UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA DAVID LAIPELT DE SÁ O CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ/SC: O PROJETO TECENDO REDES PALHOÇA 2009 DAVID LAIPELT DE SÁ O CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ/SC: O PROJETO TECENDO REDES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Serviço Social, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Orientadora: Profª. Dra. Darlene de Moraes Silveira. PALHOÇA 2009 DAVID LAIPELT DE SÁ O CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ/SC: O PROJETO TECENDO REDES Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Serviço Social, da Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça,____de__________de 2009. _____________________________________________________ Professora Orientadora: Dra. Darlene De Moraes Silveira Universidade do sul de Santa Catarina _____________________________________________________ 1º Membro da Banca: Profa. M.Sc. Vera Nícia Fortkamp De Araújo Universidade do sul de Santa Catarina _____________________________________________________ 2º Membro da Banca Prof. M.Sc. Roberto Iunskovski Universidade do sul de Santa Catarina O Futuro não é um lugar qualquer para aonde estamos indo, mas que estamos construindo. Os caminhos que a ele conduzem não precisam ser encontrados, mas criados, e o ato de criá-los transforma tanto o criador quanto a sua destinação. John schaar. AGRADECIMENTOS Agradeço a todos aqueles que de alguma forma contribuíram em minha formação no transcorrer dos quatro anos de curso de graduação em Serviço Social e também na elaboração deste trabalho. Em especial, não poderia deixar de expressar publicamente minha gratidão: Primeiramente a Deus, por ter colocado em meu caminho pessoas maravilhosas que estiveram sempre prontas a me ajudar; Meus pais e irmão por estarem comigo propiciando estabilidade em todos os momentos, através de demonstrações sinceras de amor, carinho e dedicação; Ao Anderson, amigo e companheiro de todas as horas que deu apoio e auxilio, contribuindo para minha formação profissional; Á professora e orientadora, Darlene de Moraes Silveira pela paciência e pelo profissionalismo na orientação deste estudo. Aos membros da banca professora Vera Nicia. F de Araújo e professor Roberto Iunskovski agradeço pela colaboração; Aos professores que dividiram suas experiências e ajudaram neste processo de formação, durante a trajetória acadêmica, dividindo saberes, trocando informações e incentivando; As três supervisoras de campo Márcia Ferrari, Válbia Campos Pereira e Ciberen Quadros Ouriques, pela suas orientações e esclarecimentos durante o processo de estágio, e aos amigos do CRAS, o meu obrigado; Aos amigos especiais, a Psicóloga Liliane, a Coordenadora Administrativa Daguimar, Juliana, Solange, Rosana Stefanello, Indianara; Aos amigos da faculdade que estiveram presentes, durante esta fase de formação. RESUMO O referido Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, vem apresentar a contribuição do Serviço Social no desenvolvimento do Projeto Tecendo Redes junto ao Centro de Referência da Assistência Social – CRAS de São José/SC. O CRAS se configura como a porta de entrada de todas as demandas sociais, o que motivou o conhecimento da rede socioassistencial do Município. Diante das demandas e rotina do CRAS, foi criado o Projeto Tecendo Redes, com o objetivo de fazer a articulação e a troca de informações entre as instituições que prestam serviços socioassistenciais em São José/SC, bem como propiciar a agilidade no encaminhamento das demandas. As reflexões teórico-práticas aqui apresentadas decorrem do estágio curricular em Serviço Social realizado pelo acadêmico, que ocorreu entre os anos de 2007 e 2008, a partir do processo de implantação do CRAS, no período de estágio curricular. O destaque é para a participação na elaboração e implantação do Projeto Tecendo Redes. Para tanto, foi utilizado como conteúdo: a Constituição da república Federativa do Brasil de 1988, a Lei Orgânica da Assistência Social –LOAS, o Sistema Único de Assistência Social – SUAS, a Política Nacional de Assistência Social e os documentos da Política Municipal de Assistencial Social de São José. O presente TCC também é fruto de uma pesquisa bibliográfica e documental e apresenta estudos que demonstram as contribuições do Serviço Social junto ao Projeto Tecendo Redes, garantindo o acesso aos direitos sociais através da articulação de um maior número de instituições socioassistenciais e com isso qualificando o atendimento aos usuários da rede. Palavras Chaves: Assistência Social. Rede Socioassistencial. Serviço Social. ABSTRACT The Work Conclusion of Course - WCC, is presenting the contribution of Social Service in the development of Network Weaving Project at the Center of Reference of Social Welfare - CRAS de São José/SC. The CRAS is configured as a port of entry for all social demands, which led to knowledge of the social welfare network in the city. Faced with the demands and routine of CRAS, was the Network Weaving Project, aiming to make the articulation and exchange of information between the institutions providing social care in São José/SC, and provide the flexibility in routing of demands. The theoretical and practical ideas presented here stem from the training curriculum in Social Service conducted by academic, which occurred between the years 2007 and 2008, from the deployment of CRAS in the period of traineeship. The focus is to participate in the drafting and implementation of Network Weaving Project. For both, was used as content: the Constitution of the Federative Republic of Brazil of 1988, the Organic Law of Social Welfare - LOAS, the Single System of Social Assistance - SUAS, the National Policy for Social Assistance and the documents of the Municipal Assistance Policy Social de San José This WCC is also a result of a literature search and document and submit studies that demonstrate the contribution of Social Service at the Weaving Project Network, ensuring access to social rights through the articulation of a larger number of social welfare institutions and with that describing the service to users of the network. Keywords: Social Assistance. Socio-network care. Social Service. LISTA DE SIGLAS BPC – Benefício de Prestação Continuada CF/88 – Constituição Federal de 1988. CRAS - Centro de Referência da Assistência Social CREAS - Centro de Referência Especializado na Assistência Social CASAN- Companhia Catarinense de Águas e Saneamentos CEBAS- Certificado de Entidades Beneficentes de Assistência Social CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina CAGED- Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CNAS- Conselho Nacional de Assistência Social CMAS- Conselho Municipal de Assistência Social FNAS – Fundo Nacional de Assistência Social FMAS- Fundo Municipal de Assistência Social IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS- Imposto Sobre Circulação de Mercadoria IDH- Índice de Desenvolvimento Humano LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social LA- Liberdade Assistida MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome NOB/SUAS - Norma Operacional Básica da Assistência Social NOB/RH/SUAS - Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social PBF - Programa Bolsa Família PIB- Produto Interno Bruto PAIF - Programa de Atenção Integral as Famílias PNAS – Política Nacional de Assistência Social PNAS- Plano Municipal de Assistência Social PSC- Prestação de Serviço á Comunidade PETI –Programa de Erradicação do Trabalho Infantil PEVES – Plano de Enfrentamento da Violência Sexual Infanta Juvenil. SUAS - Sistema Único de Assistência Social SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................12 2 A ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA ............................................14 2.1 A POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E SUA TRAJETÓRIA ...........14 2.2 O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL –SUAS ........................................27 2.3 CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL - CRAS E SEUS DESDOBRAMENTOS ....................................................................................................33 2.4 PAIF: AÇÕES E SERVIÇOS ....................................................................................36 3 SÃO JOSÉ E A POLÍTICA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL .......................41 3.1- SÃO JOSÉ: ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA SOCIAL E POLÍTICA. .......................41 3.2 A POLÍTICA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.............................................46 4 O CRAS DE SÃO JOSÉ E O PROJETO TECENDO REDES ....................................54 4.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO TECENDO REDES ............................................54 4.2 AS CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AO PROJETO TECENDO REDES - SÃO JOSÉ ......................................................................................................60 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................68 APÊNDICE 1 ..................................................................................................................73 APÊNDICE 2 ..................................................................................................................76 12 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho de conclusão de curso aborda o Projeto Tecendo Redes, desenvolvido no Centro de Referência da Assistência Social – CRAS São José/SC, e acompanhado durante a prática de estágio curricular obrigatório no período de 2007 a 2008. No Brasil o grande marco histórico na área da Assistência Social como política pública de direitos, foi a promulgação da Constituição Federal de 1988, que vem garantir a seguridade social, integrando ações e iniciativas dos poderes públicos e da sociedade, assegurando os direitos relativos à saúde, a previdência e assistência social. Regulamentando a Constituição Federal de 1988 é criado a Lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (Lei Orgânica da Assistência Social) e, a partir desta, a Política Nacional de Assistência Social – PNAS. Integrando o Sistema Único de Assistência Social, em São José é criado o Centro de Referência da Assistência social – CRAS em 2007 e tem como função, dentre outros, o de desenvolver atividades em áreas de risco e vulnerabilidade social. Ao CRAS cabe a prestação de serviços e programas socioassistenciais de proteção social básica a indivíduos/famílias e grupos sociais. O CRAS é uma unidade pública estatal vinculada à diretoria de proteção social básica da Secretária de Ação Social da Prefeitura Municipal de São José. Dentre as ações desenvolvidas pelo CRAS está o Programa de Atenção Integral a Família (PAIF), que acolhe, orienta, presta informações e encaminha os indivíduos aos serviços da assistência social e outras políticas. No decorrer do exercício da prática de estágio curricular no CRAS, inicialmente voltou-se para atendimentos pontuais junto ao PAIF. Como no município não havia articulação com as entidades que prestam trabalhos socioassistenciais à população, surgiu à proposta por parte do Serviço Social do CRAS, de realizar o mapeamento das instituições socioassistenciais potencializando e qualificando a assistência social aqueles que dela necessitam. 13 A partir daí, passou a ser organizado do Projeto Tecendo Redes, com objetivo de mapear as instituições que prestam trabalhos socioassistenciais no município de São José. Este estudo está estruturado com as seguintes seções: No primeiro capítulo está a introdução, apresentando os objetivos do presente trabalho. O segundo capítulo aborda a Assistência Social como política pública de direitos, trazendo um resgate histórico e a inclusão desta na Constituição Federal de 1988, com a efetivação da Seguridade Social. Destaca-se a criação do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS e por parte deste, a Política Nacional de Assistência Social – PNAS, que tem como objetivo desenvolver programas, projetos e benefícios de proteção social básica e especial. No terceiro capítulo será apresentado o município de São José e a Política Municipal de Assistência Social, com a abordagem de sua estrutura econômica social e política, assim desencadeando um processo de conhecimento do município e seu desenvolvimento. Neste mesmo capítulo será apresentada a implantação do Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS do município, para posteriormente a Política Municipal de Assistência Social. No quarto capítulo será apresentado o CRAS de São José e o Projeto Tecendo Redes, assim como seu processo de criação e implementação. Como a prática de estágio curricular em Serviço Social ocorreu junto ao CRAS e a criação do Projeto Tecendo Redes, discorre-se sobre as reflexões teórico - práticas referentes a esta vivência, destacando as contribuições do Serviço Social para o desenvolvimento deste Projeto. Este estudo se encerra com a apresentação das considerações finais e suas respectivas análises. 14 2 A ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA Esta seção aborda os aspectos históricos da Política Nacional de Assistência Social 2.1 A POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E SUA TRAJETÓRIA Este item vem apresentar o percurso da política de assistência social no Brasil ao longo da história e as lutas enfrentadas pela sociedade, que culminaram em importantes conquistas dos direitos sociais garantidos pela Constituição Federal de 1988. De acordo com Santos (2001), inicialmente a assistência social era de responsabilidade das famílias, sob a égide da igreja católica. Durante o Período Medieval, as ações sociais foram ampliadas, tornando-se compromisso de toda a sociedade cristã assistir aos seus membros. Essa visão Medieval era baseada em princípios como a caridade, e posteriormente como assistencialismo e ações solidárias. Ainda segundo Santos (2001, p. 15) “Sob a ordem capitalista, nas sociedades modernas, a prática da assistência social passou a compor o conjunto de intervenções estatais de caráter regulatório, constituídas na condição de mediação entre capital e trabalho”. Com o passar dos tempos mudou-se a concepção no que diz respeito aos direitos, pois, passou-se para uma nova ordem com a criação do aparato legal pautado na concepção de cidadania e direitos sociais. A identificação de Assistência social com o assistencialismo e com a filantropia ainda é parte dos desafios a serem enfrentados nesta área. Décadas de clientelismo consolidam uma cultura tuteladora que não tem favorecido o protagonismo nem a emancipação dos usuários da Assistência Social em nossa sociedade (YASBEK, 2004, P.19). Com a criação das leis ocorre um redirecionamento da assistência social, voltado à visão histórica e crítica de homem, ou seja, transformou-se a simples caridade em direcionamentos e encaminhamentos para adquirir a condição de cidadania. 15 Esses encaminhamentos fizeram com que as leis tivessem sua efetividade, tornado possível à prática da cidadania. No decorrer da história brasileira, surgiram Constituições que não foram efetivadas, mas que tiveram uma grande significado na construção da “Constituição cidadã”, conforme foi denominada pelo então Presidente da Assembléia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988. (LOYOLA, 2008). Esta constituição tem como importante referência o movimento social popular que influenciou fortemente o texto vigente, conforme explica Pontes (2009, p. 6-7): A Constituição de 1988 é uma constituição garantia. Ela dispõe sobre direitos fundamentais sociais (de defesa, de prestações e de participação) e políticas sociais. Nesse último aspecto ela estabelece básicos sociais que dão origem às políticas. São componentes dos direitos básicos: Política de habitação; Alimentação e água potável; Meio ambiente; Trabalho; Saúde; Segurança (integridade física); Segurança econômica; Segurança no planejamento familiar, na gestação e no parto; Educação básica; Proteção a crianças e adolescentes; Relações primárias significativas – direito ao convívio familiar e social (princípio da tolerância) Idoso e portador de deficiência.1 Na Constituição Federal de 1988 foram definidos os direitos dos cidadãos, sejam sociais, políticos, individuais, coletivos; como também foram estabelecidos limites para o poder dos governantes. Nessa Constituição percebe-se a importância na efetivação das Leis que configuram uma nova ordem social. Desta forma identificamos em seu artigo 194 capitulo II o seguinte texto: A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I Universalidade da cobertura e do atendimento; 1 Disponível em www.mp.ma.gov.br/site/centrosapoio/infJuventude/doutConsPoliticaPublicas.doc. Acesso em 20.abr.2009. 16 II Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV Irredutibilidade do valor dos benefícios; V Eqüidade na forma de participação no custeio; VI Diversidade da base de financiamento; VII Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados. Com a análise do artigo 194 da CF/1998, percebe-se a importância do conjunto de ações que abrange o tripé da Seguridade Social, que são: a Saúde, a Previdência e a Assistência. A Seguridade Social é um conjunto de ações dos poderes públicos e da sociedade civil, que tem por objetivo assegurar o direito à saúde, à previdência, e à assistência social. No Brasil, esse conceito de Seguridade Social surgiu a partir da criação da Constituição de 1988, (SILVEIRA, 1997). Portanto a sociedade tem direito ao acesso aos benefícios, e o dever de contribuir para manter a solidariedade entre os cidadãos. Entende-se que a Seguridade Social veio com o objetivo de garantir os mínimos sociais, ou seja, a assistência social e a saúde são caracterizadas como direitos sociais de caráter não contributivo. [...] Portanto, a seguridade social é um espaço de disputa de recursos – uma disputa política que expressa projetos societários, onde se movem os interesses das maiorias, mas estão presentes as marcas históricas da cultura política autoritária no Brasil, que se expressa pela pouca distinção entre público e privado, pelo clientelismo e pelo patrimonialismo. O resultado desse embate tem forte impacto sobre uma parcela enorme da população que conta com as políticas de seguridade para sua sobrevivência [...] (CFESS 2000). Desta forma devemos entender o verdadeiro papel desses direitos na sociedade, com análise dos artigos 196, 197 e 198 conforme consta na Constituição Federal de 1988 que diz: Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 17 II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. (BRASIL, 1988). Como se pode observar, consta na CF/88, a saúde é direito de todos e dever do estado. O sistema de saúde no Brasil, ao longo dos anos passou por várias avaliações e transformações, porém os problemas encontrados neste processo, ainda o tornam bastante deficitário. Vários municípios no país, não dispõem ainda de uma boa infra estrutura hospitalar e ambulatorial que atenda as demandas mais emergenciais da população. (CEBES, 2007) Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988). O sistema ainda se mostra precário, com falta de profissionais habilitados, por outro lado, há uma grande discussão quanto à viabilidade de recursos financeiros, campanhas e medidas de prevenção à saúde. Cabe a sociedade civil acompanhar e participar do processo de desenvolvimento de políticas públicas na saúde, com isso, estarão exercendo sua cidadania e garantindo seus direitos. Conforme o Art. 201. da CF/88, “A previdência social será organizada sob forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei:” I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte, incluídos os resultantes de acidentes do trabalho, velhice e reclusão; II - ajuda à manutenção dos dependentes dos segurados de baixa renda; III - proteção à maternidade, especialmente à gestante; IV - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; V - pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, obedecido o disposto no § 2º. Monteiro, (2007), explica que têm direito à previdência social, todos os cidadãos que contribuíram para a previdência, no decorrer de sua vida profissional, com o pagamento de um percentual de seus vencimentos. Esta lei garante renda e sustento ao trabalhador e sua família, nas situações que lhe impedem de trabalhar, temporária ou definitivamente. Tais como: doença, invalidez, acidente de trabalho, gravidez, velhice ou morte. 18 Com relação à Seção IV, que fala da Assistência Social podemos salientar que: Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. A assistência social é composta por programas, projetos, serviços e benefícios, que devem ser prestados pelo Estado e, de modo complementar, pelas entidades de assistência social. As ações da assistência social devem ser desenvolvidas de forma integrada e articulada com outras políticas sociais, no sentido de atingir a universalidade da cobertura das necessidades e do atendimento de todos que dela necessitarem. A política de assistência social deve estar organizada para promover o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, a capacidade de proteção a família, autonomia e o protagonismo dos indivíduos, famílias e comunidades. Conforme as informações nos artigos anteriormente citados, percebemos a articulação entre saúde, assistência e previdência, onde uma, complementa a outra. No contexto da saúde busca-se atuar nas necessidades do ser humano, na prevenção e cura de determinadas doenças, agindo através de programas participação efetiva da comunidade. A saúde é buscada pela comunidade como peça principal na garantia de direitos. Com relação à previdência, podemos dizer que esta, traz o acesso aos direitos de forma contributiva, mas que é complementada na aplicação da assistência social, com um arranjo de todos os direitos do cidadão e busca através de políticas publicas a efetivação desses direitos. Em nossa sociedade a assistência social ainda é confundida com a filantropia e benemerência. Sendo interpretadas como solidariedade, ajuda, primeiro – dinamismo, ou, benesses cedidas por políticos. A assistência social agrega uma nova característica, pois transfere auxílio ao interessado, que não pode resolver por si, por falta de conhecimento, condições financeiras ou condição física. Conforme consta no capitulo II art. 6 da CF/88: “são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o 19 lazer, a segurança, a previdência social, à proteção a maternidade e à infância, a assistência aos desempregados, na forma desta Constituição.” (BRASIL, 2000) Portanto, a assistência social compreende um conjunto de ações desenvolvidas nas áreas públicas e privadas, prevenindo por meio de métodos e técnicas as principais deficiências dos indivíduos, grupos, convivência e autonomia. A assistência social vem sendo estruturada nas relações com a sociedade civil e o Estado, pois até então, suas práticas vinham sendo tratadas como sobras de recursos e não eram vistas como política pública. Assim, o Estado resistia em transformar a assistência social em política pública, fato este que veio ocorrer com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Por várias décadas a assistência social era vista como doações de auxílios, tutela, e prestação de favores, o que gerou cada vez mais a desigualdade social e a pobreza, pois operava de forma descontínua e em situações pontuais. A assistência social, desenvolveu-se como prática mediada por organizações sem fins lucrativos e por voluntariado, sem ter um delineamento concreto no campo do que era público ou privado. A Constituição de 1988 fez com que a assistência social fosse conceituada de forma correta como política de seguridade social, assim como a saúde e a previdência social. Percebendo essa importância, cria-se um novo meio de garantia dessas Leis, com a regulamentação da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS Lei nº 8742, em 07.12.1993 A LOAS (1993) estabeleceu o funcionamento dessa política, entre as três esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal. Nesse sentido, pode-se afirmar que a Loas estabelece uma nova matriz para assistência social brasileira, iniciando um processo que tem como perspectiva torná-la visível como política pública e direito dos que dela necessitem. A inserção na Seguridade aponta também para seu caráter de política de proteção social articulada a outras políticas do campo social voltadas para a garantia de direitos de condições dignas de vida. Desse modo, a Assistência social configura-se como possibilidade de reconhecimento público de legitimidade das demandas de seus usuários e espaço de ampliação de seu protagonismo. (YAZBEK, 2004, p.13) Essa Lei foi criada com o objetivo de assegurar os mínimos sociais às famílias que se encontram em vulnerabilidade social. Podemos considerar que, os mínimos 20 sociais são os resultados que a Lei deverá garantir, em termos de superação das dificuldades sociais, em cada área prioritária. A renda não é o único fator responsável pela pobreza. Existem outros fatores relacionados com esta situação como: baixa escolaridade, falta de qualificação profissional, dificuldade de inserção no mercado de trabalho, entre outros. Desse modo, é de responsabilidade de cada município, estar desenvolvendo programas e projetos de acordo com suas demandas, com objetivo de reduzir a desigualdade social. É bom lembrar que o reconhecimento de direitos sociais, embora garantidos constitucionalmente, não vem constituindo em atributo efetivo das políticas sociais no país. No vasto campo de atendimento das necessidades sociais das classes empobrecidas administram-se favores. Décadas de clientelismo consolidaram uma cultura, que não tem favorecido o protagonismo nem a emancipação dessas classes em nossa sociedade. (YAZBEK, 2001. p44). Conforme consta na LOAS (1993), hoje a política de assistência social procura garantir os direitos da população, mas nem sempre esses são garantidos. Azevedo (2005) esclarece que a participação da sociedade civil é fundamental para a administração pública, segundo o autor, a população detém as informações necessárias para que os políticos, eleitos pelo povo para representá-lo diante do poder público, compreendam a finalidade do cargo que ocupam, o autor explica ainda que a vontade coletiva da comunidade, fornece [...] substrato para que o administrador, no campo de sua discricionariedade administrativa (democrática), possa eleger o que seja realmente prioritário e congruente para viabilizar as políticas públicas ou mesmo instituí-las. E nada mais justo que integrar os próprios destinatários dessas políticas no processo de sua escolha, modo e formação, atuando como co-autores e controladores políticos e sociais. (AZEVEDO, 2005) O que se percebe é que algumas lideranças distorcem a realidade para se beneficiarem, pois não favorecem a participação política da população, fazendo com que os “destinatários” das políticas sociais sejam excluídos e desprovidos de seus reais direitos. A política de assistência social é de responsabilidade pública, O Estado por sua vez, não consegue atender toda a demanda existente, desta forma, outras entidades surgem, fazendo o papel que também é dever do estado. 21 Com o surgimento desse novo direcionamento social, procura-se efetivar parcerias, partilhando recursos em troca de benefícios mútuos, chegando a objetivos comuns, buscando novos recursos e dando visibilidade a sua organização. Na busca real desses objetivos, emergem normas para efetivação de direitos, desta forma, cria-se princípios e diretrizes. No texto da Lei Orgânica da Assistência Social, encontramos no seu art.4, os seguintes princípios: I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. (LOAS, 1993). Portanto, é direito do cidadão ter acesso à Assistência Social, sendo que o poder público deve ter o compromisso de oferecer serviços de qualidade, garantindo o respeito, à dignidade, igualdade de direitos dos cidadãos, e também, o compromisso de divulgação dos benefícios ofertados. Dessa forma, além dos princípios descritos na Lei, temos que pensar nas diretrizes, que têm como base o seguinte: I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera do governo (LOAS, 1993). Essas diretrizes têm como principal objetivo, nortear as ações no que diz respeito à Assistência social no Brasil. Essa Lei nos traz uma visão estrutural de como se organiza a Assistência Social. Conforme consta na Lei, as ações na área de assistência social têm um caráter descentralizado, efetivando uma distribuição mais equilibrada de recursos e articulando ações entre a sociedade civil e o estado. (LOAS, 1993). 22 Para que esta articulação aconteça, é necessária a participação das entidades de assistência social nos conselhos de políticas públicas, definidos por Azevedo (2005), como: órgãos colegiados congêneres, uma vez que compartilham aspectos que, no essencial, lhes conferem uma identidade comum. Logo, a maioria das entidades que os compõem são independentes, suas Diretorias são eleitas e possuem efetivo poder de fiscalização. A eficácia de seus resultados depende da manutenção de sua própria autonomia, para que não funcionem como simples extensão da vontade do Chefe do Executivo. Neste sentido, foi criado o Conselho Nacional de Assistência Social-CNAS, em 4 de fevereiro de 1994, resultante da implementação de proposição contida na Lei Orgânica de Assistência Social-LOAS. O conselho é um espaço democrático onde são decididos assuntos de interesse público, e participam das reuniões do conselho, entidades cadastradas e representantes da sociedade civil. A Constituição Federal aponta como principio a redemocratização do país e, como diretrizes, a descentralização, a municipalização, a participação popular, o comando único das ações em cada esfera de governo no âmbito das políticas públicas, o que deve contaminar a formação e o propósito de cada conselho municipal e a própria prática do cidadão. (BATTINI, 1998, p.31). Podemos observar que a assistência social depende destas três esferas citadas anteriormente. Cabe lembrar as competências da união, estados e municípios na organização de um sistema descentralizado, conforme referido na LOAS (1993), nos artigos 12, 13 e 15 , desta forma: Art. 12. Compete à União: I - responder pela concessão e manutenção dos benefícios de prestação continuada definidos no art. 203 da Constituição Federal; II - apoiar técnica e financeiramente os serviços, os programas e os projetos de enfrentamento da pobreza em âmbito nacional; III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência. Art. 13. Compete aos Estados: I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de participação no custeio do pagamento dos auxílios natalidade e funeral, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Estaduais de Assistência Social; II - apoiar técnica e financeiramente os serviços, os programas e os projetos de enfrentamento da pobreza em âmbito regional ou local; III - atender, em conjunto com os Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência; IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as associações e consórcios municipais na prestação de serviços de assistência social; V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou ausência de demanda municipal justifiquem uma regional de serviços, desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado. 23 Art. 15. Compete aos Municípios: I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos auxílios natalidade e funeral, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Municipais de Assistência Social; II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral; III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza incluindo a parceria com organizações da sociedade civil; IV - atender às ações assistenciais de caráter de emergência; V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 desta Lei. Com relação ao parágrafo II – Dos benefícios eventuais podemos dizer que: Entende-se por benefícios eventuais o pagamento de auxilio por natalidade ou morte, às famílias cuja renda per capita seja inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo. Marcada, portanto pelo caráter civilizatório presente na consagração de direitos sociais, a LOAS exige que as provisões assistenciais sejam prioritariamente pensadas no âmbito das garantias de cidadania sob a vigência do Estado, cabendo a este a universalização da cobertura e garantia de direitos e de acesso para serviços, programas e projetos sob sua responsabilidade. (YAZBEK, 2004, p.13). Conforme a LOAS, é de responsabilidade dos municípios a prestação de benefícios eventuais, captação de recursos e pagamentos. Disponibilizando uma estrutura de atendimento aos usuários, onde estejam integrados aos demais serviços, programas e projetos. Com relação ao parágrafo III, que diz respeito aos serviços, podemos salientar que: Entendem-se como serviços assistenciais as atividades continuadas que auxiliem na melhoria da qualidade de vida do cidadão, ou seja, este serviço tem que ser garantido, independente do seu governo. De acordo com os serviços oferecidos podemos citar: Atenção integral as famílias, inclusão produtiva, projetos de enfrentamento à pobreza, espaço de convivência para idosos, serviços socioeducativos para crianças e adolescentes e programas voltados para jovens e adultos. Desta forma, esses serviços buscam o fortalecimento e a inclusão do cidadão na sociedade. Ao analisarmos os programas de assistência social, verificamos que os mesmos, compreendem ações integradas e complementares com objetivos, tempo e área de abrangência definidos para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os 24 serviços assistências, podemos citar exemplos como: PAIF, Projeto Agente Jovem, BPC e Programa Bolsa Família. Segundo Martins (1993, p. 28), com quem também concordamos, a pobreza não é somente uma categoria econômica é também uma categoria política e se expressa na carência de direitos, de possibilidades, de esperança – pobreza de direitos. A existência da perspectiva reducionista do que sejam as necessidades básicas e os mínimos sociais tem por referência de análise a concepção histórica de culpabilização dos pobres por sua própria condição de pobreza. Assim, por um viés individualizante, considera-se que se eles não conseguiram meios para garantir sua própria sobrevivência podem dispor de recursos viabilizados pelo Estado por um tempo limitado, tempo este para que “apoiados” consigam superar essas dificuldades e não mais precisem dessa” ajuda”, podendo a partir de então” caminhar com suas próprias pernas” o que é conhecido como “porta de saída da assistência”. Com relação aos projetos de enfrentamento à pobreza, cabe descrever que os mesmos, compreendem ações e investimentos sociais nos grupos populares, para que posteriormente está população, possa ter meios de subsistência, melhorando assim, sua qualidade de vida. .A forma do financiamento da assistência social está definida pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS, 93). Nesse âmbito, a LOAS define que são executados pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios, as contribuições sociais ligadas à seguridade social e outros tipos de receita, inclusive oriundas de pessoas físicas, que compuserem o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). Para que sejam desenvolvidos programas e projetos, é necessário que os Municípios, Estados e Distrito Federal, tenham um diagnóstico do território, levando em consideração a capacidade de gestão e de arrecadação. O Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, encontra - se descrito nos artigos 17, 18, 19, da LOAS (1993) , os quais definem a competência e a estrutura de organização. Os conselhos, nos moldes definidos pela Constituição Federal de 1988, são espaços públicos com força legal para atuar nas políticas públicas, na definição de suas prioridades, de seus conteúdos e recursos orçamentários, de segmentos sociais a serem atendidos e na avaliação dos resultados. A composição plural e heterogênea, com representação da sociedade civil e do governo em diferentes formatos, caracteriza os conselhos como instâncias de negociação de conflitos entre diferentes grupos e interesses, portanto, como campo de disputas políticas, de conceitos e processos, de significados e resultados políticos. (RAICHELIS, 2006, p.11). 25 O artigo 17 da LOAS, trata da criação do Conselho Nacional de Assistência Social- CNAS, sendo ele, um órgão superior de deliberação colegiada, vinculado a estrutura do órgão de Administração Pública Federal, responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social. Seus membros são nomeados pelo Presidente da República e tem mandato de dois anos. De acordo com o CNAS (2009), o conselho é composto por 18 membros e seus respectivos suplentes, os nomes são indicados ao órgão da Administração Pública Federal, responsável pela Política Nacional de Assistência Social, seguindo alguns critérios: São escolhidos nove representantes governamentais, sendo um dos Estados, e um dos Municípios; e nove representantes da sociedade civil, dentre representantes, usuários, organizações e trabalhadores escolhidos em foro próprio sob fiscalização do Ministério Público Federal. O Conselho Nacional de Assistência Social é representado por um dos seus integrantes, eleito dentre seus membros, com mandato de um ano podendo ser repetido por mais um ano. O Conselho Nacional de Assistência Social contará com uma Secretária Executiva, a qual terá sua estrutura disciplinada em ato do poder executivo. O artigo 16 da LOAS, estabelece a criação dos conselhos em níveis Estadual, Distrito Federal, Municipal. Os artigos 18 e 19 da LOAS, tratam das competências do Conselho Nacional Assistência Social que diz: Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assistência Social: I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social; II - normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da assistência social; III - fixar normas para a concessão de registros e certificado de fins filantrópicos às entidades privadas prestadoras de serviços e assessoramento de assistência social; IV - conceder atestado de registro e certificado de entidades de fins filantrópicos na forma do regulamento a ser fixado observado o disposto no art. 9º desta Lei; V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de assistência social; Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social: I - coordenar e articular as ações no campo de assistência social; II - propor ao Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS a Política Nacional de Assistência Social, suas normas gerais, bem como os critérios de 26 prioridade e de elegibilidade, além de padrões de qualidade na prestação de benefícios, serviços, programas e projetos; III - prover recursos para o pagamento dos benefícios de prestação continuada definidos nesta Lei; IV - elaborar e encaminhar a proposta orçamentária de assistência social em conjunto com as demais áreas da Seguridade Social; V - propor os critérios de transferência dos recursos de que trata esta Lei; VI - proceder à transferência dos recursos destinados à assistência social, na forma prevista nesta Lei; VII - encaminhar à apreciação do Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS relatórios trimestrais e anuais de atividades de realização financeira dos recursos; VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e entidades e organizações de assistência social; No Brasil a Política Nacional de Assistência Social - PNAS, tem como premissa básica, articular junto com as políticas setoriais, a garantia dos direitos sociais na sua universalidade, considerando as desigualdades sócio territoriais, provendo a sociedade de seus direitos mínimos sociais. A política atinge diretamente grupos e cidadãos que se encontram em situações de risco, protegendo todos que necessitam da garantia social. Ela prevê efetivamente a padronização, a melhoria e ampliação dos serviços, respeitando os limites das diferenças locais. De acordo com o disposto na Lei nº 8. 742/93 Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS, 1993) capítulo II, seção I, artigo 4º, a Política Nacional de Assistência Social rege-se pelos princípios democráticos que prevêem “a supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica e a universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o usuário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas”. Está previsto o “respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência comunitária, familiar e a igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo equivalência às populações urbanas e rurais”. Prioriza a “divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão”. As diretrizes da assistência social se organizam conforme está na Constituição Federal 1988 e na LOAS, prevendo a descentralização político administrativa, coordenação e normas gerais à esfera federal, coordenação e execução dos programas à esfera estadual e municipal, bem como entidades beneficentes de assistência social. A PNAS (2004) apresenta como objetivos: •Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem. 27 •Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliado o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbana e rural. •Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária. Após a revisão de literatura acerca dos aspectos que compreendem a Política Nacional de Assistência Social, este estudo volta-se para a análise do Sistema Único de Assistência Social. 2.2 O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL –SUAS O SUAS - Sistema Único de Assistência Social, foi criado em 2003 para reordenar a gestão das ações descentralizadas e participativas da assistência social no Brasil. Ele integra um modelo de gestão para todo o território nacional com os três entes federativos (Federal, Estadual, Municipal) Ele tem o objetivo de consolidar um sistema descentralizado e participativo, instituído pela LOAS, (mencionada anteriormente neste estudo). Trata-se de um sistema público não-contributivo, descentralizado e participativo tendo por função a gestão de conteúdo específico da assistência social no campo da proteção social brasileira. Cabe ao SUAS, consolidar o modo de gestão compartilhada entre os três entes federativos (cooperação financeira e técnica); divide responsabilidade entre os entes federativos, mantendo ações de desenvolvimento da assistência social como dever do Estado e direito do cidadão. O paradigma do direito em que deve se fundamentar a construção do SUAS esta expresso no princípio constitucional do direito socioassistencial como proteção de seguridade social, regulado pelo Estado como seu dever e direito de todo cidadão (SPOSATI, 2004, p.171) É de responsabilidade dos gestores desenvolver uma ampla discussão em âmbito nacional, estadual e municipal sobre a concepção do SUAS e a abrangência de seu alcance no campo da seguridade social e cidadania. O SUAS fundamenta-se nos princípios da Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004) regula a hierarquia, vínculos e responsabilidade do sistema 28 cidadão de serviços, benefícios, programas, projetos e ações de assistência social. Além de respeitar a diversidade de regiões, características culturais, socioeconômicas, políticas de acordo com a realidade das cidades, população urbana e rural, também reconhece as diferenças e desigualdades regionais e municipais, cobrindo o sistema em seus diferentes níveis de gestão e planejamento. São eixos estruturais da gestão do SUAS: •Procedência da gestão pública da política; •Alcance de direitos socioassistenciais pelos usuários; •Matricialidade sociofamiliar; •Territorialização; •Descentralização político - administrativa; •Financiamento partilhado entre os entes federados; •Fortalecimento da relação democrática entre estado e sociedade civil; •Valorização presença do controle social; •Participação popular/cidadão usuário; •Qualificação de recursos humanos; •Informação, monitoramento, Avaliação e sistematização de resultados; (NOB/SUAS, 2005, p.15) Esses são, um conjunto organizado de ações voltadas ao atendimento da sociedade civil, cujos eixos estão, definindo competências específicas, valorizando o impacto social de diversas políticas, mas, principalmente, articulando com o desenvolvimento sócio sustentável. Para que esses eixos sejam colocados em prática, é preciso ter uma ação pública democrática que contribua com os princípios organizativos do SUAS. Portanto, para que seja efetivado um bom trabalho, é necessária a universalização de um sistema de cobertura que garanta o acesso aos direitos, a todos aqueles que necessitam. Um sistema que garanta fixação de níveis básicos de cobertura de benefícios, serviços, programas, projetos e ações de assistência social. Estes aspectos devem estar articulados à cobertura de políticas sociais e econômicas, principalmente na seguridade social. Podemos citar como princípio organizacional, também as competências específicas em cada esfera de governo, integrando objetivos, ações, serviços, programas, projetos em cada rede territorializada, em parceria com entidades de assistência social, voltadas à defesa socioassistencial, acolhendo assim, o interesse dos usuários, tendo como objetivo ações de preservação de direitos e procedimentos voltados ao combate à violação destes. 29 Dentre estes princípios o SUAS é responsável pela regulação das atividades públicas e privadas de Assistência Social. Contribui também na fiscalização e no funcionamento de organizações socioassistenciais (NOB/SUAS, 2005, p.13). Cabe salientar também, a importância do sistema democrático e participativo de gestão e controle social através dos conselhos, publicação de dados de informação referente às demandas e necessidades, como também, os mecanismos de audiência da sociedade, de usuários, de trabalhadores sociais, bem como, conselhos de gestão de serviços e conselhos paritários. Ele exerce a articulação interinstitucional, entre competências e ações com os demais sistemas de defesa dos direitos humanos, ou seja: criança, adolescente, idosos, deficientes, mulheres, negros e outras minorias, bem como, a violência e vítimas de exploração. A articulação também se dá em níveis intersetorial, entre o SUAS e o Sistema Único de Saúde – SUS, SUAS e Sistema Nacional de Previdência Social. Entende-se que estes princípios, baseiam-se em setores de diferentes áreas e todos voltados à proteção social e a garantia dos direitos sociais. A proteção social ocupa-se em prover a proteção à vida e ao bem estar social, reduzindo danos e monitorando a população, diante de situações de vulnerabilidade, vitimizações, fragilidades, e riscos que o cidadão e sua família enfrentam na trajetória de vida, devido às questões econômicas, políticas e sociais. A assistência social, política pública de âmbito de seguridade social, operada através do SUAS, deve manter: vigilância social, defesa social e institucional de direitos socioassistenciais, regelações socioassistenciais e proteção social básica e especial para determinadas situações de vulnerabilidade e risco social. (SPOSATI, 2004, p.174) A proteção social de Assistência Social, refere-se a um conjunto de ações para o desenvolvimento das potencialidades sócio-familiar, com o objetivo de proporcionar às famílias, sua emancipação, para que a mesma, consiga na sociedade, suprir suas necessidades. Neste sentido a assistência social deve ser entendida como um dos mecanismos acionados pelo Estado para enfrentar a questão social e, portanto, como parte do conjunto de estratégias de controle e legitimação do poder público, por outro lado, a assistência social pública tem sido a única via pela qual os segmentos mais pobres da classe trabalhadora têm acesso, ainda que precário e insuficiente, a serviços, programas de consumo coletivo e individual (creches, moradia, atendimento a necessidade de crianças, adolescentes, 30 moradores de rua, idosos, desempregados, etc.). (RAICHELIS, 2000, p.162163). Tal proteção social, tem a responsabilidade de assegurar ao cidadão brasileiro, a partir de parâmetros de proteção elencados na PNAS (2004), a proteção social básica e a proteção social especial de média e alta complexidade. Esta proteção social, de Assistência Social, tem por principios: a matricialidade sócio-familiar; territorialização; a proteção pró ativa; integração à seguridade social; integração às políticas sociais e econômicas, Avaliando e desenvolvendo alternativas, para proporcionar formas diferenciadas de encaminhamentos, favorecendo a família em seu contexto. Para que esses princípios possam acontecer é necessário que estejam asseguradas as garantias: Segurança da acolhida; a segurança social de renda; a segurança do convívio ou vivência familiar, comunitária e social; a segurança de sobrevivência a riscos circunstanciais É fundamental a criação de espaços públicos de Assistência Social onde a população possa acessar seus direitos, seja através da Proteção Social Básica ou Especial. (NOB/SUAS, 2005, p.19). As instalações físicas desses espaços públicos devem ter na sua estrutura: uma recepção e uma sala onde o profissional possa fazer a entrevista inicial do usuário, encaminhando-o aos serviços disponíveis no município. Estes serviços são ofertados em locais onde se encontram um maior número de pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social. Para tanto é necessário a oferta de serviços e locais de permanência de indivíduos e famílias sob curta, média e longa permanência. De acordo com a LOAS (1993), é de competência da Assistência Social, assegurar concessões de benefícios continuados nos termos da lei, para cidadãos não incluídos no sistema contributivo de proteção social e que apresentem vulnerabilidade e/ou incapacidade para o trabalho. Ela deve promover ações que garantam o fortalecimento de laços familiares e de interesses comuns, qualificando vínculos e projetos sociais, que venham a garantir oportunidades e ação profissional. Estes fatores estão ligados ao desenvolvimento de capacidades e habilidades no exercício da cidadania, respeito á dignidade humana e um maior grau de independência pessoal. A proteção social de Assistência Social é dividida no que se denomina de básica e especial. Ela apresenta graus de complexidade no que se refere ao impacto 31 dos níveis de riscos entre indivíduo e seus familiares. Portanto, a rede socioassistencial tem um papel fundamental neste processo, pois ela que direciona dentro de uma territorialidade, a política de proteção. Assim, consideramos que a proteção social básica tem o objetivo de prevenir situações de risco por meio de potencialidades e aquisições, fortalecendo vínculos familiares e comunitários. Na proteção social especial, está o objetivo em prover atenção socioassistencial aos indivíduos e suas famílias, que se encontra em situação de abandono, risco pessoal, maus tratos físicos, psíquicos, abuso sexual, situação de trabalho infantil, dentre outras. A garantia da proteção social ativa, realizada pelo SUAS (2005), está direcionada em dar ao usuário a conquista de autonomia, acesso a oportunidades, capacitações e condições de convívio social, de acordo com sua capacidade e projeto pessoal. Para que isto ocorra é importante que a Assistência Social como sistema de serviços de proteção social básica e especial, deva estar estruturada como política de defesa social e institucional, organizada, garantido uma estrutura de apoio sócio jurídico, conselhos de direitos, centros de referência entre outros, bem como normas de garantia e concretização de direitos socioassistenciais. É importante que junto ao SUAS, exista uma função de vigilância social que em âmbito social, identificará a presença das formas de vulnerabilidade social da população e território pelo qual é responsável. Para trabalhar as questões de vulnerabilidade social, é necessária a articulação da Rede Socioassistencial. Ela protagoniza um conjunto de ações de iniciativa pública e da sociedade, operacionalizando serviços, benefícios e projetos, articulando-os entre os níveis de proteção. Assim, o objetivo da gestão compartilhada é transformar á Política de Assistência em Política federativa, no entanto é preciso a colaboração da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. (NOB/SUAS, 2005, p.13) A atuação da gestão municipal pode ser caracterizada em três níveis: inicial, básica e plena. Segundo a NOB/SUAS, 2005, p.25 Os municípios habilitados na gestão inicial receberão recursos da união, segundo série histórica, transformados em piso de 32 transição básico, média e alta complexidade, por intermédio do Fundo Nacional de Assistência Social. Na gestão inicial ela deve alocar e executar recursos financeiros próprios no Fundo de Assistência Social Básica e atender os requisitos previstos no art. 30 da LOAS, através da Lei 9.720/98, por intermédio do Fundo Nacional de Assistência Social. Além de outras prerrogativas é importante que neste tipo de gestão seja gerenciado principalmente recurso para erradicação do trabalho infantil dentre outros. Segundo a Norma Operacional Básica – NOB/SUAS (2005, p. 99 - 100). Na gestão básica encontraremos uma organização no sentido de responsabilidade e proteção básica de assistência social do Município. Prevenindo situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, responsabilizando-se pela oferta de programas, projetos e serviços socioassistenciais. Ela também deve atender os requisitos previstos na LOAS (1993), conforme a Lei já mencionada. A estrutura desta gestão é dimensionada por Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), conforme o porte do município em áreas de vulnerabilidade social. Estes portes se caracterizam pelo número de famílias referenciadas conforme citado abaixo: - Pequeno Porte I: mínimo de um CRAS para até 2.500 famílias; - Pequeno Porte II: mínimo de um CRAS para até 3.500 famílias; - Médio Porte: mínimo de dois CRAS para até 5.000 famílias; - Grande Porte: mínimo de quatro CRAS para até 5.000 famílias; - Metrópole: mínimo de oito CRAS, para até 5.000 famílias. (NOB/SUAS, 2005) Na gestão plena, o município tem total gestão das ações de Assistência Social, sejam, elas financiadas pelo Fundo Nacional de Assistência Social, através de repasse de fundos que irão beneficiar diretamente os usuários. Inclusive com isenção de tributos em função do Certificado de Entidades Beneficentes de Assistência Social - CEBAS. Neste caso o gestor tem total responsabilidade de organização das ações de proteção básica e especial em seu município, inclusive as situações de violação dos direitos ocorridos no município. Ele também deverá cumprir os requisitos da LOAS incluídos pela Lei 9.720/98. A estrutura do CRAS também deverá ser seguida conforme já mencionada acima na situação de gestão básica. Salientamos que na gestão plena, há a responsabilidade de implantar em consonância com a União e Estados, programas de capacitação de gestores. profissionais, conselheiros e presidentes de serviços, observados os planos de Assistência Social. 33 2.3 CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL - CRAS E SEUS DESDOBRAMENTOS Para entendermos o funcionamento e a estrutura , bem como as principais características da constituição do CRAS, utilizaremos como referência as Orientações Técnicas para o Centro de Referência de Assistência Social- Versão Preliminar instituída pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate á Fome/Secretaria Nacional de Assistência Social /2006. O CRAS Centro de Referência da Assistência SOCIAL, é uma unidade pública estatal localizada em áreas com maiores índices de vulnerabilidade social, destinada ao atendimento de famílias. É o principal equipamento de desenvolvimento dos serviços da proteção social, lugar que possibilita, em geral, o primeiro acesso das famílias aos direitos socioassistenciais. Estrutura-se assim, como porta de entrada unificada dos usuários, na política de assistência social para a rede de proteção básica e referência para encaminhamentos à proteção especial. Segundo a PNAS (2004), cada CRAS deve realizar – sob a orientação do gestor municipal de assistência social – o mapeamento e a organização da rede socioassistencial de proteção básica, além de promover a inserção das famílias nos serviços socioassistenciais locais. Cabe também ao CRAS encaminhar a população local para as demais políticas públicas e sociais, possibilitando ações intersetoriais. Portanto, cabe salientar que o papel do CRAS é identificar a demanda e encaminhá-la a rede de atendimento existente no município. (Orientações Técnicas para o Centro de Referência de Assistência Social, 2006). Assim, através do CRAS, são oferecidos serviços e ações do Programa de Atenção Integral à Família (PAIF), sendo este, o principal programa de Proteção Social Básica, do Sistema de Assistência Social - SUAS. Dentre os principais serviços, benefícios, programas e projetos oferecidos no Município, citamos: serviços sócio educativos e com famílias, sócio-comunitário, benefícios da Bolsa Família, benefícios de prestação continuada e de ordem material. Nos programas e projetos podemos citar a capacitação e promoção da inserção 34 produtiva, inclusão produtiva para beneficiários do Programa Bolsa Família, bem como programas de enfrentamento à pobreza, a fome e geração de trabalho e renda. É importante salientar que o principal foco de atendimento no CRAS são as famílias. Subtende-se que o CRAS deva ser implantado em cada município, identificando áreas de maior vulnerabilidade social, no sentido de efetivar serviços aos usuários. No caso de grupos, comunidades indígenas, áreas rurais, assentamentos e outros, cabe a instalação do CRAS em locais que facilitem o acesso, inclusive para atuação e deslocamento das equipes de serviços. Quanto ao número de CRAS por município ele será evidenciado de acordo com o porte, dimensão do território, definidos por número de famílias referenciadas. A classificação será definida conforme já identificamos no Sistema Único de Assistência Social, onde os aspectos são sempre identificados de acordo com o número habitantes/famílias. Quanto ao espaço físico, deverá ser estruturado e mantido pelo município e pelo Distrito Federal, conforme previsto na habilitação de nível básico ou gestão plena do SUAS. O espaço do CRAS deve ser compatível com os serviços nele ofertados. Abriga, no mínimo, três ambientes com funções bem definidas: uma recepção, uma sala ou mais para entrevistas e um salão para reunião com grupos de famílias, além das áreas convencionais de serviços. Deve ser maior caso oferte serviços de convívio e socioeducativo para grupos de crianças, adolescentes, jovens e idosos ou de capacitação e inserção produtiva, assim como contar com mobiliário compatível com as atividades a serem ofertadas. O ambiente do CRAS deve ser acolhedor para facilitar a expressão de necessidades e opiniões, com espaço para atendimento individual que garanta privacidade e preserve a integridade e a dignidade das famílias, seus membros e indivíduos. (Orientações Técnicas para o Centro de Referência de Assistência Social, 2006, p.15). O CRAS deverá ter uma equipe que executará serviços de acordo com as demandas de serviços, programas, projetos e benefícios. Esta equipe básica deve ter: Assistente Social, Psicólogo, Auxiliar Administrativo, Estagiários e um Coordenador. O número destes profissionais irá variar de acordo com as famílias referenciadas por ano. A equipe pode sofrer alterações com a incorporação de demais profissionais, conforme a necessidade de contratação e disponibilidade do município, de acordo com o Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). 35 É importante que os técnicos do CRAS tenham conhecimento pleno de normas e leis do universo da Assistência Social tais como: •Constituição Federal de 1988; •Lei orgânica da Assistência Social- LOAS/1993; •Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA/1990; • Política Nacional de Assistência Social - PNAS2004 •Política Nacional do Idoso – PNI /1994; •Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência/1989; •Norma Operacional Básica de Assistência Social- NOB SUAS/ 2005, e demais legislações vigentes nesta área. . Os profissionais devem estar habilitados para articularem serviços e recursos para atendimento, encaminhamento de famílias e indivíduos, trabalhar em equipe executando procedimentos profissionais, identificando necessidades, orientando, realizando monitoramento, produzindo relatórios e documentos necessários aos serviços. A equipe deve desenvolver atividades que promovam o fortalecimento familiar e a convivência em comunidade. Cabe aos estagiários de Serviço Social e Psicologia participarem de atividades desenvolvidas no CRAS desde que devidamente orientados, acompanhados e supervisionados pela equipe técnica do CRAS, com o consentimento dos usuários. Cada CRAS deverá ter um coordenado (a) com nível superior completo, e experiência em trabalho coletivo.Recomenda-se que seja um profissional técnico do quadro da Secretaria de Assistência Social do Município ou órgão equivalente. É fundamental o papel dele para a articulação, execução, monitoramento e avaliações e serviços em geral do CRAS. Ele é o principal articulador da rede de serviços sócio assistencial e demais políticas sociais, coordenando a execução das ações, mantendo o diálogo e a participação dos profissionais e famílias inseridas nos serviços ofertados pelo CRAS. Cabe também, dentre outras funções acompanhar e avaliar o atendimento na rede social, realizando reuniões com a equipe técnica, avaliando atividades para efetivação dos serviços ofertados. Ele deve elaborar planos de ação, participar de conselhos, fóruns e outros ligados à área social, monitorando e avaliando resultados. 36 É importante que a equipe técnica esteja sempre articulada no sentido de capacitação, realizando reuniões semanais e periódicas, planejando o trabalho, efetuando avaliações e indicadores de resultados. De acordo com a NOB-SUAS, é de direito dos municípios que estejam habilitados na gestão básica, plena e o Distrito Federal, receberem incentivos em programas de capacitação de gestores e demais profissionais, promovidos pelo Estado e a União. 2.4 PAIF: AÇÕES E SERVIÇOS O PAIF- Programa de Atenção Integral a Família, foi criado em 18 de abril de 2004, pela Portaria Ministerial N.º 78. Essa portaria veio aprimorar a proposta do Plano Nacional de Atendimento Integral à Família (PNAIF) implantado pelo Governo Federal no ano de 2003. Nesse sentido o PAIF passa a fazer parte da “ação continuada da assistência social”. O Programa de Atenção Integral a Família (PAIF) é o principal programa de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e tem a função de desenvolver ações e serviços básicos e continuados às famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social sob a responsabilidade da Unidade do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Suas ações também podem ser realizadas dentro da própria comunidade com o deslocamento da equipe atuante para o desenvolvimento de atividades. O Programa tem o compromisso de fortalecer os vínculos familiares e comunitários, o direito à proteção social básica e ampliar a capacidade de proteção social. (Programa de atenção integral a Família PAIF, São José 2008) A implementação do PAIF de forma efetiva e com qualidade é fundamental para a organização do SUAS e para a concretização dos direitos socioassistenciais. O PAIF possui um papel estratégico, pois articula e integra os serviços socioassistenciais, programas de transferência de renda e benefícios assistenciais, potencializando o impacto das ações de assistência social para as famílias nos territórios de abrangência dos Centros de Referência de Assistência Social. (MDS, 2009) 37 As atividades do PAIF são ofertadas no CRAS e dirigidas aos indivíduos, às famílias e aos grupos conforme as necessidades identificadas no território. O programa é uma importante estratégia do SUAS, prevê a integração da Rede Socioassistencial, tendo o dever de desempenhar e promover a inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência aos serviços locais que compõem o SUAS e demais instituições de atendimento. O PAIF (2004) prevê a defesa do direito à convivência familiar, a proteção de assistência social e a superação do conceito de família como uma unidade econômica ou como referência de cálculo de rendimento per capita. Considera a família como núcleo afetivo, cujos membros se vinculam por laços consangüíneos, de aliança ou de afinidade, onde os vínculos circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e de gênero. O programa não considera a família enquanto modelo idealizado, e sim resultante de uma pluralidade e arranjos estabelecidos pelos integrantes desta. A família dependendo da configuração e/ou contribuição, poderá apresentar, em alguma fase do ciclo de vida familiar: carências, vulnerabilidades e potencialidades distintas e distintos graus de dependência. (Programa de Atenção Integral a Família PAIF, São José 2008). Os principais projetos, ações e atividades do PAIF são: A acolhida: é a atividade principal de porta de entrada dos usuários na unidade, pois é partir dele que os outros serviços, programas e ações irão acontecer. Tem a função de receber o indivíduo, a família ou o grupo que busca atendimento na política de assistência social. Vigilância social: Tem como objetivo a sistematização de informações que possibilitam a construção de indicadores e de índices territorializados das situações de vulnerabilidades e riscos que incidem sobre famílias/pessoas nos diferentes ciclos de vida (Orientações técnicas para o Centro de Referencia de Assistência Social, 2006). Acompanhamento às famílias e/ou seus representantes: tem como objetivo atividade física para crianças, adolescente, adultos e idosos disponibilizada por profissional de educação física com intuito de proporcionar prevenção, manutenção e/ou promoção da saúde e bem estar e da convivência familiar e comunitária. 38 Serviço sócio educativo: As ações socioeducativas são instrumentos utilizados pela assistência social com as seguintes finalidades: convivência e sociabilidade familiar e comunitária. Constituem um campo privilegiado para o trabalho com valores éticos e políticos e devem: I - Viabilizar o desenvolvimento de relações de afetividade; II - A reparação de danos decorrentes de estigmas, discriminação e situações de violência; III - Convívio em grupo (sociabilidade); IV - Acesso a conhecimentos, experimentação e meios que favoreçam a autonomia; V - Estímulo, desenvolvimento e a formação do senso de responsabilidade, coletividade e de participação na vida familiar, comunitária e política do território. Campanha Socioeducativa: As campanhas socioeducativas são formas coletivas de sensibilização e mobilização da comunidade, visando promover a sociabilidade, a reflexão, o enfrentamento e a superação de problemas, bem como a mobilização de recursos. As campanhas têm foco definido e período de execução prédeterminado. Essa ação é uma importante estratégia de informação sobre os direitos sociais e sobre o Programa Bolsa Família (PBF) e Beneficio de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), para além de outros serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais e de outras políticas públicas, disponíveis no território e proximidades. Atividades de reflexão: Tem como objetivo realizar a formação de grupos desenvolvidos no espaço do CRAS ou na própria comunidade. Trabalhando a reflexão sobre si, assumindo a responsabilidade que lhe são próprias. Proteção Pro Ativa: encaminhamentos, Realizada através de visitas domiciliares às famílias que estejam em situações de maior vulnerabilidade e risco, com o objetivo de diagnóstico, ampliação de capacidades para que a situação apresentada seja revertida e prevenção por meio do desenvolvimento de potencialidades, fortalecimento dos vínculos familiares/sociais e articulação com as demais políticas governamentais. Projeto de Inclusão e Promoção de usuários do Beneficio de Prestação Continuada: Tem como objetivo a inclusão de pessoas portadoras de deficiência e ao idoso de sessenta e cinco anos ou mais que comprovem não possuir meios para prover 39 sua própria manutenção. O Beneficio de Prestação Continuada (BPC) está previsto no Art.20 da Lei nº 8.742, de sete de dezembro de 1993(LOAS). Revisão de Beneficiários do BPC: Conforme o Art. 21. da LOAS o Benefício de Prestação Continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem. Essa revisão acontece com intuito de avaliar os seguintes pontos: - quanto a superação das condições de rentabilidade econômica do grupo familiar ou em caso de morte do beneficiário. Produção e divulgação de informações sobre a rede Sócia Assistencial: Projeto Tecendo Redes tem como objetivo mapear a rede socioassistencial para que se possa desenvolver um do trabalho efetivo no município de São José. Projeto Inclusão Digital: tem como objetivo desenvolver capacitação e promoção social de jovens para inclusão digital. Projeto de Inclusão Produtiva: O projeto de inclusão produtiva visa o enfrentamento da pobreza conforme estabelecido no Art. 25, Inciso V da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Compreende o investimento econômico e social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira e tecnicamente iniciativas que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão. Esse viabiliza a transição de pessoas/famílias e grupos em situações de vulnerabilidade e risco para situação de autonomia e protagonismo, garantindo assim o acesso digno a condições mínimas de sobrevivência e consolidação de projetos de vida pessoal ou coletiva. Capacitação e promoção da inclusão produtiva: A capacitação e a promoção da inserção produtiva é uma ação para o desenvolvimento de habilidades gerais para o trabalho direcionadas para a produção, ou seja, trabalho no âmbito da dimensão socioeducativa estimulando formas de agir com autonomia e o protagonismo de iniciativas individuais e coletivas. (Programa de Atenção Básica a Família PAIF, CRAS, SJ 2008). É importante caracterizar que o PAIF deve estabelecer diretrizes metodológicas de trabalho com famílias e indivíduos. Para que isto ocorra, é necessário articular o conhecimento da realidade das famílias com o planejamento do trabalho, potencializar a rede de serviços e o acesso aos direitos, valorizar as famílias em sua diversidade, valores, cultura, sua historia, trajetória, problemas, demandas e potencialidades. O PAIF deve ter como diretrizes também, potencializar a função de proteção e de 40 socialização da família e comunidade, adotando metodologias participativas de trabalho com as famílias, com por exemplo: conhecer o território de abrangência do CRAS, realidade socioeconômica e cultural das famílias, seus valores, crenças. Em função do acesso, acompanhamento e desligamento das famílias, o PAIF estabelece algumas prerrogativas para as ações no CRAS. O acesso das famílias e indivíduos acontece por demanda espontânea, sejam elas decorrentes da vulnerabilidade social, pobreza, privação de convívio social ou através dos técnicos pela busca de famílias, bem como por demais serviços de políticas públicas, inclusive pela rede socioassistencial. Quanto ao acompanhamento deve-se ter claramente definidos os objetivos do programa, indicadores, dinâmica do atendimento à família e demais demandas da situação familiar. Ficando claro que terão prioridade de acompanhamento, as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada. Para o desligamento do programa, é necessário definir sob que condições as famílias devem se desligar dos serviços, através de uma avaliação de metas, encaminhamentos, condições e mudanças de participação, efeitos das ações, resultados esperados e com um planejamento realizado de forma progressiva. 41 3 SÃO JOSÉ E A POLÍTICA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Este capítulo apresenta a criação e organização da Política de Assistência Social do Município de São José e seus principais propósitos para a sociedade josefense. 3.1- SÃO JOSÉ: ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA SOCIAL E POLÍTICA. O Município de São José – Santa Catarina, fundado como Freguesia em 1750, e elevado à categoria de vila, em 1833. Em 03-05-1856 o Município foi elevado à condição de cidade, pela lei provincial nº 415. Atualmente o Município possui aproximadamente 192.139 habitantes e com 22 Bairros se encontra junto à região metropolitana de Florianópolis. Tendo 190.098 habitantes na área urbana e 2.061 na região rural (Dados IBGE/2004), além de estar localizado no eixo da BR-101, com destino ao norte-sul do país. Segundo Finger (2008) na década de 60, houve um aumento do movimento migratório. Com a chegada de famílias de outras regiões, geralmente da serra e do Oeste catarinense em busca de trabalho e qualidade de vida na capital. Vendo que os terrenos em Florianópolis são bem valorizados, acabaram optando pelos municípios vizinhos como: Palhoça, Biguaçú e São José. O resultado gerou um processo desordenado de urbanização, originando dessa forma, diversas áreas de vulnerabilidade e risco social no município, como por exemplo, bairro Pedregal, bairro Ipiranga, bairro Serraria que abrange as comunidades, Boa Vista, José Nitro, Jardim Zanelato, Morar Bem e Dona Vanda (SILVA 2004, apud FINGER, 2008, p. 42 - 43). Conforme citado, as pessoas deixam o campo em busca de melhores condições de vida na cidade. Vem em busca de melhores condições de trabalho, melhor remuneração, qualidade de ensino, e infra-estrutura, ou seja, hospitais, transportes, escolas. 42 Esse movimento migratório nas grandes áreas urbanas, ocasiona uma série de problemas de ordem estrutural e social como: aumento de desemprego, aumento do subemprego, crescimento de favelas, criminalidade, marginalização e exploração sexual, dentre outros. Quanto ao aspecto econômico, o município de São José possui uma área de aproximadamente 116 km², com a quinta maior arrecadação de Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviço - ICMS no Estado. É também considerado o oitavo parque industrial de Santa Catarina, sua economia está distribuída em 7.400 empresas, sendo 2.700 indústrias, 3.500 estabelecimentos comerciais, e 1200 prestadores de serviços. O setor terciário responde atualmente por 53 % dos empregos, correspondendo a 65% da receita do Município. Segundo FINGER (2008, p.42), Conforme a lei Municipal n. 3514(05/06/2000), o município subdivide-se em três (03) distritos, Sede, Campinas e Barreiros. O distrito Sede engloba os seguintes bairros: Área industrial, bosque das mansões, centro de São José, Colônia Santana, Fazenda Santo Antônio, Flor de Nápoles, Forquilhas, Forquilhinhas, Jardim Pinheiros, Picadas do Sul, Ponta de Baixo, Potecas, Praia Comprida, Roçado, São Luiz, Sertão do Maruim. O distrito de Barreiros engloba os bairros Areias, Barreiros, Bela Vista, Floresta, Ipiranga, Jardim Cidade de Florianópolis, Jardim de Santiago, Nossa Senhora do Rosário, Procasa, Real Parque, Serraria, Pedregal. O distrito de campinas engloba os bairros Campinas e Kobrasol Desta forma compreende-se que o município de São José é composto por trinta bairros. Sendo que alguns são considerados áreas de vulnerabilidade social. O abastecimento de água do município é fornecido pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento - CASAN. A referida empresa atende 168.352 habitantes, correspondendo 97% da população. O sistema de água de São José faz parte do sistema unificado da Grande Florianópolis, o qual capta água dos rios Cubatão e Vargem do Braço, nos municípios vizinhos de Palhoça e Santo Amara da Imperatriz. Quanto ao sistema de esgoto sanitário, apenas 4.209 habitantes usufruem do Sistema Público de Coleta e Tratamento de Esgoto, o que representa menos de 3% da população. Estima-se que a população da ordem de 20.400 habitantes tenha a sua disposição os serviços, muito embora não utilizem o mesmo. 43 Com a conclusão, pela CASAN, das obras da rede coletora dos bairros Campinas e Kobrasol, prevêem que aproximadamente 35.000 habitantes usufruam da nova rede de esgoto. Tendo em vista a situação das galerias pluviais e dos córregos existentes na área, com análises feitas para caracterização das águas pluviais, observa-se que um alto percentual da população lança seus dejetos diretamente no mar da baía sul. Com relação à coleta de resíduos sólidos, a área urbana é atendida 100% por empresas terceirizadas (Engepasa). As 196 toneladas/dia de resíduos coletados são direcionadas para um aterro sanitário, localizado no Distrito de Morretes, no município de Tijucas. (Engepasa, maio/06) A distribuição de energia elétrica do município de São José está sob a responsabilidade das Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. - CELESC. Devido a sua localização geográfica e sua pequena extensão territorial, São José encontra-se urbanizada, esse número vem crescendo ao longo das décadas sem ter um planejamento adequado, torna-se o município com a maior densidade demográfica do estado, em torno de 1.301,47 hab./ha (IBGE-96). “São José é o décimo Município com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Santa Catarina e o trigésimo segundo no país, IDH de 0,849” (PNUD/2000 apud FINGER 2008, p.43). O índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, natalidade, expectativa de vida, alfabetização, Produto Interno Bruto - PIB, entre os países. Podendo também ser utilizado para conferir o desenvolvimento de cidades, estados e regiões. Com esses dados, a sociedade civil pode acompanhar o nível de desenvolvimento do município, assim propondo alternativas para o melhoramento da qualidade de vida da população. Esses dados são coletados através do censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), assim como o poder público deve atender as demandas que assegurem acesso aos direitos e qualidade de vida. Devido ao crescimento populacional de São José somado com as cidades vizinhas, ocorre a falta de alguns serviços básicos, ou seja, sobrecarga do sistema viário, falta de espaços públicos com equipamentos de lazer, deficiência no saneamento básico, e principalmente o insuficiente número de postos de trabalho. 44 Segundo Jornal A Noticia (2009), Santa Catarina não atingiu a meta nacional de recuperação no saldo de empregos em março. Conforme cadastro geral de empregados e desempregados (CAGED) foram excluídos 293 empregos no mês, tendo uma diminuição de 0,02% em relação a fevereiro. Mesmo tendo uma possível estabilização, este foi o pior resultado para o mês de março desde 2006. No resto do país março teve resultados positivos sendo 34.818 empregos com carteira assinada. Com o bom desempenho nacional o estoque de vagas cresceu 31.935.551, tendo um aumento de 0,11% no período, dando continuidade em fevereiro, depois de três saldos negativos. Novos dados foram divulgados pelo CAGED (A NOTÍCIA, 2009). Ainda de acordo com A Notícia (2009)2, Santa Catarina foi o único estado da região sul a apresentar saldo negativo no mês de março. Conforme balanço trimestral, foram criados 11. 788 postos de trabalho no Estado, sendo considerado o pior resultado em 10 anos. Comparando com o primeiro trimestre do ano passado onde foram criados 36. 405 novas vagas, tendo uma queda de 67,6%. Com base nos últimos 12 meses a oferta de empregos formais em Santa Catarina elevou-se em 3,29% representando um total de 49.289 postos de trabalho sendo considerado também o pior resultado nos últimos 10 anos. Considerando ainda alguns dados do Estado, o setor de serviços ofertou (2.111 vagas alta de 0,43%) administração pública (1.624 vagas alta de 6,75%) apresentando os melhores resultados no mês. A indústria de transformação não tendo apresentado crescimento significativo aponta (159 vagas, alta de 0,03%) interrompendo a seqüência de quatro meses de queda. O setor que mais apresentou baixa foi o segmento agropecuário (- 4.640 vagas, tendo uma queda de 8,57%), por falta de contratações. O CAGED destaca que os municípios com melhores resultados foram Blumenau com (1.278 vagas) São José (1.214 vagas) e Tubarão com (622 vagas). Os municípios que mais desativaram postos de trabalho foram: Fraiburgo (- 2.146 vagas) Florianópolis (-889 postos) e Balneário Camboriú (-331 postos). 2 Diante da dificuldade em se conseguir dados sobre o nível de emprego do Município de São José, utilizou-se essa reportagem, que trás dados do Estado de Santa Catarina 45 O aumento populacional em São José não é acompanhado pelo setor industrial, visto que este é o que menos tem ofertado vagas. Atualmente são absorvidos somente aqueles que têm algum tipo de qualificação, muitas pessoas procuram se instalar na capital, mas com os preços altos, acabam se instalando em municípios visinhos no caso São José, Biguaçu e Palhoça. Hoje os setores da construção civil e prestação de serviços são os que mais têm oferecido vaga no município. Inicialmente os bairros de Campinas e Kobrasol tinham um caráter residencial. Atualmente há na região um forte comércio, que contribui na arrecadação do Produto Interno Bruto do município. Sabemos que o PIB é a riqueza que um país ou região consegue produzir geralmente em um ano. É adquirido por transações comerciais e exportações. Portanto, o Produto Interno Bruto - PIB de São José é de R$1.657.540.000,00 e PIB per capita R$ 8.603,000 (São José 2004). São José possui algumas áreas em situação de vulnerabilidade econômica social, tendo onze como prioritárias à intervenção municipal, a saber: Pedregal, Solemar, Boa Vista José Nitro, Zanelato, Morar Bem, D. Vanda, Santos Dumont, Horto Florestal, Colônia Santana, e Vila Formosa. Todas essas áreas apresentam ocupação superior a cinco anos, sendo que 60% dos moradores apresentam renda familiar de até três salários mínimo. As habitações geralmente são de madeira, com área inferir a 30,00m2, não possuindo escritura pública, caracterizando-se como invasão de área. (PLANO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ, 2006). A administração municipal é cada vez mais cobrada a realizar o adequado investimento na formulação de políticas públicas sociais, em busca de soluções que possam superar as situações de vulnerabilidade social e o crescimento desordenado ocorridos nos últimos anos. É necessário que estas demandas sejam atendidas para que também se participe desse processo, fazendo o controle social, garantindo serviços de qualidade, estabelecendo o compromisso entre o poder público e a população. O governo municipal diante da real situação do município tem por dever adotar projetos de intervenção social, principalmente através dos Centros de Referência de Assistência Social, no engajamento da população beneficiada na discussão e 46 implantação dos serviços de atenção básica, de maneira que esses grupos sejam transformadores de sua realidade. Porém, a garantia dos direitos e das liberdades fundamentais é o ponto central de qualquer Estado de direito (VIEIRA, 2004, p.133). 3.2 A POLÍTICA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Com a idéia de uma nova ordem social e política, as prerrogativas legais de políticas públicas criam Conselhos paritários com intuito de organizar os municípios e de propiciar a democratização das políticas sociais. Em São José, em 13 de Dezembro de 1995 através da Lei 2.866, cria-se o Conselho Municipal de Assistência Social e o Fundo Municipal de Assistência Social. O Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS é uma instância colegiada de caráter permanente e deliberativo, sua estrutura básica se integra à secretaria ou órgão equivalente da assistência social, tendo sua composição, organização e competência fixadas em Lei. Portanto são constituídos pelo município mediante Lei específica que estabelece sua composição, ou seja, atribuições e competências que terão que ser exercidas. (TCU, 2007). Este Conselho está embasado na Lei 8.742, LOAS (1993 ) são definidos como instancias deliberativas do sistema descentralizado e participativo de assistência social, de caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade civil. Conforme Art. 16 da LOAS. As instâncias deliberativas do sistema descentralizado e participativo de assistência social, de caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade civil, são: I - o Conselho Nacional de Assistência Social; II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social; III - o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social (LOAS, 1993). Assim, o Conselho tem composição paritária, sendo, 50% dos representantes governamentais (órgãos e instituições das áreas, educação, saúde, habitação) e 50% representantes da sociedade civil. Independente do número de conselheiros, ou origem das representações, essa paridade deve ser respeitada, garantindo a participação das 47 organizações sociais e populares no processo de formulação, decisão e controle das políticas sociais. É dever do Ministério Público fiscalizar o processo de escolha dos representantes da sociedade civil . Sua estrutura deverá contar com um plenário, integrado por todos conselheiros, e com uma secretaria executiva. A secretaria deve ter suas atribuições definidas no regimento ou delegadas pelo plenário e, entre outras responsabilidades, deve a execução das deliberações do conselho e servir de apoio administrativo as suas atividades. Os conselhos são espaços públicos de composição plural e paritária entre Estado e sociedade civil, de natureza deliberativa e consultiva, cuja função é formular e controlar a execução das políticas públicas setoriais. Os conselhos são o principal canal de participação popular encontrada nas três instâncias de governo (federal, estadual e municipal) (PORTAL DA TRANSPARÊNCIA, 2009). As reuniões do Conselho devem ser espaços democráticos onde se discutem a implementação de direitos comuns a todos, assim, estes Conselhos possuem um plano de ação, direcionando os encaminhamentos voltados a garantia de direitos. Para a efetivação dos planos de ação do CMAS de São José, é imprescindível a execução de uma política social, impulsionando e ampliando o movimento de organização social, propondo novas estratégias para o enfrentamento das demandas sociais conjunturais, onde também sistematiza experiência para o adensamento da produção teórica no âmbito das políticas sociais, articulado aos rumos a serem perseguidos. Essas políticas são entendidas como o conjunto de planos e programas de ação governamental voltados à intervenção social, onde são traçadas as diretrizes e metas a serem fomentadas pelo Estado, sobretudo na implementação dos objetivos e direitos fundamentais dispostos nas legislações. Para que os Conselhos Municipais de Assistência Social possam efetivar as ações inerentes às políticas publicas é preciso conhecimento da lei que norteia as atividades previstas. No artigo 1º da Lei 2.866/ 95, que trata da criação do Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS de São José que é o órgão que delibera, controla coordena e normatiza, bem como articula a política social no que tange o Art.16 item IV da Lei Orgânica Federal N. 8.742 de 07/12/93 LOAS. 48 No referido artigo 16 do Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS de São José refere-se ao caráter deliberativo e composição do sistema descentralizado e participativo da Assistência Social, de caráter permanente e de composição paritária entre o Governo e a Sociedade Civil. Com relação ao artigo 2º O CMAS de São José, segundo a LOAS (1993), organiza-se com base nas seguintes diretrizes: I-Descentralização político - administrativa para o município e o comando único das ações em cada esfera do governo; II- Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; III-Primazia da responsabilidade do município na execução da política de Assistência Social. Subtende-se que a descentralização propicia a autonomia do município para atender demandas imediatas no território, facilitando uma análise mais apurada de diagnósticos sociais. No Art. 3 apresenta os principais objetivos da assistência social que diz respeito: I-Proteção á família, a maternidade, à infância e adolescência e velhice; II- Amparo às crianças e adolescentes carentes; III-Promoção de integração no mercado de trabalho; IV-Habitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência a promoção de sua integração à vida comunitária. Podemos dizer que a política social tem por objetivo a promoção do bem – estar social. Isto significa que a ação se dirija a promoção dos direitos sociais satisfazendo as necessidades sociais dos indivíduos e a realização desses direitos. Em seu artigo 4º, que trata das competências do CMAS de São José estabelecendo diretrizes, aprecia e aprova os planos anuais e plurianuais do Fundo Municipal de Assistência Social FMAS, bem como aprova a política e o Plano Municipal de Assistência Social. O CMAS de São José também é responsável pela normatização e regulação dos serviços seja de natureza pública ou privada no campo da Assistência Social. Cabe a ele também apreciar e aprovar proposta orçamentária da assistência social conforme Plano Municipal de Assistência Social, encaminhado pelo poder executivo municipal. O Conselho deve cumprir e fazer cumprir em âmbito municipal a Lei Orgânica da Assistência Social, zelando pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de Assistência Social. 49 O artigo 5º da Lei 2.866/95 demonstra que, a organização e estrutura do Conselho Municipal de Assistência Social e seu funcionamento serão estabelecidos no regimento interno, elaborado pelo Conselho e aprovado por ato do chefe do Poder Executivo. Para que sejam garantidos esses direitos o artigo 6º da referida Lei municipal vem afirmar a importância da descentralização, a participação das entidades e organizações de assistência social, assim garantindo esforços, recursos, e por um conjunto de instância deliberativa composta por diversas áreas. Para que essas ações possam acontecer, é necessário que o Conselho tenha os seus representantes, sendo estes tratados no artigo 8º, onde diz: “O Conselho Municipal de Assistência Social será composto por 12 membros e respectivos suplentes, sendo representado paritariamente por órgãos públicos e privados, para mandato de dois anos.” Os seis mais votados serão os titulares e os seis subseqüentes serão suplentes. Para fazer parte do Conselho Municipal de Assistência Social as entidades filantrópicas ou de Assistência Social tem que estar juridicamente constituídas e em regular funcionamento. O Art. 9 da Lei 2.886/95 refere-se à escolha dos membros do conselho. Ele define que os representantes e suplentes da esfera governamental serão escolhidos pelos órgãos representativos ou do poder executivo municipal. Os representantes das ONG’S serão eleitos em fórum próprio convocado pelo prefeito através de edital público sendo comunicado as entidades com 20 dias de antecedência. Já o Art.10 da Lei 2.886/95, vem explicar as atribuições dos conselheiros. Consta neste artigo que exercício da função é considerada serviço público, porém não é remunerado. Neste se encontram descrições sobre as penas dos conselheiros, quando faltarem às reuniões consecutivas sem justificativa ou em reuniões intercaladas. Ele também descreve sobre o direito ao voto e das substituições de representações das entidades que compõem o Conselho conforme segue abaixo: Art.10 As atividades dos membros eleitos do CMAS de São José reger-se - aõ pelas seguintes disposições: I – O exercício da função de Conselheiro é considerado serviço público relevante, e não será remunerado; II – Os Conselheiros que faltarem injustificadamente a 3 ( três ) reuniões consecutivas ou 5 ( cinco) reuniões intercaladas, serão afastados bem como a entidade a que representa, assumindo o representante da entidade suplente. As justificativas serão codificadas no Regimento Interno. 50 III - Os Conselheiros das entidades não governamentais e do órgão governamental representativo poderão ser substituídos mediante solicitação, da entidade ou autoridade responsável, apresentada ao CMAS; IV – Cada membro do CMAS terá direito a um único voto na sessão plenária; V – As decisões do CMAS serão consubstanciadas em resoluções. (CMAS São José, 1995, p.5). A Lei 2.886/95 trata do funcionamento do Conselho Municipal de Assistência Social, cabe ao conselho seguir o que está estabelecido no regimento interno que determina que as sessões plenárias sejam realizadas a cada mês, sendo convocada pelo presidente ou por requerimento dos membros. É dever da Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Social oferecer os recursos necessários para o funcionamento do Conselho. Para fortalecer seu trabalho o Conselho poderá contar com algumas entidades, ou seja: instituições formadoras de recursos humanos; entidades representativas profissionais e usuários dos serviços de Assistência Social, sem condição de membro. Poderão ser criadas comissões internas, constituída por entidades ou membros do CMAS de São José. Para atender os encargos decorrentes da Política de Assistência Social no Município fica criado o Fundo Municipal de Assistência Social, tem por objetivo atender as necessidades do município conforme consta na LOAS Lei n 8.742, de 07 de dezembro de 1993, e especialmente financiar programas e projetos que viabilizem a proteção à família, à maternidade, á infância e adolescência e á velhice, promoção de integração ao mercado de trabalho. O Fundo Municipal de Assistência social é um órgão captador e distribuidor dos recursos financeiros, por isso, segue as diretrizes do CMAS. A Secretaria de Habitação e Desenvolvimento social é responsável pelo gerenciamento e controle contábil, sendo o prefeito o ordenador de despesas. Compete ao gerenciador do FMAS registrar recursos orçamentários, manter controle escritural das aplicações financeiras, liberarem recursos, administrar os recursos. Esses recursos são constituídos através de dotações do município, transferência advinda do orçamento da Seguridade Social da união e dos estados, remuneração de aplicações financeiras. Portanto todas as arrecadações obtidas serão depositadas em conta especial. Sendo assim, percebemos que no município de São José a LOAS é efetivada a partir da criação da Lei Municipal nº 2.866 13 de Dezembro 1995, que cria o Conselho 51 municipal de Assistência Social – CMAS de São José e o Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS. Após a criação do conselho, foi necessário elaborar um Plano municipal de Assistência Social – PMAS do Município de São José. Sua elaboração foi feita com base nas diretrizes descentralizadoras e municipalistas da atual Constituição Federal, contribuindo para o fortalecimento do poder local. Cabe ao município desenvolver políticas de assistência social, tendo como principio a organização e o financiamento das suas ações na área. Portanto é necessário a elaboração de um PMAS, e sua aprovação pelo CMAS de São José. O objetivo do PMAS de São José é de se aproximar cada vez mais da realidade do município, fazendo um bom diagnostico social. Possibilitando um orçamento que priorize as necessidades reais. Para que a população receba atendimento básico é preciso fazer um diagnóstico do município, através de um levantamento de dados que comprovem os níveis de qualidade de vida da população. Nesta mesma perspectiva, reorganizaram-se as ações da Secretaria dividindo os segmentos de atendimento e implantando serviços específicos para crianças/ adolescentes, idosos e plantão Sócio Emergencial. . No ano de 1998, acompanhando o movimento e organização nacional de atendimento as demandas foram implantados os Programas Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviço à Comunidade (PSC). Em 2000, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). Em setembro de 2001, cumprindo a meta definida no Plano de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil – PEVES, o Ministério da Previdência e Assistência Social, em parceria com municípios contemplados, inclusive São José, implantou o Programa Sentinela. A partir de maio de 2002, devido à grande demanda, o referido Programa deu lugar ao Centro de Referência Sentinela, numa proposta de atendimento especializado de grande porte. A partir da necessidade de ampliar as ações integradas entre os Programas, no que se refere ao aspecto da multidisciplinaridade e enfocando o atendimento à família em sua totalidade, o Executivo Municipal, em 14 de dezembro de 2001, criou o Centro Integrado de Atendimento à Criança, ao Adolescente e à Família - “Cidade da Criança”, 52 funcionando dentro das instalações da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social, do qual fazia parte. No ano de 2005 o município habilitou-se junto ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS em habilitação básica para o desenvolvimento e implementação da PNAS. No decorrer do ano de 2006 a equipe da Secretaria da Ação Social em parceria com o Projeto de Extensão da UNIVALI realizou estudo aprofundado com relação, às novas adequações a serem implementadas na Política Municipal de Assistência Social, para a adequação desta ao PNAS, bem como foi discutido os objetivos desta Secretaria. O fruto desta discussão resultou no Plano Municipal de Assistência Social 2006, onde foram definidas as atribuições da Secretaria e adequado todo o organograma a partir da complexidade dos serviços oferecidos. Segundo o Plano Municipal de Assistência Social (2006) a Secretaria de Ação Social tem como atribuição proteger a infância, a adolescência, a família, a maternidade, o idoso, o deficiente e a população de baixa renda, através da implantação e da implementação de políticas de atendimento na garantia e defesa dos direitos, através de seus programas. A subdivisão da Secretaria definiu-se em quatro Diretorias: de Gestão, englobando o Administrativo, Financeiro e Secretaria Executiva dos Conselhos; de Proteção Social Básica, em que está inserido o Programa Bolsa Família, o BPC, Projetos Especiais, o Centro de Referência da Assistência Social – CRAS e o Serviço de Atenção a Terceira idade; de Proteção Social Especial de Média Complexidade, abrangendo os programas PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), Centro de Referência Sentinela, ASEMA (Apoio Sócio-Educativo em Meio Aberto), POASF (Programa de Orientação e Apoio Sócio Familiar), Plantão Social (Sócio Emergencial), Liberdade Assistida (LA) e Prestação Serviços à Comunidade (PSC), Abordagem de Rua (em fase de aprovação), Programa do Adolescente Josefense (PROAJ), Programa de Orientação e Apoio a Pessoas Idosas e Portadora de Deficiência; e ainda Diretoria de Proteção Especial de Alta Complexidade que abrange os convênios realizados com instituições como, Casas Lar para crianças, adolescentes e idosos. 53 A partir deste estudo, ressalta-se a importância da garantia de uma equipe técnica permanente e suficiente, conforme a proposta da Norma Operacional Básica NOB/SUAS/2005. Como resultado desta discussão e respondendo as indicações das Conferências Municipais de Assistência Social dos anos de 2005 e 2007, no mês de setembro do ano de 2007, foi implantado o primeiro Centro de Referência de Assistência Social, concretizando assim partes dos objetivos da Política Nacional de Assistência social - PNAS, sendo eles: “Promover serviço, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitem;” “Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em área urbana e rural.” “Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária”. (Política Nacional de Assistência Social, 2004, p.27). A Política de Assistência Social traz uma visão ampla da situação atual dos municípios, desta forma, é imprescindível a implantação dos Conselhos Municipais de Assistência Social, para compreender a dinâmica social de cada município e assim direcionar melhor seus objetivos. 54 4 O CRAS DE SÃO JOSÉ E O PROJETO TECENDO REDES Este capítulo apresenta os aspectos relacionados ao “Projeto Tecendo Redes”, objeto deste estudo, que vem sendo desenvolvido no Município de São José/SC. 4.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO TECENDO REDES No Município de São José o CRAS - Centro de Referência da Assistência Social está vinculado a Secretaria da Ação Social, da Prefeitura Municipal. No mês de agosto de 2007, foi disponibilizado um local amplo, próximo a áreas de vulnerabilidade social (Avenida das Torres – Bairro Real Parque) para instalação do primeiro Centro de Referência da Assistência Social- CRAS no Município. Este Centro de Referência visa a Proteção Social Básica, prevista na Política Nacional de 2004: A Proteção Social Básica tem como objetivo prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se á população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras). (PNAS, 2004, p.27). O CRAS tem como objetivo geral prevenir situações de risco por meio de desenvolvimento de potencialidades e aquisições do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Neste sentido é responsável pela oferta do Programa de Integral às Famílias. Na proteção básica, o trabalho com famílias devem considerar novas referências para compreensão dos diferentes arranjos familiares, superando o reconhecimento de um modelo único baseado na família nuclear, e partindo do suposto de que são funções básicas das famílias: prover a proteção e a socialização dos seus membros; cosntituir-se como referências morais, de vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus membros com outras instituições sociais e com o estado (PNAS, 2004, p.28). 55 Em 2007, os serviços oferecidos pelo CRAS foram: atendimento em grupo ou individual, encaminhamentos e orientação sobre o Programa Bolsa Família, cursos de inclusão produtiva, cabeleireiro, artesanato e ginástica laboral. No mesmo ano, o CRAS promoveu reuniões periódicas com entidades não governamentais para a organização e a articulação da rede de atendimento. Fruto destas reuniões iniciais, em 2008, foram articuladas algumas reuniões com entidades assistenciais a fim de apresentar o projeto desenvolvido pelo CRAS, intitulado “CRAS Tecendo Redes”, com o objetivo de conhecer e mapear as entidades que prestam serviços socioassistenciais no Município de São José – SC. Através da participação na elaboração e implantação do Projeto Tecendo Redes é que se desenvolveu nosso projeto de intervenção de estágio curricular em Serviço Social. O Projeto Tecendo Redes pauta-se na concepção de rede conforme segue: Uma rede não tem centro, mais sim nós de diferentes dimensões e relações internoidais, de forma que todos os nós são necessários para a existência da rede, o que não inclui análise de redes as relações de poder (econômico, político, cultural e etc.) Nos espaços informais, as redes são iniciadas a partir da tomada de consciência de uma comunidade de interesses e/ou de valores entre seus participantes. Nesse sentido, ela se constitui por meio de interações que visam à comunicação, à troca e à ajuda mutua e emergem a partir de interesses compartilhados e de situações vivenciadas em agrupamentos ou localidade – vizinhança, família, o parentesco, o local de trabalho, a vida profissional etc. (BATTINI, 2007, p.138). A idéia central da rede está na integração de ideais e esforços fundamentais para que o CRAS e os parceiros envolvidos no Projeto possam enfrentar o desafio de lutar por um mundo mais justo e igualitário. Isso demonstra que isoladamente não superaremos as atuais formas de exclusão. Para tanto é necessária a articulação dos sujeitos através do diálogo, do respeito, do compromisso e da solidariedade. São os elementos fundamentais para a construção da rede interna. As múltiplas expressões da questão social, produto das desigualdades sociais e objeto de intervenção do Serviço Social, são a base para busca de uma metodologia na construção de redes internas e sociais (TURCK, 2001, p.23). No Projeto Tecendo Redes a intersetorialidade determina a relação mais profunda do trabalho entre as diversas parcerias no sentido de uma maior articulação, fazendo com que haja uma interação e eficácia em benefício do usuário. A intersetorialidade constitui uma concepção que deve informar uma nova maneira de planejar, executar e controlar a prestação de serviço para garantir o 56 acesso igual aos desiguais. Isso significa alterar toda a forma de articulação dos diversos segmentos da organização governamental e dos seus interesses (JUNQUEIRA, 1999, p.27). A constituição da rede implica em fundamentar elementos que solidifiquem, ampliem e a acionem através de: flexibilidade para aprender, disponibilidade para compartilhar e qualificação para executar. Assim novas metodologias passam a ser construídas pela necessidade de ampliação do conhecimento, pelas experiências profissionais vividas no cotidiano das pessoas. A reunião de pessoas e /ou recurso social decorre sempre do objetivo, do interesse comum. Nessa reunião, as pessoas buscam formas, jeitos para encontrar soluções ou construir novas alternativas de sobrevivência ou de convívio. Embora as pessoas reunidas em torno de um interesse comum representem instituições, e ou setores de determinados organismos ou empresas, a Rede Interna inicia pelas pessoas que nela se inserem, independente do órgão ou empresa a que funcionalmente pertençam (TURCK, 2001, p.32). Esse trabalho foi articulado com a participação dos três estagiários de Serviço Social sendo um da UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina e dois da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Com o objetivo de mapear as instituições. Em maio de 2008 foram definidas as áreas de abrangência do CRAS, bem como foram ampliadas as articulações com instituições de atendimento nas áreas da saúde, educação e assistência. O município de São José apresenta uma população de grande porte, segundo Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH/SUAS) é estabelecido “a cada 5000 famílias referenciadas: - 04 técnicos de nível superior, sendo dois Assistentes Sociais, um psicólogo e um profissional que compõem o SUAS; - 04 técnicos de nível médio, Para 1000 atendimentos ano”. (NOBRH/SUAS, 2007, p.13). A equipe técnica do CRAS - São José hoje é composta pelos seguintes técnicos: dois de nível superior, isto é, uma assistente social, e uma psicóloga, dois técnicos administrativos, e dois estagiários do curso de Serviço Social da UFSC e UNISUL. Em função do pequeno número de técnicos que compõem o CRAS, e por ser o primeiro do município, no momento é possível somente atender algumas comunidades, sendo que este trabalho abrange todo o município, fugindo do que está estabelecido na NOB-RH/SUAS, 2007. 57 No decorrer do processo de implementação, do Projeto foram surgindo entidades interessadas em participar do Projeto Tecendo Redes, pois, estas também tinham o interesse em conhecer as entidades socioassistenciais do município de São José. A primeira instituição interessada em participar do Projeto foi o Educandário Santa Catarina (Sociedade Eunice Weaver de Florianópolis). Foi marcada a primeira reunião com a Assistente Social do Educandário, onde se apresentou o objetivo do Projeto Tecendo Redes e o que este representava para o trabalho do CRAS no município. Foram explicadas as dificuldades e facilidades encontradas, com objetivo de estabelecer uma parceria com esta entidade. Durante a reunião foi sugerida a ampliação do grupo de entidades, através do chamamento para a próxima reunião. Ao término da reunião a equipe técnica realizou o levantamento de informações, envolvendo o Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (ICOM), que também estava fazendo o mapeamento de São José, Biguaçu e Palhoça e que tinha o contato da estagiária responsável pelo mapeamento de São José, Biguaçu e Palhoça Já na segunda reunião participaram as seguintes instituições, com seus respectivos representantes: Irmandade do Divino Espírito Santo (IDES-PROMENOR), Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (ICOM), equipe técnica do CRAS, Mesa Brasil, Associação de Pais e Amigos de Pessoas Portadoras de Deficiência dos Funcionários do Banco do Brasil (APABB). Inicialmente a equipe técnica do CRAS fez uma breve apresentação dos presentes com os demais convidados, para em seguida ser apresentado o Projeto Tecendo Redes. A equipe do CRAS Comentou sobre as dificuldades encontradas para fazer o mapeamento. Na primeira etapa do Projeto, o CRAS entrou em contato com todas as entidades socioassistenciais a serem mapeadas, enviando através de email os questionários para coleta de informações. A equipe ressaltou que este método não foi eficaz, pois muitas das entidades não enviaram respostas. Outro fator foi à indisponibilidade de recursos materiais e de equipamentos impressora, computadores, telefone e veículo para fazer visita junto às entidades socioassistenciais. A equipe técnica do CRAS argumentou sobre a importância de parcerias para a conclusão do Projeto. Assim, todas as entidades mostraram-se interessadas em participar do mapeamento, porém teriam que apresentar a proposta 58 para as respectivas entidades. Ao final, ficou pré-agendada uma próxima reunião para dar continuidade e obtermos as respostas dos possíveis parceiros do Projeto. Marcamos uma reunião com as instituições interessadas e apresentamos o Projeto Tecendo Redes, muitas se mostraram interessadas, mas não poderiam dar uma resposta imediata, pois teriam que conversar com seus supervisores para posteriormente efetivar a parceria. Na terceira reunião estiveram presentes as seguintes instituições, com seus respectivos representantes: Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (ICOM), Associação de Pais e Amigos de Pessoas Portadoras de Deficiência dos Funcionários Brasil (APABB), Irmandade do Divino Espírito Santo (IDES-PROMENOR, SESC / Projeto Mesa Brasil, Educandário Santa Catarina (Sociedade Eunice Weaver de Florianópolis). Conforme estabelecido na reunião anterior, aguardavam-se respostas das instituições que poderiam ser parceiras no Projeto Tecendo Redes. Na reunião todas as entidades aceitaram firmar parceria com o Projeto. Sendo que cada entidade tinha interesses específicos, houve a necessidade de reformulação do questionário. Ficou definido que as informações seriam coletadas através de um formulário que incluiria algumas perguntas pertinentes as instituições parceiras. Assim, no final da reunião ficou pré agendo um próximo encontro com intuito de fazer a divisão das tarefas entre todos os envolvidos no Projeto. Já com a reformulação no instrumental (formulário). Na quarta reunião estiveram presentes as seguintes instituições, com seus respectivos representantes: Irmandade do Divino Espírito Santo (IDES-PROMENOR), equipe técnica do CRAS. Sendo que as demais entidades parceiras não puderam participar. Nesse dia a equipe do CRAS dividiu as entidades que faltavam coletar dados, sendo que, as instituições que não estavam presentes tiveram que acatar o que foi decidido. Após a reunião, foi enviado um email para as entidades parceiras que não puderam participar, explicando-lhe o que tinha sido definido. Assim, deixamos uma data pré estabelecida para uma nova reunião. Na quinta reunião, estiveram presentes as seguintes instituições, com seus respectivos representantes: Associação de Pais e Amigos de Pessoas Portadoras de Deficiência dos Funcionários do Banco do Brasil (APABB), (BEMFAM), Irmandade do Divino Espírito Santo (IDES-PROMENOR), MESA BRASIL, Instituto Comunitário da 59 Grande Florianópolis (ICOM), Educandário Santa Catarina (Sociedade Eunice Weaver de Florianópolis). Nesse dia foi discutido entre as entidades parceiras o número de formulários preenchidos, as dificuldades encontradas e se já tinham concluído sua parte no mapeamento. Cada instituição trouxe o número de entidades que conseguiram aplicar o formulário proposto. Sendo que durante o período de estágio foram contatadas 81 entidades. Nessa nova fase de coletas de dados foi substituído o antigo questionário pelo novo formulário contendo também perguntas referentes às instituições parceiras. As instituições parceiras também nos auxiliaram na aplicação do formulário, pois tínhamos um grande número de instituições para contatar. O CRAS e as entidades parceiras Entraram novamente em contato com as instituições a fim de agendar uma visita para aplicação do formulário. Explicamos também essa nova fase do trabalho que outros parceiros aderiram ao Projeto Tecendo Redes e que também tinham o objetivo comum de fazer o mapeamento da rede socioasistencial do município de São José. Muitos preferiram que o formulário fosse enviado através de email, porém alguns preferiram que formulário fosse aplicado pessoalmente junto a instituição. O CRAS também se responsabilizou em fazer o mapeamento das Secretarias e Fundações, com intuito de conhecer melhor os trabalhos desenvolvidos no município. Assim, conforme a solicitação de algumas entidades foi efetivada visitas pelo estagiário e pela assistente social do CRAS no próprio local da instituição. O cumprimento desta etapa do Projeto, o mapeamento das entidades socioassistenciais tem uma relação direta com a participação do Serviço Social, pois, sua função é fazer as mediações de forma que possa contemplar todos os parceiros envolvidos, e potencializar os serviços, programas e ações da Política de Assistência social. Depois de várias reuniões do Projeto, e com a entrada dos novos parceiros, foram divididas as entidades com que faltou contatar. Então uma vez por mês nos reuníamos para contabilizar as entidades e socializar as dificuldades e facilidades encontradas. Minha participação no Projeto foi até dezembro de 2008. 60 4.2 AS CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AO PROJETO TECENDO REDES - SÃO JOSÉ O Serviço Social tem um papel fundamental dentro do Projeto Tecendo Redes, pois contribui no desenvolvimento de ações conjuntas capazes de responder as demandas sociais. Para Iamamoto: Um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalhos criativa e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir das demandas emergentes no cotidiano. (IAMAMOTO, 1998, p.20) No desenvolvimento das atividades do Projeto, cabe ao Serviço Social intervir através de instrumentos técnicos para um levantamento de diagnóstico que mostre a realidade existente na comunidade de atuação do CRAS, para efetivar as possíveis parcerias que possam acrescentar aos desafios existentes. E para que isto ocorra, compete ao Serviço Social também o espírito inovador, crítico, propositivo e criativo para interpretar as necessidades emergenciais da população e efetivar ações que corrijam as distorções, atendendo demandas sociais em parcerias com demais instituições. Já o exercício da profissão é mais do que isso. É uma ação do sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais. Requer, pois, ir além das rotinas institucionais e buscar apreender o movimento da realidade, para detectar tendências e possibilidades nela presentes passiveis de serem impulsionadas pelo profissional. (IAMAMOTO, 1998, p.21) Para o desenvolvimento do Projeto Tecendo Redes, evidenciamos o uso de metodologia e instrumentação teórica para embasarmos as ações necessárias das atividades no fornecimento de dados e informações. O profissional do Serviço Social como executor da política social, deve ter conhecimento das demandas referentes à questão social, buscando estratégias e criando possibilidades para que os usuários destas políticas tenham a possibilidade de acesso. Pesquisar e conhecer a realidade é conhecer o próprio objeto de trabalho, junto ao qual se pretende induzir ou impulsionar um processo de mudanças. Nesta perspectiva, o conhecimento da realidade deixa de ser um mero pano de fundo para o exercício profissional, tornando-se condição do mesmo, do 61 conhecimento do objeto junto o qual incide a ação transformadora ou esse trabalho (IAMAMOTO, 1998, p.62). Primeiramente o serviço social do CRAS fez contato com os Conselhos Tutelares do Município através de um oficio circular convidando-os para reunião de divulgação do Projeto tecendo Redes. Para fazer o mapeamento tínhamos que saber o numero de instituições existentes no Município. Essas informações referentes ao número de instituições foram fornecidas pelo Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS. Junto a estas entidades, foi apresentado através de várias reuniões o Projeto Tecendo Redes, onde se discutiu as possibilidades de parceria. Segundo VIEIRA, os objetivos de uma reunião são: informar os membros sobre assuntos que os interessam ou relacionados com a situação social – problema; obter dos membros informações que permitam elaborar o diagnóstico do grupo ou da comunidade; realizar atividades em comum, relacionadas a interesses coletivos dos membros, do grupo como um todo ou da comunidade; aplicar a intervenção para o desenvolvimento social do grupo e de seus membros. (VIEIRA Apud Sarmento, 2005.p.37). No âmbito do fortalecimento desta relação entre usuário e parceria, faz-se do Serviço Social um canal com a competência necessária para obtenção de resultados. A idéia de relação, presente na vida humana, aponta-nos para uma competência que, além de construída, é também compartilhada (...) uma pessoa não pode ser competente sozinha. A qualidade do seu trabalho não depende apenas dela- define-se na relação com os outros. As condições para realização de um trabalho competente estão na competência profissional e na articulação dessa competência com os outros e com as circunstancias (RIOS, 1999, p.80). Na articulação do Projeto Tecendo Redes, evidenciam-se entre os parceiros, objetivos, particularidades e interesses mútuos de cooperação para o mapeamento das instituições socioassistenciais do município. Isto se dá ao fato de que na constituição do CRAS compactua objetivos de efetivar de forma interdisciplinar o planejamento do trabalho, bem como a articulação da rede socioassistencial, o que diretamente vai de encontro aos pressupostos do Projeto Ético do Serviço Social. [...] A Ética é a referência valorativa que estabelece os parâmetros das relações dos indivíduos com a sociedade.Ela se preocupa com as formas de resolver as contradições entre necessidade e possibilidade, tempo e eternidade, individual e coletivo, interesses econômicos e valores morais, corporal e psíquico, natural e cultural, razão e desejo (Paiva, 1996, p.108). 62 Sendo assim se faz necessário a articulação do Serviço Social com outras instituições, não só para conhecer o trabalho que cada uma desenvolve, mas para avaliar as dificuldades e limitações de cada contexto de trabalho. Para auxiliar no aperfeiçoamento do nosso trabalho também utilizamos a de avançar no Projeto Tecendo Redes, discutindo as atividades, bem como as avaliando e redimensionando-as. Conforme Magalhães (2003) a reunião tem um papel de reflexão conjunta para um planejamento e conseqüentemente fortalecer a equipe evitando a supremacia do pessoal sobre o profissional, melhorando o desempenho e trazendo benefícios ao usuário. No decorrer das atividades foram surgindo instituições interessadas em participar do Projeto Tecendo Redes, as quais tinham o mesmo objetivo de conhecer os serviços socioassistenciais do município de São Jose. Configurando a necessária parceria: A parceria, geralmente envolve uma relação de intercomplementariedade entre as organizações nela envolvidas, ou seja, cada uma das partes dispõem de algo de que a outra necessita, para a realização de um propósito que ambas compartilham(...). (Aliança Capoava, Apud Senna In Gife, 2001, p.55). A parceria no Projeto Tecendo Redes é importante, pois através deste, se estabelecem vínculos para o fortalecimento da transformação social. Durante as reuniões algumas entidades parceiras trouxeram suas propostas, sendo que muitas vezes estás não vinham de encontro com os reais interesses do grupo, exigindo do Serviço Social o papel como mediador e articulador deste processo. Todas as situações têm suas determinações histórico-sociais não acontecendo ao acaso e nem se dando de forma linear e mecânica. Ocorrem através de pontes, de passagens, de elos que se forjam no seu cerne. São as mediações que configuram a processualidade, e o movimento. Elas são responsáveis pelas moventes relações que se operam no interior de cada complexo relativamente total e das articulações dinâmicas e contraditórias entre várias estruturas sócio históricas.(PONTES, Apud BATTINI, 1998, p. 55). Cabe ao assistente social conhecer a realidade na sua complexidade, criando meios para transformá-la na direção de determinado projeto social. É preciso que se tenha uma concepção teórica – metodológica e política bem estruturada visando à conciliação de interesse sobre as partes, conforme pode-se verificar através dos métodos de sistematização de informações descritos nos parágrafos seguintes. 63 Segundo Battini (1998) o modo crítico de trabalhar requer elaboração de categorias/ conceitos que expressem a própria forma de existência do ser social. Para elaboração de um estudo analítico, é importante a classificação das categorias, pois elas constituem a base do trabalho do assistente social, através da investigação, resultando um processo seletivo do observador e que venham a complementar os interesses do Projeto. Na construção das categorias o assistente social, além de observar a realidade, deve atentar para a articulação e reflexão de modo crítico, fazendo o conhecimento dos fatos ou da totalidade social, elucidando-a para um processo permanente de superação. No estudo de cada categoria podem existir diferentes realidades sociais, porém para a concretização das ações do Projeto Tecendo Redes, é necessário alcançar um objetivo único. Este direcionamento no Projeto foi mapear entidades as quais pudessem nos auxiliar no encaminhamento dos indivíduos á Rede Socioassistencial do município. Este processo envolve um conhecimento histórico e de particularidades que determinam a compreensão dos fatos. É preciso conhecer a dinâmica, a complexidade e diversidades dos grupos sociais, criando possibilidades de transformação social. Assim a prática social tem o sentido de efetivar a sobrevivência do sujeito, dar capacidade de pensamento, criando condições de atender as necessidades e a superação de problemas, transformando-o, bem como o próprio mundo que o cerca. Desta forma podemos dizer que a prática social atua em três dimensões as quais denominamos de: produtiva, investigativa e social/política. (BATTINI 1998) Na prática de dimensão produtiva podemos classificar o indivíduo na divisão social e técnica do trabalho, determinando seu papel na sociedade e seu modo de produção, seja ele um empresário, um político ou um simples trabalhador braçal. Nesta dimensão o trabalhador tem a consciência de seu papel e lugar no meio social que vive. Na dimensão investigativa o suporte de análise está no conhecimento, criando uma nova ação, visando à transformação social. A superação do indivíduo está em sua teoria/prática e o desenvolvimento constante da realidade humana. A dimensão social/política indica a direção e o comprometimento do indivíduo, com a luta e articulação aos interesses pertinentes da sociedade, com a participação de 64 diferentes setores sociais. Esta dimensão implica na participação constante e permanente do indivíduo, como a sua vinculação aos movimentos sociais, partidos e instituições, métodos efetivos de luta através de manifestações, assembléias e pressões e conseqüentemente a conquista do poder. Para o assistente social, a prática destas três dimensões pode fornecer uma visão da realidade a qual se trabalha, porém há a necessidade de avaliação de particularidades, desvendando características que possibilitem um estado crítico para poder avançar na transformação social. É necessário que o assistente social faça registros deste processo, construindo a história e a reflexão do trabalho na sua dimensão constituinte. A contribuição do Profissional do Serviço Social está na articulação e no desenvolvimento da área de seu conhecimento, intervindo aos interesses da comunidade e dos possíveis parceiros dentro do Projeto Tecendo Redes, mapeando e orientando com propostas que desenvolvam um crescimento coletivo, que visem transpor a exclusão social em todos os níveis. E para que isto ocorra é fundamental o engajamento do profissional no sentido de incentivar, propor, buscar soluções e investir na articulação da rede sócio assistencial. Conforme foi abordado na quinta reunião de equipe do Projeto Tecendo Redes, até o mês de dezembro de 2008, foram contatadas oitenta e uma instituições. Foi um avanço considerável, mas muito ainda há por fazer nesta área. Quanto aos mapeamentos, estes, estão ao encargo do CRAS de São José, conjuntamente com os parceiros envolvidos, pois novas instituições irão surgir e é imprescindível que continuem a ser mapeadas. O principal objetivo desse Projeto é a elaboração de um caderno informativo onde encontram-se elencados de forma mais abrangente possível, dados e informações das instituições prestadoras de serviços socioassistenciais em São José/SC. Após concluído, o referido caderno será socializado com as instituições parceiras do Projeto Tecendo Redes, ampliando assim o conhecimento na área social dos serviços disponíveis no Município de São José. 65 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a Constituição Federal de 1988 a Assistência Social passou a ter status de política pública de direitos, regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. A Assistência social é caracterizada como dever do Estado e direito do cidadão. Desde então, surgiram novos conceitos de cidadania, e de acesso aos direitos da criança, de adolescentes, de idosos e pessoas com deficiência em condições de vulnerabilidade econômica e social. No sentido de garantir os direitos básicos da população como: direito da criança, adolescente, idosos e pessoas com deficiência. Neste sentido, a Política Nacional de Assistência Social - PNAS tem como objetivo fazer a articulação com as demais políticas setoriais, garantindo os direitos sociais na sua universalidade. No decorrer do estágio pude observar que o município de São José está lentamente se adequando no que refere a Política Nacional de Assistência Social, pois se desenvolve uma série de serviços, programas e projetos que vem a beneficiar diversos grupos e cidadãos que se encontram em situação de risco e vulnerabilidade social. Conforme consta na Política Nacional de Assistência Social ela se configura necessariamente na perspectiva socioterritorial, pois as intervenções se dão essencialmente nas capilaridades dos territórios. Seguindo o proposto pela PNAS o município de São José caracteriza-se como município de grande porte com população entre 100.001 a 900.000 habitantes. Este aspecto populacional é importante para política de Assistência Social, pois através dele o profissional de serviço social pode fazer um diagnóstico da real situação Município, observado as condições de vida da população no que se refere ao desemprego, violência, fragilização dos vínculos familiares, nível educacional e de saúde. Para fazer a organização do território o SUAS utiliza o sistema de gestão descentralizado e participativo desenvolvendo programas, projetos e benefícios socioassistenciais, seja ele de caráter continuado ou eventual. 66 O SUAS tem a tarefa de organizar e definir elementos essenciais para execução da política pública de Assistência Social, possibilitando a normatização e padronização da rede de serviço socioassistenciais. Esse novo modelo de gestão, proposto pelo CRAS, vem sendo implementado por uma nova lógica de organização sendo definido por níveis de complexidade do sistema: Proteção Social Básica (PSB) Proteção Social Especial (PSE) de alta e média complexidade. O município de São José conforme citado acima está se adequando as normas da PNAS, no entanto, se desenvolve lentamente na direção da implantação dos Centros de Referencia da Assistência Social (CRAS). Cabe lembrar que no município de São José existe apenas um CRAS, tendo ele que responder às demandas de todo município. Por ser caracterizado conforme a PNAS,como um município de grande porte, deveria de ter no mínimo mais três CRAS para dar conta da demanda existente no município. Com a falta de CRAS e com o número reduzido de técnicos acaba sobrecarregando o número de atendimento, afetando na qualidade dos serviços prestados. Dentre outros fatores, pode-se observar é a falta de recursos para Assistência Social. No entanto é difícil de desenvolver programas e projetos em um ambiente que falta material para os técnicos, até mesmo para manter a estrutura de atendimento. Cabe a gestão municipal procurar junto ao Conselho Municipal de Assistência Social, e ao Fundo Municipal de Assistência Social criar alternativas para a alocação de mais recursos para Assistência Social. Alguns dados econômicos, sociais e políticos, do município de São José apontam a oferta de vagas de emprego na construção civil e prestação de serviço. No entanto encontram-se muitas famílias em situação de vulnerabilidade e risco social, sendo que muitas residem em péssimas habitações sem saneamento básico, luz, água, como também a falta de espaço público com equipamentos de lazer, aumentando cada vez mais a exclusão social. 67 O município estando ciente desta realidade deve encontrar mecanismos para mudá-la através dos programas e projetos, e da destinação de recursos para viabilizar a política de Assistência Social em sua integralidade. Conforme já citamos, no município de São José existe somente um CRAS tendo iniciado suas atividades no ano de 2007, onde destaca-se a importância da criação do Projeto Tecendo Redes. Através deste, vem sendo implementado o mapeamento das várias entidades que prestam trabalhos socioassistenciais, conhecendo, assim os diversos serviços existentes no município, e ao mesmo tempo informamos às entidades sobre o trabalho desenvolvido pelo CRAS, como também seus principais serviços. Neste sentido, torna-se indiscutível a importância do Serviço Social na elaboração e desenvolvimento do Projeto Tecendo Redes, desenvolvendo estratégia e condições para, que a população tenha condições de alcançar os “mínimos sociais” e sua própria autonomia. Por fim, entende-se que o Projeto Tecendo Redes tem significativa importância para o município, pois, conhecendo a Rede Socioassistencial pode-se prestar um atendimento mais qualificado assim reduzindo algumas situações de vulnerabilidade social. 68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aliança Capoava, Apud Senna In Gife, 2001. Disponível http://www.ashoka.org.br/upload/alianca_parceria.pdf. Acesso em: 26.mar,2009. em: A NOTÍCIA, Saldo de empregos cai 0,02% em Santa Catarina. 16/04/2009. Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&newsID=a2477891 .htm. Acesso em: 29.abr.2009. ABEPSS. Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Diretrizes Curriculares do Curso de Serviço Social. 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Cadernos Abong, v. 30, p. 39-54, 2001. ______. As ambigüidades da Assistência Social Brasileira após 10 anos de LOAS. Revista Serviço Social & Sociedade, ano XXV, n° 77, p. 11-29, mar. 2004. 73 APÊNDICE 1 PROJETO TECENDO REDES: MAPEAMENTO DAS INSTITUIÇÕES QUE PRESTAM SERVIÇOS SÓCIOASSISTENCIAIS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ E REGIÕES METROPOLITANAS – SC. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSE – SC SECRETARIA DA AÇÃO SOCIAL Programa Bolsa Família Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) UFSC O objetivo deste questionário é mapear as instituições que prestam serviços socioassistenciais no município de São José para a elaboração de um Caderno Informativo, que posteriormente será disponibilizado às instituições. A atividade faz parte do projeto de intervenção de estágio em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), realizado na Secretaria da Ação Social do município, mais especificamente no Programa Bolsa Família e no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Foi proposta pelos (as) Acadêmicos (as) Juliana C. S. Aguiar, Solange Janete Finger e David Laipelt de Sá e será elaborado em parceria com as profissionais responsáveis pelo CRAS e Bolsa Família. Nome Fantasia:_________________________________________________________________ Razão Social:___________________________________________________________________ Endereço:______________________________________________________________________ Bairro:____________________Cidade: ___________________________CEP:______________ Responsável/Cargo______________________________________________________________ Pessoa de Contato:_______________________________________________________________ Fone/Fax:______________________________________________________________________ E-mail/Site:____________________________________________________________________ Horário de Atendimento:__________________________________________________________ 1 – Caráter da instituição? ( ) Pública ( ) Privada ( ) Mista ( ) ONG ( )OSCIP ( ) Outros:____________________________________________________________________ 2 – Possui registro no Conselho de Assistência Social? ( ) Municipal ( )Estadual ( ) Federal 3 - Possui registro no Conselho de Saúde? ( ) Municipal ( ) Estadual ( ) Federal 4 - Possui convênio/parcerias? ( ) Sim ( ) Não ( ) Prefeitura ( ) Estado ( ) Governo Federal Outros: _______________________________________________________________________ 74 5 – Qual o tipo de serviço prestado? ( ) Albergue ( ) Abrigo ( ) Entidade Asilar ( )Tratamento toxicômanos ( ) Tratamento alcoolismo ( ) Habitação ( ) Atendimento básico de saúde ( ) Educação (especificar)________________________________________________________ ( ) Assistenciais:_______________________________________________________________ ( ) Outros:____________________________________________________________________ 6 – Período de atendimento da instituição? ( ) Matutino ( ) Vespertino ( ) Matutino/Vespertino ( ) Noturno ( ) Integral ( ) Outros:____________________________________________________________________ 7 – Qual o público alvo dos serviços, faixa etária e capacidade instalada: ( ) Crianças( 0 a 12 anos): Faixa Etária:_________________ Capacidade instalada:_________________________________ ( ) Adolescentes (12 a 17 anos): Faixa Etária:_________________ Capacidade instalada:_________________________________ ( ) Idosos (acima de 60 anos): Faixa Etária:_________________ Capacidade instalada:_________________________________ ( ) Mulheres: Faixa Etária:_________________ Capacidade instalada:_________________________________ ( ) Portadores de Deficiência: ( )Tipo de Deficiência ______________________________ Faixa Etária:_________________ Capacidade instalada: ________________________________ ( )Outros/Especificar:_________________________________________________________ Faixa Etária:_______________________________________ Capacidade instalada:________________________________ 8- Qual a área geográfica que atende (Especificar comunidade ou bairro)? ( ) São José __________________________________________________________________ ( ) Florianópolis_______________________________________________________________ ( ) Palhoça___________________________________________________________________ ( ) Biguaçu___________________________________________________________________ ( ) Outras – Especificar__________________________________________________________ 9 – Como os usuários dos serviços chegam à instituição? ( ) De forma espontânea ( ) Encaminhado por outras instituições ( ) Outros:__________________________ 10 – Liste o quadro de profissionais que a instituição disponibiliza para atender à sua demanda. 11- Outras informações que julgar relevantes para esta pesquisa. 75 12 - Qual sua opinião em relação a este projeto. ( )Ruim ( )Bom ( )Regular ( )Ótimo Consentimento para a divulgação dessas informações em caderno informativo e/ou no site da Prefeitura Municipal de São José - PMSJ. Autorizo à Secretaria da Ação Social, através do Programa Bolsa Família e do Centro de Referência da Assistência Social de São José, a utilizar as informações que constam neste questionário para inclusão em um Caderno Informativo e/ou no site da PMSJ. A participação neste projeto não acarretará em nenhum custo para as instituições. Data: ________________ Assinatura do Responsável: _____________________________ RG: ___________________________________ OBS: A devolução via correio eletrônico deste questionário preenchido pela instituição se caracterizará como autorização para divulgação dos dados. 76 APÊNDICE 2 SANTA CATARINA Colheita Urbana Cadastro de Entidade A - Dados da organização Nome da organização: Nome Fantasia: Responsável legal: Cargo: Endereço: Nº Cidade: Telefone: E-mail: Pessoa de contato: Sede: ( ) própria ( ) Alugada ( - Código: _________________ Bairro CEP: Fax: Web site: CNPJ: ) Cedida B – Qual a escolaridade do Responsável Legal ( ) Ensino Básico Incompleto ( ) Ensino Básico ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo ( ) Outro: C – Qual tempo de atuação do Responsável Legal na instituição ( ) de 1 a 5 anos ( ) de 5 a 10 anos ( ) de 10 a 15 anos ( ) mais de 15 anos D – Constituição Jurídica CONSTITUIÇÃO JURÍDICA ( ) Associação ( ) Fundação Privada Se for Governamental que esfera/âmbito: ( ) Mista ( ) Governamental ( )Privada 77 ( ) Municipal ( ) Estadual ( ) Federal ANO DE FUNDAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO: TÍTULOS OU CERTIFICADOS (assinale todos que se aplicarem) Utilidade Pública (assinale todos que se aplicarem) ( ) Municipal ( ) Estadual ( ) Federal Registro no Conselho de Assistência Social (assinale todos que se aplicarem) ( ) Municipal ( ) Estadual ( ) Federal Outros Registros no Conselho: ( ) Certificado de Filantropia/ Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social ( ) OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público E – Nível de participação nos Conselhos de Direitos ( ) Não Participa ( ) Participa ativamente ( ) Participa com menor freqüência F- Área de Atuação (classificação ICNPO – International Classification of Nonprofit Organizations) Assinale a principal área de atuação para a sua organização (somente uma área) ( ) Cultura e arte ( ) Educação e/ou qualificação profissional ( ) Saúde ( ) Assistência social ( ) Meio Ambiente e proteção animal ( ) Desenvolvimento e Defesa dos direitos humanos ( ) Habitação ( )Jurídica ( )Esporte ( ) Comunidade ( )Outras - Especificar: G - Tipo de Unidade ( ) Escola ( ) Clínica ( ) Clínica-Escola ( ) Ambulatório ( ) Creche ( ) Biblioteca/Fitoteca ( ) Divisão Regional de Saúde ( ) Esporte, cultura e Lazer ( ) Mercado de Trabalho ( ) Transporte ( ) Turismo ( ) Centro Social ( ) Hospital ( ) Ministério ( ) Assessoria/Consultoria ( ) Unidade Básica de Saúde ( ) Centro de Convivência ( ) Residência ( ) Diretoria de Ensino ( ) Secretaria da Saúde ( ) Secretaria da Educação ( ) Pronto Socorro ( ) Banco de Olhos ( ) Berçário ( ) Outros. Quais?______________________ 78 H- Modalidade de Pagamento ( ) Gratuito ( ) Conforme a renda ( ) Negociável (independente da renda) ( ) Fixo ............... ( ) de 1 a 3 SM ( ) de 3 a 6 SM ( ) acima de 6 SM ( ) Convênio(s)/Qual(is)? ______________________________________________________________________________ ( ) Outras ________________________________________________________________ I- Área Geográfica Principal área (s) geográfica(s) que atende (somente 01 resposta) ( ) São José ( ) Palhoça ( ) Biguaçú ( ) Florianópolis ( ) Outras - Especificar: J– Público que atende Informe o público atendido e a faixa etária das pessoas beneficiadas diretamente com o trabalho da sua organização? ( )Crianças - ( ) 0 a 6 anos – Quantidade: ______________ : ( ) 7 a 12 anos – Quantidade: ______________ ( ) Adolescentes ( ) 12 a 18 anos – – Quantidade: ______________ ( ) Jovens ( ) 18 anos a 24 anos - – Quantidade: ______________ ( ) Terceira Idade ( ) de 50 a 70 anos ( ) acima de 70 anos ( ) Mulheres – Quantidade: ______________ ( ) Trabalhador urbano – Quantidade: ______________ ( ) Pequeno empreendedor – Quantidade: ______________ ( ) Negros – Quantidade: ______________ ( ) Indígenas – Quantidade: ______________ ( ) Pessoas com deficiência – Quantidade: ______________ ( ) Outras organizações – Quantidade: ______________ ( ) População em geral – Quantidade: ______________ ( ) Outros. Especifique K.Se atende pessoas com deficiência, especificar: ( ) Deficiência Intelectual ( ) Deficiência Física ( ) Deficiência Auditiva ( ) Deficiência Visual L. Faixa Etária Atendida ( ) sem limite de idade ( ) de ________ a ________ anos ( ) A partir de ________ 79 M- Principais Projetos Desenvolvidos e Duração Informe quais são os projetos e/ou atividades desenvolvidas pela sua organização e o tempo de duração de cada um. Projeto 1 Nome: Público Atendido: Duração: Período: ( ) Matutino ( ) Vespertino ( ) Matutino/Vespertino ( ) Integral ( ) Noturno Objetivo: Projeto 2 Nome: Público Atendido: Período: ( ) Matutino ( ) Vespertino Objetivo: Projeto 3 Nome: Público Atendido: Período: ( ) Matutino ( ) Vespertino Objetivo: N – Planejamento Estratégico ( ) Existem planejamento estratégico Há quanto tempo : O – Avaliação Como realiza a Avaliação: Qual a periodicidade: Duração: ( ) Matutino/Vespertino ( ) Integral ( ) Noturno Duração: ( ) Matutino/Vespertino ( ) Integral ( ) Noturno 80 P - Qual a melhor forma de encaminhar os usuários á instituição: ( ) De forma espontânea ( ) Para quem encaminhar: Nome/Setor ( ) Como encaminhar: ( ) E-mail ( ) Telefone ( ) ofício/Formulário ( ) Outros:__________________________ Q - Equipe / Recursos Humanos Equipe/Recursos Humanos da Organização Número de funcionários contratados? ( ) Nenhum Funcionários em que atividades: Funcionários cedidos para a entidade? ( ) Nenhum ( ) 1-5 ( ) 5-20 ( ) acima de 20 ( ) 1-5 ( ) 5-20 ( ) acima de 20 Número de voluntários que a organização dispõe? ( ) Nenhum ( ) 1-5 ( ) 5-20 ( ) acima de 20 Voluntários em que atividades: R - Fontes de Receita Estabeleça por ordem de importância a 1ª, 2ª e 3ª fontes de Receita ( ) fonte verbas públicas [ ]Municipal [ ] Estadual [ ] Federal ( )fonte: doações de empresas ( ) fonte: doações de indivíduos ( )fonte: eventos e campanhas de arrecadação, ( ) fonte: recursos próprios, Outras (especificar): S – Volume total de recursos movimentado pela organização anualmente (valor aproximado) ( ) até R$ 24.000,00 por ano ( ) de R$ 24.001,00 até R$ 48.000,00 por ano ( ) de R$ 48.001,00 até R$ 100.000,00 por ano ( ) de R$ 101.000,00 até R$ 240.000,00 por ano ( ) mais de R$ 240.000,00 por ano T – Movimentação Financeira Tem controle de movimentação financeira ( ) Sim ( ) Não ( ) Outro: 81 U –Estabelecimento de Parcerias Realiza trabalho/ atividades em conjunto com outra organização ( ) Sim Com: ( ( ) Não ) Empresas ( ) Governo ( ) Outras ONGs Há interesse em estabelecer algum tipo de trabalho/atividades em parcerias: ( ) Sim ( ) Não Citar as atividades: V – Principais necessidades Principais necessidades: Coloque por ordem de prioridade (1, 2, 3, 4) ( )Capacitação ( ) Financeiras ( ) Infra estrutura e Equipamentos ( ) Comunicação institucional ( ) Outras: Quais: X – Principal Contribuição Assinale por ordem de prioridade (1 ou 2) até duas (02) opções, da principal contribuição social de sua organização para a comunidade de São José ( ) defesa a preservação do meio ambiente ( ) defesa de direitos de cidadãos ( ) atendimento à população socialmente vulnerável ( ) promoção de segurança pública ( ) mobilização de atividades voluntárias e incentivo à participação social ( ) atividades de apoio à organizações de saúde, educação e assistência social ( ) democratização do acesso à bens culturais e artísticos ( ) Outras. Qual: 82 Consentimento para Divulgação de Informações para inclusão no Guia e internet Autorizo ao ___________________________________________ a utilizar as informações acima fornecidas para inclusão na Publicação de materiais e informativos e instrucionais a ser produzido em versão impressa e disponibilizado em versão on-line através do site das entidades promotoras. A participação neste projeto não acarretará qualquer custo para a organização participante. Data: _______________________ Assinatura: ____________________________________________________________________ Pesquisador: __________________________________________