Belo Horizonte, quinta-feira, 28 de julho de 2011 Parceria Acadêmica: Uma doce história de qualidade Lalka completa 86 anos como referência em doces saborosos e tradicionais no Brasil ICEG - Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais Parceria Técnica: Divulgação Stanislau Grochowski, fundador da Lalka, aos 85 anos acompanha diariamente a produção Distribuindo a produção Há cerca de 4 anos, a Lalka decidiu oferecer também sorvetes. Com o sucesso da marca, cresceu no mercado o número de interessados em abrir uma franquia da Lalka. Contudo, Stanislau é contido: “Para abrir uma empresa tem de saber o que se está vendendo. Não adianta nós sermos uma empresa grande, com muitas lojas e depois isso não dar certo. Muitas vezes, quem quer uma franquia não é por amor ao segmento de negócio, mas apenas porque quer ter uma atividade remunerada, o que acaba não dando certo. Temos de garantir a qualidade dos nossos produtos e isso, hoje, eu tenho certeza que somente nós conseguimos”. A empresa considera que o número atual de lojas e os quiosques em shoppings centers – oito - são suficientes para a comercialização dos produtos. “Já estamos em bons pontos de venda. Não adianta crescer mais na região, senão uma loja tira o movimento da outra”, explica Roberto Grochowski, sócio da fábrica Lalka e um dos filhos de Stanislau. A forma encontrada para crescer em outras regiões de Minas Gerais foi firmando parcerias para comercialização em pontos de venda. A política da empresa engloba um processo diferente do sistema de fran- quias, pois há liberdade entre os envolvidos. “Não há imposições aos fraqueados, embora haja contrato exclusivo com a nossa marca”, explica Roberto. Produtos – “Antigamente, chocolate era somente para se presentear. Não se consumia muito. Portanto, nosso carro-chefe, quando começamos, era o caramelo. A partir da década de 70 que o consumo do chocolate aumentou”, lembra Roberto. Hoje, o doce já se tornou paixão mundial e, na Lalka, chega a ser procurado tanto quanto as balas. Atualmente, o mix chega a 140 produtos, dentre balas, chocolate e bombons. O grande diferencial é que tudo é produzido todos os dias, sem o uso de conservantes. A produção é feita na fábrica do bairro Floresta, onde trabalham 15 funcionários. Já cada loja tem uma média de três a quatro atendentes. Além de pontos de vendas em cidades como Sete Lagoas, Serra do Cipó e Poços de Caldas, a empresa atende a demandas de encomendas para festas. O segredo para o sucesso? É Stanislau quem conta: “Ouvimos nossos clientes, criamos novos produtos, estamos sempre aberto a sugestões. Foi assim que conquistamos nossa credibilidade, escutando nossos clientes”. Colaborou: Mariana Vasconcellos | MHD Comunicação: [email protected] Um sabor inigualável Leonardo Motta* Como é bom ver uma história doce como esta nas páginas do DC SUCESSO. Em um mundo em que a maioria das empresas não chega ao seu primeiro ano de existência, temos o prazer de falar hoje sobre uma empresa que teve seu inicio na década de 20. Para valorizar essa marca, é preciso se pensar na grande concorrência nesse setor, em que existem enormes empresas; na inclusão de tecnologias novas, o que mudou tudo nesse período e, principalmente, na mudança de hábitos dos consumidores - a exigência de cada um, novas vontades e tendências. Diante disso, é surpreendente e admirável essa história, de gente que sempre conseguiu driblar tudo isso ao longo do tempo. É simples imaginar o orgulho e tudo que essa turma que veste a camisa da Lalka sente por essa empresa e essa marca. Hoje são 8 lojas em Belo Horizonte, onde muita gente trabalha distribuindo sorrisos e as mais variadas delícias. Vou cometer uma inconfidência nessa história, mas que tem tudo a ver com a Lalka. Tenho uma prima que mora em Paris, cidade conhecida por ser a ‘Meca’ de tantas coisas e dos melhores sabores. Mesmo assim, ela não fica sem as deliciosas balas da Lalka. Portanto, esse sabor especial vem conquistando vários amigos parisienses dela. É isso que move o futuro dessa empresa: o paladar inigualável, que conquista a todos que provam de seus produtos. * [email protected] Patrocinadores: Ouvimos nossos clientes, criamos novos produtos, estamos sempre abertos a sugestões Maria Helena Dias (MHD Comunicação) Seja uma bala, um chocolate ou uma receita mais elaborada, arrisco-me a afirmar que não há quem resista a uma guloseima. Talvez isso explique o crescimento das vendas de doces de todos os tipos no mundo. Só no Brasil, o setor faturou R$ 6 bilhões em 2010, segundo pesquisa do Instituto Euromonitor, responsável pelo monitoramento do consumo em vários países. São inúmeras as fábricas no Brasil, mas a história dessas delícias nem sempre foi assim tão doce. Embora não existam registros oficiais sobre o surgimento dessas iguarias, sabe-se pela memória do povo que, no início, as produções aconteciam em fundos de quintais, misturando-se água, açúcar e corantes, até que se encontrasse a bala perfeita. Embora muita coisa tenha mudado - e a tecnologia tenha uma grande responsabilidade nisso - o segmento de doces continua requerendo trabalho duro, o exato “mão na massa”. Nesse setor, acreditam alguns que industrializar demais é perigoso, que é preciso manter o toque artesanal, pois é ele que garante aquele gostinho tão peculiar de boas lembranças. E é com essa palavra – lembrança – que a Lalka, fabricante e distribuidora de balas, confeitos, chocolates e trufas, está no mercado desde 1925. Especialmente na loja do bairro Floresta, muita gente já passou bons momentos. Podemos dizer que saborear uma bala Lalka é receber uma boa dose de pura nostalgia. Quem mantém a risca a tradição da marca é o empresário Stanislau Grochowski. Aos 85 anos e sendo presença constante na fábrica para acompanhar de perto a produção, ele guarda a sete chaves as receitas passadas por seu pai, o polonês Henryk Grochowski. A empresa é quase uma extensão de casa. Stanislau divide a administração da fábrica e das oito lojas em Belo Horizonte com os filhos e netos. A esposa Irene, que já faleceu, também ajudava na produção. Foi uma repetição da história, já que a mãe de Stanislau, Helena, também sempre ajudou na produção, ao lado do marido Henryk, quando a Lalka foi fundada. A empresa ganhou esse nome em homenagem à cidade natal do fundador, que em polonês significa “boneca”. Nos últimos 5 anos, a Laka mantém um crescimento de 5% ao ano e são vendidas em média duas toneladas de balas e uma de chocolate ao mês. “Meu pai viu um futuro na profissão, ele gostava muito do que fazia”, explica Stanislau. A boneca dos doces Henryk Grochowski veio da Polônia para o Brasil em 1912. Inicialmente, estabeleceu-se em Petrópolis, onde começou a trabalhar como baleiro na conceituada Patrone. Em 1925, após conhecer Belo Horizonte e casar-se com Helena, decidiu investir em uma fábrica própria. Foi quando surgiu a Lalka. Com produção semiartesanal e equipamentos de segunda mão, o começo da Lalka foi difícil. “O próprio maquinário era uma raridade. Quase tudo era manual. Vendíamos muito para o interior. Os doces iam em carroças até a Estação Central e eram despachados de trem”, lembra. Em dias de produções em larga escala, como natal e páscoa, toda a família Grochowski se reunia para ajudar a embrulhar as balas. O primeiro ponto de venda fora da fábrica foi aberto na década de 1930, junto ao abrigo dos Bondes, na avenida Afonso Pena com rua da Bahia. Depois, vieram as vendas exclusivas em cinemas. “Os filmes tinham em média quatro intervalos. Só a Lalka vendia balas nos cinemas. Nossos produtos ficavam do lado da bilheteria, no Cine Brasil. Eu gostava de ir vender para poder assistir aos filmes”, diz sorridente Stanislau. Em 1952, com o falecimento do seu pai Henryk, Stanislau assumiu a empresa, restringindo as vendas apenas à primeira loja, no bairro Floresta. Apesar de ter duas irmãs, o caminho para a administração da empresa foi natural, pois o empresário sempre trabalhou na Lalka e conhecia todas as etapas para o bom funcionamento. Na década de 70, a empresa ganhou gás novo e retomou os investimentos, já que os filhos de Stanislau passaram a ser sócios da empresa. Foi quando foram abertas lojas na Savassi. Já em 1980, as lojas de Contagem e Belo Horizonte, nos bairros Cidade Nova e Sion, nas avenidas Prudente de Morais e Uruguai, confirmaram o sucesso da doceria. Na década de 90, revisto o posicionamento, a Lalka decidiu focar o seu atendimento somente nas classes A e B, centralizando as lojas mais para a região sul da capital. Opinião do Cliente “Eu e minha família nascemos e crescemos na Lalka. Levada pelo meus pais, lembro-me de a vida inteira visitar a loja aos finais de semana – era passeio obrigatório. É um amor que vem de geração para geração e agora nossos filhos e netos também estão sendo criados com as balas e bombons da Lalka. Conhecemos todos os funcionários pelo nome e sempre fomos muito bem atendidos. Famosa pela tradição e qualidade, a marca dispensa propaganda. São saborosas e únicas”. Tereza Cristina Lopes Fernandes, aposentada.