devolução de resultados à Economia decorre de um dever efectivo, o presidente da APROSE adverte que “o sector segurador tem de reservar uma margem para os seus accionistas, porque as seguradoras não são associações de beneficência”. A estagnação e perda da matéria segurável, associadas à falta de investimento e à pressão concorrencial, entre outros factores que têm levado a uma perda de facturação por parte das seguradoras, evidenciam a necessidade de ajustamentos estratégicos em diversos ramos. O ramo automóvel e o de acidentes de trabalho são os mais críticos, por serem aqueles onde se verifica alguma insuficiência de prémio. “Temos de ser capazes de transmitir esta realidade aos consumidores, mesmo estando a viver numa altura de crise, onde os aumentos são dificilmente compreendidos. Tem de haver ligeiras correcções e não quer dizer que tenham de ser os particulares a pagar a factura. As correcções têm de ser transversais, encontrando “Temos de continuar a trabalhar no mesmo ambiente de cooperação e de abertura assumido no congresso, por todas as partes envolvidas no negócio, buscando formas de melhor servir o cliente. É preciso manter esta chama viva e de certeza absoluta que vamos caminhar rapidamente para o tal ponto saudável de termos o justo valor no negócio dos seguros”. Fotografias: Fernando Piçarra que encontram resposta transferindo a responsabilidade para uma seguradora e os que cuja solução não passa por aí”. Confiante no futuro, António Vilela, presidente da APROSE, deseja: Fotografias: Fernando Piçarra um ponto de equilíbrio saudável para o sector”, defende António Vilela, estando ciente de que “a arte passa pela melhoria do serviço de apoio ao cliente, sem aumentar os custos operacionais e in- Mesa redonda com António Vilela, José Almaça, economista (moderador) e Pedro Seixas Vale, Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores cutindo que quem não tem valor, não tem lugar e que serviços que estão ainda hoje a ser duplicados pela mediação e pelas seguradoras têm de deixar de existir. Todas as gorduras que ainda subsistem no sector têm de ser queimadas definitivamente, em prol do consumidor”. Certo de que “a concorrência é saudável em cenário de estabilidade, mas quando anda próxima da sobrevivência, provavelmente já não o é de uma forma tão clara”, o presidente da APROSE assume uma posição pragmática: “Nós, os mediadores de seguros, somos os profissionais do sector que todos os dias são colocados à prova. Temos de evoluir e ser cada vez mais eficazes para todos os consumidores, como gestores de riscos, sabendo os Fernando Nogueira, Presidente do Instituto de Seguros de Portugal e António Vilela AS SEGURADORAS NÃO PODEM TER MARGENS RETIDAS, PORQUE AMANHÃ PÕEM EM CAUSA A SUA CAPACIDADE DE RESPONDER PERANTE OS RISCOS QUE A ECONOMIA LHES TRANSFERE PARA GERIR José Maria Campadabal, António Vilela e Manuel G. Sánchez